sábado, 20 de outubro de 2018

Desfazendo “amizade” no Facebook: carta a de uma professora a outra professora


#textão detectado...

Sou low profile em muitas coisas, e também em termos de manifestação política, sempre fui (tem quem ache, por isso, que sou alienada, despolitizada...patrulhas da forma única de participação sociopolítica), embora tenha minhas posições, minhas leituras, meus conhecimentos da estrutura e da conjuntura política de meu país e globais. Tive oportunidade de ter ótimos professores de história – não doutrinadores, como quer a extrema direita, pois dos bancos da minha sala de aula também saíram muitos que estão situados em outra posição política e visão de mundo. Cada um (bem) informado, faz suas escolhas a partir dos discursos, por natureza, parciais e não neutros. Isso de que uma posição é ideológica e outra não é o conto da carochinha da direita, para dar ares de bicho-papão à esquerda. Ainda assim, política, ainda mais política partidária, não é algo que eu eleja como pauta preferencial de debates na vida e nas redes sociais. Sou tímida, mais afeita à política via cultura, via discursos outros, via sensibilidade e posturas na vida. Compartilho com poucos minhas posições, elejo poucas coisas nas quais me sinto segura em me expor – essa timidez, talvez herança de pais, a seu modo, tímidos também. Posto pouco no Face, e do meu jeito, sobre política, sem me esquecer das belezas, das sutilezas, do riso, com uma linguagem própria com a qual me sinto bem no mundo. Passo o meu recado. E toda escolha e posicionamento, no campo da educação e na vida, são, igualmente, de certa forma, política. Considero também a natureza da minha página (sou low profile também para me expor pessoalmente nas redes sociais, todas elas são de trabalho), minha TL não mudou muito de tom nesse momento histórico, embora eu não esteja silenciosa. Posto, de modo sutil (mas efetivo), costurado, muitas vezes, com o campo temático da minha página, no FB e no Instagram: linguagem, leitura, infância... Mas é assim, não por ter rabo preso com ninguém, não vendo nenhum produto ou serviço, pelo contrário, oferto coisinhas para quem é da minha área; não estou comprometida com propagandas ou cursos pagos; não caço seguidores, não barganho likes, não estou preocupada em agradar ou desagradar ninguém, não tenho nada a perder em me posicionar ou postar nada. Vejo muito, leio muito, mas falo pouco, troco com poucos, posto pouco, não uso #hastag. Sou assim. Minhas poucas postagens nesse momento mais crítico (não, eu não descobri a política anteontem! O momento mexe com as vísceras, pede grito), se são poucas e breves, não têm, assim, o impacto que justificaria manter estrategicamente oponentes como “amigos” no Facebook, para que cheguem a eles outros discursos, para que plante neles a dúvida, antídotos dos fake news de WhatSapp. Nem tenho WhatSapp. 

Essa volta toda é para dizer (sem que eles saibam que estou dizendo) a meus amigos verdadeiros (que me entendem sem eu pedir), que me entendam por desfazer a “amizade” de TODOS os que ostentam, na corrida presidencial, o apoio ao candidato do PSL na minha página. E não havia, nessa situação delicada, nenhum amigo meu, amigo mesmo, fora do FB, para eu ter que pensar em como eu faria nessa situação. Aliás, muitos deles fizeram ou ficaram tentados a fazer o mesmo. Eu fiz! Mas não haviam muitos, ainda bem...muitos são professoras, professores...ufa! Com certeza ainda tem os que, como eu, são low profile e não escancaram suas posições. Talvez até amigos mesmo. Não sei. Tudo bem, não vou caçar nas minúcias, não se trata disso. O problema maior é a ostentação do apoio e repetição, ignorante ou consciente, do deboche, do preconceito, do ódio, da desculpa à barbárie. Escrevi o texto que se segue para justificar a remoção da amizade de uma, apenas UMA, professora, com a qual eu matinha um contato mais próximo, embora à distância, pelo interesse dela pelos materiais que produzo. Ficou enorme, muito enoooorme essa justificativa – foi quando eu me dei conta que era, na verdade, um desabafo preso na garganta. De todo modo, resumi bem e mandei. Desfiz a “amizade”, claro. Como ficou sendo uma carta de desabafo da angústia desses dias e testemunho de minha posição, com palavras e contrapalavras (no sentido bakhtiniano do termo) dessa minha conversa comigo mesma e com uma professora, apenas uma...e todas..., guardarei a versão longa para a posteridade, me lembrando de mim mesma diante dos fatos, a aos que talvez achem que sou despolitizada, ou politizada de última hora. E fiz essa introdução, para que eu não esqueça o contexto desse escrito. Talvez decida postá-lo no blog. Ou não. Como virou quase uma carta-crônica argumentativa, protagonizada por duas professoras quaisquer, vou pensar nisso...

Vamos à carta!

Não sou petista “de carteirinha”, não mais, vejo os erros que foram cometidos (muitos não são erros, mas acertos, a depender do ponto de vista...acertos que incomodaram os privilegiados), tenho críticas (e quero continuar podendo tê-las), a maioria delas mais pela perspectiva do não atendimento a pautas de esquerda do que de direita, críticas pela reforma estrutural que não fez, por exemplo, mas também por barbeiragens, especialmente na política econômica, e conchavos – oficiais ou escusos. Ou seja, me decepcionei com muitas coisas, como muitos de nós, mas sei reconhecer e valorar o que fez, bem como reconhecer as pedras que encontraram no caminho. Nessa luta, sempre estarei do lado de quem possa trabalhar pelo crescimento do país sem que os mais desfavorecidos paguem a conta, quem tem mais chances de peitar a diminuição das desigualdades sociais, realizar a reforma política, mais do que necessária, defender as instituições públicas essenciais, a universidade pública e, agora, mais do que nunca, quem possa estabelecer, de fato, medidas, atreladas à reforma política, que façam com que corrupção seja menos oportunizada em nosso país (e não apenas de políticos). E definitivamente, não sou o tipo de “novo” que pretende fazer política com lisura, mas “roubando” legalmente os trabalhadores. Tenho votado no PT, por outras perspectivas serem ainda inexpressivas em termos de chances de chegar, efetivamente, ao pleito, mas não sou mais petista incondicional “de carteirinha”. Já fui (militei, do meu jeito, quando a estrela vermelha ainda era da cor da esperança), não sou mais. Mas vejo o antipetismo como uma cegueira radical que tomou conta de muitos (alguns estão acordando, devido à ameaça iminente de proporções gravíssimas), como se a corrupção tivesse sido invenção e exclusividade do partido, e como se só isso estivesse em jogo nesse tabuleiro eleitoral. Argumento que não vale nada diante da cegueira que se instalou em muitos, que, por sua vez, acham que cegueira é de quem apoia o outro lado. E aí não tem discussão possível. São mesmo perspectivas de vida diferentes, outro planeta! Engraçado é que muitos corruptos de outros partidos estejam aí, circulando, se candidatando, desculpados, e suas falcatruas jogadas debaixo do tapete, só porque não são PT, não é? Curioso... Mas a corrupção está longe de ser a única pauta da agenda que está em jogo na escolha do presidente (e teremos a chance de saber da corrupção - talvez ainda maior - do governo do seu candidato. Talvez dele próprio. Vamos apostar?). Sou, desde sempre, contra as pautas das políticas neoliberais que só beneficiam as grandes empresas, os endinheirados, que tiveram ameaçadas suas prerrogativas (naturalizadas) com as reformas sociais (insuficientes) que os governos petistas estabeleceram. Eles, junto com os políticos neoliberais, é que querem que vocês creiam que a única alternativa, na política econômica, ao capitalismo neoliberalista selvagem, seja a “ameaçadora ditadura comunista”. E conseguem! Apesar de 13, quase 14, anos de governo nada comunista...E mais...a privatização irrestrita também envolve nos vender aos EUA...nossa água, nossa Amazônia...o futuro de nossos filhos e netos, de nosso Brasil. Patriota só se for americano, seu candidato!

Na educação – sem plano para a educação  sobrará o conservadorismo, a Escola amordaçada, quiçá a militarização, e isso tudo associado a esse mesmo neoliberalismo. Neoliberalismo econômico combinado a autoritarismo social – quiçá totalitarismo –, nas escolas e universidades, será um desastre para a educação. Então, não entendo mesmo professor que vota por esse projeto. O neoliberalismo na educação – nossa área e ao qual sou terminantemente contra – investe na abertura da universidade aos financiamentos empresariais, às pesquisas instrumentais, utilitárias, que visem à produtividade, a agregar valor ao capital, propagando a adequação do ensino de crianças, jovens e adultos à competitividade do mercado internacional, que trata mérito como justeza, atribuindo peso neutro às condições, avaliando a chegada pelo apagamento das diferentes condições da saída, naturalizando privilégios. Essa não é minha visão de escola, de universidade, que sai do campo sociopolítico, para ser integrada ao mercado; de professor, como mero formador para o mercado de trabalho; e de estudante, como semente de mão de obra e consumidor do ensino – ensino tecnicista, instrumental, utilitário. É a sua visão? É a de seu candidato, da força empresarial que o apoia (por que será, né?). Se é a sua visão, então estamos mesmo a léguas de distância...E tem mais, a educação é por essência, sociopolítica, educar o nosso povo para pensar, para usufruir mais amplamente da cultura letrada, respeitando outras referências culturais, não tem como se dizer educadora e se furtar a essa natureza. Educar é educar para a diversidade, para a crítica, para a humanidade, para a justiça social. Ou não é educação. E tudo isso está em risco. A desumanidade instaurada, as belezas do humano para fora do campo da educação, a educação para fora da educação. A natureza social, cultural e política da educação, substituída pelo capital e ameaçada de morte violenta e implacável pela boca dos que você apoia. A subjetivação colonizada pelo mercado e pela intolerância social, política, étnica, e etc. Assim, de fato, “we don’t need no education! We dont need no thought control”. E do resto do refrão, também não!

Nunca apoiei ideais neoliberais tucanos, mas é preciso reconhecer agora que, apesar das enormes divergências políticas e de visões de mundo dos dois partidos, da política voltada para diferentes camadas da sociedade, havia, nas disputas eleitorais, minimamente, o respeito aos limites da democracia e, publicamente ao menos, não se posicionaram de forma frouxa quanto aos direitos humanos básicos, não afrontaram, ao menos não diretamente, a “dignidade da pessoa humana” – conforme princípio estruturante de nossa Constituição. Polarização política, em condições normais, é parte da democracia, e os oponentes partem para a disputa no voto, com ou sem algum jogo sujo. Algumas disputas acirradas, em época de eleição, como em disputas futebolísticas, exaltam os ânimos dos eleitores, criam embates, mas, desde que dentro do aceitável, é do humano, é do jogo político... E o mundo sempre está dividido entre os que defendem pautas de justiça social e os que defendem os interesses do capital. Agora é diferente...o postulante falastrão à presidência da república não esconde as barbaridades em que acredita, as profere publicamente e é idolatrado justamente por isso – e por isso mesmo, muitos se veem representados por suas ideias e ideais preconceituosos, ultraconservadores, ultra-neoliberais e “neo” fascistas (não entraremos aqui no mérito sobre o conceito clássico de fascismo, certo?). E não acredita no voto!

O que vamos assistir – já estamos assistindo – é a um projeto de retirada de direitos dos trabalhadores, que vai atingir não só aos menos favorecidos, mas a todos nós, para favorecer os poucos agrupamentos empresariais que “governam” o país, o mundo. Aliás, arrancar os direitos trabalhista nesse momento é também a continuidade da injustiça extrema que reina em nosso país, fazendo com que os menos endinheirados paguem pela crise, enquanto os patrões das grandes corporações ficam tranquilos com seus privilégios intocados. Como um trabalhador pode apoiar isso? Fazem-nos de trouxas! Quer dizer, a muitos de nós, não! É tão nojento quanto roubar dinheiro público! É, de certo modo, roubar dinheiro público, só que “legalmente”, pelos conluios dos nossos parlamentares, comprometidos com essa lógica. 

O que vamos assistir é às escolas e às universidades públicas precarizadas, voltadas para os interesses das empresas (!!!), e o professor aviltado, confundido com “comunista”, além do absurdo de se defender a educação de crianças à distância. Projeto tecnicista de desumanização que educador nenhum, que se preze, poderia defender, indo de encontro a tudo o que conquistamos em termos de concepção de infância e de educação. O que vamos assistir é às ciências humanas e sociais, desprestigiadas e até mesmo, menosprezadas, como já bem sublinhado pelo aspirante a Ministro da Educação – “não agregam valor!” (leia-se...às empresas, à iniciativa privada). Sou professora, pesquisadora, profissional da universidade pública, comprometida com uma visão sociocultural de sociedade, formadora de profissionais da educação, nunca, jamais, poderia compactuar com uma visão dessas. 

O que vamos assistir – já estamos – é à naturalização de uma candidatura que tem um discurso vil, à barbárie contra negros, mulheres, gays, índios, seguidores de religiões africanas e contra qualquer grupo, que, em um dado contexto, já sofra algum tipo de preconceito, denotando um enorme retrocesso na conquista de direitos. Já está acontecendo...já estão vivendo em estado de medo. O preconceito é anterior e vai continuar, mas com a “assinatura” do presidente, torna o cenário insustentável, barbárie. A galera ultraconservadora e preconceituosa já estava aí, mas no seu canto diante dos direitos conquistados, e agora se sente representada por aquele pode vir a ser o chefe maior da nação e, assim legitimada, saiu da toca para debochar, ameaçar, bater, matar, pois as declarações de seu líder incentivam os que precisavam só de respaldo para fazer valer suas ideias por meio de atos intolerantes...e intoleráveis. E vai piorar! E imagina de arma na mão!!! Se ele não é diretamente responsável, o seu discurso incita à selvageria irascível, legitimando o ódio, o preconceito, que são confirmados, enfatizados, publicizados como troféu, com o gozo dos likes de seus pares, e tudo isso, legitimado pelo líder no qual votam. Não à toa os crimes cometidos, aos berros, em nome de “você-sabe-quem”... Embora ele não possa ser legalmente responsabilizado pelos atos vis de violência física, verbal e moral de seus milhares de defensores, podemos dizer que, em sua postura sectária irresponsável, enunciada aos quatro ventos, ele autoriza simbolicamente a violência e o preconceito, sim. E, em nenhum momento, usa seu poder de exortação para, verdadeiramente, dissuadir seus seguidores desses atos inaceitáveis – como seria esperado que se comportasse diante da responsabilidade que a sua condição de presidenciável “exige” (e ele liga para isso?! E se ligasse, por pura hipocrisia! E na verdade, insuflar o medo é estratégia, claro que ele não iria dissuadir quem o espalha. Estratégia de cansar nossa indignação, nos desmobilizar naturalizando o terror). Para quem pleiteia ocupar o cargo de autoridade máxima de uma nação (embora não decida sozinho, não ainda) e já declarou que o país “só vai mudar com guerra civil, matando uns 30 mil” – e com tortura, nunca com voto, é responsável, sim, tem responsabilidade tácita pelo que dizem e fazem por aí, descontrolados, ameaçando os outros de que “tem que matar mesmo!”. O que está em jogo é a democracia, o processo civilizatório, os princípios estabelecidos por nossa Constituição – capaz de, se deixar o falastrão falar mais, vai dizer que rasga essa também, como disse sobre o ECA – Estatuto da Criança e do Adolescente. É muito desrespeito! E seus eleitores comemoram esses feitos “míticos”, como crianças que acabaram de ganhar um presente, e saem desfilando-o para provocar a inveja nos outros. E, pior, por um tempo, o tom beligerante dessa situação instaurada pelo que esse candidato inspira não vai mudar, ainda que ele não ganhasse a eleição, esse ódio abriu a caixa de Pandora! Muita gente vai ser ameaçada, muita gente vai morrer, ganhando ou não as eleições...Tempos sombrios por vir, de todo modo...Mas isso não lhe diz respeito, não é? Desde que sua família esteja segura, acertei? Não são seus direitos sendo retirados, esse medo não é seu medo, então...

Além de todos os casos de ameaça ou violência que aparecem na mídia, tem os que não aparecem. Muitos outros! Já está perto de nós. Inúmeras universidades e outras instituições apareceram pichadas com ameaças, artistas, intelectuais, cidadãos... Intolerância tem de ambos os lados, pessoas “sem noção” também, mas o que estamos assistindo é uma situação de exceção, o crescimento de uma barbárie legitimada, sem precedentes! Onde você ouve o outro candidato sancionar, ainda que tacitamente, qualquer ato de violência e de preconceito? O ser pernóstico e virulento que se anuncia como presidente de nosso país só sublinha tudo isso, que abomino. E em nome de Deus e da pátria! Mesmo não sendo religiosa, me arrepio com esse uso do nome de Deus em vão. Tenho princípios, me sinto mais “religiosa” do que ele. Não posso compactuar com nada disso, nem com quem apoia isso, seja quem for... ainda mais de forma ostensiva e debochada. Deboche que aprendem também com seu líder. Como disse meu marido recentemente, a vida, a situação política, é um jogo de xadrez complexo, não um jogo de damas simples, de comer peças de ambos os lados, como o postulante à presidência e seus eleitores querem fazer parecer, nas críticas que fazem para justificar seu apoio cego ou muito bem consciente a um candidato desse quilate. 

Claro que há entre seus eleitores vários perfis – aqueles que comungam de fato dessas ideias; aqueles que estão cegos de ódio; aqueles que preferem minimizar as barbaridades e sublinhar apenas um ou outro aspecto, por vezes periféricos e banais (ouvi que um taxista vota nele, porque ouviu dizer que ele vai acabar com o Uber!); tem aqueles que riem e acham graça da “sinceridade” dele, o mito!, e creem, veementemente em sua honestidade incorruptível; aqueles que se informam pelas fake news que circulam amplamente – pagas e disparadas ilegalmente, por empresas que têm interesse, claro, no resultado das eleições (compra do envio em massa de notícias falsas, mesmo no terreno “sem lei” do WhatSapp, com ou sem anuência do beneficiado, se incidir nos resultados, é crime eleitoral). Há ainda aqueles que repetem, cortam e colam textos, compartilham “memes”, defendendo ou atacando posições que nem entendem, e aqueles que não sabem onde estão se metendo... Mas os mais insuportáveis são os se comportam exatamente como seu líder: debochados, desrespeitosos, preconceituosos, rasos, toscos, agressivos, autoritários, farsescos, cheios de ódio, pretensos donos da bandeira nacional e das cores da nossa nação, paladinos da moralidade e da honestidade e agindo como se aqui fosse terra “sem lei”, de pouca civilidade e extremamente deselegantes. Desses, tenho e quero ainda mais distância. Se dizem, como seu líder, combatentes da corrupção e da mentira, corrompendo e mentindo; dizem primar pela honestidade, produzindo e divulgando fraudes; exército contra ideologias, mascarando a realidade e produzindo falsa consciência; arautos da moralidade, enquanto arquitetam golpes baixos e escusos, sem ética alguma, fraudando o processo eleitoral para alcançar um resultado – que, inclusive, o dito cujo disse que não aceitará se for diferente do que ele quer, com ares de tirano e totalmente antidemocrático (desde já). E ainda por cima, não tem propostas para o Brasil. É de lascar! Bom, tem o projeto de desmonte, de armamento da população e, quiçá, já não é mesmo um projeto esse de provocar a polarização para justificar o estabelecimento da militarização (a conta-gotas, depois que descobriram que, desse modo, vamos nos acostumando e aceitando as coisas, amortecidos, anestesiados). E já sabe para quem o regime militar foi produtivo, não é?

Assim, não estou suportando proximidade com quem assina embaixo da truculência que o candidato livremente anuncia, e seus partidários já estão praticando... quem não vê o cenário de barbárie que vamos ter que enfrentar... O que está em jogo é a democracia, os direitos conquistados, os valores éticos envolvendo os grupos que sofrem preconceito, e que estão na mira das balas que o candidato tanto idolatra.  Candidato com arroubos autoritários e extremistas, que debocha das instituições do mundo democrático, dos documentos oficiais que protegem crianças e adolescentes, das leis de reparação às atrocidades históricas. Candidato que se estabelece, paradoxalmente, democraticamente, através do processo eleitoral (sem entrar no mérito nos meios de se conseguir isso) – mas foi exatamente como foi o estabelecimento do nazismo alemão – inicialmente, pelo voto, e com discursos e estratégias muito semelhantes...Ditadura institucionalizada pelo voto! Aliás, pelas leis brasileiras – que eles vão mudar, pode ter certeza! – é crime “praticar, induzir ou incitar a discriminação ou preconceito de raça, cor, etnia, religião ou procedência nacional”, com reclusão e multa. Só no Brasil mesmo, as leis, descumpridas escancaradamente, não só ainda não colocaram esse homem, e vários de seus seguidores na cadeia, como vão elegê-lo!!!  

O candidato mostra ainda sua face deselegante e nada democrática ao negar-se a debater propostas, proferindo indelicadezas que em nada respeita o jogo eleitoral, ao negar-se a acordar pela verdade na campanha, valores simples, óbvios e civilizatórios. Não sabe se posicionar entre o que pode e o que convém. Escancara seu jogo sujo e é aplaudido. Inverte o discurso parecendo um doido. Mas não é...sabe muito bem o que está fazendo, e por isso se abstém covardemente do debate, criando justificativas escusas para reduzir sua campanha ao “relacionamento direto com o eleitor”. Convenhamos! Justificativas toscas...afronta nossa inteligência.

É realmente de temer quem defende armar sem controle uma sociedade que já mostra que o valor da vida se esmaece a cada discussão por qualquer bobagem ou discordância. Aliás, tenho muita dificuldade em compreender quem tem filhos ou trabalha com crianças achar normal um candidato que faz apologia à ideia de colocar armas na mão das crianças de 5 anos, com o argumento de aprenderem a atirar para não crescerem covardes, retirando delas a infância e valorando uma sociedade militarizada, perversa. A imagem de uma criança em seu colo repetindo gesto de atirar, para mim, não só é insustentável, como deveria ser crime! Várias imagens de crianças com armas...o que isso significa? 

Mas, apesar disso tudo, tenho mais medo mesmo é desse general, militar de linha dura, simpatizante declarado da ditadura, e que faz declarações inconcebíveis, e até com chicote na mão (!!!). Me amedronta mais do que o candidato à presidência. Candidato que, aliás, é capitão. Figura populista farsesca de farda e arma empunhada...mas tenha medo...Longe de rir da farsa, do fake, do tosco, tempos sombrios se anunciam...A hierarquia militar é muito rígida...só isso já deve dar notícia de que há algo “podre no reino...”. Teremos um vice-presidente muito mais perigoso do que o preconceituoso, machista e misógino presidente, anunciando, inclusive, que a ditadura – que por ora tememos metaforicamente (e se não teme, mais razão ainda para sermos de outro planeta!) – pode se instaurar novamente no nosso país. Dizer que o medo é injustificável é, senão ingenuidade, uma grande malandragem. E mesmo que não seja o caso, que esse medo não se concretize, jamais posso sentar ao lado de alguém que apoia quem homenageia um torturador da “sucursal do inferno” (como tal torturador declarava em suas ameaças), ainda mais um que torturou pais, em condições subumanas, na frente de suas crianças. Crianças!!! Isso não é humano. Não é aceitável! Não entendo um pai, uma mãe, um professor, uma professora, não ver horror nisso, desculpar, tapar com a peneira, fazer concessões por que o ódio ao PT é maior (???). Aplaudir! E é isso que estão aplaudindo e elegendo como presidente e vice-presidente, este último, candidato declarado a tomar o poder caso algo saia dos trilhos. Fazer apologia, hoje, ao nazismo é crime, tanto na Alemanha, como em vários países, inclusive no Brasil, e aqui elegemos quem nega a ditadura militar brasileira, defende a tortura e idolatra torturador – e dos mais cruéis! Sou educadora, tenho filho, não posso admitir tal descalabro. E isso no Plenário da Câmara! Devia ir preso por isso! 

Se hoje podemos discordar, é porque existe democracia. Essa falácia de que a ditadura só o foi para os comunistas/terroristas, “comedores de criancinhas”, é uma afronta à história (lembrando que até crianças foram consideradas subversivas), um desrespeito ao ativismo, que, inclusive, é pauta dele calar, exterminar. Não sente cheiro de forte censura no ar? Uma professora não pode concordar com a reescrita da história, que produz o apagamento dos horrores, idolatra torturadores, muda termos para amenizar fatos e apagar pretensas ideologias, com novas ideologias (mas, deixa quieto, detectado o uso de conceitos complexos e polissêmicos de forma simplória), já que a mudança reflete maneiras diferentes de entender o passado e o presente. Reescrita que reconta as atrocidades cometidas do ponto de vista dos militares (neutros eles?), muito parecidos com esse general que teremos como vice-presidente, que minimizam, inclusive os grandes genocídios da história da humanidade... Vice que abre a boca e fala coisas que são inadmissíveis pelos princípios éticos, e registrados na nossa Constituição. 

O argumento atual de que “se der errado, a gente tira ele”, é o argumento de quem não viveu ou não entendeu a ditadura militar e acredita que os torturados foram merecedores do que passaram, pois “as pessoas de bem” viveram bem no “regime” militar (amenização detectada!) salvador da pátria! Alguma semelhança? Até o lema do 17 é plágio do lema de Hitler! O que dizer do uso de ferramentas simbólicas para iludir, conseguir adesão acrítica (e depois controlada e vigiada mesmo), de forma a capturar e manter manadas sob seu domínio? E se, mesmo assim, é tudo isso mesmo que os eleitores dessa dupla explosiva pensa e lhes agrada, então não tenho absolutamente NADA em comum com essas pessoas. Vamos ver no que isso vai dar...só lembrando que, se em 1964 foi golpe, em 2018 terá sido por escolha... E se medo injustificado for (Tomara! De verdade, não tenho apego a comemorar as previsões certas acima do mal que elas venham nos causar), se for medo vão, de todo modo, os restos e sobras desse cenário não me permitem me sentir irmanada aos que vislumbram essa gente no poder. É chocante! Não posso entender que o antipetismo seja maior do que tudo isso. Já tem antipestita estampando seu apoio e seu voto à democracia que, por hora, é representada pelo PT e coligações. E seguirá se opondo, criticando... Eu mesma nem acho que era hora de, no cenário político atual, ser o PT a opção como oponente ao crescimento do 17. Não nesse momento de ódio e polarização. Mas assim foi, e agora é essa a opção pela democracia.

Assim, por via das dúvidas, mesmo sabendo que algumas pessoas apoiam a candidatura do você-sabe-quem por ignorância do que se anuncia e pode estar por vir, ou por uma cegueira obstinada, deletei todos os “amigos”, assumidamente 17, de meu Facebook. Menos você. Pelo fato de termos uma troca anterior a essa disputa. Entendo que não se trata aí de ser intolerante numa disputa política, mas de uma divergência moral, ética, de valor de vida, que mexe na essência do que sou... E sou mulher, professora...da universidade pública, que muitos de você tacham de antro de comunismo (que não se instalou, contrariamente ao medo infundado, em 13 anos de PT, longe disso...e continua, pelo visto, “comendo” criancinhas...). Trabalho muito pela educação (e foi como nos conhecemos), pela formação humana, pela formação do leitor competente e crítico, pela infância, pela cultura, pela vida, não posso aceitar insinuações de que somos projetos de comunistas, esquerdopatas encostados, que não fazem nada devido à estabilidade, que mamam do dinheiro público. Que falta de respeito! Sou pesquisadora, não posso aceitar que insinuem que as pesquisas da área de humanas são desimportantes, inúteis ao vasto mundo, visto apenas pela lente estreita e interesseira do mercado. Discurso de mundo que transforma o que é complexo em simplório, xadrez em dama, investe em desconhecimento como forma de controle, esconde os conhecimentos e valores históricos e socioculturais debaixo do tapete, confunde visão social com comunismo, reduz o humano a manada, a consumidor, a força de trabalho, voltando ao obscurantismo em termos de ciência, educação e política... Indignação, revolta e tristeza são palavras poucas...desencanto com a humanidade. E sou nordestina...letrada, não uma pobre alienada, manada e coitada, como somos retratados na análise rasa e claramente interessada feita da situação do primeiro turno no Nordeste, inclusive por você. Não posso compactuar com visões preconceituosas do meu povo. Povo que, justamente por ser pobre, soube reconhecer as melhorias que houveram nos últimos anos, o que perdeu-se nos anos pouco depois do impeachment injusto, golpe articulado, e que sabe que mais direitos serão retirados nessa gestão. Vi, como professora da UFBA, estudantes que nunca teriam chegado à universidade não fossem as oportunidades abertas no governo Lula, e hoje estão empregadas em grandes colégios, pequenas escolas ou concursadas na rede municipal, professoras com muito orgulho! Inclusive filhas de pais analfabetos. E nos enchem de orgulho. Em outras áreas também. Não poder reconhecer isso pela cegueira, ou pior, não ver valor algum nisso e chamar o povo nordestino de coitado e manipulado, e a universidade de reduto esquerdista, por defender a dignidade social, a equiparação de oportunidades, é um disparate. Não consigo engolir. A tal propalada mudança não é para o povo! Quem é mesmo que está cego e ignorante? Sinto pelo tom agressivo...mas mexeu com o nordestino, mexeu comigo!

Desse modo, pelo menos por enquanto, vou desfazer nossa amizade aqui no Facebook, onde a palavra “amizade” é só retórica, na verdade. Só gastei meu tempo (pequeno, porque trabalho muito) para escrever minha justificativa, longa, muito longa, para desfazer a amizade, por consideração a você. Não fiz isso com nenhuma outra pessoa. Desfiz apenas. Não por achar que uma palavra sequer escrita aqui fará algum efeito. Não tenho essa ilusão. Nem de longe! Assim como também não preciso de argumentos contrários ou justificando o ponto de vista antipetista,  conheço-os todos – os pertinentes, os exagerados, os fantasiosos e os fakes. Nem mesmo vou desafiá-la a repensar se os seus valores realmente comportam esse tipo de ideais, de posturas e de cenários descritos (dilema ético detectado?). Não tenho ne-nhu-ma ilusão de me fazer ouvida. Então, além de ter me servido como desabafo – eu estava mesmo precisando – trata-se apenas de justificar minha atitude, com um clique, no Facebook, por consideração a você (minha oposição a você não é irracional, como é, muitas vezes, a de vocês por nós. A de seu candidato ao meu). É simplesmente porque está me fazendo muito mal ter essa energia por perto nesse momento. Como eu disse, não é intolerância política da minha parte, não é questão de divergência partidária – que a gente debate, discorda, acolhe, respeita, e volta para casa para dormir e levar a vida, no estado democrático. É diferença moral, ética, de visão de mundo. Embora eu saiba que o opressor sempre tem entre seus apoiadores aqueles que ele oprime, não posso conceber uma pessoa, ainda mais uma professora, que assine embaixo de uma visão de mundo na qual a humanidade é perdida, robotizada para servir aos interesses do capital, toda a dimensão da vida reduzida  ao domínio do útil atropelando o “desútil” da poesia da vida, do que constitui os sujeitos como sujeitos, e não como sujeitos “objetificados”, objetos dos interesses dos endinheirados. Mas, ok, essas pessoas existem! Mas nem precisa ir nesse nível de complexidade e humanidade – coisa que está ao alcance de poucos eleitores de seu candidato. Embora sejam muitos os motivos para eu desfazer essas “amizades” de quem apoia essa visão de mundo, basta um motivo para nos pôr em lados completamente opostos, em planetas distantes: não posso compartilhar nada com quem apoia candidato que defende a tortura e idolatra torturadores...e mais, que acharam justificável a vileza de torturar pessoas na frente de seus filhos. Não, isso, não!

E, por isso mesmo, talvez essa “amizade” nem possa ser recosturada (ainda que amizade distante de Facebook), e em torno de interesses comuns de trabalho. Trabalhamos com a infância, para mim é chocante que esse interesse, pela forma em que a criança e a educação estão postas nas ideias de seu candidato, se desdobre em visões de mundo tão díspares! Mas quem sabe, embora essa situação toda descortine para mim do que ainda somos capazes como humanidade, e nunca mais eu vá olhar as pessoas do mesmo jeito, talvez possamos, no futuro, mesmo sabendo que pensamos muito diferente, restabelecer o contato, depois de passado tudo isso e, especialmente, depois de vermos as consequências das escolhas que fizemos hoje. Mas hoje não. #elenão!


Lica, outubro de 2018

P. S. 1.  #elenão com hastag!

P. S. 2. Para quem não sabe, “você-sabe-quem” é o nome dado ao inominável Voldemort, vilão maior da saga Harry Potter, também referido como “Aquele-Que-Não-Deve-Ser-Nomeado” ou ainda “Aquele-Cujo-Nome-Não-Deve-Ser-Pronunciado” ou apenas “Lorde das Trevas”.

P. S. 3. Sobre fascismo, sabemos muito bem o que é, diferente do que pensa e de quem repete, feito papagaio de pirata, esse contra argumento, querendo desqualificar os argumentos. Conceitos são complexos e dinâmicos. No tempo de neoliberalismo extremo e de redes sociais, certamente, esse conceito pode tomar outras feições. No futuro, saberemos a cara que tem o fascismo que troca o pilar antiliberal pelo neoliberalismo desenfreado na economia e “ditadura” do mercado.

P.S.4. Escrevi tudo isso antes do episódio em que o presidente eleito e uma deputada mais louca ainda que ele, se manifestaram publicamente sobre estudantes filmarem as aulas dos professores para denunciá-los. Ainda bem... o tom meio ácido desse texto teria sido sulfúrico... professor não vale NADA para essa gente... E temos que ver isso mesmo - os oprimidos apoiando seus opressores cegamente. Porque se é apoio consciente, e não cego, então professora é o que você NÃO É!

4 comentários:

  1. A eleição de 2018 foi marcada por uma disputa bastante acirrada entre os candidatos Fernando Haddad (PT) e Jair Messias Bolsonaro (PSL). Consolidando uma divisão ideológica entre pessoas e partidos políticos que compartilham de valores bastante diferentes no que tange as concepções sobre educação, inclusão social e arte, por exemplo.

    Manifestos virtuais políticos foram ferramentas de expressão e tentativa de persuasão nas redes sociais. O Whatsapp pôde ser considerado o aplicativo com maior concentração deste tipo de eleitores, que defenderam suas causas a partir de postagens que visavam reforçar o posicionamento dos partido. Sendo, inclusive, palco de denúncia direcionada ao político Jair Bolsonaro por compra de envio de fake news. Além disso, vale ressaltar a campanha #Elenão, feita por mulheres de defendem os direitos feministas.

    Nesta eleição, 45% dos eleitores votaram no PT por ver no partido um defensor das classes pobre, negra, lgbt, indígena e grupos minoritários em geral. O resultado acirrado comprovou que o país vive a beira de uma guerra civil, pois concepções de mundo são muito contrastantes entre os eleitores.

    Um “encerramento de amizade” por parte da professora Liane Castro de Araujo, direcionado a uma amiga professora que compartilha dos ideais neoliberais, ilustra o rompimento de um pensamento pedagógico inclusivo perante um posicionamento coercivo direcionado à educação. Cada vez mais, manifestações de violência são direcionadas aos grupos de resistência, sejam eles políticos, institucionais ou religiosos.

    Ao que diz respeito à educação, propostas pedagógicas enriquecedoras - como as que apresentam e aplicam o autor Paulo Freire – estão numa tensa ameaça de serem extintas. O presidente eleito Jair Bolsonaro já falou em suas redes sociais que é para as pessoas fazerem filmagens quando os professores falarem do pedagogo ou de Marx, por exemplo. Demonstrando que estamos à beira de uma censura ideológica que atinge as salas de aula do país.

    UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA
    FACULDADE DE EDUCAÇÃO
    DISCIPLINA: EDCB85 ALFABETIZAÇÃO E LETRAMENTO
    ESTUDANTE: SANDRA MACHADO DA SILVA
    PROFESSORA: LIANE CASTRO DE ARAÚJO
    TURNO: MATUTINO

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    1. Embora ela não fosse propriamente uma amiga, mas apenas uma "amiga" de Facebook, eu me correspondia com ela, em função dos materiais.
      Fiquei realmente muito mexida com tudo isso, e a carta terminou não sendo só para ela - por isso está aqui publicada. Ando muito triste, mas acho que foi esse jeito - escrever-lhe - que encontrei para ser firme (não queria essa energia para mim, nem ver deboches), e ao mesmo tempo, ter alguma elegância. Não compactuo de atitudes de ódio, deboche e deselegância para com os outros, mesmo esses que eu não entendo terem feito tal escolha.
      É isso...

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  2. Não precisou nem de três meses de governo e muito disso aí já se concretizou ou se anuncia.
    Ô cegueira, meu deus!
    Se não está envergonhada agora, não merecia mesmo sua "amizade", professora.
    Excelentes reflexões.
    Andreia

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    1. E não é, Andreia?
      Só não sei se a tal professora - e todas as outras que votaram nesse governo - estão se fazendo de "joão sem braço" e firmes no apoio e na cegueira, ou se estão, finalmente, enxergando a besteira que defenderam antes. Talvez tenha de tudo, né?
      Enfim...
      Saudações...

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