terça-feira, 2 de outubro de 2018

Minhas andanças em Minas

Olá, gente,
Folder da minha palestra no Ceale Debate
Faço esse post para registrar minha viagem a Minas, de 26/10 a 28/10/2018, a convite da FaE (Faculdade de Educação), da UFMG, através da professora Daniela Montuani

Fui falar no Ceale Debate, evento do Ceale - Centro de Alfabetização, Leitura e Escrita da FaE, coordenado, no momento, por Daniela, bem como apresentar minha pesquisa sobre jogos e materiais pedagógicos na alfabetização e fazer uma oficina de produção de material para a equipe de professoras de Lagoa Santa, município próximo a Belo Horizonte, onde a professora Magda Soares desenvolve um trabalho com a rede municipal de ensino, através do projeto Alfaletrar

Bom, mas como falei em Magda Soares...começarei por ela. Como ela não pôde participar dos eventos em questão, fomos visitá-la em sua casa em BH. Que pessoa encantadora e generosa...quis me conhecer ao vivo e me acolheu tão bem... Magda! Obrigada por tudo! E que escritório lindo! Quando eu crescer, quero ter um igual!!! :)  


Queria presentear Magda com um mimo pessoal e que tivesse a ver com nossa afinidade pela alfabetização. Então, dei a ela a capa da minha brochura (ainda a sair) sobre o abecê nordestino, feita especialmente para essa publicação pelo J. Borges e, claro, devidamente emoldurada e embalada, com cartãozinho de agradecimento

Depois de muitas conversas, era hora de voltar para nos preparar para o Ceale Debate. Ainda meio rouca...saída de um processo longo de rouquidão - fiquei até afônica! - e ainda que a voz não tivesse 100%, deu tudo certo! 

Minha fala foi sobre Textos poético-musicais da tradição oral na apropriação da linguagem escrita, como no Ceará, recentemente. Mas dessa vez, numa fala com maior duração...embora sem a Canastra Real! Mas Dani deu um jeito de arrumar um estudante da UFMG que fez o introito cantante para colocar a galera no clima. Obrigada, Maurício!

A mesa foi composta por mim e por Daniela, coordenadora atual do Ceale Debate.

Eu e Daniela Montuani

A palestra está disponível abaixo, ou aqui, em melhor resolução. Posteriormente, aqui.



No dia seguinte, partimos para Lagoa Santa, que é bem perto de BH, para fazer a Oficina de produção de materiais para as "meninas de Magda". Da parceria de Magda com a rede municipal de lá, através do projeto Alfaletrar, foi constituído um Núcleo de Alfabetização e Letramento na rede, e estão fazendo um trabalho coletivo e consistente de acompanhamento da alfabetização. As professoras já produzem jogos e materiais, seja a partir dos objetivos de aprendizagem, seja de dificuldades específicas que sua turma revela no decorrer do ano. Tanto essas produções de material, quanto o que produzem relativo à leitura literária, constituem dois eventos que acontecem cada um num ano: o Alfalendo, de literatura, e o Paralfaletrar, a mostra de jogos e materiais produzidos por elas. No ano que vem vou tentar ir no Paralfaletrar. Vamos ver!

Diante disso, a galera já tem a manha, e a oficina transcorreu de forma leve, apesar de rápida. Foi a própria Magda quem escolheu os materiais do meu acervo que seriam disponibilizados para elas produzirem na oficina. Algumas alunas da UFMG, especialmente as bolsistas de Daniela, participaram também. 




No outro dia, apresentei minha pesquisa na FaE, no Grupo de Pesquisa em Alfabetização, do Ceale (GPA/CEALE/FaE/UFMG). Foi muito bacana poder compartilhar a pesquisa com outros pesquisadores da área, ainda mais no Ceale - centro que é referência, junto com o CEEL, no campo da alfabetização no Brasil. É muito bom trocar com os pares que comungam das nossas concepções, epistemologia e posicionamento político quanto à alfabetização no nosso país. Assim, conheci as professoras Francisca Maciel (atual diretora do Ceale), Sara Mourão Monteiro, Isabel Frade, dentre outras.


Dani, eu, Isabel Frade e Francisca Maciel
Registro também a minha alegria de conhecer Isabel, que só via de longe nos eventos, e de ter podido, em off, conversar com ela também sobre a minha outra pesquisa - a do abecê nordestino - já que ela se dedica à história da alfabetização, dos materiais didáticos do passado.  

Depois disso, um passeio pela FaE, foto no grafite de Magda no pátio da Faculdade, e presentinhos... ganhei o Glossário Ceale e outros materiais lá para o Laboratório de Acervos Pedagógicos, lá da FACED/UFBA (projeto articulado a minha pesquisa). Mas, olha, ganhei queijo Canastra e goiabada Cascão também, viu? Porque ninguém é de ferro! Aliás, comemos muito bem esses dias, né, Dani?! Ô terra boa é Minas!

É isso, gente! Muito produtiva essa ida a Minas, à qual agradeço imensamente a Daniela Montuani, contando que teremos ainda outras trocas, parcerias, coisas em conjunto. Aliás, já temos duas publicações em vista! Um Dossiê de Alfabetização numa revista de lá, que ela está coordenando, e me convidou a submeter um artigo, e um livro cá, que estou organizando com Patrícia Camini (UFRGS), Gabriela Medeiros e Silvana Zasso (ambas da FURG/RS), e para o qual convidei Dani a participar também. Esse será sobre recursos didáticos. As coisas estão acontecendo!

E tudo começou (para isso aqui), a partir de uma entrevista comigo, que está postada lá no site do Alfaletrar, aqui. É só clicar em "saber mais" ali onde indica a minha entrevista "Alfabetização em jogo". Essa entrevista foi um convite de Sônia Madi, que trabalhava na plataforma Alfaletrar, antiga professora minha e também seguindo fazendo coisinhas juntas agora. Foi a partir dessa entrevista que Daniela fez o convite para tudo isso...e muito mais!


E assim, vamos nessas parcerias interinstitucionais, que nos ajudam a fortalecer as discussões comuns que nós nos empenhamos em fazer. Em outubro, parto para Pernambuco! Vou apresentar minha pesquisa lá no CEEL/UFPE, a convite de Carol, a Ana Carolina Perrusi Brandão, e participar de uma banca de doutorado de orientanda de Artur Gomes de Morais. Vamos que vamos! 

Inté o próximo post!

7 comentários:

  1. Boa noite profª!

    Assisti sua palestra que muito me instruiu e instigou no assunto.

    Apesar de não ter muito conhecimento por não ser da área da pedagogia ainda, para mim, ficou claro a importância de trabalhar a tradição oral no processo de letramento, alfabetização e formação de um indivíduo.

    Saber como esta tradição entra nas escolas e a diversidades dos textos poéticos musicais da cultura infantil (surpreendi-me com a variedade) foi muito interessante. Faz se essencial estarmos atentos para manter e ampliar este repertório.

    Marcou-me também a visão de não se tratar de brincar objetivando a alfabetização e sim vivenciar a tradição oral como cultura, experiência sensível para então com este repertório, poder fazer parte do processo de letramento. Como disse, uma questão do contexto e não de pretexto.

    Ao final, me observei motivado a pesquisar e trabalhar com trava línguas.... mto legal !

    Parabéns e obrigado !
    Julio Fabrini
    EDC B85/UFBA/2018

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    1. Júlio,

      E não é que tu pegou este tema para o seminário? Li esta postagem e teu comentário mais ou menos no período que foram postados e agora volto aqui para dizer que o conteúdo do blog é muito bom mesmo, e sobretudo a disposição da professora em compartilhar os momentos de formação fora da nossa cidade, da nossa instituição.

      Realmente o componente e as discussões (todas) nos faz pensar no quanto precisamos nos debruçar sobre a nossa tradição e a sua ligação com a nossa formação enquanto indivíduos para trabalharmos com educação, e com alfabetização.

      Espero que o seu seminário seja incrível para tu e tua equipe, bem como a minha experiência enquanto expectadora.

      E quem sabe teremos um escritório nível Magda Soares um dia, hein? Adoraria! <3

      Louise
      EDCB85 2018.2

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  2. Que bom, Julio!
    Se instigou você, que não é dessa área, já fico feliz! Você destacou aspectos essenciais nessa discussão!
    De todo modo, a cultura lúdica se afina também com a arte, né? Várias possibilidades de diálogos! E poesia também é arte da palavra...
    Nós separamos os campos todos, mas há muitos fios que tecem mil possibilidades de encontros e reencontros. Só buscar!
    Quem sabe se interessa pelos trava-línguas para fazer o trabalho do nosso componente?
    Liane

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  3. Lica querida;

    Foi um imenso prazer recebê-la em Minas. Tenho certeza que foi só o início de muitas parcerias. Nós é que agradecemos o tempo tão frutífero que tivemos com você por aqui!
    Daniela Montuani
    CEALE/FaE/UFMG

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    1. Ooooh, Dani!
      Que coisa boa você deixando recadinho aqui...
      Também tenho certeza! Foi bom demais...
      Bjos
      Lica

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  4. A viagem de Liane Castro de Araujo a Minas foi feita a convite da Faculdade de Educação (FaE), da UFMG, através da professora Daniela Montuani, doutora e mestre em educação pela Universidade Federal de Minas Gerais (onde também realizou sua graduação em pedagogia com ênfase alfabetização, leitura e escrita). Liane foi falar no Ceale Debate, evento organizado pelo Centro de Alfabetização e Escrita da FaE, além de apresentar sua pesquisa sobre jogos e materiais pedagógicos na alfabetização e fazer uma oficina de produção de material para a equipe de professoras de Lagoa Santa, município próximo a Belo Horizonte.
    A viagem também foi marcada pela visita à Magda Becker Soares, que desenvolve um trabalho com a rede municipal de ensino, o projeto Alfaletrar. Além disso seu currículo é preenchido pelo fato de ser professora titular da Faculdade de Educação da UFMG, pesquisadora do Centro de Alfabetização, Leitura e Escrita (CEALE), graduada em Letras, doutora e livre docente em Educação, além de ser autora de diversos livros.
    O intercâmbio pedagógico é de extrema valia para os processos educacionais, esta realidade pode ser representada pela frase de Paulo Freire: “Quem ensina aprende ao ensinar, que aprende ensina ao aprender”. Esta troca infinita de saberes é exercitada na medida em que profissionais de educação expõem o conhecimento que possuem, dialogando com outros colegas de profissão acerca das suas teorias e práticas.
    No atual cenário político brasileiro, as formas de educar estão fadadas a passaram por determinadas limitações imposta pelo presidente eleito Jair Messias Bolsonaro, que vê nas práticas pedagógicas ferramentas de persuasão política que não agradam seu governo (principalmente teorias de Paulo Freire e Karl Marx). Portanto, viagens como essa são de extrema valia para que a contínua troca de saberes entre professores de diferentes campos não seja extinta.
    Esta viagem foi consequência da entrevista que a professora Liane Castro de Araujo concedeu ao site do Alfaletrar. Concretizando a possibilidade de troca de saberes entre profissionais da pedagogia, onde todos ganham ao adquirirem conhecimento acerca dos processos educacionais.

    UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA
    FACULDADE DE EDUCAÇÃO
    DISCIPLINA: EDCB85 ALFABETIZAÇÃO E LETRAMENTO
    ESTUDANTE: SANDRA MACHADO DA SILVA
    PROFESSORA: LIANE CASTRO DE ARAÚJO
    TURNO: MATUTINO

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    1. Sandra,
      Não precisa resumir as postagens, quero mesmo é ver sua interação com as temáticas tratados, tá?

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