tag:blogger.com,1999:blog-27650477425470727082024-03-17T17:39:44.723-07:00Jogos e Materiais para AlfabetizaçãoOficinas, recursos e estratégias didáticas para a alfabetizaçãoLicahttp://www.blogger.com/profile/13330703422606132370noreply@blogger.comBlogger150125tag:blogger.com,1999:blog-2765047742547072708.post-69312233147114456142024-02-19T16:11:00.000-08:002024-02-19T16:11:48.268-08:00Avaliação de recurso: Quadrinhas Troca-Rimas<p style="text-align: justify;"><span style="font-size: medium;"><b>Quadrinhas Troca-Rimas</b></span></p><p style="text-align: justify;"></p><p class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt; line-height: 150%; mso-fareast-font-family: TimesNewRomanPSMT;">Conforme indiquei no post inicial que fala sobre o processo de avaliação e validação de recursos do/no LAP, postado <a href="https://oficinasdealfabetizacao.blogspot.com/2022/09/producao-de-recursos-didaticos-no-lap.html" target="_blank">aqui</a>, vou postar aos poucos alguns comentários sobre o processo de avaliação e validação de alguns kits do acervo de materiais produzidos no Laboratório. E hoje é a vez do kit Quadrinha Troca-Rimas, de que gosto muito, também porque foi fruto de brincadeiras com meu filho. Trata-se de um material
interessante, mas cujo processo de avaliação/validação ainda está em curso. Esse trabalho foi intenso quando o LAP estava vinculado à pesquisa que lhe deu origem, contando com muitos bolsistas pesquisadores e estudantes e docentes voluntários, e alguns se ocuparam dessa avaliação, a partir de um instrumento desenvolvido no LAP, também em processo de validação. No momento esse trabalho está mais parado, mas em breve, espero, retomaremos.</span></p><p class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt; line-height: 150%; mso-fareast-font-family: TimesNewRomanPSMT;">Esse material, em especial, foi confeccionado a partir de uma
brincadeira oral de trocar as rimas de quadras populares<a href="file:///C:/Users/Lica/Dropbox/NOVOS%20ARTIGOS/MEUS%20ARTIGOS%20LAP%20Valida%C3%A7%C3%A3o/ARTIGOS%20e%20etc/2.%20ARTIGO%20veio%20de%20Produ%C3%A7%C3%A3o,%20valida%C3%A7%C3%A3o%20e%20TTO%20-%20para%20outra%20Revista,%20com%20fotos.docx#_ftn1" name="_ftnref1" style="mso-footnote-id: ftn1;" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span style="mso-special-character: footnote;"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt; line-height: 115%; mso-ansi-language: PT-BR; mso-bidi-language: AR-SA; mso-fareast-font-family: TimesNewRomanPSMT; mso-fareast-language: PT-BR;">[1]</span></span><!--[endif]--></span></span></a>,
que consiste em, após as crianças conhecerem determinado repertório de
quadrinhas, propormos mudar, oralmente, o par de palavras que rima no texto. A
partir de uma conhecida quadrinha, o professor dá o mote da palavra no segundo
verso e as crianças sugerem outras palavras que rimam, no quarto verso. <o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0cm; text-align: center;"><span style="font-family: "Times New Roman", serif; font-size: 12pt;">Eu sou
pequenininha</span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0cm; text-align: center;"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt; mso-fareast-font-family: TimesNewRomanPSMT;">do tamanho
de um <b style="mso-bidi-font-weight: normal;">dedal</b><o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0cm; text-align: center;"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt; mso-fareast-font-family: TimesNewRomanPSMT;">Carrego
papai no bolso<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0cm; text-align: center;"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt; mso-fareast-font-family: TimesNewRomanPSMT;">e mamão
no... <b style="mso-bidi-font-weight: normal;">avental</b>, <b style="mso-bidi-font-weight: normal;">milharal</b>....<span style="mso-spacerun: yes;"> </span></span><span style="font-family: "Times New Roman", serif; font-size: 12pt; text-align: justify;"> </span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt; line-height: 150%; mso-fareast-font-family: TimesNewRomanPSMT;">Na medida em
que a situação propõe novos textos, a partir de novos pareamentos de palavras,
que propõe novas brincadeiras a partir desse gênero tradicional, articulam-se
aí a tradição, a renovação e a invenção, dinâmica própria a esse repertório
cultural. Brincar com e a partir das quadrinhas envolve a tradição, com o
conhecimento do gênero, de quadras do repertório popular; a renovação, com o seu
uso para brincar de trocar rimas; e a invenção, pois se abre para outras
inúmeras possibilidades no próprio movimento das interações sociais em torno
dos textos e das brincadeiras, da novidade surgida de criações lúdicas e
intertextuais.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt; line-height: 150%; mso-fareast-font-family: TimesNewRomanPSMT;">Nessa
brincadeira de permutar rimas oralmente, as substituições lexicais e a
exploração dos elementos rítmicos e sonoros relacionam-se à própria exploração
das possibilidades performáticas do gênero poético. Mas a brincadeira pode
mobilizar também a reflexão sobre as sonoridades da língua. E isso acontece desde
uma sensibilidade no nível epilinguístico (GOMBERT, 2013), só pelo brincar de
rimar e de trocar as rimas, até operações propriamente metalinguísticas, a
depender do encaminhamento dado, envolvendo, nesse caso, a habilidade de
produção de rimas. A consciência fonológica de rimas, embora não diretamente
relacionada à estrutura do sistema de escrita, chama a atenção para a dimensão
sonora da língua e confere um perfil analítico em torno da linguagem. Pesquisas
apontam que a consciência de rimas, ainda que indiretamente, contribui para a
apropriação da escrita e quanto mais as crianças tiverem, desde cedo,
experiências brincantes com os gêneros da oralidade lúdica, em que as rimas são
frequentes, mais se familiarizam com a dimensão sonora da língua - o que
contribui para a compreensão da dimensão fonográfica da escrita, que, embora
não seja suficiente, pois o que rege o sistema é a ortografia, é a base da
escrita alfabética.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt; line-height: 150%; mso-fareast-font-family: TimesNewRomanPSMT;">Assim, essa
brincadeira oral e o kit que materializa essa exploração envolvem a consciência
de rimas, com a habilidade de produção de rimas. Entretanto, as substituições
das unidades lexicais no quarto verso não mobilizam apenas a consciência
fonológica de rimas, vai além disso. O próprio ato de permutar palavras - no
caso palavras no segundo e quarto versos - aciona a consciência lexical, que é
a consciência das palavras no texto, seja oral ou escrito. As palavras se
individualizam ao serem permutadas e a busca pelas rimas chama a atenção ao significante
sonoro dessas palavras e não a seu significado, articulando-se consciência
fonológica e lexical. Mas como o sentido importa nesses textos, além de
mobilizar a consciência lexical, a partir das substituições por novas palavras,
também ao sugerir novas rimas e checar o novo texto formado, as crianças se
deparam com a identificação da gramaticalidade do enunciado e com a adequação
semântica e sintática e, assim, a brincadeira tem o potencial de mobilizar,
igualmente, a consciência sintática e semântica, articuladas à fonológica. O
riso e a graça, quando diante de sentidos engraçados ou inadequados surgidos da
substituição<a href="file:///C:/Users/Lica/Dropbox/NOVOS%20ARTIGOS/MEUS%20ARTIGOS%20LAP%20Valida%C3%A7%C3%A3o/ARTIGOS%20e%20etc/2.%20ARTIGO%20veio%20de%20Produ%C3%A7%C3%A3o,%20valida%C3%A7%C3%A3o%20e%20TTO%20-%20para%20outra%20Revista,%20com%20fotos.docx#_ftn2" name="_ftnref2" style="mso-footnote-id: ftn2;" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span style="mso-special-character: footnote;"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt; line-height: 115%; mso-ansi-language: PT-BR; mso-bidi-language: AR-SA; mso-fareast-font-family: TimesNewRomanPSMT; mso-fareast-language: PT-BR;">[2]</span></span><!--[endif]--></span></span></a>,
ratificam o que as crianças “intuem” epilinguisticamente, ou sabem,
metalinguisticamente, sobre gramaticalidade e sentido. Houve ocorrências
interessantes nesse sentido, durante a brincadeira oral no período prévio ao
uso do recurso no processo de avaliação. <o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt; line-height: 150%; mso-fareast-font-family: TimesNewRomanPSMT;">Há até mesmo
situações em que a morfologia se apresenta a consciência morfológica também
pode ser acionada, como no caso de concordar a palavra rimada com o verso, a
exemplo de “me esqueci do...cobertor”, em que a preposição “de” contraída ao
artigo “o”, não poderia acolher uma palavra feminina como “flor”, a não ser
mudando o artigo para “a” formando “...da flor”. Alguns aspectos mencionados
aqui geraram discussão nessa situação de avaliação do recurso, trazidos pelas
crianças ou mobilizados pela docente da turma e avaliadores (pesquisadoras, docentes e estudantes voluntárias). <o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt; line-height: 150%; mso-fareast-font-family: TimesNewRomanPSMT;">O material
Quadrinhas Troca-rimas foi criado a partir das potencialidades dessa
brincadeira oral e o seu uso atrela-se a essa exploração prévia, para que o
sentido cultural da oralidade lúdica se preserve e o gênero quadrinha não seja
apresentado de antemão como um produto da escrita, que não é. É preciso
preservar a performatividade oral próprias aos gêneros da tradição, pois sem
ela, e sem essa vocalidade, como diz o Paul Zumthor, sem essa corporalidade,
como diz o Claudemir Belintane, a linguagem e a cultura se esvaziam. <o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt; line-height: 150%; mso-fareast-font-family: TimesNewRomanPSMT;">O recurso,
que também foi abordado aqui no blog nesse <a href="https://oficinasdealfabetizacao.blogspot.com/2018/11/quadrinhas-lacunadas-troca-rimas.html" target="_blank">post</a>, compõe-se de quadrinhas
com lacunas nas palavras finais do segundo e quarto verso, que rimam, fichas
com essas palavras escritas, e mais outro par de fichas, que compõe a quadrinha
“renovada” por novos pares de palavras rimadas<a href="file:///C:/Users/Lica/Dropbox/NOVOS%20ARTIGOS/MEUS%20ARTIGOS%20LAP%20Valida%C3%A7%C3%A3o/ARTIGOS%20e%20etc/2.%20ARTIGO%20veio%20de%20Produ%C3%A7%C3%A3o,%20valida%C3%A7%C3%A3o%20e%20TTO%20-%20para%20outra%20Revista,%20com%20fotos.docx#_ftn3" name="_ftnref3" style="mso-footnote-id: ftn3;" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span style="mso-special-character: footnote;"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt; line-height: 115%; mso-ansi-language: PT-BR; mso-bidi-language: AR-SA; mso-fareast-font-family: TimesNewRomanPSMT; mso-fareast-language: PT-BR;">[3]</span></span><!--[endif]--></span></span></a>.
No caso do material do LAP, temos o repertório de palavras pré-definido<a href="file:///C:/Users/Lica/Dropbox/NOVOS%20ARTIGOS/MEUS%20ARTIGOS%20LAP%20Valida%C3%A7%C3%A3o/ARTIGOS%20e%20etc/2.%20ARTIGO%20veio%20de%20Produ%C3%A7%C3%A3o,%20valida%C3%A7%C3%A3o%20e%20TTO%20-%20para%20outra%20Revista,%20com%20fotos.docx#_ftn4" name="_ftnref4" style="mso-footnote-id: ftn4;" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span style="mso-special-character: footnote;"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt; line-height: 115%; mso-ansi-language: PT-BR; mso-bidi-language: AR-SA; mso-fareast-font-family: TimesNewRomanPSMT; mso-fareast-language: PT-BR;">[4]</span></span><!--[endif]--></span></span></a>,
com o qual brincamos oralmente com as crianças, antes da apresentação do
recurso - o que favorece a memorização das quadras e de suas rimas, aspecto
importante para o uso do recurso. No exemplo acima, havia as palavras
“botão/coração”, da quadrinha original, e “dedal/avental”. <o:p></o:p></span></p><p class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;"></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEglk4VHMCHfB_s7aL8EOwDnaFbt1LyEXBNTopPhpGrbWi8VKOsJxUaf6lawYF2GulxBoutkwMBGP4zp7B3mEbdAawXqz85KfWh8woNEWPy1iu78eWTg-K6COF6G0AY4zr1WZaKnKRJZ4gn5CztyF43v9zArA8_HbKUnfB033-IayPwl4rK1zxePr9TFOqjy/s835/Quadrinhas%20Troca-Rimas.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="626" data-original-width="835" height="240" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEglk4VHMCHfB_s7aL8EOwDnaFbt1LyEXBNTopPhpGrbWi8VKOsJxUaf6lawYF2GulxBoutkwMBGP4zp7B3mEbdAawXqz85KfWh8woNEWPy1iu78eWTg-K6COF6G0AY4zr1WZaKnKRJZ4gn5CztyF43v9zArA8_HbKUnfB033-IayPwl4rK1zxePr9TFOqjy/s320/Quadrinhas%20Troca-Rimas.jpg" width="320" /></a></div><p></p><p align="center" class="MsoNormal" style="line-height: normal; text-align: center;"><span style="font-size: x-small;">Quadrinha Troca Rimas<span style="text-align: justify;"> </span></span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt; line-height: 150%; mso-fareast-font-family: TimesNewRomanPSMT;">Por ora,
apenas uma turma de 1º ano de uma escola privada utilizou o material com vistas
a sua avaliação, no início do ano letivo, visando à avaliação do recurso. As
crianças dessa turma produziram rimas sem dificuldade nas situações orais de
brincadeiras com o repertório, pois já tinham certa familiaridade com
brincadeiras orais com rimas, tanto pelo uso de jogos orais e de mesa
envolvendo essa unidade sonora, quanto pela via da literatura e da tradição
oral. Assim, as crianças não tiveram dificuldade em prestar atenção às
sonoridades no final das palavras, demonstrando boa intuição da rima,
diferentemente do que é frequente observar quando iniciamos a brincadeira com
crianças não familiarizadas com essa situação ou que não conseguem identificar
os segmentos sonoros no final das palavras. É comum identificarem semelhanças
sonoras, mas não saberem dizer em que segmento se encontra a semelhança, se no
início, no meio ou no final das palavras. <o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt; line-height: 150%; mso-fareast-font-family: TimesNewRomanPSMT;">A proposta
do material Quadrinhas Troca-rimas, no entanto, com as quadrinhas escritas,
exige que se lance mão de outros conhecimentos. Dependendo de como for proposta
a situação, o texto de origem oral, mesmo registrado por escrito, pode,
igualmente, proporcionar muitas fruições e invenções. E foi o que observamos na
situação de uso nessa turma - um uso do escrito que não aprisionou nem
abandonou o texto oral. <o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt; line-height: 150%; mso-fareast-font-family: TimesNewRomanPSMT;">Só após essa
exploração da brincadeira oral e da memorização, ao menos parcial, dos textos
materializados no recurso didático<span style="color: red;"> </span>(era preciso
lhes lembrar trechos às vezes, pronunciando-os), o material foi disponibilizado
para uso das crianças. Foram distribuídos em três mesas com quatro crianças em
cada, cada mesa com duas cartelas de quadrinhas e suas respectivas fichas. O
recurso pode ser proposto com outros agrupamentos e dinâmicas, com pequenas
adaptações<a href="file:///C:/Users/Lica/Dropbox/NOVOS%20ARTIGOS/MEUS%20ARTIGOS%20LAP%20Valida%C3%A7%C3%A3o/ARTIGOS%20e%20etc/2.%20ARTIGO%20veio%20de%20Produ%C3%A7%C3%A3o,%20valida%C3%A7%C3%A3o%20e%20TTO%20-%20para%20outra%20Revista,%20com%20fotos.docx#_ftn5" name="_ftnref5" style="mso-footnote-id: ftn5;" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span style="mso-special-character: footnote;"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt; line-height: 115%; mso-ansi-language: PT-BR; mso-bidi-language: AR-SA; mso-fareast-font-family: TimesNewRomanPSMT; mso-fareast-language: PT-BR;">[5]</span></span><!--[endif]--></span></span></a>.
A quantidade de fichas de palavras distribuídas incide na dificuldade da
tarefa, já que é preciso reconhecer as palavras visadas em um conjunto de
outras tantas palavras. No caso dessa turma, duas quadrinhas com oito fichas de
palavras (duas do texto original e duas do texto “renovado”) foi um número
adequado ao desafio, e até fácil, em alguns casos, pois havia crianças que já
conseguiam ler as palavras decodificando-as. A maioria da turma, no entanto,
ainda acionava outras estratégias para ler, como decodificar parte da palavra
ou usar alguma dica morfológica para tentar reconhecê-la, inferir outras,
lançar mão de analogias com outras palavras que já conhecem. A brincadeira oral
prévia também apoiava essas reflexões. Assim, montar as duas versões da
quadrinha exigia o reconhecimento das palavras por diversas estratégias, já que
a maioria das crianças ainda não dominava os procedimentos de decifração.
Usaram a estratégia de associar a sílaba inicial das palavras, ou segmentos
maiores, a nomes próprios conhecidos de memória, como <b style="mso-bidi-font-weight: normal;">Ca</b>rol, para identificar “<b style="mso-bidi-font-weight: normal;">ca</b>roço”
(analogia). Uma criança achou a palavra MEL dentro de MELADO, juntou o A, MELA,
e outra completo com o DO. Usaram também estratégias de decodificação parcial,
como prestar atenção no som e letra inicial das palavras ou focar nos sons /s/
e /R/ para saber se qual era a palavra “jardim” e qual era “jasmim”. A partir
de intervenções, usaram também estratégias de analogia evocando a rima, como
lembrar de como se escreve a palavra “não” para reconhecer botão e coração pela
grafia do final dessas palavras, dentre outras estratégias. Pensando nos sons
das palavras e na relação entre o som e a grafia, iam achando modos de
descartar e selecionar as palavras. Vale reafirmar que referendamos essas
estratégias de reconhecimento como pesquisa inteligente dos sujeitos que tentam
compreender a escrita, e não como adivinhação aleatória ou como investimento em
estratégias ideovisuais. Nessas situações, as estratégias de decodificação são
fundamentais, mas não exclusivas. <o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt; line-height: 150%; mso-fareast-font-family: TimesNewRomanPSMT;">Aspectos da
consciência lexical, sintática, semântica e morfológica apareceram ainda mais
diante dos textos escritos. A consciência de palavras só se completa
tardiamente, com a apropriação da ortografia, que de fato estabiliza a forma
gráfica das palavras e seus limites no texto, mas é um processo gradativo, que
começa cedo, pela individualização de palavras de conteúdo - essas que têm função
semântico-referencial bem definida. Na brincadeira oral e nesse kit, já se
amplia mais essa consciência, junto com o trabalho de reconhecimento de
palavras que a situação estabelece, pois as fichas de palavras são ali
materializadas. O julgamento de gramaticalidade foi mais presente na
brincadeira oral, mas os aspectos morfológicos apareceram mais no uso do
material, talvez porque diante das palavras escritas (como o “do” no verso “me
esqueci do... cobertor”), a restrição (de usar “flor” em vez de “cobertor”, parece
maior. <o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt; line-height: 150%; mso-fareast-font-family: TimesNewRomanPSMT;">As crianças
mostravam-se envolvidas com as dinâmicas, reflexões e descobertas, interagindo
de forma produtiva para alcançar as respostas, mergulhadas nos textos e na
tarefa. Recorriam a nossa ajuda esporadicamente, especialmente em casos de
tirar dúvida, quando discordavam de algo, ou para relembrar o texto,
parcialmente memorizado. A estratégia fez sucesso com as crianças, desde a
brincadeira oral até a apresentação de suas quadrinhas montadas, que elas liam
ajustando o oral, que sabiam de memória, ao escrito, com apoio das rimas e do
ritmo dos versos. Nem sempre satisfeitas com os pares de rimas alternativas
dados no material, sugeriam outras possibilidades, e ficaram muito animadas
quando a professora falou que podiam fazer um material deles, também com as
sugestões de rimas que deram e criando alternativas para outras quadrinhas, que
podiam pesquisar nas famílias, em livros ou na internet. Na quadrinha que
usamos como exemplo, sugeriram as rimas para dedal: batatal, jornal, sal,
dental, digital, lamaçal. Uma criança disse que não existia tal palavra e a
professora sugeriu olhar no dicionário - adoraram aprender uma nova palavra! <o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt; line-height: 150%; mso-fareast-font-family: TimesNewRomanPSMT;">Vale
ressaltar que, tanto na exploração oral e brincante desses textos nessa turma,
quanto no uso do material, registramos episódios interessantes que revelaram
explorações linguageiras ricas, vividas nas interações em torno das quadrinhas,
inclusive envolvendo sensibilidade à métrica e a aspectos sintáticos. Algumas
crianças questionaram, na brincadeira oral, a
adequação do quarto verso de “Sou pequenininha/do tamanho de um dedal [...]”,
quando uma delas sugeriu “sal” como rima a “dedal”. Nenhuma outra gostou,
porque “não cabia no texto”. No geral, o “não caber” foi explicado pelo aspecto
semântico, mas uma das crianças disse que não ficava bom porque “parecia faltar
alguma coisa” – talvez intuindo o desajuste da métrica. A pesquisadora, então,
perguntou se “[...] e a mamãe no <b>jornal</b>”
– proposta de outra mesa – também não parecia “faltar alguma coisa”, o que dividiu
as opiniões. Fato é que a criança não soube identificar o que seria esse
estranhamento, mas, quando a pesquisadora sugeriu “no seu jornal”, todas
acharam que combinava melhor. Esse episódio pode sugerir que, intuitivamente, a
criança preocupava-se com o ritmo, elemento muito característico das
quadrinhas, que é dado pela métrica de sete sílabas dos versos da quadra, para além
do esquema de rimas. A redondilha maior (versos de sete sílabas poéticas) define
uma métrica muito familiar na nossa língua e à qual, possivelmente, as crianças
com maior familiaridade com o repertório poético-musical, podem ter uma
sensibilidade implícita. É digno de nota que, embora a tarefa de produção da
rima tenha sido cumprida, a criança, não satisfeita, tenha se atentado ao ritmo
do texto oral, ainda que sem muita consciência disso, e a turma toda também não
apoiou a proposta, nesse caso, pelo aspecto semântico. Em outro episódio, uma
criança protestou diante da sugestão de “dental”, que virou “fio dental” para
agradar ao ritmo. Como o que agrada a um, não necessariamente agrada ao outro,
ela não achou bom “carregar a mãe no fio dental”, pelo estranhamento semântico.
Ou seja, podemos ressaltar esses episódios como eventos singulares reveladores
do quanto a abordagem de elementos sonoros na alfabetização (ainda que também
no contexto poético e lúdico) pode ainda se imbricar de forma tão substantiva a
uma abordagem mais ampla da linguagem, pois revelam a articulação de aspectos
fonológicos, gramaticais, rítmicos e semânticos, além de preocupação com
elementos próprios à linguagem poética e muito marcantes nesse gênero oral. São
pérolas de beleza do processo de interação com a linguagem, com a poesia e também
do processo de alfabetização, vistos nessas experiências linguageiras ricas,
vividas nas interações discursivas, envolvendo também a consciência
metalinguística de vários níveis, inclusive fonológica, bem longe de práticas
mecânicas de treinamento fônico - isso, claro, se nos dispusermos a ouvir as
crianças diante dessas situações. <o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt; line-height: 150%; mso-fareast-font-family: TimesNewRomanPSMT;">Diante de tudo
isso, o material, embora candidato a novas avaliações, em outros contextos, com
outras configurações, já aponta suas potencialidades nas práticas
alfabetizadoras. A partir dessa experiência de avaliação que envolveu uma
turma, sua docente, a pesquisadora e estudantes voluntários, podemos fazer a
hipótese de que o material tem chances de ser bem avaliado em outras turmas,
com a preparação prévia necessária, que envolve familiarizar as crianças com o
gênero e brincar oralmente, com a adequação ao nível das crianças e uma boa
organização da situação didática, sempre com a exploração cultural brincante do
gênero. Do ponto de vista didático, o recurso cumpriu seus objetivos,
oportunizando a reflexão sobre a escrita, a mobilização de conhecimentos
metalinguísticos e a argumentação quanto às formas gráficas das palavras e ao
sentido dos textos. As situações de reflexão linguística não perderam a
vinculação com o texto e com a proposta lúdica, ou seja, com as práticas
sociais brincantes. O material pode ser, igualmente, estruturado como jogo, a
depender do modo de organização da atividade: dividir em grupos, pontuar o
grupo que montar primeiro ou montar mais quadrinhas, com dinâmica colaborativa,
“cavando” as palavras sem ver e buscando a quadrinha em que ela cabe, trocando
peças entre mesas ou negociando palavras entre as mesas, uma série de
possibilidades. Mas mesmo apenas como um simples kit de montar, o material
revelou sua riqueza, as inúmeras possibilidades de exploração lúdica. As
crianças não esqueceram o dia em torno desse material e, efetivamente, cobraram
da professora a confecção do kit deles, com as palavras deles - soubemos depois.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt; line-height: 150%; mso-fareast-font-family: TimesNewRomanPSMT;">Nessa turma,
de crianças já mais avançadas em seu processo de reflexão metalinguística, não
houve maiores dificuldades nem com a consciência de rimas, nem com os outros
elementos que apareceram, tanto nas situações orais quanto durante o uso do material
escrito, mostrando a riqueza de interações em torno dessas situações. Entretanto,
o material deve passar ainda por situações de avaliação em turmas de 4 e 5 anos
da Educação Infantil e em turmas de 1º ano de escolas da Rede Municipal, para
completar sua avaliação. <o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt; line-height: 150%; mso-fareast-font-family: TimesNewRomanPSMT;"><o:p> </o:p></span></p><div style="mso-element: footnote-list;">
<hr align="left" size="1" width="33%" />
<!--[endif]-->
<div id="ftn1" style="mso-element: footnote;">
<p class="MsoFootnoteText" style="text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;"><a href="file:///C:/Users/Lica/Dropbox/NOVOS%20ARTIGOS/MEUS%20ARTIGOS%20LAP%20Valida%C3%A7%C3%A3o/ARTIGOS%20e%20etc/2.%20ARTIGO%20veio%20de%20Produ%C3%A7%C3%A3o,%20valida%C3%A7%C3%A3o%20e%20TTO%20-%20para%20outra%20Revista,%20com%20fotos.docx#_ftnref1" name="_ftn1" style="mso-footnote-id: ftn1;" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: "Times New Roman",serif;"><span style="mso-special-character: footnote;"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 10.0pt; line-height: 115%; mso-ansi-language: PT-BR; mso-bidi-language: AR-SA; mso-fareast-font-family: SimSun; mso-fareast-language: PT-BR; mso-fareast-theme-font: minor-fareast;">[1]</span></span><!--[endif]--></span></span></span></a><span style="font-family: "Times New Roman",serif;"> Brincadeira experimentada com
alunos, quando professora da Educação Básica nos anos 1990, e com meu filho quando
tinha 5 anos.<o:p></o:p></span></p>
</div>
<div id="ftn2" style="mso-element: footnote;">
<p class="MsoFootnoteText" style="text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;"><a href="file:///C:/Users/Lica/Dropbox/NOVOS%20ARTIGOS/MEUS%20ARTIGOS%20LAP%20Valida%C3%A7%C3%A3o/ARTIGOS%20e%20etc/2.%20ARTIGO%20veio%20de%20Produ%C3%A7%C3%A3o,%20valida%C3%A7%C3%A3o%20e%20TTO%20-%20para%20outra%20Revista,%20com%20fotos.docx#_ftnref2" name="_ftn2" style="mso-footnote-id: ftn2;" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: "Times New Roman",serif;"><span style="mso-special-character: footnote;"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 10.0pt; line-height: 115%; mso-ansi-language: PT-BR; mso-bidi-language: AR-SA; mso-fareast-font-family: SimSun; mso-fareast-language: PT-BR; mso-fareast-theme-font: minor-fareast;">[2]</span></span><!--[endif]--></span></span></span></a><span style="font-family: "Times New Roman",serif;"> Inadequados do ponto de vista do
que se espera que faça sentido, mas cabe como jogo de linguagem, já que,
inclusive, o <i>nonsense</i> é frequente nesses gêneros da cultura lúdica
infantil.<o:p></o:p></span></p>
</div>
<div id="ftn3" style="mso-element: footnote;">
<p class="MsoFootnoteText" style="text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;"><a href="file:///C:/Users/Lica/Dropbox/NOVOS%20ARTIGOS/MEUS%20ARTIGOS%20LAP%20Valida%C3%A7%C3%A3o/ARTIGOS%20e%20etc/2.%20ARTIGO%20veio%20de%20Produ%C3%A7%C3%A3o,%20valida%C3%A7%C3%A3o%20e%20TTO%20-%20para%20outra%20Revista,%20com%20fotos.docx#_ftnref3" name="_ftn3" style="mso-footnote-id: ftn3;" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: "Times New Roman",serif;"><span style="mso-special-character: footnote;"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 10.0pt; line-height: 115%; mso-ansi-language: PT-BR; mso-bidi-language: AR-SA; mso-fareast-font-family: SimSun; mso-fareast-language: PT-BR; mso-fareast-theme-font: minor-fareast;">[3]</span></span><!--[endif]--></span></span></span></a><span style="font-family: "Times New Roman",serif;"> O material pode ser criado de
forma personalizada para determinada turma, a partir das escolhas lexicais das
próprias professoras e crianças ao sugerirem as novas palavras na brincadeira
oral.<o:p></o:p></span></p>
</div>
<div id="ftn4" style="mso-element: footnote;">
<p class="MsoFootnoteText"><a href="file:///C:/Users/Lica/Dropbox/NOVOS%20ARTIGOS/MEUS%20ARTIGOS%20LAP%20Valida%C3%A7%C3%A3o/ARTIGOS%20e%20etc/2.%20ARTIGO%20veio%20de%20Produ%C3%A7%C3%A3o,%20valida%C3%A7%C3%A3o%20e%20TTO%20-%20para%20outra%20Revista,%20com%20fotos.docx#_ftnref4" name="_ftn4" style="mso-footnote-id: ftn4;" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: "Times New Roman",serif;"><span style="mso-special-character: footnote;"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 10.0pt; line-height: 115%; mso-ansi-language: PT-BR; mso-bidi-language: AR-SA; mso-fareast-font-family: SimSun; mso-fareast-language: PT-BR; mso-fareast-theme-font: minor-fareast;">[4]</span></span><!--[endif]--></span></span></span></a><span style="font-family: "Times New Roman",serif;"> Os pares de novas rimas foram
criados em trocas interativas entre meu filho de 5 anos (na época) e eu.<o:p></o:p></span></p>
</div>
<div id="ftn5" style="mso-element: footnote;">
<p class="MsoFootnoteText" style="layout-grid-mode: char;"><a href="file:///C:/Users/Lica/Dropbox/NOVOS%20ARTIGOS/MEUS%20ARTIGOS%20LAP%20Valida%C3%A7%C3%A3o/ARTIGOS%20e%20etc/2.%20ARTIGO%20veio%20de%20Produ%C3%A7%C3%A3o,%20valida%C3%A7%C3%A3o%20e%20TTO%20-%20para%20outra%20Revista,%20com%20fotos.docx#_ftnref5" name="_ftn5" style="mso-footnote-id: ftn5;" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: "Times New Roman",serif;"><span style="mso-special-character: footnote;"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 10.0pt; line-height: 115%; mso-ansi-language: PT-BR; mso-bidi-language: AR-SA; mso-fareast-font-family: SimSun; mso-fareast-language: PT-BR; mso-fareast-theme-font: minor-fareast;">[5]</span></span><!--[endif]--></span></span></span></a><span style="font-family: "Times New Roman",serif;"> E por isso também será testado com
outras organizações (agrupamentos) das crianças.<o:p></o:p></span></p>
</div>
</div><br /><p></p>Licahttp://www.blogger.com/profile/13330703422606132370noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2765047742547072708.post-47972607813438856072024-01-23T07:52:00.000-08:002024-01-23T07:53:14.122-08:00Os jogos e recursos didáticos na minha trajetória de vida<p>Oi, gente!</p><p style="text-align: justify;">A propósito da Série Acervos do LAP, com postagens sobre os acervos de jogos e materiais produzidos no Laboratório de Alfabetização da FACED/UFBA, resolvi contar um pouco como essa dimensão se costura a minha própria vida, desde a infância. E apenas fazendo uma chamada lá nas redes sociais do LAP, posto aqui o detalhamento dessa história.</p><p style="text-align: justify;">Mas fiz em lâminas, então, vamos a elas! Clique nas imagens para melhor visualização, não sei porque, ficaram com baixa resolução. Mas se preferir, veja em formato de vídeo, coloque em tela cheia:</p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><iframe allowfullscreen='allowfullscreen' webkitallowfullscreen='webkitallowfullscreen' mozallowfullscreen='mozallowfullscreen' width='320' height='266' src='https://www.blogger.com/video.g?token=AD6v5dwAXq306ouovO5j7bo0Y7rR4ybYUrnf0ZS0i0gJavjRgHY8Z2g6j6_yfzAB8IePPvwf8HQFYxBu8M0zNp-lpA' class='b-hbp-video b-uploaded' frameborder='0'></iframe></div><br /><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiqIXFGlh4U8XfinOhWWbvknSeNqKxl3FVOWEc1Wj1TLNe7LNyct4g9TxMnZ_Sq_bvugVeKiV1AQqAHcvw9IuVhyphenhyphenDSTocaLe3SBwfvQGxZ25a68U61dwniHSMVi7iBDk3EXgRIf80Z3Zfauwmpk-cJn7g7NTMF2cQhwafNo1HwBIWFAInFRaJz4FhBUIR0P/s1080/1.png" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><br /><img border="0" data-original-height="1080" data-original-width="1080" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiqIXFGlh4U8XfinOhWWbvknSeNqKxl3FVOWEc1Wj1TLNe7LNyct4g9TxMnZ_Sq_bvugVeKiV1AQqAHcvw9IuVhyphenhyphenDSTocaLe3SBwfvQGxZ25a68U61dwniHSMVi7iBDk3EXgRIf80Z3Zfauwmpk-cJn7g7NTMF2cQhwafNo1HwBIWFAInFRaJz4FhBUIR0P/w400-h400/1.png" width="400" /></a></div><br /><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjiwP30tI_TzU_qEHVFN1O4vE6NuAMUepizAm1zX3MpCBxXn4aWssDyY6r_fIHKjmEKUayuyf8BDmXcoZPs9Uc6m54518QXqg13TGsESIeXtuFT7oF91YNsHrExA6Vp6kkAi_-3tCeA9F9Viid52MNtPZNzaHO-ZVu2lsf9r997eDjI76d2dYqva0V3_son/s1080/2.png" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="1080" data-original-width="1080" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjiwP30tI_TzU_qEHVFN1O4vE6NuAMUepizAm1zX3MpCBxXn4aWssDyY6r_fIHKjmEKUayuyf8BDmXcoZPs9Uc6m54518QXqg13TGsESIeXtuFT7oF91YNsHrExA6Vp6kkAi_-3tCeA9F9Viid52MNtPZNzaHO-ZVu2lsf9r997eDjI76d2dYqva0V3_son/w400-h400/2.png" width="400" /></a></div><br /><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj6qk4Aj2S9jSVRtsF4pGQPZ4Lhs30rzWvANsnsdhRse37UaTPDyGW74hsg20bUhjrfDn7tSv-s92hnmIhotwCgia81KoTaru-NXpOInY11vGwLvTfZhqDgG7xxbqmJZQvR2P2Fxg4e9JqfSHRw3Xk7lDZaUXgB12n9ractK1yWis1Vz4u3FlX-7QzyUAM7/s1080/3.png" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="1080" data-original-width="1080" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj6qk4Aj2S9jSVRtsF4pGQPZ4Lhs30rzWvANsnsdhRse37UaTPDyGW74hsg20bUhjrfDn7tSv-s92hnmIhotwCgia81KoTaru-NXpOInY11vGwLvTfZhqDgG7xxbqmJZQvR2P2Fxg4e9JqfSHRw3Xk7lDZaUXgB12n9ractK1yWis1Vz4u3FlX-7QzyUAM7/w400-h400/3.png" width="400" /></a></div><br /><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiW7TwY_1jqayr5FhtXNeatET6EUNVsSKrABCKdy0r0Zo-FDxPZ2BtHVBH3CIWJe5FWGkk5n6kze3U_kIzVcMFX3DahdSmW3iz91x1Ksucu1QjCI03HfNLpVkD3NnyYmg40UGnG7br0C1nc1slLZPfmuny6-J2xcKfpkR9bRiBhG5qrJuMKu6BJw-ek_8jz/s1080/4.png" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="1080" data-original-width="1080" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiW7TwY_1jqayr5FhtXNeatET6EUNVsSKrABCKdy0r0Zo-FDxPZ2BtHVBH3CIWJe5FWGkk5n6kze3U_kIzVcMFX3DahdSmW3iz91x1Ksucu1QjCI03HfNLpVkD3NnyYmg40UGnG7br0C1nc1slLZPfmuny6-J2xcKfpkR9bRiBhG5qrJuMKu6BJw-ek_8jz/w400-h400/4.png" width="400" /></a></div><br /><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgmDlxgf7We_FrMjQK4Qh4M7O9BhugWp9eipuzUVlH-pDsOguaY53LE97C6r7mUqqsvpaex1cOt0mqfg1mxeKzYDUqZVPxDnfWUOBOweOyxZmrD3cSriMCJUHmz-STZuprMbIS0b95oxjMVLpW1fBE1twwcmvsEcSH9ntaS4r3LMFWuNNHhCZeEkt2yItMx/s1080/5.png" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="1080" data-original-width="1080" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgmDlxgf7We_FrMjQK4Qh4M7O9BhugWp9eipuzUVlH-pDsOguaY53LE97C6r7mUqqsvpaex1cOt0mqfg1mxeKzYDUqZVPxDnfWUOBOweOyxZmrD3cSriMCJUHmz-STZuprMbIS0b95oxjMVLpW1fBE1twwcmvsEcSH9ntaS4r3LMFWuNNHhCZeEkt2yItMx/w400-h400/5.png" width="400" /></a></div><br /><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiK8jsZSJ3kKoqrfU0Td2RpMOnWQXoIFwMK0v1J4Sq8vpt8OFiI1A8b1nDWLITxbUsnh7Lr9U5FWmMfYzxPxuDsxa7wd-REBbJoKSn77WmusJf85PP-dhraeoJTCzRqAsSMQbf1QAmKKRozH3oIRUNl5X-0ihdiO5U_drXpBSkW7oudRL-G8xuFSZGdefc1/s1080/6.png" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="1080" data-original-width="1080" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiK8jsZSJ3kKoqrfU0Td2RpMOnWQXoIFwMK0v1J4Sq8vpt8OFiI1A8b1nDWLITxbUsnh7Lr9U5FWmMfYzxPxuDsxa7wd-REBbJoKSn77WmusJf85PP-dhraeoJTCzRqAsSMQbf1QAmKKRozH3oIRUNl5X-0ihdiO5U_drXpBSkW7oudRL-G8xuFSZGdefc1/w400-h400/6.png" width="400" /></a></div><br /><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjdYuAMdPdTJOlhON8ZJqJtP3FV6NZm9-OQ-eODBxJeqYZjcUaCZt9sicexI_q0Ev4NomKVrnxFTYa6GTd7wKfZaPwvfPts6CYtV9I_lTLJKeIZ8xBn-RbJkkPMzPwAMqSbweEhjqONJbDSXuYEJ7I4iVjHamiTOP05F8laSz5g2Gb2PQuUk5CjB1ZgrMR9/s1080/7.png" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="1080" data-original-width="1080" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjdYuAMdPdTJOlhON8ZJqJtP3FV6NZm9-OQ-eODBxJeqYZjcUaCZt9sicexI_q0Ev4NomKVrnxFTYa6GTd7wKfZaPwvfPts6CYtV9I_lTLJKeIZ8xBn-RbJkkPMzPwAMqSbweEhjqONJbDSXuYEJ7I4iVjHamiTOP05F8laSz5g2Gb2PQuUk5CjB1ZgrMR9/w400-h400/7.png" width="400" /></a></div><br /><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgaRALbx-XIOfSDKDV_O1kf3WS1VvV0Amg_5Xr9Rec7HSLy72EUxlttpxqY39lEPKrIokxc8VECQgV-L3eaxfMMYxg-7fIGWEZS2ml7RKQD4ApX3UXDZrfZaObUcGE4kwviDnzbiJv7vjB23bqZvTHcy54YfRryIjtbUSYd_ecETZ5AhSXzLHOaXJ2wO1gN/s1080/8.png" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="1080" data-original-width="1080" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgaRALbx-XIOfSDKDV_O1kf3WS1VvV0Amg_5Xr9Rec7HSLy72EUxlttpxqY39lEPKrIokxc8VECQgV-L3eaxfMMYxg-7fIGWEZS2ml7RKQD4ApX3UXDZrfZaObUcGE4kwviDnzbiJv7vjB23bqZvTHcy54YfRryIjtbUSYd_ecETZ5AhSXzLHOaXJ2wO1gN/w400-h400/8.png" width="400" /></a></div><br /><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh8nKVDxLXImIFfb-YXCGEFIbw9aChRz840wejdoQBNLLvspSQF2SMbXJPjk2cKroeBLdjg23_F5ySFoi62NATsiT2jMgLJpgUSOSAH-3a9LF4RXc6uyKJyOtRfNdiESd5aK3RSBXBQc7lHzUUa-oWWbTs62-QcM0llBPVlQ6iBRpIb_g3xLZneKstJO3eI/s1080/9.png" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="1080" data-original-width="1080" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh8nKVDxLXImIFfb-YXCGEFIbw9aChRz840wejdoQBNLLvspSQF2SMbXJPjk2cKroeBLdjg23_F5ySFoi62NATsiT2jMgLJpgUSOSAH-3a9LF4RXc6uyKJyOtRfNdiESd5aK3RSBXBQc7lHzUUa-oWWbTs62-QcM0llBPVlQ6iBRpIb_g3xLZneKstJO3eI/w400-h400/9.png" width="400" /></a></div><br /><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgB1i5R2GAlIAAFnHDU0ijtPhXARAKSMljBpNW1PG2Pv4WJQDDKS_93qPqcgRS6TEokHyFHnOhthmLNBGrnWky7ERKRWTu76lf8tiQvvNclc7NCwqtrVAFh7uF9R3ps1RWFGB-gK942FjTv9TsuNaC2QT1rGqji8WyORMHEt4p_8s1vZh0MuaDJDW5DMXbB/s1080/10.png" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="1080" data-original-width="1080" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgB1i5R2GAlIAAFnHDU0ijtPhXARAKSMljBpNW1PG2Pv4WJQDDKS_93qPqcgRS6TEokHyFHnOhthmLNBGrnWky7ERKRWTu76lf8tiQvvNclc7NCwqtrVAFh7uF9R3ps1RWFGB-gK942FjTv9TsuNaC2QT1rGqji8WyORMHEt4p_8s1vZh0MuaDJDW5DMXbB/w400-h400/10.png" width="400" /></a></div><br /><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg95ztWGPIUZa0CBgC6UTTmvMadq9WNPssZwnq4hfGlzqCoBag4buXQK4zxiBHGwtSnTKXMr2noQn-D88ZBTUhZxg6WJ2ZShupnXE8nxiZcBLMNNXHYnpvaFlPrODoM86n8TfeXZ4K0j6aualIBxz4sX0eULGHGVHVeJl82l1zjV9_0noBkACVEnSf3Z6be/s1080/11.png" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="1080" data-original-width="1080" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg95ztWGPIUZa0CBgC6UTTmvMadq9WNPssZwnq4hfGlzqCoBag4buXQK4zxiBHGwtSnTKXMr2noQn-D88ZBTUhZxg6WJ2ZShupnXE8nxiZcBLMNNXHYnpvaFlPrODoM86n8TfeXZ4K0j6aualIBxz4sX0eULGHGVHVeJl82l1zjV9_0noBkACVEnSf3Z6be/w400-h400/11.png" width="400" /></a></div><br /><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgEuwHbi1VYFBI-jXXAsDqtdnPBBZH6gxYeV1Pj604dMKHlLlPcRVxfWqeNxGNjfiZBG7BgHi4XTqZFAwxk0AmQ3BFYBJnRyaDtt5T6xlMWZtRPsUi3aPkeG91_U96sbabP5wO_AOpNzc5jaCFb1FgISO3NZyCexH6CKusma05wHuLScWmw9KYlYPcGJNoY/s1080/12.png" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="1080" data-original-width="1080" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgEuwHbi1VYFBI-jXXAsDqtdnPBBZH6gxYeV1Pj604dMKHlLlPcRVxfWqeNxGNjfiZBG7BgHi4XTqZFAwxk0AmQ3BFYBJnRyaDtt5T6xlMWZtRPsUi3aPkeG91_U96sbabP5wO_AOpNzc5jaCFb1FgISO3NZyCexH6CKusma05wHuLScWmw9KYlYPcGJNoY/w400-h400/12.png" width="400" /></a></div><br /><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjCWBEBLWJi4tSJtabxIWVSrRlYuDDDHkzQ3DpDV9LzRSEfQqaYr2mvtvDWe3kK3XYTLy5g26oH72sEqqsMhZlZovEGja_pT6opdrnNC6y_TqT0G3Jlv8r9s2Crp2QN4ytTKRUqwvHCXTp_PbbHAXkEwixix66WXvwoBiFJhrrmNL2PQChScvkC_QQQdkXw/s1080/13.png" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="1080" data-original-width="1080" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjCWBEBLWJi4tSJtabxIWVSrRlYuDDDHkzQ3DpDV9LzRSEfQqaYr2mvtvDWe3kK3XYTLy5g26oH72sEqqsMhZlZovEGja_pT6opdrnNC6y_TqT0G3Jlv8r9s2Crp2QN4ytTKRUqwvHCXTp_PbbHAXkEwixix66WXvwoBiFJhrrmNL2PQChScvkC_QQQdkXw/w400-h400/13.png" width="400" /></a></div><br /><div class="separator" style="clear: both; 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margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="1080" data-original-width="1080" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjU0LeigOE2cOXAkvHznPvTxeeVdXAQjXCAc36nYX6P-k7hyJ3Nd6O9a_vKImieu7wydroCkFxENye7QFdKvMnh1wMZc4mpVD7bJNdaMLkwZpWDzRJoOrhrQ9KzcgeuqttAw5Ll_MAfSEew3WoSRn-3BphIyW8cuyP7JLQm3tz3oyDqqmO6bqDVJFcaj90d/w400-h400/15.png" width="400" /></a></div><br /><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjXBJ2zGg_SIWffii6lhgt2BPnQ7seWTNl36FmLwehhFmwIEHAAUkfqJmAaoEvQbBzfR2gp1t17P2azvh5KxghaquyPIhu4bh5eSYzTffBFHG7UKHg34VzsE5U5koBJbPntEd9Kxt3eZ5rl7g1YE1Mn9drKbBe-it8gljpfUwkG2KzI7plXZN3AkXP0aNpg/s1080/16.png" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="1080" data-original-width="1080" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjXBJ2zGg_SIWffii6lhgt2BPnQ7seWTNl36FmLwehhFmwIEHAAUkfqJmAaoEvQbBzfR2gp1t17P2azvh5KxghaquyPIhu4bh5eSYzTffBFHG7UKHg34VzsE5U5koBJbPntEd9Kxt3eZ5rl7g1YE1Mn9drKbBe-it8gljpfUwkG2KzI7plXZN3AkXP0aNpg/w400-h400/16.png" width="400" /></a></div><br /><div class="separator" style="clear: both; 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margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="1080" data-original-width="1080" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjOIAur7WClPrZ7W5RMkSVjdlyq0NfTXGUy6PEkd9_oCLsdcr-FrjSH3Xss9Pxm5ObPygC_P84NGHVdLFyDQ43c44mgTiGOzH15xBYZC9xtwsTSS9h35XC1BrjdEmqjW8acsxJ9UU7iHiOTOf-7CxCam0toQl0hVQ06Lgro5AH7WKJmmAraKW3o6rl_rjwQ/w400-h400/18.png" width="400" /></a></div><br /><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiZYQGUNhW-e-9NkPl-dt54kMEficwwvehYG65xn5cK4iL6k4oM7vaKUYFprzu0YOrjBJYNeoV3KTByBoIQ2zNKvig61nZgeUvUI5yoMnl2JXZNz76163KL27y-l0ZYRd0K92H0TWg1cH40O44Hgt230aOuwtZVnV7tq0544PX0FiBSw0AAEzhMo2Kc4Dk1/s1080/19.png" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="1080" data-original-width="1080" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiZYQGUNhW-e-9NkPl-dt54kMEficwwvehYG65xn5cK4iL6k4oM7vaKUYFprzu0YOrjBJYNeoV3KTByBoIQ2zNKvig61nZgeUvUI5yoMnl2JXZNz76163KL27y-l0ZYRd0K92H0TWg1cH40O44Hgt230aOuwtZVnV7tq0544PX0FiBSw0AAEzhMo2Kc4Dk1/w400-h400/19.png" width="400" /></a></div><br /><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgJ1KYsy33c7kuD8qyUsW9rgIuX9gt6c204Mp1-VqzfPoFQ5afo2yhAf2qjdWcqk8Hew3mhqWCVMxuP-zL2K9L1nZ8JBLwdVR8-6b3tjDEl9DFrNAr0yAQu7bY1yKLO2XbnteBWrDXm_MekhYQF3Fntn_uW9IgeI2Gv8OVXc6PH6FHhkKcv1uIQpOEqiK0F/s1080/20.png" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="1080" data-original-width="1080" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgJ1KYsy33c7kuD8qyUsW9rgIuX9gt6c204Mp1-VqzfPoFQ5afo2yhAf2qjdWcqk8Hew3mhqWCVMxuP-zL2K9L1nZ8JBLwdVR8-6b3tjDEl9DFrNAr0yAQu7bY1yKLO2XbnteBWrDXm_MekhYQF3Fntn_uW9IgeI2Gv8OVXc6PH6FHhkKcv1uIQpOEqiK0F/w400-h400/20.png" width="400" /></a></div><br /><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEitaAyyDeqvQw19n95vCCux6fUI_ZcaJlzyeXkys_v7w8nk5qRNASnaNJVnJgdU3Fg45TnCv7GML2sH5zWiv-Oqayif5cH52Ax75XxlH7YzfaGUWORXeDpN9Scp88v1hFWU-TGSLlNr0cal94oOaHRJakTCBNa2bAwiHDHRnOx5KTviGWUiP8BWo3TQfqS_/s1080/21.png" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="1080" data-original-width="1080" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEitaAyyDeqvQw19n95vCCux6fUI_ZcaJlzyeXkys_v7w8nk5qRNASnaNJVnJgdU3Fg45TnCv7GML2sH5zWiv-Oqayif5cH52Ax75XxlH7YzfaGUWORXeDpN9Scp88v1hFWU-TGSLlNr0cal94oOaHRJakTCBNa2bAwiHDHRnOx5KTviGWUiP8BWo3TQfqS_/w400-h400/21.png" width="400" /></a></div><br /><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh6VlQhYZcpEOb1Xl0AY0B_I92RdQiDBci6mfmZMuRCgrDkCxsB-_0BOC3Oiamz7FFJC2eAiakV4gFzPNVy-4M_p8YdLw2RZHWmBGKZCvtB-xpz5DoLW2FRGo23D_ltH6zG-k8Z_j_Vh8ywv-KwWvQyaBrFCFbz2FtDDan9x-yFRoq-reOpOKGsiRZxQ40F/s1080/22.png" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="1080" data-original-width="1080" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh6VlQhYZcpEOb1Xl0AY0B_I92RdQiDBci6mfmZMuRCgrDkCxsB-_0BOC3Oiamz7FFJC2eAiakV4gFzPNVy-4M_p8YdLw2RZHWmBGKZCvtB-xpz5DoLW2FRGo23D_ltH6zG-k8Z_j_Vh8ywv-KwWvQyaBrFCFbz2FtDDan9x-yFRoq-reOpOKGsiRZxQ40F/w400-h400/22.png" width="400" /></a></div><br /><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg48RDjjhsGWN1y-GMhDY-nkXAsnHRCVe-E0wTjeZMNJje1v9wi8nn4zeZ8u4gJ9gObEk-ABdJfZGgxhJ21N0a3OSyUYb0J0Jl5yI7Zaz4Hi6xHn2-fJgydGoPxHixQ9wa1KGa13BpsfO8YJ8iHTebNOTrreDV_5BHYMudEV6tNVtrBqkWChe7I9rAIezqA/s1080/23.png" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="1080" data-original-width="1080" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg48RDjjhsGWN1y-GMhDY-nkXAsnHRCVe-E0wTjeZMNJje1v9wi8nn4zeZ8u4gJ9gObEk-ABdJfZGgxhJ21N0a3OSyUYb0J0Jl5yI7Zaz4Hi6xHn2-fJgydGoPxHixQ9wa1KGa13BpsfO8YJ8iHTebNOTrreDV_5BHYMudEV6tNVtrBqkWChe7I9rAIezqA/w400-h400/23.png" width="400" /></a></div><br /><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjW86R9Md-aHbVyqxPRiz_7VLPsEzXNMdGtRfFktl0CGvQvDo5vQvWgHUe7p0APxs-BMV1YYm69H3BqfyUNvwJadBzf0gqtD_7DGsxGJ8CBGzIv9nA9vSwrVCysSDx4NqygouaF3FTKqgc_AHWymlvZK8fsFv3cUf0bt5ALXx7NXA4SjAz-dUDy0ES7u334/s1080/24.png" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="1080" data-original-width="1080" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjW86R9Md-aHbVyqxPRiz_7VLPsEzXNMdGtRfFktl0CGvQvDo5vQvWgHUe7p0APxs-BMV1YYm69H3BqfyUNvwJadBzf0gqtD_7DGsxGJ8CBGzIv9nA9vSwrVCysSDx4NqygouaF3FTKqgc_AHWymlvZK8fsFv3cUf0bt5ALXx7NXA4SjAz-dUDy0ES7u334/w400-h400/24.png" width="400" /></a></div><br /><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEipQxHwaL3uq8c-sNjp_rZYEBMVXex8hq4VjfI5X8VuFT9cT51t4Rj3mYN3xBcDh3y26W8ueCZvUeW4K7j_MaO6UzBeEcFlnYydFe_uBIPVMRv7-MpsDi0LAWPiVfPRUIs25dT1QQ9ne0aNFETAuKmd7DArEVnt4tgLjnFgRZ7zBlmxHc9SSDuaO5D99RdH/s1080/25.png" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="1080" data-original-width="1080" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEipQxHwaL3uq8c-sNjp_rZYEBMVXex8hq4VjfI5X8VuFT9cT51t4Rj3mYN3xBcDh3y26W8ueCZvUeW4K7j_MaO6UzBeEcFlnYydFe_uBIPVMRv7-MpsDi0LAWPiVfPRUIs25dT1QQ9ne0aNFETAuKmd7DArEVnt4tgLjnFgRZ7zBlmxHc9SSDuaO5D99RdH/w400-h400/25.png" width="400" /></a></div><br /><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjeRo_BKgzK0pviYYGg2120T_-L80lbq53wvDA3Zj5ZXNBYiD9oSOJX0Zvx_3Wq9nqAOe4XPiQGfOmkLHhciw1SCVv-TNGVLjTbBmPzWKQJHuL-rYQ88E_PX94-S0h8FFND-l88rwS_Ma7r2wAGM8Rpdal3Ng0W8MuT-S_SWtdHFfAukKDZMKqQ_yUTlRT6/s504/Ticket%20to%20ride.JPG" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="503" data-original-width="504" height="399" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjeRo_BKgzK0pviYYGg2120T_-L80lbq53wvDA3Zj5ZXNBYiD9oSOJX0Zvx_3Wq9nqAOe4XPiQGfOmkLHhciw1SCVv-TNGVLjTbBmPzWKQJHuL-rYQ88E_PX94-S0h8FFND-l88rwS_Ma7r2wAGM8Rpdal3Ng0W8MuT-S_SWtdHFfAukKDZMKqQ_yUTlRT6/w400-h399/Ticket%20to%20ride.JPG" width="400" /></a></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><br /></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiOjFycKqWSoiDXEUR7M2SqXxSBwqWq3kii7V6wYng98d6sYC2eKjH711hb9xhUfOny1HEshI-445Zno4u7EWOz3VSsNwaq9X-6fFPXzuF2VG_nxk1kmrLe4ONszVNqtRX_MwHsZ661ZKC8nuK3JAmqeKrmfOq4CBfCa12w-X4SbO4Qh68fsyx7MPlxUGhn/s1080/27.png" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="1080" data-original-width="1080" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiOjFycKqWSoiDXEUR7M2SqXxSBwqWq3kii7V6wYng98d6sYC2eKjH711hb9xhUfOny1HEshI-445Zno4u7EWOz3VSsNwaq9X-6fFPXzuF2VG_nxk1kmrLe4ONszVNqtRX_MwHsZ661ZKC8nuK3JAmqeKrmfOq4CBfCa12w-X4SbO4Qh68fsyx7MPlxUGhn/w400-h400/27.png" width="400" /></a></div><br /><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh_jM5hsBw8fqLN1vezi7jak6phIdD7N3euy392Sx6eVKoQRB4w0kiapBEde2T7KswLPceGb9MFbP8UzFmG-jHAOLnpIhi2Ct0cwQHBCWqzFBBc4GDiz2156zIKmc2xzYtZzNXwlM5zxEy2amdRgXo1-ebVNqZMjX9PW6LxS_uNmSQB2FlQEVZeohyphenhyphenRaw0E/s1080/28.png" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="1080" data-original-width="1080" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh_jM5hsBw8fqLN1vezi7jak6phIdD7N3euy392Sx6eVKoQRB4w0kiapBEde2T7KswLPceGb9MFbP8UzFmG-jHAOLnpIhi2Ct0cwQHBCWqzFBBc4GDiz2156zIKmc2xzYtZzNXwlM5zxEy2amdRgXo1-ebVNqZMjX9PW6LxS_uNmSQB2FlQEVZeohyphenhyphenRaw0E/w400-h400/28.png" width="400" /></a></div><br /><div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;">É isso por ora.</div><br /><p style="text-align: justify;"><br /></p>Licahttp://www.blogger.com/profile/13330703422606132370noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-2765047742547072708.post-60611497503965379912023-11-16T12:40:00.000-08:002023-11-16T12:43:34.157-08:00Mostra do LAP<p> Gente,</p><p style="text-align: justify;">Posto aqui um compilado em vídeo da Mostra do LAP que realizamos em novembro com o intuito de divulgar mais o Laboratório e suas ações, bem como os acervos de jogos e materiais para alfabetização que são, hoje, parte desse espaço/projeto que coordeno na FACED/UFBA. </p><p style="text-align: justify;">Após toda Oficina, sempre fazemos uma pequena Mostra interna do que todos/as produziram. Mas, dessa vez, como tivemos recurso de um Apoio a ações pontuais de extensão da Pró-reitoria de Extensão da Universidade Federal da Bahia (PROEXT/UFBA), pudemos fazer uma Mostra do LAP, ampliada não apenas com os materiais produzidos pelas participantes da Oficina, mas também a exposição dos acervos do LAP, com jogos, materiais a partir da tradição oral e da literatura, sempre unindo cultura lúdica, práticas letradas e alfabetização. </p><p style="text-align: justify;">Confiram!</p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><iframe allowfullscreen='allowfullscreen' webkitallowfullscreen='webkitallowfullscreen' mozallowfullscreen='mozallowfullscreen' width='320' height='266' src='https://www.blogger.com/video.g?token=AD6v5dwiTUAMt90s1ut6bzTzqTgqHOyDWPmFMVkKJ4cRZR4q1wzOcV6uA84ExFmzpyzGH7rDot8UWWVZ3U6Ds712Xg' class='b-hbp-video b-uploaded' frameborder='0'></iframe></div><br /><p style="text-align: justify;">Se quiser ver mais postagens sobre a Oficina, vai lá nas Rede Sociais do LAP, aqui no <a href="https://www.instagram.com/lap_faced/" target="_blank">Instagram</a> ou no <a href="https://web.facebook.com/LAPFACED" target="_blank">Facebook</a>.</p><p style="text-align: justify;"><br /></p>Licahttp://www.blogger.com/profile/13330703422606132370noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-2765047742547072708.post-28808671650687020542023-03-17T10:34:00.006-07:002023-03-17T10:35:55.061-07:00Abecê nordestino no Congresso UFBA 2023<div style="text-align: justify;"><span style="font-family: georgia; font-size: medium;">Apresentação sobre o abecê nordestino no Congresso da UFBA 2023. José Rêgo (Pinduka), mestre em educação (FACED/UFBA) e doutorando em Artes cênicas (ETUFBA), é também o mestre da Canastra Real: contos em cantos. Pesquisador do campo da cultura infantil, também é artista que performa iguarias do cancioneiro e da poética popular, em repertórios para crianças e adultos.</span></div><span style="font-family: georgia; font-size: medium;"><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgfWb_5AGU8RIwMqkTz6pxEZIyO565hofgVga5rMiuszShpa_r24wuhYBkuCSeJlHQ89-akYLCdEsWw1D3ulGT2GsLm5vSGmixhetUJ1GkC0atiqKcQOMzSOd6zshnNWslR4ZHZVH-Q7ZYu3mq9ym4bhLdi-wVM4yBVvLuf4UO6QomQAAdiA2xpP30JYw/s712/1.%20CARD.jpg"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgfWb_5AGU8RIwMqkTz6pxEZIyO565hofgVga5rMiuszShpa_r24wuhYBkuCSeJlHQ89-akYLCdEsWw1D3ulGT2GsLm5vSGmixhetUJ1GkC0atiqKcQOMzSOd6zshnNWslR4ZHZVH-Q7ZYu3mq9ym4bhLdi-wVM4yBVvLuf4UO6QomQAAdiA2xpP30JYw/s320/1.%20CARD.jpg" /></a></div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiAB1IpIpyEFtfqVeDxjCzK6MWmeoFoBdhCMZXq6LLiW8Sm3uruQ1brexNvPHI7stdc0VOzSU2KKzuc0YgIwyEUQZ6db49_EmEDoGq9DLAbZUhw3y9RHbascTXUKF5r-3CKII5eNGAAmXRd1DAGF0Hlw429d191elqKVfdF7si-Yc-1p7fj_UGm_vrGIw/s713/2.%20Resumo.JPG"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiAB1IpIpyEFtfqVeDxjCzK6MWmeoFoBdhCMZXq6LLiW8Sm3uruQ1brexNvPHI7stdc0VOzSU2KKzuc0YgIwyEUQZ6db49_EmEDoGq9DLAbZUhw3y9RHbascTXUKF5r-3CKII5eNGAAmXRd1DAGF0Hlw429d191elqKVfdF7si-Yc-1p7fj_UGm_vrGIw/s320/2.%20Resumo.JPG" /></a></div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Foi uma apresentação interativa, unindo relato de estudos e pesquisa e deleites culturais. Desenvolvo desde 2017 um estudo e uma pesquisa empírica sobre nosso abecê, como vocês que acompanham aqui as postagens sabem, pois tem bastante coisas sobre isso no marcador "Abecê nordestino" aqui no blog.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">A investigação, que é exploratória, qualitativa e envolveu pesquisa bibliográfica e empírica, ficou parada durante a pandemia, em razão de desafios acadêmicos, profissionais e também pessoais. E agora retomo-a para comunicar resultados. E junto-me a José Rêgo nesse interesse pelo modo de pronunciarmos as letras em nosso abecedário nordestino, que ainda dura e resiste na Bahia. Essa parceria só enriquece a discussão, que extrapola o campo da alfabetização, pois envolve nossa cultura, nossos falares, algo que diz respeito a todos e todas nós.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiUNV1E5m9d7Ze_LTjRvMlphbEt2Rtk6PLOkryPwAHUKII_AYZwju39fx1u5rR87XUyHvJczJ2InHTY6YjK3Eh7jGZqgDSRJUvww-Em9A_HQsGB5Pt3Bv3vKzLV3psIYkDjZMlmPs0dObyPk4X-ORH0LV8tSs_RDe1YE7Qjc1zjuFzPXhU5F_iFM72f_w/s960/1%20capa.jpg" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="720" data-original-width="960" height="300" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiUNV1E5m9d7Ze_LTjRvMlphbEt2Rtk6PLOkryPwAHUKII_AYZwju39fx1u5rR87XUyHvJczJ2InHTY6YjK3Eh7jGZqgDSRJUvww-Em9A_HQsGB5Pt3Bv3vKzLV3psIYkDjZMlmPs0dObyPk4X-ORH0LV8tSs_RDe1YE7Qjc1zjuFzPXhU5F_iFM72f_w/w400-h300/1%20capa.jpg" width="400" /></a></div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Nessa apresentação no Congresso UFBA, primeira mais formal que fazemos juntos (como casal, já falamos, cantamos e recitamos muito o nosso abecê em roda de amigos), mesmo abordando estudos de diversos campos que nos ajudam a defender a validade cultural e linguística de nosso abecê, bem como resultados e discussão de pesquisa, foi uma apresentação leve, costurada à fruição poético-musical, à brincadeira com a língua, à interação com o público, que foi ficando craque no abecê nordestino a cada provocação.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiXvmgWlYMAR72vRF1epAjGfzu3VQbQSZoTF1kvrUqUX2gtM0bHCXzHYf78iv9FqqHaj7Gcvy8vy4d4SxR087iB7zz4och8uX8Ub-7bhFG9INs3c4bhCRuji4RfydW-K0YXLTM_jUwWhTqg-6T6dIAVisAGHmDbxtTEUtzVrGws9lhbxkn_X8_JGEuHNQ/s1280/3.%20Abc.jpg" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="1280" data-original-width="720" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiXvmgWlYMAR72vRF1epAjGfzu3VQbQSZoTF1kvrUqUX2gtM0bHCXzHYf78iv9FqqHaj7Gcvy8vy4d4SxR087iB7zz4och8uX8Ub-7bhFG9INs3c4bhCRuji4RfydW-K0YXLTM_jUwWhTqg-6T6dIAVisAGHmDbxtTEUtzVrGws9lhbxkn_X8_JGEuHNQ/s320/3.%20Abc.jpg" width="180" /></a></div><div style="text-align: justify;">Para acordar o abecê dentro de nós, a língua em estado de jogo, mostrando que é mais fácil para os que aprenderam as letras nordestinas, mas também que, esquentando a cada estrofe, a tarefa ia ficando mais fácil, Pinduka abriu com o Galope à Beira Mar Soletrado, de Xangai e Ivanildo Vilanova, começando a conversa sobre tudo isso. Mas que soletrado difícil, até para os "falantes" do abecê nordestino!!! Como método de alfabetização, a soletração é um procedimento proscrito, mas como brinquedo da língua, nos desafia, traz esforço de driblar a língua e riso, muito riso!</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">A fruição reflexiva seguiu com o ABC do sertão casadinho com A letra é rê e não erre, de Nonói Contador de causos, o Noédson Valois, apurando com o público o sabor desse abecê, no canto e na poesia. É interessante notar que Luiz Gonzaga e Zé Dantas falam de um abecê que, ao mesmo tempo, exaltam como nordestinos, mas também veem "de fora", achando engraçado "ouvir-se tanto ê". Já Nonói é mais aguerrido, separando "nós" e "eles", nós cá falando fê, correto, e eles lá que "errem" com o erre, em uma defesa bem regionalista, de quem afirma, com razão, a beleza e a justeza de nosso abecedário.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Nossa defesa do abecê nordestino, que nada mais é que um abecedário em que oito letras têm nomes diferentes das do abecê dito oficial, não é regionalizante, que afirme uma identidade cultural própria, fechada em suas fronteiras, naturalizando os recortes geográficos e simbólicos ligados à ideia de região de Nordeste, que, como imaginário, como espaços simbólicos, são invenções, construções.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Mas tampouco queremos nos alinhar ao discurso que anula as heterogeneidades e a diversidade presentes nas especificidades das culturas regionais, em prol da nacionalidade ou de uma visada global universalista. Afirmar o regional sem ser regionalista é um equilíbrio que exige uma perspectiva menos estanque de analisar os fenômenos culturais.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Entretanto, feitas essas ressalvas, digo com Nonói: "A letra é rê e não erre! Garanto que não errei. [...] Se você prefere, erre! Com o rê não errarei."</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Depois desse introito, que contou também com boas reflexões de Pinduka sobre o sabor de nosso abecê, apresentei o estudo e a pesquisa que desenvolvi (e ainda estou estudando) sobre o assunto. Eu trouxe brevemente os argumentos de diferentes campos do conhecimento que nos permitem argumentar sobre a legitimidade cultural e linguística desse abecê. A historiografia da alfabetização e do alfabeto, os estudos sobre variação linguística, pesquisas atuais sobre o papel do nome das letras na alfabetização inicial, nos ajudam a entender o que está em jogo nisso de termos dois abecedários diferentes no Brasil e permitem validar o nosso modo de nomear as letras, que não é invenção de nordestino iletrado nem obra de professoras leigas da zona rural nordestina, como se pensa muitas vezes. </div><div style="text-align: justify;"><br /></div></span><div><span style="font-family: georgia; font-size: medium;"><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgGCHvrLiu3ajOndVfvI2HQphPsqlY1YiN2-I1xpitOsJzUopaeD8_FUNupQarpfSfYwT2dk2_wbbdEsmunJeBXvQAT7ptLC0aJBS2tdkRZkmbJkUJSdUUNWkf7QpsITKut7Rlphj_AWphvetduZu8iCl_C3t0ePWtdeyxvvU0GYARZY2X2etJff0XW-w/s741/6.%20Estudo%20e%20pesquisa.jpg" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="705" data-original-width="741" height="380" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgGCHvrLiu3ajOndVfvI2HQphPsqlY1YiN2-I1xpitOsJzUopaeD8_FUNupQarpfSfYwT2dk2_wbbdEsmunJeBXvQAT7ptLC0aJBS2tdkRZkmbJkUJSdUUNWkf7QpsITKut7Rlphj_AWphvetduZu8iCl_C3t0ePWtdeyxvvU0GYARZY2X2etJff0XW-w/w400-h380/6.%20Estudo%20e%20pesquisa.jpg" width="400" /></a></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: right;"><br /></div></span><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: georgia; font-size: medium;"><div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;">Nesses argumentos, a discussão sobre o princípio acrofônico se faz rainha, costurando tudo, todos os argumentos, pois, como diz Cagliari, ele é, ao mesmo tempo, a chave da constituição do sistema e da apropriação do funcionamento da escrita alfabética, ou seja, quando o sistema alfabético foi constituído com base nesse princípio, forneceu também a chave para a alfabetização. E o X da questão é justo esse, as letras nordestinas têm muito mais a ver com isso do que as letras ditas oficiais!!! Ao menos sete delas!</div></span></div></div><span style="font-family: georgia; font-size: medium;"><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhigNjVLwAe3qwviQQtKNZhBpUtTS-V8QmoXaZUKDx6sZgOug0KW3N5r4CiqAOVbEP7tYB2TuAdlhxb1W0o_xlaHBfaN_uPucAQR6AMeuNUbnwsiJ0qJh52JNmmfP4McesDCEpFcK4FF6VyTsmy4xGlwW7J6VB-JwnJr_VbinV_6Xay_xQCQM65yStkug/s1000/Lica2.jpg" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><br /></a></div><div style="text-align: justify;"><div style="text-align: right;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgqxqkSDlOl-ah5NXLwn9tdq3u67vk38wJFqoPjOR3E7VM-Egau-nFOmtvz-lOL3EiHcDmJQDloiIV7nWYK6k6s8M7WGvafbfKzbCkp8zl4aMHH17DYLW6ePGXb46Y8TeI6Io_DSVr74yPqDHGGYtKmruDwXvDP9BVhaaGrbEeZ2OfpQqbhPHc2X7BmWw/s1000/Lica1.jpg" style="clear: right; float: right; margin-bottom: 1em; margin-left: 1em;"><img border="0" data-original-height="1000" data-original-width="750" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgqxqkSDlOl-ah5NXLwn9tdq3u67vk38wJFqoPjOR3E7VM-Egau-nFOmtvz-lOL3EiHcDmJQDloiIV7nWYK6k6s8M7WGvafbfKzbCkp8zl4aMHH17DYLW6ePGXb46Y8TeI6Io_DSVr74yPqDHGGYtKmruDwXvDP9BVhaaGrbEeZ2OfpQqbhPHc2X7BmWw/s320/Lica1.jpg" width="240" /></a></div>Bom, depois desse breve passeio pelos estudos que fiz, apresentei também o projeto e alguns dados da pesquisa realizada junto a docentes, que revelam que o abecê nordestino ainda está, sim, presente nas práticas alfabetizadoras, embora menos do que no passado, claro. Ideias advindas de desconhecimentos mostram que conhecer mais diversos elementos do nosso sistema de escrita ajuda a valorizar mais nosso abecê, para que ele possa seguir circulando nas escolas e não desaparecer, "colonizado" pelo abecê hegemônico, dito oficial, tido erroneamente como o correto, culto e belo.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">E ao final da nossa apresentação, como toda situação de aprendizagem merece (rsrsrsrs), Pinduka fechou a mesa tomando a lição! E foi fácil, foi, com o Abecedário de Gerônimo, canto e resposta, e todo mundo craque no abecê!</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Fizemos um compilado da apresentação, para vocês poderem ter um gostinho do que aconteceu lá, veja <a href="https://www.canva.com/design/DAFdYaq1ojk/g2TtEUSmIiHSjBoIT6QrBg/watch?utm_content=DAFdYaq1ojk&utm_campaign=designshare&utm_medium=link&utm_source=homepage_design_menu" target="_blank">aqui</a>.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><iframe allowfullscreen='allowfullscreen' webkitallowfullscreen='webkitallowfullscreen' mozallowfullscreen='mozallowfullscreen' width='320' height='266' src='https://www.blogger.com/video.g?token=AD6v5dy5zAOb9mpeeA3HR2EayqhVIGXjcIb5MQe3CP2JfHCqa_mOPLoBO_UXolsYaCxUnHNERuO7JbzldtgU30JIZg' class='b-hbp-video b-uploaded' frameborder='0'></iframe></div><br /><div style="text-align: justify;">E você aí? Já aprendeu o nosso abecê? Já começou a mudar seu conceito sobre ele?</div></span>Licahttp://www.blogger.com/profile/13330703422606132370noreply@blogger.com4tag:blogger.com,1999:blog-2765047742547072708.post-88352796818914233902022-09-13T11:50:00.438-07:002024-02-19T16:14:01.305-08:00Produção de recursos didáticos no LAP: processo de avaliação e validação.<p style="text-align: justify;"><span style="font-family: georgia; font-size: medium;">Comecei a produzir jogos e materiais didáticos há muito tempo, muito antes da UFBA, do BLOG, do LAP. Mas hoje, esse trabalho, muito mais fundamentado, elaborado e compartilhado com outras pesquisadoras, faz parte das minhas atividades de ensino, pesquisa e extensão na FACED/UFBA, no âmbito da atuação do LAP - Laboratório de Acervos e Práticas. Hoje, todas as propostas envolvendo experimentar, criar, produzir, avaliar, validar e mobilizar didaticamente esses materiais de ensino na práticas alfabetizadoras, fazem parte das ações do LAP.</span></p><p style="text-align: justify;"><span style="font-family: georgia; font-size: medium;">Assim, para contextualizar a discussão sobre a produção de recursos do LAP, é importante conhecer o laboratório, seus acervos de recursos, as oficinas envolvendo essa dimensão material - aspectos que foram brevemente abordados nas postagens anteriores aqui no blog. <a href="http://oficinasdealfabetizacao.blogspot.com/2022/08/laboratorio-de-acervos-e-praticas.html" target="_blank">Aqui</a> fala do LAP e <a href="http://oficinasdealfabetizacao.blogspot.com/2022/09/recursos-didaticos-do-laboratorio-de.html" target="_blank">aqui</a> apresenta os recursos didáticos dos acervos do LAP e depois falarei mais das oficinas, resumidas nesse post. Você pode também acessar as redes sociais do LAP: <a href="https://www.instagram.com/lap_faced" target="_blank">Instagram</a> e <a href="https://www.facebook.com/LAPFACED" target="_blank">Facebook</a> e o artigo no V <a href="http://eventos.udesc.br/ocs/index.php/V_CBA/ppr/paper/viewFile/1159/1100" target="_blank">CONBAlf 2021</a>. Há também apresentações em vídeo sobre o LAP em alguns eventos, especialmente a <a href="https://youtu.be/f9dhv8g4PPg" target="_blank">mesa</a> no Congresso da UFBA, onde falo do LAP e há o lançamento da Rede AlfaLABS e a apresentação do <a href="https://youtu.be/STVNombfVJc" target="_blank">LAP</a> no Ceale Debate - Laboratórios de Alfabetização, que conta, também com a apresentação dos outros laboratórios da Rede, veja aqui a <a href="https://youtube.com/playlist?list=PLnUq8nHwX54gcXwAT60_5hGn38RyXCJXa" target="_blank">Playlist</a>. Na BIO do IG do LAP tem também esses links, sempre atualizados. No nosso livro, que está no forno e sairá em breve, também tem um capítulo sobre o LAP e os outros laboratórios, atualizarei a informação aqui quando estiver publicado. </span></p><p style="text-align: justify;"><span style="font-family: georgia; font-size: medium;">O LAP - Laboratório de Acervos e Práticas, da FACED/UFBA, desenvolve ações permanentes ligadas a sua dimensão material, envolvendo a experimentação, análise, criação, produção, avaliação, validação e a mobilização de recursos didáticos. A produção de materiais para alfabetizar em oficinas se dão para compor o acervo do próprio LAP, para compor acervos de seus participantes, estudantes, docentes, interessados em geral. Em situações formativas, seja para atender a situações reais da prática pedagógica (em contexto de pesquisas, estágios, dentre outras), seja em situações em que se parte de conteúdos e objetivos de aprendizagem para conceber um recurso, os acervos são mobilizados em articulação mais direta com a dimensão didático-pedagógica do LAP. Na verdade, os recursos envolvem as três dimensões do laboratório, já que também há em seus acervos, jogos e materiais ludopedagógicos a partir do repertório da tradição oral. </span></p><p align="justify" class="p" style="margin-bottom: 12,0000pt; margin-top: 12,0000pt; mso-line-height-alt: 12pt; mso-pagination: widow-orphan; text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;"><span style="font-family: georgia; font-size: medium;">As oficinas da dimensão material do LAP podem ser de três tipos: </span></p><p align="justify" class="p" style="margin-bottom: 12,0000pt; margin-top: 12,0000pt; mso-line-height-alt: 12pt; mso-pagination: widow-orphan; text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;"></p><ul><li style="text-align: justify;"><span style="font-family: georgia; font-size: medium;"><b>Oficinas de mobilização</b> dos recursos do LAP (acervos diversos agregado no laboratório ou os recursos produzidos em seu contexto), com análise e discussão sobre suas potencialidades didáticas e /ou planejamento de estratégias a partir deles e em articulação com outras estratégias;</span></li><li style="text-align: justify;"><span style="font-family: georgia; font-size: medium;"><b>Oficinas de produção </b>de recursos dos acervos produzidos no próprio LAP (os participantes farão seus kits de recursos dos materiais desenvolvidos no LAP, ou antes do LAP, mas agregados a ele depois);</span></li><li style="text-align: justify;"><span style="font-family: georgia; font-size: medium;"><b>Oficinas de criação</b> de novos recursos (desde o planejamento do recurso, a partir de alguma situação real de sala de aula ou a partir de conteúdos e objetivos de aprendizagem definidos.</span></li></ul><p></p><p align="justify" class="p" style="margin-bottom: 12,0000pt; margin-top: 12,0000pt; mso-line-height-alt: 12pt; mso-pagination: widow-orphan; text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;"><span style="font-family: georgia; font-size: medium;">Além dessas, oficinas de planejamento didático podem ser ofertadas, bem como outras situações formativas envolvendo o desenvolvimento de estratégias didáticas a partir desses recursos, ressaltando-se as mediações, a combinação com outras estratégias, a avaliação das situações propostas. A dimensão material se articula à dimensão didática sempre, pois é inerente à própria concepção de recurso didático, tal qual discutido em <a href="https://revistas.ufrj.br/index.php/rce/article/view/16617" target="_blank">Araujo</a> (2018). Mas há situações formativas que articulam de forma mais contundente e direta as duas dimensões (junto com a dimensão simbólico-cultual também, como já dito). A própria produção e avaliação de recursos envolve, sempre, a reflexão sobre seus usos didáticos, ainda mais, em um contexto formativo, em que tais procedimentos estão articulados a ações de formação para a docência em alfabetização. Temos, assim, há algum tempo, discutido sobre o papel da produção de recursos didáticos na formação inicial de professores. Recursos didáticos o são na medida em que articulados a objetivos de aprendizagem e às estratégias didáticas mobilizadas no planejamento e na ação docente. Dessa forma, a dimensão material não se separa da dimensão didática. Os saberes teóricos e didáticos precisam se articular ao processo de produção de materiais, pois essa produção não é uma mera confecção de apetrechos concretos, a própria confecção do recurso, de seus usos potenciais, implicam em pensar em seus aspectos didáticos. </span></p><p align="justify" class="p" style="margin-bottom: 12,0000pt; margin-top: 12,0000pt; mso-line-height-alt: 12pt; mso-pagination: widow-orphan; text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;"><span style="font-family: georgia; font-size: medium;">O LAP promove também ações de planejamento e desenvolvimento de estratégias didáticas a partir de repertórios culturais, como a literatura e a tradição oral, se articulando também à dimensão simbólico-cultural. O uso planejado de recursos em contextos reflexivos, significativos, lúdicos e letrados, nas práticas alfabetizadoras, é um campo que venho estudando e discutindo há mais de vinte anos. </span></p><p align="justify" class="p" style="margin-bottom: 12,0000pt; margin-top: 12,0000pt; mso-line-height-alt: 12pt; mso-pagination: widow-orphan; text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;"><span style="font-family: georgia; font-size: medium;">Bom, dito tudo isso, passemos a falar especificamente às etapas de produção de recursos no LAP. Nos dedicamos agora a estabelecer - a partir de referenciais diversos que fundamentam esses procedimentos - as etapas da produção de recursos, desde sua experimentação, planejamento e criação de recursos, até sua avaliação junto ao público visado pelo recurso e sua validação. Como espaço de formação para a docência em alfabetização, o LAP produz recursos no contexto formativo e, dessa forma, essa sequência de procedimentos de produção se articula às preocupações teórico-metodológicas, didáticas e formativas, desde a criação dos recursos até o uso planejado do que foi produzido.</span></p><p align="justify" class="p" style="margin-bottom: 12,0000pt; margin-top: 12,0000pt; mso-line-height-alt: 12pt; mso-pagination: widow-orphan; text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;"><span style="font-family: georgia; font-size: medium;">Os conteúdos e modos de abordá-los, os objetivos de aprendizagem e os referenciais para fundamentar os recursos que produzimos vêm a partir de diversos autores do campo da alfabetização, em especial Morais (2012; 2019), Soares (2016; 2020), Brandão e Rosa (2021), Morais, Albuquerque e Leal (2005), dentre outros. Os recursos são criados aliando esses referenciais a alguns autores que discutem, especificamente, sobre a produção de jogos e dispositivos de ensino, em especial Leffa (2003) e Dolz (2016), junto com alguns autores do campo do design de jogos, como Salen e Zimmerman (2012), dentre outros. A partir das etapas de produção que esses autores propõem, estabelecemos as seguintes etapas da produção de recursos no LAP:</span></p><p align="justify" class="p" style="margin-bottom: 12,0000pt; margin-top: 12,0000pt; mso-line-height-alt: 12pt; mso-pagination: widow-orphan; text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;"></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhrGE5-E7DlU6FVbRDNryzz-QfdO9owTSNlRWnYorHU-yAZWG5hokm_F9FuAlONKSD5gGjdMEZqPaNiP-IkwkIIuw6hWi_k6GawxlNGNWPk0Zqn55XnZ9wEP5wux0CosTKS1fTq7NhC202OAxu1KO9N6_tYVRxGHMTkjICJxYaCYDWyjtQVYk-VIBuokA/s1024/Etapas%20produ%C3%A7%C3%A3o%20materiais.png" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="768" data-original-width="1024" height="300" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhrGE5-E7DlU6FVbRDNryzz-QfdO9owTSNlRWnYorHU-yAZWG5hokm_F9FuAlONKSD5gGjdMEZqPaNiP-IkwkIIuw6hWi_k6GawxlNGNWPk0Zqn55XnZ9wEP5wux0CosTKS1fTq7NhC202OAxu1KO9N6_tYVRxGHMTkjICJxYaCYDWyjtQVYk-VIBuokA/w400-h300/Etapas%20produ%C3%A7%C3%A3o%20materiais.png" width="400" /></a></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><br /></div><span style="font-size: medium;"><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: georgia;">- </span><b style="font-family: georgia;">EXPERIMENTAÇÃO</b><span style="font-family: georgia;"> dos recursos, de jogos, sejam esses do acervo produzido no LAP, sejam do acervo mais amplo, tal qual discutido no post sobre os acervos do LAP. A experimentação permite conhecer os recursos e os jogos, discutir sobre seus usos, sobre sua produção, conhecer possibilidades para ter referências para criar novos. No caso de jogos, é oportunidade de refletir sobre suas mecânicas, experimentar a jogabilidade, se inspirar para criar novas propostas. A experimentação pode ser uma etapa das oficinas de criação e de produção de recursos ou uma oficina em si mesma, e pode ser parte de ações de pesquisa e extensão do LAP junto a bolsistas e estudantes. </span></div></span><p></p><p align="justify" class="p" style="margin-bottom: 12,0000pt; margin-top: 12,0000pt; mso-line-height-alt: 12pt; mso-pagination: widow-orphan; text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;"><span style="font-family: georgia; font-size: medium;"><b>- PLANEJAMENTO</b> do recurso a partir de uma demanda real da sala de aula ou de conteúdo e objetivos estabelecidos (implica nos esboços para se chegar a uma ideia, e a textualização inicial de suas regras). Pode ser realizado em contexto das oficinas de criação de recursos ou em outras situações formativas envolvendo estudantes ou estudantes e docentes da educação básica, que planejam em grupos os recursos; e pode ser em até em contexto de pesquisa e de ensino;</span></p><p align="justify" class="p" style="margin-bottom: 12,0000pt; margin-top: 12,0000pt; mso-line-height-alt: 12pt; mso-pagination: widow-orphan; text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;"><span style="font-family: georgia; font-size: medium;"><b>- Produção do PROTÓTIPO</b> do recurso e de suas regras explícitas (uma versão "usável" ou "jogável" do recurso planejado e o texto de suas regras de uso). Trata-se de uma etapa articulada à etapa do planejamento, sendo portanto vinculada às ações descritas acima;</span></p><p align="justify" class="p" style="margin-bottom: 12,0000pt; margin-top: 12,0000pt; mso-line-height-alt: 12pt; mso-pagination: widow-orphan; text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;"><span style="font-family: georgia; font-size: medium;"><b>- PLAYTEST</b> - teste interno, feito no LAP, e os participantes jogam e usam os materiais, <span style="text-align: left;">dando sugestões para melhorias e analisando regras, interface gráfica, e no caso de jogos, </span>sua "jogabilidade" e "mecânica". Entretanto, o playtest, no caso de jogos de alfabetização, precisa considerar suas limitações pelo fato de que é testado por adultos alfabetizados e, por isso mesmo, a etapa da avaliação junto ao público visado torna-se ainda mais importante. <span style="text-align: left;">É
importante também criar situações com outros jogadores, que não os "criadores", para termos uma perspectiva
diferente, de quem não está mergulhado na criação do jogo (outros estudantes,
por exemplo). </span>Como as oficinas de criação de novos recursos aconteceram, até agora, em situações informais, essa etapa também foi desenvolvida informalmente por bolsistas e estudantes voluntárias das ações de pesquisa e extensão do LAP. A ideia é incrementarmos as propostas de criação e podermos consolidar mais essas etapas que envolvem a criação de novos recursos didáticos.</span></p><p align="justify" class="p" style="margin-bottom: 12,0000pt; margin-top: 12,0000pt; mso-line-height-alt: 12pt; mso-pagination: widow-orphan; text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;"><span style="font-family: georgia; font-size: medium;"><b>- Produção do PROTÓTIPO 2</b> do recurso, se necessário. A partir do playtest, uma versão mais "arrumada" do recurso, visando à sua avaliação, deve ser produzida (se o protótipo 1 já for mais organizado e não houver modificações a serem feitas a partir do playtest, pode servir para a avaliação). Essa etapa vincula-se à etapa do playtest. Os recursos que já compõem os acervos do LAP, no entanto, são avaliados a partir de versões já produzidas do recurso, ou as versões confeccionadas por estudantes para seus acervos, em geral no contexto de oficinas de produção;</span></p><p align="justify" class="p" style="margin-bottom: 12,0000pt; margin-top: 12,0000pt; mso-line-height-alt: 12pt; mso-pagination: widow-orphan; text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;"><span style="font-family: georgia; font-size: medium;"><b>- AVALIAÇÃO</b> do recurso. Trata-se do uso efetivo do recurso na sala de aula, com as crianças, considerando o contexto, o domínio das crianças do conteúdo e a articulação do recurso com outras estratégias. É, portanto, uma avaliação bem planejada, por vezes colaborativa, entre nossos/as estudantes e as regentes da turma. O LAP está desenvolvendo um Instrumento de avaliação, onde é registrado diversos aspectos da situação em que os recursos serão usados, desde as proposta prévias ao uso do recurso, o enquadre de sua proposta até os elementos observados durante o seu uso. O instrumento ajuda a compor esse contexto mais amplo, a delinear o que foi planejado de realizar com a turma que contextualiza o uso do recurso. A avaliação pode ser feita por estudantes em contexto de pesquisa e atividades de extensão ou pelas próprias regentes, sendo que o enquadre diferente é levado em conta na avaliação. Como se trata de recursos para alfabetizar, ou seja em contexto de ações didático-pedagógica, e também de contexto formativo, e não uma avaliação num enquadre de comercialização do recurso, a avaliação deve considerar esse contexto, sendo diferente de avaliações feitas em outros contextos de produção de recursos. </span></p><p align="justify" class="p" style="margin-bottom: 12,0000pt; margin-top: 12,0000pt; mso-line-height-alt: 12pt; mso-pagination: widow-orphan; text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;"><span style="font-family: georgia; font-size: medium;"><b>- VALIDAÇÃO:</b> se um conjunto de avaliações desse recurso, analisando-se os relatos e os registros das avaliações no instrumento, apontar suas possibilidades de uso produtivo, ele pode ser validado para determinado contexto. A validação leva em conta também outros fatores, como a revisão de aspectos pontuais, necessidade de indicação de alguma variante, ou uso diferenciado para diferentes perfis de alunos etc... A validação pode levar em conta também o olhar de outros especialistas.</span></p><p align="justify" class="p" style="margin-bottom: 12,0000pt; margin-top: 12,0000pt; mso-line-height-alt: 12pt; mso-pagination: widow-orphan; text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;"><span style="font-family: georgia; font-size: medium;"><b>- CONFECÇÃO: </b>se o recurso for validado, um ou mais exemplares são produzidos para compor o acervo do LAP e ser mobilizado em contextos diversos, inclusive novas oficinas e ações em escolas;</span></p><p align="justify" class="p" style="margin-bottom: 12,0000pt; margin-top: 12,0000pt; mso-line-height-alt: 12pt; mso-pagination: widow-orphan; text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;"><span style="font-family: georgia; font-size: medium;"><b>- DIVULGAÇÃO</b>: o recurso sendo parte do acervo do LAP deve ser divulgado em ações diversas, eventos, mostras, e em especial naquelas que envolvem o planejamento e desenvolvimento de estratégias didáticas incluindo esses recursos articulados a outras estratégias; </span></p><p align="justify" class="p" style="margin-bottom: 12,0000pt; margin-top: 12,0000pt; mso-line-height-alt: 12pt; mso-pagination: widow-orphan; text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;"><span style="font-family: georgia; font-size: medium;">- <b>REPLANEJAMENTO</b>: caso a avaliação indique a necessidade de ajustes maiores no recurso, em suas regras ou uma necessidade de reformulação total da ideia, o recurso passa por novo planejamento e começa tudo novamente, pois se trata de etapas recursivas. A ideia pode também ser abandonada, caso se mostre infrutífera, ou reformulada na base, como transformar o tipo de recurso, mantendo a ideia do conteúdo e objetivo de aprendizagem (Ex. pensado como um jogo de tabuleiro e virar um jogo de cartas), ou manter a estrutura do jogo, mas mudar o conteúdo e o perfil ao qual se destina. Uma ideia pode ser replanejada ao limite de se tornar outro material.</span></p><p align="justify" class="p" style="margin-bottom: 12,0000pt; margin-top: 12,0000pt; mso-line-height-alt: 12pt; mso-pagination: widow-orphan; text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;"></p><div><span style="font-family: georgia; font-size: medium;">Aproveito aqui posts do IG do LAP, para ampliar um pouco mais a ideia dessas etapas (clique nas imagens para ler com mais nitidez):</span></div><div><span style="font-family: georgia; font-size: medium;"><br /></span></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEhdbZ026ctRKHEAeS8deYWeN6KVj5xF6SRBLPhxylmeVoYPyoOeMTjbaO5p2-PRxVAGh6_6fNtP3PPBVPJ1Uns9h3bDqDZ2zVJrz6cTQJUxhqoeBudGe4vhLAM6SdEUjOxAfnY96aDCKjU5DYWOxgY8tGql0NQIGJo1orgokiAHj4zl7uQ7u8ikWNxxdw=s1080" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><span style="font-family: georgia; font-size: medium;"><img border="0" data-original-height="1080" data-original-width="1080" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEhdbZ026ctRKHEAeS8deYWeN6KVj5xF6SRBLPhxylmeVoYPyoOeMTjbaO5p2-PRxVAGh6_6fNtP3PPBVPJ1Uns9h3bDqDZ2zVJrz6cTQJUxhqoeBudGe4vhLAM6SdEUjOxAfnY96aDCKjU5DYWOxgY8tGql0NQIGJo1orgokiAHj4zl7uQ7u8ikWNxxdw=w320-h320" width="320" /></span></a></div><span style="font-family: georgia; font-size: medium;"><br /></span><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEgKKwHw5If--U24avUuYvSD-JPdaGWxxyIf12_V48xjnmKRWyZSQu3Rh34zbbuXrc_lAGCCCXl2NrEZHPKFIEXCRc2ttaytzQ2kJvPFTmDbdp6x2nVIcV75nqt9UkEXSVerOiW8DvU9MYqffYL0GmQeIPkutc0G4M2zxxb7GW-J1Yz3KoAGsjnC0jyh2g=s1080" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><span style="font-family: georgia; font-size: medium;"><img border="0" data-original-height="1080" data-original-width="1080" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEgKKwHw5If--U24avUuYvSD-JPdaGWxxyIf12_V48xjnmKRWyZSQu3Rh34zbbuXrc_lAGCCCXl2NrEZHPKFIEXCRc2ttaytzQ2kJvPFTmDbdp6x2nVIcV75nqt9UkEXSVerOiW8DvU9MYqffYL0GmQeIPkutc0G4M2zxxb7GW-J1Yz3KoAGsjnC0jyh2g=s320" width="320" /></span></a></div><span style="font-family: georgia; font-size: medium;"><br /></span><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEiZ5uhvo5x1GCuvunvY90qSquL3JGYu-GVmki2At1cfAgx7kUUqerW0VRSzyC_BKM1kGVmN67aw4ITaI_zmJItZL5-_-ONQ4Mu64B5K5wPXV1c5d_qcjJFk9t2vp7Zu5jKkYdu_csFfKO0LS8L-P3_efPz0iSOxfHOTE_Ei9UPJdjOr3C7IES5qKUKbGw=s1080" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><span style="font-family: georgia; font-size: medium;"><img border="0" data-original-height="1080" data-original-width="1080" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEiZ5uhvo5x1GCuvunvY90qSquL3JGYu-GVmki2At1cfAgx7kUUqerW0VRSzyC_BKM1kGVmN67aw4ITaI_zmJItZL5-_-ONQ4Mu64B5K5wPXV1c5d_qcjJFk9t2vp7Zu5jKkYdu_csFfKO0LS8L-P3_efPz0iSOxfHOTE_Ei9UPJdjOr3C7IES5qKUKbGw=s320" width="320" /></span></a></div><span style="font-family: georgia; font-size: medium;"><br /></span><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEhIp0NG2FHoGRO-iUuGVRK8OyiQ6Zx4bafCAzKeZA5isruHMno9qobVO6R1jHESqEYmDH1moZVbgYNP2jLOuRT8ZtbKZ-bM8rUZUWqUek2uPzOMHgZKm1ZeMOqSLwCFjOnLI_LGDppkqUYBtHRHUYzHQLny0REo-FYZiwfM94KEAd5Goba6mfOIhnni6Q=s1080" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><span style="font-family: georgia; font-size: medium;"><img border="0" data-original-height="1080" data-original-width="1080" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEhIp0NG2FHoGRO-iUuGVRK8OyiQ6Zx4bafCAzKeZA5isruHMno9qobVO6R1jHESqEYmDH1moZVbgYNP2jLOuRT8ZtbKZ-bM8rUZUWqUek2uPzOMHgZKm1ZeMOqSLwCFjOnLI_LGDppkqUYBtHRHUYzHQLny0REo-FYZiwfM94KEAd5Goba6mfOIhnni6Q=s320" width="320" /></span></a></div><span style="font-family: georgia; font-size: medium;"><br /></span><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEiXsPYXt__U8aru2jpfTuCpyTdHyI5m5NiMunINyd15hYQW8hpv-YSjsUGrwJYIE2S-uECG3qIdyZI_Zj8R4hzgg8kNQyAtlBL0xeyYatrD5ejHr8ZcKZsKOIEITFFo1m75RUUDAHxRIr7_xmvBpXElSqkS3sNpu2D5U-Fu7LtA5tRJYP_fRSaYeCOfeA=s1080" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><span style="font-family: georgia; font-size: medium;"><img border="0" data-original-height="1080" data-original-width="1080" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEiXsPYXt__U8aru2jpfTuCpyTdHyI5m5NiMunINyd15hYQW8hpv-YSjsUGrwJYIE2S-uECG3qIdyZI_Zj8R4hzgg8kNQyAtlBL0xeyYatrD5ejHr8ZcKZsKOIEITFFo1m75RUUDAHxRIr7_xmvBpXElSqkS3sNpu2D5U-Fu7LtA5tRJYP_fRSaYeCOfeA=s320" width="320" /></span></a></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEgU32WD-ESuC0UsYWdynsQshp45BRtrsxy_i6o7VqKyH7JYOTN7x8N6ak0pF1lcVRQr-efLjFhSIgHeygzUKiJyYwrFv5NXD-wEVx0GHs6gQWlEw2GwzNe1th-svt5shr_qHQlNHHPvO1LvWks4zpLEG8rL2xoIS2TMawco0CxibfoLVJoMvNm0MSiYCQ=s1080" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><span style="font-family: georgia; font-size: medium;"><img border="0" data-original-height="1080" data-original-width="1080" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEgU32WD-ESuC0UsYWdynsQshp45BRtrsxy_i6o7VqKyH7JYOTN7x8N6ak0pF1lcVRQr-efLjFhSIgHeygzUKiJyYwrFv5NXD-wEVx0GHs6gQWlEw2GwzNe1th-svt5shr_qHQlNHHPvO1LvWks4zpLEG8rL2xoIS2TMawco0CxibfoLVJoMvNm0MSiYCQ=s320" width="320" /></span></a></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><span style="font-family: georgia; font-size: medium;"><i>Fotos: IG @lap_faced</i></span></div><span style="font-family: georgia; font-size: medium;"><br /></span><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><span style="font-family: georgia; font-size: medium;"><br /></span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: georgia; font-size: medium;">Uma publicação, que ainda demora, irá abordar mais detalhadamente essas etapas e procedimentos, bem como os referenciais que os embasam, ressaltando a avaliação, em especial, que constitui uma etapa importante e que, diferente da avaliação de jogos de entretenimento, envolve aspectos específicos ao campo de jogos didáticos e ao processo de alfabetização. A partir de referenciais e autores do campo do ensino da língua escrita, do estudo de jogos e do design de jogos, o instrumento de avaliação de recursos que está sendo elaborado no LAP, vem sendo "calibrado", para ele mesmo ser validado, em processos mais informais de avaliação de alguns recursos que já compõem o acervo do LAP ou que já, visando a confirmar seu potencial e à sua validação. Geralmente são egressas do curso, participantes de oficinas e estudantes inseridas em alguma ação em escolas que têm feito essas avaliações para testar o instrumento. <span style="text-align: left;">As situações de avaliação dos recursos no contexto do LAP foram, basicamente, desenv</span><span style="text-align: left;">olvidas por: </span><span style="text-align: left;">a) </span><span style="text-align: left;">bolsistas no contexto da pesquisa que deu origem ao LAP</span><span style="text-align: left;">; b)</span><span style="text-align: left;"> professoras da Educação Infantil e Ensino Fundamental, egressas do curso de Pedagogia da UFBA</span><span style="text-align: left;">; c)</span><span style="text-align: left;"> outras professoras, de escolas públicas e privadas, que se dispuseram a contribuir com o LAP</span><span style="text-align: left;">, avaliando os recursos em suas turmas, especialmente as que participaram de oficinas.</span></span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: georgia; font-size: medium;"><br /></span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: georgia; font-size: medium;">Vou postar aqui alguns desses recursos e seu processo de avaliação. Por ora, veremos processos em andamento, com algumas considerações que foram feitas no processo de avaliação em algumas turmas, poucas ainda. <span style="text-align: left;">Os materiais </span><span style="text-align: left;">desenvolvidos ou inseridos no contexto do LAP</span><span style="text-align: left;">, escolhidos aqui para </span><span style="text-align: left;">a ilustrar o</span><span style="text-align: left;"> processo de </span><span style="text-align: left;">avaliação</span><span style="text-align: left;">, foram: </span><span style="text-align: left;">o jogo </span><span style="text-align: left;">Trava-línguas</span><span style="text-align: left;"> F</span><span style="text-align: left;">altando </span><span style="text-align: left;">V</span><span style="text-align: left;">ogais, </span><span style="text-align: left;">os materiais </span><span style="text-align: left;">Adivinha 4 opções, Adivinhas embaralhadas</span><span style="text-align: left;"> e</span><span style="text-align: left;"> Quadrinhas Troca-rimas</span><span style="text-align: left;">,</span><span style="text-align: left;"> e </span><span style="text-align: left;">o</span><span style="text-align: left;"> jogo Trave o Trava-língua. </span></span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: georgia; font-size: medium; text-align: left;"><br /></span></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEgjVr9OuXOctZORM4_2mrPXOTQ-2OiRjK0BdmnEr1v5a4ou3_RfNNNWHJRvnB6wAGIrcy65Ll6blDqH5rH0Lh23PIvj7eds8HI_UCKnT_eU-Fxvla8Th5xfDBZyqPs8nTNJFgmaY3yx_UCS_zyq3veYPBJSHAlWavezA5_TFuGVGBcH4R8ZOidC_XpGsQ=s960" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><span style="font-family: georgia; font-size: medium;"><img border="0" data-original-height="658" data-original-width="960" height="219" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEgjVr9OuXOctZORM4_2mrPXOTQ-2OiRjK0BdmnEr1v5a4ou3_RfNNNWHJRvnB6wAGIrcy65Ll6blDqH5rH0Lh23PIvj7eds8HI_UCKnT_eU-Fxvla8Th5xfDBZyqPs8nTNJFgmaY3yx_UCS_zyq3veYPBJSHAlWavezA5_TFuGVGBcH4R8ZOidC_XpGsQ=s320" width="320" /></span></a></div><p align="justify" class="p" style="margin-bottom: 12,0000pt; margin-top: 12,0000pt; mso-line-height-alt: 12pt; mso-pagination: widow-orphan; text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;"></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEgI80CxeKnFkEAa6vyBqI-IrVaNckRNq3TPX2CEZfkJTzURo2FsSOsPkCf5o4PnBMcVbyTfzDKQTuQ8TDtUJb6tY5YXClS403hwHGYErQCu5NBJWLdo2DlDw3D_WOC6gZJnPmRuJJ5Up2ihLLYDzvERxA_KJ6GexKEJo9Jgh5NLTHMY2k5yFzXFf_eZjA=s1024" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><span style="font-family: georgia; font-size: medium;"><img border="0" data-original-height="768" data-original-width="1024" height="240" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEgI80CxeKnFkEAa6vyBqI-IrVaNckRNq3TPX2CEZfkJTzURo2FsSOsPkCf5o4PnBMcVbyTfzDKQTuQ8TDtUJb6tY5YXClS403hwHGYErQCu5NBJWLdo2DlDw3D_WOC6gZJnPmRuJJ5Up2ihLLYDzvERxA_KJ6GexKEJo9Jgh5NLTHMY2k5yFzXFf_eZjA=s320" width="320" /></span></a></div><span style="font-family: georgia; font-size: medium;"><br /></span><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEjGwQwMDlZ3QyCM-b-LRhQ7kraJ2Ku5pOc9J3zine5Zz-ew_ZqTL2vXaQIkJVPdJ7mfreg58oOa7YQZ1AIouRWMNPeXc0yLNUoJRgzE9W9hXT35WiwhuBymciVR_KJZFlRHorzC6r3uiVECR8DO1Z3Ay5yGIDHwhv7sPS2ncHEWtq6Mn-SlHuxrKjqNBw=s728" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><span style="font-family: georgia; font-size: medium;"><img border="0" data-original-height="546" data-original-width="728" height="240" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEjGwQwMDlZ3QyCM-b-LRhQ7kraJ2Ku5pOc9J3zine5Zz-ew_ZqTL2vXaQIkJVPdJ7mfreg58oOa7YQZ1AIouRWMNPeXc0yLNUoJRgzE9W9hXT35WiwhuBymciVR_KJZFlRHorzC6r3uiVECR8DO1Z3Ay5yGIDHwhv7sPS2ncHEWtq6Mn-SlHuxrKjqNBw=s320" width="320" /></span></a></div><span style="font-family: georgia; font-size: medium;"><br /></span><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEgmUaR82glDldPH06qxL4eQEzaSYEphSUYY3lQcV2gzicmWzrmTUFfKzdTm2rs8CL23f3okOCIHgMVEbJAmyDAcY96VA1us4eow8p7KvhCELLuk_p5dBZG77GZYee5d_UYwD6L712jJ899kqTQdB8DGjXPX_gvaWyOGII4fU1gT_EbZwfysUyqrzv52RA=s708" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><span style="font-family: georgia; font-size: medium;"><img border="0" data-original-height="614" data-original-width="708" height="278" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEgmUaR82glDldPH06qxL4eQEzaSYEphSUYY3lQcV2gzicmWzrmTUFfKzdTm2rs8CL23f3okOCIHgMVEbJAmyDAcY96VA1us4eow8p7KvhCELLuk_p5dBZG77GZYee5d_UYwD6L712jJ899kqTQdB8DGjXPX_gvaWyOGII4fU1gT_EbZwfysUyqrzv52RA=s320" width="320" /></span></a></div><span style="font-family: georgia; font-size: medium;"><br /></span><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEhTx5eafKw98GZds8pSTGmx9WVRAaffR1eCIRshqzEL3Ba-HbH1CsEKEmnOGxRUfnbnhnjZm4a4XwtZEj-cQmVwIinqYFXy7C5wBzOg8KZZE7_1M-K7W3UienWQmIeK5TWA7zQDIY2g_5o-S5ikNyfVGqmptXup5Foj1iboTF8kt2YekEYkfCXn_MTHWg=s3026" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><span style="font-family: georgia; font-size: medium;"><img border="0" data-original-height="2989" data-original-width="3026" height="316" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEhTx5eafKw98GZds8pSTGmx9WVRAaffR1eCIRshqzEL3Ba-HbH1CsEKEmnOGxRUfnbnhnjZm4a4XwtZEj-cQmVwIinqYFXy7C5wBzOg8KZZE7_1M-K7W3UienWQmIeK5TWA7zQDIY2g_5o-S5ikNyfVGqmptXup5Foj1iboTF8kt2YekEYkfCXn_MTHWg=s320" width="320" /></span></a></div><span style="text-align: left;"><p class="p" style="text-align: center;"><span style="text-align: left;"><i><span style="font-family: georgia;">Fotos: acervo pessoal</span></i></span></p></span><p></p><p align="justify" class="p" style="margin-bottom: 12,0000pt; margin-top: 12,0000pt; mso-line-height-alt: 12pt; mso-pagination: widow-orphan; text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;"><span style="font-family: georgia; font-size: medium; text-align: left;">Conforme tenho discutido em diversas ocasiões, venho afirmando a tradição oral como um repertório muito favorável para a alfabetização – em especial para o desenvolvimento da consciência metalinguística, abrangendo gêneros formulares diversos, cuja função primordial é brincar e brincar com a linguagem. Por suas características sonoras e rítmicas, tornam-se privilegiados para a reflexão fonológica envolvendo diversas unidades da língua: rimas, sílabas, unidades intrassilábicas, aliterações, fonemas. Desde que sejam asseguradas a performatividade oral própria a esses gêneros (ZUMTHOR, 1997) e suas funções lúdica e poética, tornam-se também, quando escritos, contexto significativo e produtivo para as primeiras leituras e para a apropriação do funcionamento da notação da língua, por sua natureza de texto poético que se sabe de memória e se memoriza para brincar. </span></p><p align="justify" class="p" style="margin-bottom: 12,0000pt; margin-top: 12,0000pt; mso-line-height-alt: 12pt; mso-pagination: widow-orphan; text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;"><span style="font-family: georgia; font-size: medium;"><span style="text-align: left;">Por fim, é</span><span style="text-align: left;"> importante ressaltar que o uso dos recursos nas situações de avaliação, assim como na ação docente, envolve outros encaminhamentos além do momento específico de apresentá-los às crianças, que vão desde o planejamento considerando o perfil da turma e os conhecimentos necessários para jogar, até as propostas prévias, mas que contextualizam a apresentação do recurso. Lançar mão do recurso implica em momentos anteriores de sensibilização e familiarização quanto às habilidades visadas, às consignas envolvidas e, no caso do contexto da tradição oral, familiarização com o repertório, inclusive porque a proposta é que a reflexão linguística se dê na continuidade das práticas brincantes. Ganhar traquejo com a situação de reflexão sobre a língua oral, nem sempre presente na escola, é também parte dessa etapa. Considerações sobre esses aspectos devem constar no registro do processo de avaliação, pois essas explorações prévias incidem na situação de uso do recurso. No caso da tradição oral, essa sensibilização e familiarização inicial inclui brincar com os textos oralmente, como cultura lúdica e prática de oralidade, se familiarizar com o repertório, por vezes inclusive memorizá-los - pois, além da memorização ser, muitas vezes, condição para brincar, as propostas a partir de alguns materiais podem exigir sabê-los de memória. A depender da turma, esse momento prévio pode ter maior ou menor duração. </span></span></p><p align="justify" class="p" style="margin-bottom: 12,0000pt; margin-top: 12,0000pt; mso-line-height-alt: 12pt; mso-pagination: widow-orphan; text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;"><span style="font-family: georgia; font-size: medium;"><span style="text-align: left;">Quando da apresentação do material, é preciso ainda garantir o conhecimento das imagens que, eventualmente, figuram no material, bem como o léxico usado - esses são outros aspectos que precisam ser protocolados antes das situações de aprender a usar os recursos, valendo, igualmente, para as situações de avaliação. </span><span style="color: #0b5fd1; text-align: left;"> </span></span></p><p align="justify" class="p" style="margin-bottom: 12,0000pt; margin-top: 12,0000pt; mso-line-height-alt: 12pt; mso-pagination: widow-orphan; text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;"><span style="font-family: georgia; font-size: medium;">Bom, mas vamos a eles! Nem todos esses recursos são propriamente jogos, mas materiais estruturados para a reflexão linguística com propostas lúdicas, além de serem atrelados, de qualquer modo, a um contexto lúdico referente ao próprio repertório brincante. São, assim, materiais ludopedagógicos. </span></p><p align="justify" class="p" style="margin-bottom: 12,0000pt; margin-top: 12,0000pt; mso-line-height-alt: 12pt; mso-pagination: widow-orphan; text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;"><span style="font-family: georgia; font-size: medium;">Iniciaremos as postagens por materiais que contribuem com avanços na fase de fonetização da escrita e na apropriação inicial de sua base fonológica, até os que abordam o funcionamento propriamente alfabético da notação da língua. </span></p><p align="justify" class="p" style="margin-bottom: 12,0000pt; margin-top: 12,0000pt; mso-line-height-alt: 12pt; mso-pagination: widow-orphan; text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;"><span style="font-family: georgia; font-size: medium;">Assim, os posts seguintes contam algumas coisinhas sobre o processo de avaliação desses materiais, de forma bem informal ainda, nessa ordem:</span></p><p align="justify" class="p" style="margin-bottom: 12,0000pt; margin-top: 12,0000pt; mso-line-height-alt: 12pt; mso-pagination: widow-orphan; text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;"></p><ul><li><span style="font-family: georgia; font-size: medium;"><a href="https://oficinasdealfabetizacao.blogspot.com/2024/02/avaliacao-de-recurso-quadrinhas-troca.html" target="_blank">Quadrinhas troca-rimas</a></span></li><li><span style="font-family: georgia; font-size: medium;">Adivinha 4 opções</span></li><li><span style="font-family: georgia; font-size: medium;"><span>Trava-línguas</span><span> F</span><span>altan</span></span><span style="font-family: georgia; font-size: large;">do </span><span style="font-family: georgia; font-size: large;">V</span><span style="font-family: georgia; font-size: large;">ogais</span></li><li><span style="font-family: georgia; font-size: medium;"><span style="text-align: left;">Adivinhas embaralhadas</span><span style="text-align: left;"> </span></span></li><li><span style="font-family: georgia; font-size: medium; text-align: left;">Trave o Trava-língua</span></li></ul><p></p><p align="justify" class="p" style="margin-bottom: 12,0000pt; margin-top: 12,0000pt; mso-line-height-alt: 12pt; mso-pagination: widow-orphan; text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;"><span style="font-family: georgia; font-size: medium;">Clique no link de cada um (atualizarei aqui a cada vez que postar) e veja os apontamentos iniciais do seus processos de avaliação. </span></p><p align="justify" class="p" style="margin-bottom: 12,0000pt; margin-top: 12,0000pt; mso-line-height-alt: 12pt; mso-pagination: widow-orphan; text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;"><o:p></o:p></p>Licahttp://www.blogger.com/profile/13330703422606132370noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-2765047742547072708.post-40313449011313553012022-09-13T11:39:00.005-07:002022-09-13T12:00:49.450-07:00Repertórios e recursos didáticos do Laboratório de Acervos e práticas (LAP)<p style="text-align: justify;"><span style="font-family: georgia;">O LAP se chama Laboratório de Acervos e Práticas, pois suas ações formativas envolvem acervos materiais e simbólicos que são mobilizados de diversas formas, em diversas práticas, na articulação com a dimensão didático-pedagógica do LAP. </span></p><p style="text-align: justify;"><span style="font-family: georgia;">Os acervos materiais do LAP compõem-se de recursos diversos, desde livros de literatura infantil e livros de estudo, até os jogos e materiais ludopedagógicos. Os livros de literatura, claro, não são recursos didáticos em si mesmos, mas objetos culturais e constituem-se, igualmente, em acervo simbólico, junto com o repertório de brincadeiras, da tradição oral, que são mobilizados nas ações do LAP, registrados materialmente (por escrito ou em áudio) ou não. Os usos didáticos desses acervos simbólicos, sem perder seu caráter de objetos culturais, fazem parte das ações do LAP também.</span></p><p style="text-align: justify;"><span style="font-family: georgia;">Lembremos também que os recursos didáticos constituem</span><span style="font-family: georgia;"> a materialização da ação docente, não são meros acessórios dessa ação, eles se constituem como componentes de um espaço/tempo deliberadamente organizado para favorecer experiências de aprendizagem, ou seja, é a ação docente que faz deles recursos didáticos. Dito isso, passemos aos acervos de recursos materiais do LAP:</span></p><p style="text-align: justify;"></p><ul><li><span style="font-family: georgia;">Recursos diversos que compõem o LAP</span></li><li><span style="font-family: georgia;">Recursos elaborados anteriormente e agregados ao LAP</span></li><li><span style="font-family: georgia;">Recursos elaborados e produzidos no LAP</span></li></ul><p></p><p style="text-align: justify;"><span style="font-family: georgia;"></span></p><p></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;"><span style="font-family: georgia;">Juntando os recursos elaborados anteriormente por mim, mas que foram agregados ao LAP fazendo parte de seu acervo, como os que temos elaborado já no contexto do LAP, ficamos com duas categorias: os recursos diversos que compõem o LAP e os recursos que foram elaborados ou agregados ao LAP. Quanto aos <b>Recursos diversos que compões o LAP</b>, trata-se de acervos agregados ao LAP, mas não produzidos por mim ou sob minha supervisão. São eles:</span></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;"><span style="font-family: georgia;"><br /></span></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;"><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgr2tkvU3imWqcpbDhl3G4k_K86mx-QI3CA0ya4QrPGR174Bc9-gKQ-iJ0tXwtrTsFG-yie8xyUR3Z7O9sKO6yJAuyBgoXlQVqX20KFptMBvDicN3S8e1VG8wh2azO4CmF3lCdSzZmFAYrptW7WyegOesB4CyzjEOcQs2-liWJmDlyNptPKG-dA6eflCQ/s750/jogos%201.PNG" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="739" data-original-width="750" height="394" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgr2tkvU3imWqcpbDhl3G4k_K86mx-QI3CA0ya4QrPGR174Bc9-gKQ-iJ0tXwtrTsFG-yie8xyUR3Z7O9sKO6yJAuyBgoXlQVqX20KFptMBvDicN3S8e1VG8wh2azO4CmF3lCdSzZmFAYrptW7WyegOesB4CyzjEOcQs2-liWJmDlyNptPKG-dA6eflCQ/w400-h394/jogos%201.PNG" width="400" /></a></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgcdHyDRcfTWgV2CsTcS0-KdmSSeTUH6CfQdAaaqQmMyNkFp6YuBKBWAzeQC-rdYX_4e8ec5jaghenPbp2L4xFnubDI0mkZOPFkSx1zgrzl3rJ15rJa-fpYmCsFwlrNmU3tf8m7l4ijtpXbXj35eLB-8FvaDlzsmutvbAB9RNi3kInJFdk2J2ygEqfMNA/s753/Jogos%202.PNG" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="747" data-original-width="753" height="396" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgcdHyDRcfTWgV2CsTcS0-KdmSSeTUH6CfQdAaaqQmMyNkFp6YuBKBWAzeQC-rdYX_4e8ec5jaghenPbp2L4xFnubDI0mkZOPFkSx1zgrzl3rJ15rJa-fpYmCsFwlrNmU3tf8m7l4ijtpXbXj35eLB-8FvaDlzsmutvbAB9RNi3kInJFdk2J2ygEqfMNA/w400-h396/Jogos%202.PNG" width="400" /></a></div></div><p></p><div class="separator" style="clear: both; display: inline; text-align: center;"><div style="text-align: center;"><img border="0" data-original-height="741" data-original-width="723" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgi0aKEBEWncupaNr3JBZXZE8v0hbb0VmS1XVNzkvTytNwWlW_bj2_1jyrFFw1s7Gauii2c2bV6hsqOcQjUhoTaoORWvsItOdIn-OxGU9dRD0sVvAvYe38V-6L7Amp7fK9DQRqYKtg7Stkd2GLxDM1xXBJU_U15-Vg-o7jynFIl_Jj8doYi8RuZcY0oLg/w390-h400/Jogos%203.PNG" width="390" /></div></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;"><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgi0aKEBEWncupaNr3JBZXZE8v0hbb0VmS1XVNzkvTytNwWlW_bj2_1jyrFFw1s7Gauii2c2bV6hsqOcQjUhoTaoORWvsItOdIn-OxGU9dRD0sVvAvYe38V-6L7Amp7fK9DQRqYKtg7Stkd2GLxDM1xXBJU_U15-Vg-o7jynFIl_Jj8doYi8RuZcY0oLg/s741/Jogos%203.PNG" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"></a></div></div><p></p><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: georgia;">Temos aí as caixas de jogos do CEEL e do projeto Trilhas; coleções de estudo do professor, vinculadas ou não a programas de formação governamentais, a exemplo de coleções do Ceale e do projeto leitura e escrita na Educação Infantil, dentre outras; temos livros de literatura (muitos, herança das caixas do PNLD Obras complementares, distribuídas durante o PNAIC); temos jogos artesanais que são comercializados (e selecionados pelo LAP), a exemplo de recursos do Regador de Ideias, da Lisa Moraes; temos jogos comerciais e caixinhas com propostas diversas (a exemplo da Fábrica de histórias, dentre outras); e temos outros recursos, como dedoches, sussurradores de poesia, brinquedos e outros materiais. </span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: georgia;"><br /></span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: georgia;">A questão dos jogos merece um adendo. </span><span style="font-family: georgia;">Ao defendermos o papel de jogos e materiais ludopedagógicos na alfabetização, não assumimos a ideia de que seja preciso revestir conteúdos geralmente tidos como árduos com roupagens atraentes e motivadoras, maquiando-os com o que Percival Leme Britto chamou de “pedagogia do gostoso”, referindo-se a certa rendição da escola à fruição, ao divertimento, à facilitação, à cultura do que é familiar dos alunos. Não se trata de uma espécie de “ludificação” para motivar as crianças. O valor dos jogos como estratégia didática não é apenas, nem especialmente, por sua natureza lúdica e muito menos com a finalidade de facilitação, motivação ou diversão, mas por seu potencial em gerar boas reflexões no contexto dos objetivos do próprio jogo e em interações em que é preciso tomar decisões com autonomia, atender a exigências e buscar soluções, mobilizando os conhecimentos numa situação mais dinâmica, menos formal e que pode, sim, se tornar lúdica. E isso não está inscrito nos recursos em si, é a ação docente que pode ou não criar condições para que haja o equilíbrio entre didático e lúdico. O lúdico não é inerente aos materiais, ele tem um componente social e um componente subjetivo, são as circunstâncias da situação interativa em torno deles que podem mobilizar ou não a experiência significativa e lúdica. Dito isso, no entanto, é preciso também defender o lúdico na aprendizagem de crianças, e também lembrar que muitos desses recursos são elaborados a partir de repertórios em si mesmos brincantes, como é o caso da tradição oral. R</span><span style="font-family: georgia;">eitera-se aqui o valor dos jogos de reflexão sobre a língua e de recursos materiais a partir de gêneros orais da cultura infantil, pois, dentre as estratégias didáticas produtivas para abordar a faceta linguística da alfabetização em contextos reflexivos, significativos, lúdicos e letrados, situam-se essas que consideram a “motivação típica do lúdico”, ressaltada por Kishimoto (2003). Ou seja, a possibilidade de fruição e engajamento pelo jogo em si também importam ao falarmos de jogos com a linguagem ou de materiais ludopedagógicos a partir de repertórios simbólico-culturais. O jogo é um meio para o professor, um meio de atingir objetivos de aprendizagem, mas é também um fim em si mesmo para as crianças, se for interessante o suficiente, e mesmo que ela saiba - e sabe - que é também para aprender. A dicotomia entre brincar e aprender somos nós que fazemos!</span></div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: georgia;">Vale a pena falar um pouco também do acervo de livros, que conta com os que ficaram de herança do PNAIC, os adquiridos pelo LAP, a partir do financiamento da pesquisa, os que eu mesma doei ou outros, e até mesmo os que passeiam entre minha biblioteca pessoal e o LAP. Os livros dialogam, em geral, com os repertórios que compõem a dimensão simbólico-cultural do LAP, articulada a essa dimensão das materialidades.</span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: georgia;"><br /></span></div><p></p><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: georgia;"><b>Repertórios</b></span></div><div style="text-align: justify;"><div><ul><li><span style="font-family: georgia;">Literatura </span></li><li><span style="font-family: georgia;">Cultura lúdica infantil</span></li><li><span style="font-family: georgia;">Textos da tradição oral</span></li><li><span style="font-family: georgia;">História da escrita</span></li></ul></div></div><p></p><div style="text-align: justify;"><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhfmQMzY2PFDmsRz-1k8eENWYT6c4vXHxp07HfL6NYinFP55vwX-PtDziitHEheE3YerZZoZQZq5PufwXluWEcVOII_n0wApekltuzRCioDpI2jf2RccH2OmPYJrTChjYcrGM6fm1kTv6qj8OenfByAFvaDKghK3Ga1or1vH-Y85L8Dk_Ojd8NZ0filQw/s1280/Slide62.PNG" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="720" data-original-width="1280" height="225" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhfmQMzY2PFDmsRz-1k8eENWYT6c4vXHxp07HfL6NYinFP55vwX-PtDziitHEheE3YerZZoZQZq5PufwXluWEcVOII_n0wApekltuzRCioDpI2jf2RccH2OmPYJrTChjYcrGM6fm1kTv6qj8OenfByAFvaDKghK3Ga1or1vH-Y85L8Dk_Ojd8NZ0filQw/w400-h225/Slide62.PNG" width="400" /></a></div><br /><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi0OjvwizvY1heEAZBy4op3NqMY3jALYxLtiU9VeYSougyVXrZiChKh-moFsdKlIF8rgwXfXinSupy0VdSEv6VJ4vS1U38V3CpXYblnWj9qqVWr-S-46KrrdNg5JDW9rpHksAOGpuAXvH1IidU5XBK90F4Hba1bQ6aqlrWqrxHxqALWMUGj2HodhqQ4Dw/s1280/Slide63.PNG" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="720" data-original-width="1280" height="225" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi0OjvwizvY1heEAZBy4op3NqMY3jALYxLtiU9VeYSougyVXrZiChKh-moFsdKlIF8rgwXfXinSupy0VdSEv6VJ4vS1U38V3CpXYblnWj9qqVWr-S-46KrrdNg5JDW9rpHksAOGpuAXvH1IidU5XBK90F4Hba1bQ6aqlrWqrxHxqALWMUGj2HodhqQ4Dw/w400-h225/Slide63.PNG" width="400" /></a></div><br /><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg4HA5qhCpW6of69kZrh8wHMuuYbUjD1rMBa2qw_HSIuOvSKprVLOztAgpvkh3yV2dMkhbfV4hzarpINUcJpeY0YxVFIteuTCZCy5bI_x8ebcE7Fe_-OAhlh7zKFNWdLXjEkYdS6Ma1MNguvv4NGbJUg-LYL5g9FxDTTFDEieVCrUDXZkMxPge1gFFtAg/s1280/Slide64.PNG" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="720" data-original-width="1280" height="225" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg4HA5qhCpW6of69kZrh8wHMuuYbUjD1rMBa2qw_HSIuOvSKprVLOztAgpvkh3yV2dMkhbfV4hzarpINUcJpeY0YxVFIteuTCZCy5bI_x8ebcE7Fe_-OAhlh7zKFNWdLXjEkYdS6Ma1MNguvv4NGbJUg-LYL5g9FxDTTFDEieVCrUDXZkMxPge1gFFtAg/w400-h225/Slide64.PNG" width="400" /></a></div><br /><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEimrphE8Bah-cwW6yVYx9XDjzUGigy5lxKW64Wqz-8aCgqe0WwTZ4OzGky2bUcPXVDdn5Nwco9GK7ynU9Pb7Ro-xisSl5a-VeWYEKCx2XFOeBY_q1cOtECDHqZ0BMWagt0qa3Q_MG1z5XsShE86VcklKUBqrVl52p88psrPuV-ibe1T12TZeU8krTs-nQ/s1280/Slide66.PNG" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="720" data-original-width="1280" height="225" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEimrphE8Bah-cwW6yVYx9XDjzUGigy5lxKW64Wqz-8aCgqe0WwTZ4OzGky2bUcPXVDdn5Nwco9GK7ynU9Pb7Ro-xisSl5a-VeWYEKCx2XFOeBY_q1cOtECDHqZ0BMWagt0qa3Q_MG1z5XsShE86VcklKUBqrVl52p88psrPuV-ibe1T12TZeU8krTs-nQ/w400-h225/Slide66.PNG" width="400" /></a></div><br /><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhP5t_HWQptQ8LSEMj42dkyBsE9hUW3xc1rni9rj7cTNEn_W1brknPFCrZEHaRzVc2rnjL8prqJlV1xRhBKf2ek1i_g-zzDYMXi592Bw6v2inqZLWcoh8casuHnbps10FsIFGOpdkVLozOdORMGLVgZ1AKA1fvNS2QletPW9RbCRVTjFrJer_nIDsNj3g/s1280/Slide67.PNG" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="720" data-original-width="1280" height="225" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhP5t_HWQptQ8LSEMj42dkyBsE9hUW3xc1rni9rj7cTNEn_W1brknPFCrZEHaRzVc2rnjL8prqJlV1xRhBKf2ek1i_g-zzDYMXi592Bw6v2inqZLWcoh8casuHnbps10FsIFGOpdkVLozOdORMGLVgZ1AKA1fvNS2QletPW9RbCRVTjFrJer_nIDsNj3g/w400-h225/Slide67.PNG" width="400" /></a></div><br /></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: georgia;">Quanto aos <b>R</b></span><span style="font-family: georgia;"><b>ecursos que foram elaborados ou agregados ao LAP</b>, temos alguns tipos. De início, é importante lembrar que comecei fazendo jogos de matemática, então, trago para o LAP também alguns jogos desse tipo, na esperança de um dia estabelecer parcerias com colegas da área para fazermos algo com isso também. E, afinal de contas, no processo de alfabetização, as crianças também estão se vendo com as questões numéricas e lógico-matemáticas, tudo é ao mesmo tempo agora, não é? Então, posso dizer que há, no acervo, jogos para abordar a língua escrita e jogos para a abordar a matemática.</span></div><div style="text-align: justify;"><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><br /></div><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgOofwG8gHK9-4lFR8iAQo0-VO8yuh_RHj6fe6e0W7OGLWfyscrS0u11YIWbd_84-8hw0KbqRHXAPvfDOntrD2Oe6W61nSEkZlZ0XOBK5dlUoVBzKd3B2rTTEP9n5LfGhw6SyGKzv27enD472DVyY4X0tiCw26J2j3iq-TalY0eMhP9XB3_uKe08Cb8xA/s633/Tipos%201.PNG" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="633" data-original-width="633" height="384" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgOofwG8gHK9-4lFR8iAQo0-VO8yuh_RHj6fe6e0W7OGLWfyscrS0u11YIWbd_84-8hw0KbqRHXAPvfDOntrD2Oe6W61nSEkZlZ0XOBK5dlUoVBzKd3B2rTTEP9n5LfGhw6SyGKzv27enD472DVyY4X0tiCw26J2j3iq-TalY0eMhP9XB3_uKe08Cb8xA/w384-h384/Tipos%201.PNG" width="384" /></a></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjeUoJQDqh0yzLG_xq7XUtdH94WvH4OKtDZOy5jDE_lf95SSLu1cuwxse_dhnCsambtoH1sJDx5foFba4kAuWMLB1GZHaATixwJ-iRG3HbvnHbcASN5EjO-qamempVJbi_EO6qNAxTBL9MsCuX_F25FpcGYqoimBZ9c0M38zVozK0Y3BRtvav2ks4J-dA/s687/Tipos%202.PNG" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="623" data-original-width="687" height="353" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjeUoJQDqh0yzLG_xq7XUtdH94WvH4OKtDZOy5jDE_lf95SSLu1cuwxse_dhnCsambtoH1sJDx5foFba4kAuWMLB1GZHaATixwJ-iRG3HbvnHbcASN5EjO-qamempVJbi_EO6qNAxTBL9MsCuX_F25FpcGYqoimBZ9c0M38zVozK0Y3BRtvav2ks4J-dA/w389-h353/Tipos%202.PNG" width="389" /></a></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><br /></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;"><span style="font-family: georgia;">No contexto dos recursos para trabalhar a linguagem escrita, temos algumas subdivisões, além dos jogos de alfabetização. Além dos recursos estruturados como jogos mesmo, que mesmo com uma mecânica simples têm jogabilidade, estruturam-se como jogos, há materiais ludopedagógicos, cujos usos são articulados aos repertórios brincantes e poéticos. Há assim, recursos a partir da tradição oral e recursos a partir da literatura. Esses repertórios - nada impede - podem também gerar jogos. Há alguns joguinhos a partir da tradição oral no acervo do LAP.</span></div><span style="font-family: georgia;"><br /></span><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjbR1ZEqOq09RbQkoaAX8V-1_QZvh4is9-QFy_iHkzjBbXVC7bq7bgzKTS0SyHseA2c8oiIvAvx52Q7U-LNIcq0Wc1nq3o5pXgR4RTGpwljtgcGeIaJHbJPuu1gxAgwbitxvJpdg1ESfl0JflJuzqd4MkjqQUnpldBvG-Vub0kBzmJE1s4n7BJkG5Hhkw/s1300/Tipos%203.PNG" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="717" data-original-width="1300" height="220" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjbR1ZEqOq09RbQkoaAX8V-1_QZvh4is9-QFy_iHkzjBbXVC7bq7bgzKTS0SyHseA2c8oiIvAvx52Q7U-LNIcq0Wc1nq3o5pXgR4RTGpwljtgcGeIaJHbJPuu1gxAgwbitxvJpdg1ESfl0JflJuzqd4MkjqQUnpldBvG-Vub0kBzmJE1s4n7BJkG5Hhkw/w400-h220/Tipos%203.PNG" width="400" /></a></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><br /></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjSAQ4CSn0jUy-FJSstAa2MXbxp66LvLUnp-a0Z8aDbdZocnAZXSAIgqXmZOXjQ3mmKeut7FQTWtJpmSMi5sMDJW2AJAMA2uKQ4j0sPplPmdViQowsV29Bii3_DCVcLnyxuoUwTgesNpMC8c2JfA93ZRXv--qvUqQ6sbApgJpmYvT6kxwhTR2wXrlO9qA/s1318/caixinhas%20TTO.PNG" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="727" data-original-width="1318" height="221" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjSAQ4CSn0jUy-FJSstAa2MXbxp66LvLUnp-a0Z8aDbdZocnAZXSAIgqXmZOXjQ3mmKeut7FQTWtJpmSMi5sMDJW2AJAMA2uKQ4j0sPplPmdViQowsV29Bii3_DCVcLnyxuoUwTgesNpMC8c2JfA93ZRXv--qvUqQ6sbApgJpmYvT6kxwhTR2wXrlO9qA/w400-h221/caixinhas%20TTO.PNG" width="400" /></a></div><br /><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj8i_mgo9vRz4EoWY5pgwfV3Jhq2Ldj5YyNoQZvj764KGCztjMDP2GymKnlglnAUIBZGuqxy6kqGw52fT8-9zRIVLHW-ahEQw89EmEL4W3Z5sQbeBoK_KRiLhfK4JcMnCaWWcN0fS8WYlxxE2fx2NKAjJ-A5H0beE6UYUAVuNWOicEGnqExxw-xeB8mIw/s1293/Tipos%205.PNG" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="727" data-original-width="1293" height="225" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj8i_mgo9vRz4EoWY5pgwfV3Jhq2Ldj5YyNoQZvj764KGCztjMDP2GymKnlglnAUIBZGuqxy6kqGw52fT8-9zRIVLHW-ahEQw89EmEL4W3Z5sQbeBoK_KRiLhfK4JcMnCaWWcN0fS8WYlxxE2fx2NKAjJ-A5H0beE6UYUAVuNWOicEGnqExxw-xeB8mIw/w400-h225/Tipos%205.PNG" width="400" /></a></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><br /></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj-iby82M1COMti6yFYjrVLIXadkgIB30As3En7L6HfKwXKzXtRHvarkOqwM_VkyBPwAvA2wjcy1skU2RtvVDg6KGz8W9RjuU-ouUg5Jg3QoQUQkq7FNQc0BdoeEF-PiEVZcF7Z64kAGbCQootVuhofsRqZeaDjtkXvZp0iiTEZmlr2hJdvCk3xxe1Pvg/s1279/Tipo%206.PNG" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="714" data-original-width="1279" height="224" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj-iby82M1COMti6yFYjrVLIXadkgIB30As3En7L6HfKwXKzXtRHvarkOqwM_VkyBPwAvA2wjcy1skU2RtvVDg6KGz8W9RjuU-ouUg5Jg3QoQUQkq7FNQc0BdoeEF-PiEVZcF7Z64kAGbCQootVuhofsRqZeaDjtkXvZp0iiTEZmlr2hJdvCk3xxe1Pvg/w400-h224/Tipo%206.PNG" width="400" /></a></div><br /><span style="font-family: georgia;">Há postagens aqui no blog sobre esses materiais, como aqui, sobre as caixinhas de livros, e aqui, sobre um dos arquivos poéticos.</span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: georgia;"><br /></span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: georgia;">É preciso, no entanto, fazer uma ressalva quanto a esses acervos. Quando estamos falando de recursos a partir de um repertório de caráter primordialmente lúdico e estético, como a tradição oral e a literatura, o uso dos materiais é integrado a uma contextualização em situações lúdicas e letradas, sendo esses textos contexto e não PRETEXTO para a reflexão sobre a língua. A ideia aí é que, no MODO de abordagem desses recursos, sejam buscadas situações em que as crianças possam durar nesses poemas, demorar-se com esses personagens e narrativas. E não matar o texto para alfabetizar, como vemos muito por aí. </span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: georgia;"><br /></span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: georgia;">Tomando agora os jogos de alfabetização junto com outros recursos para alfabetizar e abordar a leitura e a escrita, podemos, então, falar dos recursos na interface com <b>as situações de reflexão em cada fase da apropriação da língua escrita</b>. Vamos aí desde o desenvolvimento da consciência fonológica bem inicial, aquela que contribui para a fonetização da escrita, passando por reflexões que incidem sobre diversas unidades fonológicas e habilidades diversas, com e sem presença da escrita, até o desenvolvimento da fluência de leitura e a leitura e produção textual. Aqui são apenas exemplos de materiais em cada tipo de situação. </span></div><div style="text-align: justify;"><b style="font-family: georgia;"><br /></b></div><div style="text-align: justify;"><b style="font-family: georgia;">a) </b><span style="font-family: georgia;"><b>Consciência fonológica de unidades diversas envolvendo diferentes operações cognitivas</b> (identificar, produzir, comparar, segmentar etc), com e sem presença da escrita. </span><span style="font-family: georgia;">Temos aqui recursos que favorecem:</span></div><p></p><blockquote style="border: none; margin: 0px 0px 0px 40px; padding: 0px; text-align: left;"><div style="text-align: justify;"><ul><li><span style="font-family: georgia;">a consciência silábica, de rimas e de fonemas vocálicos, contribuindo para a fonetização da escrita e para os avanços nos conhecimentos sobre a notação da língua; </span></li><li><span style="font-family: georgia;">a consciência de aliteração de sílabas e de fonemas, que chamam a atenção para a dimensão sonora da língua, e contribui, progressivamente, e em presença da escrita, para o desenvolvimento da consciência fonêmica/grafofonêmica;</span></li><li><span style="font-family: georgia;">a consciência fonêmica/grafofonêmica. </span> </li></ul></div></blockquote><p></p><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: georgia;"><br /></span></div><div style="text-align: justify;"><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh_NJgXdY86SKu1kikkkwtmFr9hcT9toyHZqlGF4maNmbP6vGrVsPpKCnwTTAar6p-paCY1LpCTbHAW9sc4f0JFv5KbqGN_7SKChLrRctHqkEkgqgs49EPZrYecO_CGxrC4b_qLK4AtTjkEBD6u-zr1ZoyM_ci6YuMuxq_jSspwMSfLjj-VmHAECOtWqg/s1280/Slide35.PNG" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="720" data-original-width="1280" height="225" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh_NJgXdY86SKu1kikkkwtmFr9hcT9toyHZqlGF4maNmbP6vGrVsPpKCnwTTAar6p-paCY1LpCTbHAW9sc4f0JFv5KbqGN_7SKChLrRctHqkEkgqgs49EPZrYecO_CGxrC4b_qLK4AtTjkEBD6u-zr1ZoyM_ci6YuMuxq_jSspwMSfLjj-VmHAECOtWqg/w400-h225/Slide35.PNG" width="400" /></a></div><br /><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEilzTiyal-QExIOJLGI3TzVwCkm4Ndq0Cmn30ooaGvYyJImKJ0jOXx7-woerIU-jX9AsudnFT5JLySGPyUr0KUTu8Alq7cF6z-m4pNQ7I4HjF_bwqQs281s8F1fYqpe5bAlZgLOmrSYGnGJO8bUhozBZNyN78me8yryVWU63GnYmRB_XjBTgPCOEZi5dQ/s1280/Slide36.PNG" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="720" data-original-width="1280" height="225" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEilzTiyal-QExIOJLGI3TzVwCkm4Ndq0Cmn30ooaGvYyJImKJ0jOXx7-woerIU-jX9AsudnFT5JLySGPyUr0KUTu8Alq7cF6z-m4pNQ7I4HjF_bwqQs281s8F1fYqpe5bAlZgLOmrSYGnGJO8bUhozBZNyN78me8yryVWU63GnYmRB_XjBTgPCOEZi5dQ/w400-h225/Slide36.PNG" width="400" /></a></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><br /></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhRR-DNCUKR2AkBrdI_pqZrccqulC6OKHrg9xWW5g1p-2YQgKGqW3mgrfPzowiTpMOMzQ1qb_-OEkgbi0aWwwDQIMWc7dT7wf4OCcYNskSwhxXtiPqYZQbkEeRxNZw2O4bs-BS8_5SD3HV6Y9u7kvEBnOFz8cDWdS3Bo1mrleBZldTKdoHQAFLELAk1PA/s1280/Slide37.PNG" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="720" data-original-width="1280" height="225" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhRR-DNCUKR2AkBrdI_pqZrccqulC6OKHrg9xWW5g1p-2YQgKGqW3mgrfPzowiTpMOMzQ1qb_-OEkgbi0aWwwDQIMWc7dT7wf4OCcYNskSwhxXtiPqYZQbkEeRxNZw2O4bs-BS8_5SD3HV6Y9u7kvEBnOFz8cDWdS3Bo1mrleBZldTKdoHQAFLELAk1PA/w400-h225/Slide37.PNG" width="400" /></a></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;"><span style="font-family: georgia;"><br /></span></div></div><p></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;"><span style="font-family: georgia;"><b>b) Apropriação das propriedades do sistema de escrita alfabética.</b> Temos aí materiais que contribuem para o conhecimento das letras até aqueles que abordam a ortografia da nossa língua, para todos os níveis de domínio da língua escrita:</span></div><div style="text-align: justify;"><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;"><ul><li><span style="font-family: georgia;">recursos para aprender as letras (nomes, traçados e, progressivamente e em contexto, seus sons), a invariância perceptiva/categorização gráfica e, eventualmente, a ordem alfabética; </span></li><li><span style="font-family: georgia;">para refletir sobre as correspondências fonográficas e desenvolver a leitura pela <b>via fonológica</b>; </span></li><li><span style="font-family: georgia;">para consolidar das correspondências fonográficas;</span></li><li><span style="font-family: georgia;">para trabalhar as sílabas complexas;</span></li><li><span style="font-family: georgia;">para se apropriar da ortografia da língua;</span></li></ul></div></div><br /><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjOFNIc32iMhI3llJv1szR-zZLhHYU5P8kYYvVsqLYURkiPtMGw0u886fj9HyHbJYZurbN0ROx1oOIm0yaPrUavHh3a0LLw3-XA8InuRmvgp11huopxSyS2AYn0IhYyRsVQ1vYDqmegK5DJ2HmeQWddxQ_f_-jxSq6NHHsi51mJvSJ_AmMDIuU4pPwAuQ/s1280/Slide38.PNG" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="720" data-original-width="1280" height="225" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjOFNIc32iMhI3llJv1szR-zZLhHYU5P8kYYvVsqLYURkiPtMGw0u886fj9HyHbJYZurbN0ROx1oOIm0yaPrUavHh3a0LLw3-XA8InuRmvgp11huopxSyS2AYn0IhYyRsVQ1vYDqmegK5DJ2HmeQWddxQ_f_-jxSq6NHHsi51mJvSJ_AmMDIuU4pPwAuQ/w400-h225/Slide38.PNG" width="400" /></a></div><br /><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiEqApIavFxPcgJ1UytRPJz9qlA794SyCExprZwVldOi4M-9cs5blEPCj38IHx3yKvQn_UfQot8RFstPe2RUks8TSrDMVf8hxgulRPm1BQ3WW7RfOXBX8693OwXGqUKYmlbuYY620pv6wS4zyWjeOhuB74FEqmMrf8zcfHoixTb0UT5vWBaXuJmA_CQAA/s1280/Slide39.PNG" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="720" data-original-width="1280" height="225" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiEqApIavFxPcgJ1UytRPJz9qlA794SyCExprZwVldOi4M-9cs5blEPCj38IHx3yKvQn_UfQot8RFstPe2RUks8TSrDMVf8hxgulRPm1BQ3WW7RfOXBX8693OwXGqUKYmlbuYY620pv6wS4zyWjeOhuB74FEqmMrf8zcfHoixTb0UT5vWBaXuJmA_CQAA/w400-h225/Slide39.PNG" width="400" /></a></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><br /></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><div class="separator" style="clear: both;"><br /></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;"><span style="font-family: georgia;"><b>c) Consciência lexical inicial e reconhecimento de palavras</b>. Reconhecer as palavras por diversas estratégias, realizando uma pesquisa inteligente e usando diversas estratégias é importante, embora não possamos nos apoiar apenas na predição e antecipação para ler. É preciso também investir na via fonológica de leitura, aprender a decifrar a escrita. Assim, quando falamos aqui de reconhecimento de palavras estamos falando de situações de reflexão que envolvem os níveis textual, lexical, mas também sublexical da leitura. Os recursos nessa categoria trabalham:</span></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;"><ul><li><span style="font-family: georgia;">o reconhecimento de palavras, articulando os níveis textual, lexical e sublexical, ou seja, o reconhecimento por diversas estratégias, inclusive, aos poucos, a decodificação - a leitura pela <b>via fonológica</b>;</span></li><li><span style="font-family: georgia;">o consciência lexical inicial (noção de palavra como unidade no enunciado);</span></li><li><span style="font-family: georgia;">a estabilidade da escrita e usar e ampliar o repertório de palavras “estáveis”.</span></li></ul></div></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgVjCJm5PaNaY1sDT3DOBjM0NMPZPwljx6thm9Uy0Od99D-4TcWX2rHKZO_ELXaBTe2iihO6pVRWgi_seopIU_2Bnyu2ogHgEEJ8PiS6dnWJ9Sv8rVMwdyVS-qPyM-AnNqTaa3YNtw8QQ-Y2Wpp8wUWRfuNcUdLXsTudBBvL2LYYy_IZxi7goZw_pOXTg/s1280/Slide40.PNG" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="720" data-original-width="1280" height="225" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgVjCJm5PaNaY1sDT3DOBjM0NMPZPwljx6thm9Uy0Od99D-4TcWX2rHKZO_ELXaBTe2iihO6pVRWgi_seopIU_2Bnyu2ogHgEEJ8PiS6dnWJ9Sv8rVMwdyVS-qPyM-AnNqTaa3YNtw8QQ-Y2Wpp8wUWRfuNcUdLXsTudBBvL2LYYy_IZxi7goZw_pOXTg/w400-h225/Slide40.PNG" width="400" /></a></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: georgia;"><br /></span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: georgia;"><b>d) Consciência sintática, semântica e/ou morfológica x fonológica</b>. Embora a consciência fonológica seja um elemento importante da alfabetização, ela não é o único tipo de atividade metalinguística que entra em jogo na reflexão sobre a língua escrita, ainda mais quando concebemos uma alfabetização que lida não com um sistema de formas abstratas, mas com uma linguagem viva, significativa, em uso. Assim, outros elementos entra em jogo na linguagem e na reflexão das crianças, como a semântica, a sintaxe, a morfologia, e ainda temos os níveis textuais e pragmáticos da escrita. Há alguns materiais no LAP que dão margem a explorações desses outros elementos, como esse kit das quadrinhas troca rimas. </span></div><br /><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjHLHKOIwTGy_bm-J1_OcG-Y5ghXiu0JkyBuICUt327ZpY4xGhxBoCVhP9vrBFM05pEJvgUlqaBV_H-ae8OSWkYSKMl3PpmVrBxYOIUJ6bkUEORlyddUj2z46uWPmb56QmePeWOm60vB0ZNmyrpNY0be5wpU2UfaXg2dylryhfRgA8ZPVfx_R5H_Ia5Vw/s1280/Slide41.PNG" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="720" data-original-width="1280" height="225" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjHLHKOIwTGy_bm-J1_OcG-Y5ghXiu0JkyBuICUt327ZpY4xGhxBoCVhP9vrBFM05pEJvgUlqaBV_H-ae8OSWkYSKMl3PpmVrBxYOIUJ6bkUEORlyddUj2z46uWPmb56QmePeWOm60vB0ZNmyrpNY0be5wpU2UfaXg2dylryhfRgA8ZPVfx_R5H_Ia5Vw/w400-h225/Slide41.PNG" width="400" /></a></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><br /></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;"><b><span style="font-family: georgia;">e) Leitura lexical e fluência de leitura</span></b><span style="font-family: georgia;">. Desenvolver a leitura pela via lexical - rota de leitura automática que os leitores proficientes usam para ler sem precisar decodificar pedacinho por pedacinho da palavra, é fundamental quando as crianças começam a dominar a decodificação do escrito. Aprender a decodificar pela rota fonológica não basta, é preciso desenvolver a fluência de leitura. Mas é necessários passar por essa rota fonológica para construir a leitura lexical, já que esta, ao que parece, não se desenvolve diretamente a partir da leitura logográfica (por um todo visual global, sem decifração, que as crianças fazem, de palavras estáveis e logomarcas). Há assim, além de muitos recursos contribuírem para tal, alguns deles, que exigem a leitura ágil de palavras pelas crianças, contribuem mais especificamente para desenvolver essa rota e a aprimorar a fluência da leitura. veja aqui o Lince de palavras e o Monstruário.</span></div><br /><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg1bDDmDGE6RO9TISHAthLaVql9xwj65sec9eO8YpZbDtd22EW_ze23_mXSrXUKzpQsdOgtWFCQEXIBNO-NWRaUwSQ9LPfOof_P2ND1W1bJgRWU5J2ZJ9XjlQncqqYaC2bs2l83B__XU3DAhMWpLHKPJ0UwTALzknLPjejVeobejpVdwdE7GtaYmvUOvA/s1280/Slide42.PNG" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="720" data-original-width="1280" height="225" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg1bDDmDGE6RO9TISHAthLaVql9xwj65sec9eO8YpZbDtd22EW_ze23_mXSrXUKzpQsdOgtWFCQEXIBNO-NWRaUwSQ9LPfOof_P2ND1W1bJgRWU5J2ZJ9XjlQncqqYaC2bs2l83B__XU3DAhMWpLHKPJ0UwTALzknLPjejVeobejpVdwdE7GtaYmvUOvA/w400-h225/Slide42.PNG" width="400" /></a></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><br /></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;"><span style="font-family: georgia;"><b>f) Outros aspectos da leitura e produção de textos</b>. Há no LAP também alguns recursos para crianças que já leem e escrevem com certa autonomia, mas que apoiam a leitura e a produção textual. Aqui temos a caixa Assombrada, com palavras do campo lexical dos contos de terror e mistério, para ajudar a criar o clima nas narrativas infantis. E um kit de cartas para ajudar a produzir narrativas maravilhosas, com indicações de protagonistas, personagens coadjuvantes e adjuvantes, objetos mágicos, missões, lugar etc.</span></div><br /><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhkG0adQqxTdJ7ovLXgIy9dC4FGhbXrwbz6KowwjMJII1fuU01HkywhX8WA0oqJcTIYOscfwFLjK3Vt8ImqXJxEdNMJvlR6CLZY-mXqHeapyjTXHvf1lAvlfS_xVMZqmk6jc1cuWMJGiKTfbvgey5-AOQGy1-uJA3C18SUM-tPMQTVuLFZoklxcVd7U7g/s1280/Slide43.PNG" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="720" data-original-width="1280" height="225" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhkG0adQqxTdJ7ovLXgIy9dC4FGhbXrwbz6KowwjMJII1fuU01HkywhX8WA0oqJcTIYOscfwFLjK3Vt8ImqXJxEdNMJvlR6CLZY-mXqHeapyjTXHvf1lAvlfS_xVMZqmk6jc1cuWMJGiKTfbvgey5-AOQGy1-uJA3C18SUM-tPMQTVuLFZoklxcVd7U7g/w400-h225/Slide43.PNG" width="400" /></a></div><br /><span style="font-family: georgia;">Além desses materiais, temos ainda, como acervos do LAP, os arquivos digitalizados que usamos para a produção dos recursos, bem como </span><span style="font-family: georgia;">podemos conceber, futuramente, acervos digitais de vários tipos.</span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: georgia;"><br /></span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: georgia;">Os acervos do LAP estão disponíveis para o desenvolvimento de suas ações e, embora componham as materialidades da dimensão material do laboratório, circulam entre as dimensões simbólico-cultural e didático-pedagógica. É operando nessa última que os acervos, sejam eles recursos materiais ou repertórios simbólicos, vão se articulando nas situações didáticas. Tomemos </span><span style="font-family: georgia;">a consciência de rimas como exemplo de articulações possíveis</span><span style="font-family: georgia;">. Se estamos abordando aa capacidade de identificar e produzir rimas, para chamar a atenção das crianças à dimensão sonora da língua, a essa unidade final das palavras, podemos articular diversos recursos e repertórios, combinando-os para garantir a diversidade, regularidade e continuidade das propostas. </span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: georgia;"><br /></span></div><div style="text-align: justify;"><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj7CsjSypUgiq0jtNVThxWeAwsZKnFGLvH6Q0T16zQRjpEScNX6p9HEQ6teUQSvKCFT4gRe-HtqeHkHjNS8dE-N8hh3Do3aGAqcC4F2nMZ6_bK8zPKz6HxByX0pGil2_1GlNYgXAdAHFhuNloj2127_6kTS7vnveyFWULJHmG750dRqUVbyvBnc19RPAA/s1280/Slide103.PNG" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="720" data-original-width="1280" height="225" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj7CsjSypUgiq0jtNVThxWeAwsZKnFGLvH6Q0T16zQRjpEScNX6p9HEQ6teUQSvKCFT4gRe-HtqeHkHjNS8dE-N8hh3Do3aGAqcC4F2nMZ6_bK8zPKz6HxByX0pGil2_1GlNYgXAdAHFhuNloj2127_6kTS7vnveyFWULJHmG750dRqUVbyvBnc19RPAA/w400-h225/Slide103.PNG" width="400" /></a></div><br /></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: georgia;">E como essas articulações são feitas? Elas vêm </span><span style="font-family: georgia;">a partir da memória pedagógica de cada um, das boas referências, dos trajetos próprios que pode construir a partir dos repertórios e recursos disponíveis em sua "paleta metodológica", suas descobertas de novos livros, novos repertórios onde moram as rimas... E isso tudo sem perder de vista, ao tomá-los como objetos da didática da alfabetização, o caráter de objetos culturais desses repertórios ou mesmo dos jogos, que são práticas socioculturais também. E é muito isso que as ações do LAP pretendem: contribuir para que futuros docentes possam se apropriar do saber-fazer que envolvem esses recursos e repertórios, que construam sua memória pedagógica, tenham sua paleta de boas referências, para que saibam, a partir disso, combiná-los de forma autoral a depender de seus objetivos e de sua turma concreta futuramente.</span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: georgia;"><br /></span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: georgia;">A</span><span style="font-family: georgia; text-indent: 35.4pt;">s articulações </span><span style="font-family: georgia; text-indent: 35.4pt;">possíveis são </span><span style="font-family: georgia; text-indent: 35.4pt;">infinitas, precisamos mobilizar a autoria dos docentes e aprender, desde a formação na Universidade, a fazer esses trajetos autorais. </span><span style="font-family: georgia; text-indent: 35.4pt;">Não precisamos isso de toda criança de toda escola trabalhar rima com Hoje é domingo pé de cachimbo ou o mesmo livro, não é? Tem vários textos, várias experiências, vários sujeitos, vários encontros, singulares...</span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: georgia; text-indent: 35.4pt;"><br /></span></div><div style="text-align: justify;"><div><span style="font-family: georgia;">Esses saberes exigem tempo, maturação, aprendizado de ser "equilibrista" - como o Equilibrista de Fernanda Lopes de Almeida, que descobriu, ainda bem jovem, que ele mesmo é que tinha de ir inventando o que acontecia com o fio! - </span><span style="font-family: georgia;">para que possam ir construindo seu próprio fio ao longo de sua caminhada formativa e profissional, aprendendo a articular saberes, experiências, boas referências, e a fazer escolhas teórico-metodológicas fundamentadas ao selecionar e combinar instrumentos de ensino. Aprendendo, também, formas de tornar os conteúdos ensináveis, sem perder seu caráter de objetos culturais. </span></div><div><span style="font-family: georgia;"><br /></span></div><div><span style="font-family: georgia;">E é por isso que a dimensão material do LAP, com seus acervos e recursos não se limitam a materialidades e nem a objetos didáticos. Embora o sejam, e façam parte das materialidades do professor, dimensão importante de seu ofício, eles vão além disso. Afinal, estamos defendendo sempre uma alfabetização no diálogo com a cultura, com a sociedade, assim como a linguagem de que tratamos é uma linguagem viva, mobilizada nas inúmeras interações sociais e contextos culturais. É assim, portanto, com essa concepção potente que entendemos os recursos didáticos do LAP. </span></div><div><br /></div></div>Licahttp://www.blogger.com/profile/13330703422606132370noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2765047742547072708.post-89627348540432355782022-08-22T13:24:00.006-07:002023-05-16T14:49:16.946-07:00Laboratório de Acervos e Práticas (LAP)<p>Vamos falar do LAP, o <b>Laboratório de Alfabetização </b>da UFBA?</p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiR6F2ka9n0E59LLbkyGqw0vEAm0YCF8_OOjPT_Y0hou5B-rIlbyAalEFoBQR1cG-UOecIFYRfJmPnoAM-_im2cP9F5h_iTVKLfS3UY0AP3lOgPr7WgFHkvWwDz8S-MjQAKcI2BV2iXLbJiXwFPXthen1wBDAl5Tdq6XqW0cVpRr-PXAVfO8tWUnsmoFw/s1353/LAP%20LOGO%202%20minusculas%20cinza.jpg" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="1353" data-original-width="1200" height="200" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiR6F2ka9n0E59LLbkyGqw0vEAm0YCF8_OOjPT_Y0hou5B-rIlbyAalEFoBQR1cG-UOecIFYRfJmPnoAM-_im2cP9F5h_iTVKLfS3UY0AP3lOgPr7WgFHkvWwDz8S-MjQAKcI2BV2iXLbJiXwFPXthen1wBDAl5Tdq6XqW0cVpRr-PXAVfO8tWUnsmoFw/w178-h200/LAP%20LOGO%202%20minusculas%20cinza.jpg" width="178" /></a></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><br /></div><div><div style="text-align: justify;">Como conto nesse blog, trabalho com recursos didáticos há muito tempo. Comecei fazendo jogos de matemática, quando era coordenadora pedagógica numa escola que trabalha com jogos em todas as áreas, e depois, no início dos anos 2000, com jogos e outros recursos voltados para a leitura e a escrita, em especial, a alfabetização.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">A partir de 2014, esse trabalho convergiu, gradativamente, para a minha atuação no ensino, pesquisa e extensão na Universidade Federal da Bahia, onde sou professora pesquisadora, compondo, mais especificamente, as ações do LAP - Laboratório de Acervos e Práticas, que montei e coordeno na Faculdade de Educação. O LAP se constituiu a partir da pesquisa "Jogos e materiais pedagógicos na alfabetização", desenvolvida entre 2016 e 2020, no contexto de meu grupo de pesquisa, o GELING - Grupo de Estudo e pesquisa em Educação e Linguagem (FACED/UFBA), constituindo-se em um laboratório formativo. A constituição de um Laboratório de alfabetização era uma dos objetivos dessa pesquisa. Em 2017, a pesquisa foi financiada pelo PROPESQ - Programa de Apoio a Jovens Doutores (MITIC/UFBA), com recursos para equipamentos e custeios, por dois anos, e mais uma bolsista, por um ano. Com isso, o LAP pôde ser equipado e dispôs de materiais para produzir os recursos para seu acervo, e o apoio de mais uma bolsista. </div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">A partir dessa convergência, este post visa, então, a apresentar o LAP aqui no blog, pois, como o laboratório não tem um blog específico, nem acho que valha a pena fazer um, quero deixar aqui registrada essa vinculação desse blog às atividades do LAP a partir de sua consolidação. </div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">A pesquisa que deu origem ao LAP teve como objetivo geral identificar, analisar, mobilizar e divulgar práticas alfabetizadoras e materiais didático-pedagógicos nos processos de ensino e aprendizagem da língua escrita, em turmas de 4 anos da Educação Infantil ao 3º ano do Ensino Fundamental da rede municipal de Salvador, envolvendo recursos didáticos como jogos de linguagem e materiais a partir da tradição oral. Foram 11 escolas e 34 professoras envolvidas, mais as coordenadoras e os alunos das turmas em que houve observação e intervenção. Além da análise de acervos das escolas, dos discursos e práticas, através de entrevistas e observação da sala de aula, a pesquisa previa uma fase de intervenção, a partir do planejamento colaborativo com as regentes e seu desenvolvimento, realizados em conjunto com as professoras das turmas que compuseram a pesquisa, com posterior avaliação da intervenção junto às professoras regentes. Registramos também, em alguma medida, algumas falas das crianças no período de desenvolvimento das intervenções.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Para a intervenção, as bolsistas PIBIC e PROPESQ produziam os recursos a serem usados na intervenção, em oficinas que eram, ao mesmo tempo, atividade de extensão, abertas ao público interessado, em especial estudantes, professoras do Ensino Básico, participantes ou não da pesquisa. <span style="text-align: left;">Foram cinco bolsistas trabalhando durante o tempo de desenvolvimento da pesquisa – Alessandra Ribeiro, Valnívia Conceição, Ana Paula Capistrano, Vanessa Bastos e Ana Paula Batista - de 2016 a 2019. Cinco estudantes do nosso curso, comprometidas, aprendendo a fazer pesquisa, estudando, elaborando junto instrumentos, colocando a mão na massa nas escolas, divulgando resultados parciais em relatórios, eventos e artigos, e mostrando, depois, em seus trabalhos de conclusão de curso, o quanto aprenderam! Algumas estudantes voluntárias também contribuíram de modo mais pontual durante esse tempo. </span></div></div><div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg4dyhN6gkhot75oCII9LaQZnbzbJ3jwbSmpe4gTf_oFoW2oAkJ59SzPvZV6nE1dMgvkQCkOYnMsQ9_BnBwjA0WJefVLCdLrBvZlJaPvjFNrNPXAgUxNN8jVrR-y1H6-86E4Tv3ag6anHQdgiH3UAtQNKBr1ruqwZkVYU7XibnxuHS_3m-g0fMz_DiBSQ/s4128/FOTOS%20E%20VIDEOAS%20CELULAR%20186.jpg" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="3096" data-original-width="4128" height="240" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg4dyhN6gkhot75oCII9LaQZnbzbJ3jwbSmpe4gTf_oFoW2oAkJ59SzPvZV6nE1dMgvkQCkOYnMsQ9_BnBwjA0WJefVLCdLrBvZlJaPvjFNrNPXAgUxNN8jVrR-y1H6-86E4Tv3ag6anHQdgiH3UAtQNKBr1ruqwZkVYU7XibnxuHS_3m-g0fMz_DiBSQ/s320/FOTOS%20E%20VIDEOAS%20CELULAR%20186.jpg" width="320" /></a></div></div><div style="text-align: justify;"><span style="text-align: left;"><br /></span></div><div style="text-align: justify;"><span style="text-align: left;">Entre 2018 e 2019 apresentamos resultados em diversos eventos, como os Conbalf, Endipe, Anfope, Seminário estudantil no Congresso da UFBA, Criethus, Elege, e ainda apresentei a pesquisa e o LAP em grupos de pesquisa de outras Universidades: UFPE, UFMG e UFSC. </span></div><div style="text-align: justify;"><span style="text-align: left;"><br /></span></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjOBOHjAUarT-JeQ535Vpbszm0feKK35L5PvsKh76fcWpHDve1dn1hcGf9dGM6F6DnQX_VTMP_2bNMhXXshlksf5I3gwwE5HSMGWHfKsXfcskps1r4chl7HycovEUAWl_TQv4ZKK8xma9u3nODhhm1eY_yn2IvhzxI1k_DZI4GnboDG7DnyRVUzQFVHAw/s1280/Slide21.PNG" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="720" data-original-width="1280" height="225" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjOBOHjAUarT-JeQ535Vpbszm0feKK35L5PvsKh76fcWpHDve1dn1hcGf9dGM6F6DnQX_VTMP_2bNMhXXshlksf5I3gwwE5HSMGWHfKsXfcskps1r4chl7HycovEUAWl_TQv4ZKK8xma9u3nODhhm1eY_yn2IvhzxI1k_DZI4GnboDG7DnyRVUzQFVHAw/w400-h225/Slide21.PNG" width="400" /></a></div><div style="text-align: justify;"><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><br /></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhBVMlXGn465uIe5np-GtLPtwUH4CeUHMCPbxVTLJMs0iiP54J2xxbGpOqjPSp4dv3IZrAkDjGqQAbczqIAbL5ThSw2MxsH-rZHRYSdidNdhlWdWoyVXSotFd4YUpaDJmVBX5cH--hOwhDZF8v1cYXp_QRt7NkOxV33-j2ib595bGW6GpHQT9qylQbkrA/s1280/Slide27.PNG" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="720" data-original-width="1280" height="225" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhBVMlXGn465uIe5np-GtLPtwUH4CeUHMCPbxVTLJMs0iiP54J2xxbGpOqjPSp4dv3IZrAkDjGqQAbczqIAbL5ThSw2MxsH-rZHRYSdidNdhlWdWoyVXSotFd4YUpaDJmVBX5cH--hOwhDZF8v1cYXp_QRt7NkOxV33-j2ib595bGW6GpHQT9qylQbkrA/w400-h225/Slide27.PNG" width="400" /></a></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><br /></div></div><div style="text-align: justify;"><span style="text-align: left;">Em 2020 foi o tempo de sistematizar os dados, escrever artigos, divulgar resultados, escrever o relatório da pesquisa. Há alguns artigos disponíveis sobre o projeto, sobre a pesquisa e sobre o LAP, como os do Conbalf <a href="https://drive.google.com/file/d/1hx6AGDsoZQyn8KMcMGMb70RwT62H1ItS/view" target="_blank">2015</a>, <a href="https://www.abalf.org.br/_files/ugd/64d1da_f0248f9c6953497387ebd9edade75139.pdf" target="_blank">2017</a>, <a href="https://www.abalf.org.br/iv-conbalf-fotos-e-v%C3%ADdeos" target="_blank">2019</a> e 2021. O primeiro era ainda uma ideia inicial do projeto, os de 2017 e 2019 </span><span style="text-align: left;">com a participação em dois trabalhos, um meu e outro em co-autoria com algumas das bolsistas. </span><span style="text-align: left;">Os artigos de 2019 estão cada um em um volume dos Anais. </span></div><div style="text-align: justify;"><div style="text-align: left;"><br /></div><span style="text-align: left;"><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhzt_jn1WCtTs5a9jggVYSh02pONpjDmVAa7kr51Ej-YQ1iH7WJLUNoRsFRx6iXs0o5BmwtdcfmxmqJZzTI1N9eEdv-rWhgK2SxmWsl_Oa3HGGeGgiQzInMgtfRV1FndXV3tRPg2NugMQUH2Q0wyK5UkVJ-V96Pn3JJHrqZu3i1IgKLkqD7jFJriSPotQ/s1280/Slide22.PNG" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="720" data-original-width="1280" height="225" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhzt_jn1WCtTs5a9jggVYSh02pONpjDmVAa7kr51Ej-YQ1iH7WJLUNoRsFRx6iXs0o5BmwtdcfmxmqJZzTI1N9eEdv-rWhgK2SxmWsl_Oa3HGGeGgiQzInMgtfRV1FndXV3tRPg2NugMQUH2Q0wyK5UkVJ-V96Pn3JJHrqZu3i1IgKLkqD7jFJriSPotQ/w400-h225/Slide22.PNG" width="400" /></a></div></span></div><div style="text-align: justify;"><span style="text-align: left;"><br /></span></div><div style="text-align: justify;"><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjS1xMf9m-I-w94Sv0DZMlQQ73h_c2lKfDbG5ukuZrF2D6fTZM_dlFRfHz2Fp-tooNLx9LA9wFE1Rx3a7_U94ZcrCxl8HU3m1qKxMnPtlOJpqYjgJDvNvJ6lOqXkNmFSMpEiwt9YXLt2P_-4l0POzyCQXjiB69T7Bp1zCfi-Hp03DGvVQXrkg3alFVHxQ/s1280/Slide23.PNG" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="720" data-original-width="1280" height="225" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjS1xMf9m-I-w94Sv0DZMlQQ73h_c2lKfDbG5ukuZrF2D6fTZM_dlFRfHz2Fp-tooNLx9LA9wFE1Rx3a7_U94ZcrCxl8HU3m1qKxMnPtlOJpqYjgJDvNvJ6lOqXkNmFSMpEiwt9YXLt2P_-4l0POzyCQXjiB69T7Bp1zCfi-Hp03DGvVQXrkg3alFVHxQ/w400-h225/Slide23.PNG" width="400" /></a></div><span style="text-align: left;"><br /></span></div><div style="text-align: justify;"><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgO9Ers-x1EMLrnxfOxVuaxWuQGVxH02DfqERBfVrAy8-UaCTyA-en771lXAOmBYEk5fZO8FitKrYIdI7tmEVajKmH5IPKn9wYHfyA0cwFEznwfrbLT6enW26bBqARBBPi0w8hO-zmq7Ai4eKyLfF2UgIMyffciJdRR4QYUUOu3LpjfceCcHC3ylFeMlQ/s1280/Slide24.PNG" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="720" data-original-width="1280" height="225" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgO9Ers-x1EMLrnxfOxVuaxWuQGVxH02DfqERBfVrAy8-UaCTyA-en771lXAOmBYEk5fZO8FitKrYIdI7tmEVajKmH5IPKn9wYHfyA0cwFEznwfrbLT6enW26bBqARBBPi0w8hO-zmq7Ai4eKyLfF2UgIMyffciJdRR4QYUUOu3LpjfceCcHC3ylFeMlQ/w400-h225/Slide24.PNG" width="400" /></a></div><span style="text-align: left;"><br /></span><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhNBb6G8QA0imkPbNdQiy8Sitqwfwt_WAiAvSbyn3Rqxjbs00CgtUmRDoSAFr9fp92nO_DjZzhSQO6jVeJOLs1QLevAZALPZDCXSZDKmy6zehSY7SZ9jaXqIHkxE7DdIt4BDKm-qdlxnpevkJ3adUCEorcpGy0QZCQUCYfitmwNZirNk72JlsNYOVZFOw/s1280/Slide25.PNG" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="720" data-original-width="1280" height="225" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhNBb6G8QA0imkPbNdQiy8Sitqwfwt_WAiAvSbyn3Rqxjbs00CgtUmRDoSAFr9fp92nO_DjZzhSQO6jVeJOLs1QLevAZALPZDCXSZDKmy6zehSY7SZ9jaXqIHkxE7DdIt4BDKm-qdlxnpevkJ3adUCEorcpGy0QZCQUCYfitmwNZirNk72JlsNYOVZFOw/w400-h225/Slide25.PNG" width="400" /></a></div></div><div style="text-align: justify;"><span style="text-align: left;"><br /></span></div><div style="text-align: justify;"><span style="text-align: left;">O trabalho apresentado em</span><span style="text-align: left;"> <a href="https://eventos.udesc.br/ocs/index.php/V_CBA/ppr/paper/viewFile/1159/1100" target="_blank">2021</a> já foi sobre o LAP, não mais sobre a pesquisa em si, pois o LAP se desvinculou dessa pesquisa específica a partir de 2020. Há nesse artigo um resumo da constituição do LAP e das três dimensões de suas ações.</span></div><div style="text-align: justify;"><span style="text-align: left;"><br /></span></div><div style="text-align: justify;"><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgCs67Yp5pPPfHrjiyXRxi8Byz-gWHP-XmtPoL45y14AvcVVfWvpZM2WpeMS_aRYFOyNqki6ejg8JgeJxrL9g3xh5J5QaPZkRu8-iuk2YAcNVRkE9HPprMom2Gxvo1cjV0hisVWT3Xiw-OP3XO8xT1E-QbDSjZGAklAFR6vpSnlr8ue4Kczjui3KyeWbg/s1280/Slide26.PNG" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="720" data-original-width="1280" height="225" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgCs67Yp5pPPfHrjiyXRxi8Byz-gWHP-XmtPoL45y14AvcVVfWvpZM2WpeMS_aRYFOyNqki6ejg8JgeJxrL9g3xh5J5QaPZkRu8-iuk2YAcNVRkE9HPprMom2Gxvo1cjV0hisVWT3Xiw-OP3XO8xT1E-QbDSjZGAklAFR6vpSnlr8ue4Kczjui3KyeWbg/w400-h225/Slide26.PNG" width="400" /></a></div><span style="text-align: left;"><div style="text-align: justify;"><span style="text-align: left;"><br /></span></div>Há também um artigo em periódico científico sobre a dimensão material do LAP (</span><a href="https://revistas.ufrj.br/index.php/rce/article/view/16617" style="text-align: left;" target="_blank">2018</a><span style="text-align: left;">), a primeira a ser tematizada e que deu origem ao laboratório, e outro artigo com resultados de parte da pesquisa (</span><a href="https://www.scielo.br/j/edur/a/4SpNr9ffx8qpC96q8SP3tcB/?lang=pt" style="text-align: left;" target="_blank">2020</a><span style="text-align: left;">), em especial a parte dos discursos docentes, coletados via entrevistas. </span></div><div style="text-align: justify;"><span style="text-align: left;"><br /></span></div><div style="text-align: justify;"><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi0vNAu6J5_VDdi-NQaxmtQzcN8qAZkyYAzAGeAJC071Ue1OLHUCDKrCd5CwOwEu4MrKOzYzU60n_9shOfTzbJiO-R-1PtxeiMXsufYoZ3y8hrT14Natzs94UjbquXwrNe-kDStFLHqwBzE6GPkGIbRKwN8z0E1bJIazWnWcTeWwJixLDRYXVAR3E6cYw/s1280/Slide19.PNG" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="720" data-original-width="1280" height="225" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi0vNAu6J5_VDdi-NQaxmtQzcN8qAZkyYAzAGeAJC071Ue1OLHUCDKrCd5CwOwEu4MrKOzYzU60n_9shOfTzbJiO-R-1PtxeiMXsufYoZ3y8hrT14Natzs94UjbquXwrNe-kDStFLHqwBzE6GPkGIbRKwN8z0E1bJIazWnWcTeWwJixLDRYXVAR3E6cYw/w400-h225/Slide19.PNG" width="400" /></a></div></div><div style="text-align: justify;"><span style="text-align: left;"><br /></span></div><div style="text-align: justify;"><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhvZo45ql8rIRzG1RYzKjpNK3mQLQWmPZ4XlzVdYKDJohH3Y3MA5OZTtupED9w8kQoUxXHTl8gaDVW_CLRZ3DWWHgo_6Ipw1JoAJeYFD8doAcm4dIYXZ-ULh2ijffFI9Ancefh7AfEJQ3FHHmWMYpy5Cr1qz6j0F7MgogC-2ncqC5farzweuJ2ATu34PA/s1280/Slide20.PNG" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="720" data-original-width="1280" height="225" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhvZo45ql8rIRzG1RYzKjpNK3mQLQWmPZ4XlzVdYKDJohH3Y3MA5OZTtupED9w8kQoUxXHTl8gaDVW_CLRZ3DWWHgo_6Ipw1JoAJeYFD8doAcm4dIYXZ-ULh2ijffFI9Ancefh7AfEJQ3FHHmWMYpy5Cr1qz6j0F7MgogC-2ncqC5farzweuJ2ATu34PA/w400-h225/Slide20.PNG" width="400" /></a></div><br /></div><div style="text-align: justify;"><span style="text-align: left;">Essa pesquisa revelou a necessidade e o desejo de aprofundarmos mais os conhecimentos quanto à abordagem da tradição oral na alfabetização e, assim, deu origem a uma nova pesquisa vinculada ao LAP, intitulada "Textos da tradição oral na alfabetização", que se constitui em uma continuidade da pesquisa anterior, com metodologia semelhante. Nessa, discursos e práticas sobre a tradição oral são investigados como cultura lúdica, prática de oralidade e no letramento e alfabetização de crianças. Também sobre os dados que geraram essa nova pesquisa há um artigo no livro de nossa Linha de pesquisa </span>no PPGE (FACED/UFBA) e um trabalho foi apresentado no EPEN, nossa reunião regional da ANPED, em <a href="http://anais.anped.org.br/regionais/sites/default/files/trabalhos/20/6424-TEXTO_PROPOSTA_COMPLETO.pdf" target="_blank">2020</a>. </div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg7ADCWr61SjG3YPdDk3Z5tS1NbKBxdOvWr9UvQ4W3ZK0EJMz9-_fMZLALFvlbWTzfjlXpwd6jh8qkckB34LuMl0bgsC1aVda9gahcG8MhwJ5Tuxc6nClNTuTohzb_bIlYaVN-YUqMnwoJ2frROiALvu1zDZtTC1J5LJJuPLaAI67nt-5kDiOcZLdsBYQ/s1280/Slide74.PNG" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="720" data-original-width="1280" height="225" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg7ADCWr61SjG3YPdDk3Z5tS1NbKBxdOvWr9UvQ4W3ZK0EJMz9-_fMZLALFvlbWTzfjlXpwd6jh8qkckB34LuMl0bgsC1aVda9gahcG8MhwJ5Tuxc6nClNTuTohzb_bIlYaVN-YUqMnwoJ2frROiALvu1zDZtTC1J5LJJuPLaAI67nt-5kDiOcZLdsBYQ/w400-h225/Slide74.PNG" width="400" /></a></div><br /><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhotKWfjGAFyHzUZxZNjZvjF8iHtltkrGgadbny4a4hVHtlps9YPdlaB9YI9lumq0aVMPdGtW4tvOJe40BLKaCpIU2qfYsalOGiyTLJ_gYuhTZVLMc_XzypVSGopyg29rPtKwtFa-Iop0kJiROqsVdAKeoAkRNFAJyYajU1rv3N1aRIw1-iiLofr8l11A/s1280/Slide75.PNG" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="720" data-original-width="1280" height="225" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhotKWfjGAFyHzUZxZNjZvjF8iHtltkrGgadbny4a4hVHtlps9YPdlaB9YI9lumq0aVMPdGtW4tvOJe40BLKaCpIU2qfYsalOGiyTLJ_gYuhTZVLMc_XzypVSGopyg29rPtKwtFa-Iop0kJiROqsVdAKeoAkRNFAJyYajU1rv3N1aRIw1-iiLofr8l11A/w400-h225/Slide75.PNG" width="400" /></a></div><br /><div style="text-align: justify;">E assim, o LAP vai congregando pesquisas, atividades de extensão, além de ir se relacionando a minhas atividades de ensino na UFBA. Assim, costuras vêm sendo realizadas entre o LAP e meus componentes de graduação e pós-graduação. Para saber mais, assistam à apresentação do Ciclo Ceale Debate indicado mais abaixo.</div></div><div style="text-align: justify;"><div><div><br /></div><div>O LAP é um espaço de formação para a docência, que congrega ações de pesquisa, extensão e ensino, envolvendo experiências formativas em três dimensões: <b>1)</b> a <b>dimensão material</b> da ação docente, com a pesquisa, mobilização, criação, produção, avaliação, validação e divulgação de jogos e outros recursos didáticos; <b>2)</b> a <b>dimensão simbólico-cultural</b>, com a pesquisa e a ampliação de repertórios (literatura, tradição oral, cultura lúdica, história da escrita...); <b>3)</b> a <b>dimensão didático-pedagógica</b>, com a pesquisa e a mobilização de saberes didáticos e estratégias de ensino a partir desses recursos e repertórios. Tem um foco na alfabetização e na cultura lúdica, mas extrapola esses campos, podendo agregar outros docentes e pesquisas que se alinhem a alguma dessas dimensões. O LAP tem potencial de apoiar ações no contexto de<span style="text-align: left;"> estágios, curriculares ou não, de programas diversos que envolvem a relação entre a Universidade e as redes de ensino, em especial, a rede municipal de Salvador, como PIBID, Residência Pedagógica, e também apoiar outras pesquisas. </span></div><div><span style="text-align: left;"><br /></span></div><div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg5ggRqLvq3EDDVKTyHb6flgboOJbR4v2zKns8BYxBndg5qM4frmu-3Bi00t7txMW_tgdehxkA5Fb91gawcUkHvU6V7YXfRw37JOXS07uPQFzeH2Ky8o8AK6LbgO3igEmCuX5bglpNUrXQkE9GBEyp4ASXxQ5NOVUygOOHsQlQuiFPgQhpg4hSGDo4g6g/s1280/Slide13.PNG" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="720" data-original-width="1280" height="225" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg5ggRqLvq3EDDVKTyHb6flgboOJbR4v2zKns8BYxBndg5qM4frmu-3Bi00t7txMW_tgdehxkA5Fb91gawcUkHvU6V7YXfRw37JOXS07uPQFzeH2Ky8o8AK6LbgO3igEmCuX5bglpNUrXQkE9GBEyp4ASXxQ5NOVUygOOHsQlQuiFPgQhpg4hSGDo4g6g/w400-h225/Slide13.PNG" width="400" /></a></div><br /></div><div>É interessante notar que a pesquisa que deu origem ao LAP, sob minha coordenação, envolvia, basicamente, mas não apenas, a dimensão material da ação e formação docentes, pois versava sobre recursos didáticos para alfabetizar, como jogos e materiais estruturados a partir de textos da tradição oral. Na sua fase de intervenção, contou com o planejamento conjunto e o desenvolvimento de estratégias didáticas envolvendo brincadeiras, recursos e repertórios. Dessa forma, a pesquisa se articulou também à dimensão simbólico-cultural e didático-pedagógica do LAP, estando essas três dimensões já presente no nascedouro do Laboratório.</div></div><div><br /></div><div>Embora já em atividade na FACED/UFBA desde 2016, desenvolvendo ações ligadas à referida pesquisa, ganhou corpo a partir de 2020, já se articulando a outras pesquisas e atividades de extensão. Antes chamado de Laboratório de Acervos Pedagógicos, parecia focar na dimensão dos acervos materiais. Como se configura como um espaço/projeto voltado à formação para a docência - em especial, mas não exclusivamente, no campo da alfabetização - a troca de nome para "Laboratório de Acervos e Práticas" nos pareceu importante nesse momento de busca pela consolidação de sua atuação na FACED, pois traz, justamente, essa ideia mais dinâmica do LAP, com dimensões mais amplas, envolvendo acervos materiais, mas também simbólicos. Ademais, recursos didático-pedagógicos, uma vertente importante do trabalho do LAP, o são na medida em que são significados por concepções, perspectivas quanto ao conteúdo a ser ensinado, objetivos de aprendizagem, princípios e estratégias didáticas, e na medida em que são organizados e mediados pela ação docente. Nesse sentido, é esse "trabalho" de pensar e aprender a planejá-los e incluí-los na prática, de forma fundamentada e articulados a outras estratégias didáticas, que faz a diferença quando falamos na dimensão material da ação docente e da formação para a docência. Assim, o novo nome comporta melhor as três dimensões do LAP e sua perspectiva formativa.</div><div><br /></div><div>O LAP ganhou maior visibilidade a partir de alguns aspectos: <b>1) </b>a divulgação da pesquisa e do Laboratório em eventos e artigos; <b>2)</b> as ações desenvolvidas ou em projeto a partir de 2020, já dissociadas da pesquisa original; <b>3) </b>a criação da logomarca e a divulgação das ações e projetos do LAP nas redes sociais: <a href="https://www.facebook.com/LAPFACED/" target="_blank">Facebook</a> e <a href="https://www.instagram.com/lap_faced/" target="_blank">Instagram</a> <span style="color: #990000;">(<i>ver observação ao final do post</i>)</span>; <b>4)</b> as parcerias interinstitucionais, estabelecidas informalmente desde 2017 com colegas de outras Universidades, com seus laboratórios em constituição, e oficializadas a partir do lançamento da Rede AlfaLABS, em dezembro de 2021, no contexto do Congresso da UFBA 75 anos. Nessa mesa, coordenadoras dos 4 laboratórios fundadores da Rede, que vêm interagindo já há algum tempo e fortalecendo a discussão sobre Laboratórios formativos nas Universidades, apresentaram as ações de seus Laboratórios e a Rede foi lançada ao final da mesa. Assista <a href="https://www.youtube.com/watch?v=f9dhv8g4PPg" target="_blank">aqui</a>.</div><div><br /></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhNp8yCXtJFWEmMJ-kpLK-HW0uCwuAMrXAO9jnYSm0_ILUjurkleMedGG0mmeegtuWVWTbx70w6E0vTrbsJjDD2KDLMmPg4lB4EyGywAjbOBxieNlcUyea1MIySzt-PmoF8x1TrcWQmEL3lAgwGTz-4p2MzZ107YIPaNMWj6OtBeVaZwyr7SAbWLptF3w/s718/Slide2.jpg" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="718" data-original-width="713" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhNp8yCXtJFWEmMJ-kpLK-HW0uCwuAMrXAO9jnYSm0_ILUjurkleMedGG0mmeegtuWVWTbx70w6E0vTrbsJjDD2KDLMmPg4lB4EyGywAjbOBxieNlcUyea1MIySzt-PmoF8x1TrcWQmEL3lAgwGTz-4p2MzZ107YIPaNMWj6OtBeVaZwyr7SAbWLptF3w/w318-h320/Slide2.jpg" width="318" /></a></div></div><div><div style="text-align: justify;"><span style="text-align: left;"><div><br /></div></span></div><div style="text-align: justify;"><span style="text-align: left;">A logomarca do LAP, criada no início de 2020, veio para contribuir com essa visibilidade e, consequentemente, com a consolidação de suas potencialidades de atuação na Faculdade de Educação e também no campo escolar - sempre ligadas ao campo formativo na Faculdade. E ela traz essa perspectiva de ampliação do nome do LAP. </span></div><div style="text-align: justify;"></div><div style="text-align: justify;"><span style="text-align: left;"><br /></span></div><div style="text-align: justify;"><span style="text-align: left;"><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgEwxBZxEktq4paOQcUi5G-8i9volnzeYVRDxXPeVSC9b01Bw6mSjfVQghT7_Bpu7QwUvhl64KCv1er-Bu4QHecs6_fL2nldbx5-d3ToNvlLzmE7ozlpmRU38qljzB0F-IAEXlZ-GCU9HI08rHqnrJoXQwwdQW7hU03bJr2ONUBdb_GHGrzvbBWyNUt0A/s784/LOGO%20LAP.jpg" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="784" data-original-width="720" height="200" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgEwxBZxEktq4paOQcUi5G-8i9volnzeYVRDxXPeVSC9b01Bw6mSjfVQghT7_Bpu7QwUvhl64KCv1er-Bu4QHecs6_fL2nldbx5-d3ToNvlLzmE7ozlpmRU38qljzB0F-IAEXlZ-GCU9HI08rHqnrJoXQwwdQW7hU03bJr2ONUBdb_GHGrzvbBWyNUt0A/w184-h200/LOGO%20LAP.jpg" width="184" /></a></div>A logo, bem como outros produtos visuais ligados a ela, foi feita com carinho por Jasio Velázquez, que entendeu muito bem a proposta. Ela expressa tanto a ideia de guardar, na referência a uma caixa - remetendo aos acervos - quanto à ideia de dinâmica, trazendo elementos que remetem ao ato de mobilizar, de fazer junto, de movimentar, ideia mais condizente com o espaço do Laboratório, que se configura como um espaço de ações formativas, de estudo e experimentações de um ofício - espaço de trabalho! Afinal, o termo "laboratório" vem do latim medieval “laboratōrĭum”, remetendo ao local para trabalhar, originado, por sua vez do latim antigo “laboratus”, particípio do verbo “laborare”, que é, justamente, trabalhar. Além disso, evoca também algo do artesanal, na própria fonte usada na logomarca, remetendo não apenas à produção artesanal efetiva de recursos, mas à artesania própria ao ofício docente, tal como Jorge Larrosa o concebe, com suas "artes de fazer", como diz Miguel Arroyo.</span></div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Atualmente, como já referido, o LAP está articulado a uma nova pesquisa, intitulada "Textos da tradição oral na alfabetização", que se desdobrou da pesquisa original, pois os seus resultados indicaram ser produtivo investigar com mais aprofundamento os discursos e práticas docentes no que se refere à abordagem da tradição oral como cultura lúdica, prática de oralidade e na alfabetização e letramento de crianças. Vinculada a essa pesquisa, um projeto de extensão intitulado "Gêneros da tradição oral e cultura lúdica em tempos de isolamento social", foi proposto durante a pandemia, convidando famílias e escolas a mobilizar o repertório da oralidade lúdica com as crianças. O projeto segue em andamento com a retomada presencial das escolas, e você pode acompanhar no Insta ou Face do LAP. Essa ação virtual foi apresentada no <a href="https://www.youtube.com/watch?v=xHthuQk0E-k" target="_blank">Colóquio NEPESSI</a>. O projeto teve a parceria com o NEPESSI - Núcleo Integrado de Estudos e Pesquisas sobre Infâncias e Educação Infantil, do qual também faço parte, bem como com a Escola Casa Via Magia e com a <a href="https://www.instagram.com/canastra_real/" target="_blank">Canastra Real: contos em cantos</a>. </div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgeYZpdYNtQ1BAfLFbTOiB2DUNknDdVsFl_8z_Y5g82SrMuQhytC22JWS4fxpEl83diZSl_x7_35PuW_2L5rqNFoe7DcXHvlpmmoKEBaei58VP6CqANJiZFa2YRSA8gbVyImaZyobE2umtmN7Wrss6wsEm6jmxxHx_gskkDZPPeA9VwS5E-ho4YMZ9Svg/s1280/CAPA.jpg" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="720" data-original-width="1280" height="180" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgeYZpdYNtQ1BAfLFbTOiB2DUNknDdVsFl_8z_Y5g82SrMuQhytC22JWS4fxpEl83diZSl_x7_35PuW_2L5rqNFoe7DcXHvlpmmoKEBaei58VP6CqANJiZFa2YRSA8gbVyImaZyobE2umtmN7Wrss6wsEm6jmxxHx_gskkDZPPeA9VwS5E-ho4YMZ9Svg/s320/CAPA.jpg" width="320" /></a></div><br /><div style="text-align: justify;">Tanto os recursos para alfabetizar, quanto o repertório da tradição oral, ligados às atividades de pesquisa e extensão do LAP, aparecem nas minhas atividades de ensino. No componente da graduação, EDC B85 - Alfabetização e letramento, além da abordagem dos recursos didáticos, análise de jogos e materiais a partir da tradição oral, tenho solicitado, articulada à atividade de extensão desenvolvida durante a pandemia, a elaboração de inventários culturais familiares ou Mini Acervos de memórias de tradição oral, que são, depois, mobilizados para pensarmos sobre esse repertório na alfabetização. Recentemente, a história da escrita se apresentou como um elemento importante na dimensão simbólico-cultural do LAP, constituindo-se como um estudo importante para pensarmos a escrita alfabética como um instrumento cultural potente que se relaciona de forma imbricada com as práticas sociais que lhes deram origem, contribuindo para pensarmos numa relação de interação e não de dicotomia entre as diversas facetas do ensino da linguagem escrita. E assim, esse conteúdo também se articula ao ensino, pesquisa e extensão. Outra pesquisa, em andamento, é intitulada "O abecê nordestino e a alfabetização na Bahia" e entra nesse escopo. O estudo da história da escrita proposto no componente da pós-graduação EDC C48 - Alfabetização, letramento e práxis pedagógica passa a relacionar-se também ao LAP.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Aos poucos, com as ações em desenvolvimento no LAP ou em articulação com outros Laboratórios, com as publicações e eventos, com o reconhecimento de nossos pares desse projeto formativo nas Universidades, vamos consolidando os pilares e as concepções que nos guiam, tanto a nós coletivamente na Rede de laboratórios, quanto em nossas singularidades. </div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Os pilares, princípio e concepções que embasam o LAP vão dando corpo a esse projeto, e seguem sendo discutidos em publicações e eventos. </div><div style="text-align: justify;"><br /><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgRzD7-S6z2SqPC5hVlvWhNeoItI_lJnvLgZnYLaHZo8BHj1Ik-QLiJhq3qS9rhtURG6CuFzQy4odD3txcdL11vgKxxp94vppqjR4LrsfztanNv80JyXUZw9eBW1tIp5Md-cawlOmktEHmtKvLL9dUbI09Zwehf1oMSjH15-0--WnsLWh51DyBTZpN-jw/s715/Pilares%20(2).jpg" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="715" data-original-width="705" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgRzD7-S6z2SqPC5hVlvWhNeoItI_lJnvLgZnYLaHZo8BHj1Ik-QLiJhq3qS9rhtURG6CuFzQy4odD3txcdL11vgKxxp94vppqjR4LrsfztanNv80JyXUZw9eBW1tIp5Md-cawlOmktEHmtKvLL9dUbI09Zwehf1oMSjH15-0--WnsLWh51DyBTZpN-jw/w395-h400/Pilares%20(2).jpg" width="395" /></a></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><br /></div></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh0w56WEmcny_Jag23jL7F16w1T1vB9vhec-mCU6WHUcE-dOXJcudJZqR6tCHp1q_w9mrm_jRHg1cGzdeYbwlDjUDtzJDfx8MVPwSoJUbjQnth0_EM4aGKMYxpXo6-tlE9HQl1IMi7ITzkcs3pv41Uu5L9bk2jLMGIqRDel91PukQb_8vUH65C6sLasTg/s1119/Slide12.PNG" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="670" data-original-width="1119" height="240" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh0w56WEmcny_Jag23jL7F16w1T1vB9vhec-mCU6WHUcE-dOXJcudJZqR6tCHp1q_w9mrm_jRHg1cGzdeYbwlDjUDtzJDfx8MVPwSoJUbjQnth0_EM4aGKMYxpXo6-tlE9HQl1IMi7ITzkcs3pv41Uu5L9bk2jLMGIqRDel91PukQb_8vUH65C6sLasTg/w400-h240/Slide12.PNG" width="400" /></a></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Esses pilares e concepções do LAP foram tematizados, principalmente, nesses dois contextos: o Ciclo Ceale Debate e a nossa publicação sobre alfabetização, saberes, recursos e laboratórios. </div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhpZXj7vkjs_mb-0uvnhF60mXbGiB-sdf3GSP0CyxSKBWXQRFSoNF2tLh__u4Hu4yr8sFjLaIUwZD96QN0Nxq4voWszY3uox5eeaU1phUoXLiukdmTR06pncsbk4MLGslv7yEjshEAdGNGuDgT0SkRxw6bZ5dJ5WvZvrG2kYEPf_R8t5UPjNT49BP2KVg/s1071/Ciclo%20Ceale%20Debate.png" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="1071" data-original-width="801" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhpZXj7vkjs_mb-0uvnhF60mXbGiB-sdf3GSP0CyxSKBWXQRFSoNF2tLh__u4Hu4yr8sFjLaIUwZD96QN0Nxq4voWszY3uox5eeaU1phUoXLiukdmTR06pncsbk4MLGslv7yEjshEAdGNGuDgT0SkRxw6bZ5dJ5WvZvrG2kYEPf_R8t5UPjNT49BP2KVg/w238-h320/Ciclo%20Ceale%20Debate.png" width="238" /></a></div>O LAP e suas ações foi apresentado em alguns contextos, mas no primeiro semestre de 2022, os 4 laboratórios parceiros, fundadores da Rede AlfaLABS participaram do Ciclo Ceale Debate - Laboratórios de alfabetização, realizado remotamente pelo Ceale da UFMG, importante centro de alfabetização do país. Aqui tivemos mais tempo de apresentação, podendo aprofundar mais em nossas ações e seus fundamentos. Está disponível no Canal do Ceale, <a href="https://youtu.be/STVNombfVJc" target="_blank">aqui</a>. </div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Além da apresentação do LAP (UFBA), há nessa Playlist as outras três apresentações dos outros laboratórios: o LÁPIS (UFRGS), o LAPIL (FURG) e o LAL (UFMG). Tivemos o prazer de ser ouvidas por muita gente bacana da UFMG e de outras Universidades, como Francisca Maciel, Isabel Frade, Magda Soares, dentre muitas outras, e ter a presença e o apoio de nosso presidente da ABAlf - Associação Brasileira de Alfabetização, o professor Lourival José Martins Filho. Aqui o link da <a href="https://youtube.com/playlist?list=PLnUq8nHwX54gcXwAT60_5hGn38RyXCJXa" target="_blank">Playlist</a> com todas as apresentações, dos 4 laboratórios, no Canal do Ceale.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh9bWt4wBHPNhf2duU4gciBilPcZGREEvRXs2FMZxwJNC5ORc4j0taHkdTUCBLQmPFchYNUzlKM8tYgoT17fAWSu3roVJW5Avy_9yDRTpyKS_xDG52eMOkObv7deT95wvIDZWp7PoeBLnYD4NTwv_7KCjx9Kzf6fPXA3bY8TtAlJxPo3QuFXAb6XAypWw/s1243/LABS.PNG" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="380" data-original-width="1243" height="122" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh9bWt4wBHPNhf2duU4gciBilPcZGREEvRXs2FMZxwJNC5ORc4j0taHkdTUCBLQmPFchYNUzlKM8tYgoT17fAWSu3roVJW5Avy_9yDRTpyKS_xDG52eMOkObv7deT95wvIDZWp7PoeBLnYD4NTwv_7KCjx9Kzf6fPXA3bY8TtAlJxPo3QuFXAb6XAypWw/w400-h122/LABS.PNG" width="400" /></a></div><div style="text-align: justify;">Em breve teremos a publicação que aborda saberes, estratégias e recursos didáticos na formação docente, e traz capítulos sobre os laboratórios formativos, consolidando as parcerias entre laboratórios de diferentes Universidades. Organizo a publicação junto com as parceiras dessas outras Universidades. Nessa publicação, há capítulos desses 4 laboratórios, mas também de outros pesquisadores, docentes e estudantes que pesquisam recursos, repertórios e estratégias de ensino no campo da alfabetização. No prelo! A sair em breve, ainda esse ano. </div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Com o lançamento da Rede AlfaLABS, outras ações parceiras também estão no horizonte - o LAP dando frutos, internas à Faced, e externas, abertas à comunidade ou articuladas a outros laboratórios, de outras Universidades. Embora já estivéssemos trabalhando em parceria desde 2017/2018, o lançamento da Rede concretiza essas parcerias, que ganham mais destaque e institucionalidade, reiterando as ações coletivas, ao lado das ações de cada laboratório específico de nossas Unidades. Mas os laboratórios já nasceram como rede, como parceria, como coletivo, pois bastou um gatilho para nossas antenas vibrarem num mesmo desejo e nessa ideia de parceria. </div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiy9DQgB1CbnAs5fYkoJ-m_b6IIQ7XDhLIZG5FRDxoC9CnqLWyFkS8FAE_elGr7bleh-0zo8tcwVprl2MqXEhR_v50RbIfYj6DMo4qrLwoCa_2LE26nbEOjtvnb1tKPwgGNEL1umRbKCbcyUBxoJNUPCL-_2n79pbXTktLUVHzR3_JgoTBDSpmpcKDtwA/s6854/AlfaLABS%20(Fundo%20Branco)%20(2).png" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="5481" data-original-width="6854" height="160" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiy9DQgB1CbnAs5fYkoJ-m_b6IIQ7XDhLIZG5FRDxoC9CnqLWyFkS8FAE_elGr7bleh-0zo8tcwVprl2MqXEhR_v50RbIfYj6DMo4qrLwoCa_2LE26nbEOjtvnb1tKPwgGNEL1umRbKCbcyUBxoJNUPCL-_2n79pbXTktLUVHzR3_JgoTBDSpmpcKDtwA/w200-h160/AlfaLABS%20(Fundo%20Branco)%20(2).png" width="200" /></a></div>Nossa Logomarca traz tanto marcas dessa nossa organização primeira - nossos 4 laboratórios evocados pelas cores - quanto a abertura para acolher outros laboratórios na Rede AlfaLABS, já que se apresenta como um fragmento de estrutura rizomática, sem centro e com várias possibilidades de nós - nós que se configuram a um só tempo, na verticalização de nossos laboratórios específicos, e nós que implicam nas inúmeras relações - sempre abertas - que podemos estabelecer entre nós e com novos laboratórios, que cheguem a esse coletivo.</div><div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Se laboratório vem de LABORAR, trabalhar, um coletivo acena ainda mais com a ideia de CO-LABORAR, CO-LABOR-AÇÃO, ação de trabalhar junto, COM! E nesse sentido podemos dizer, que nossos laboratórios estão se constituindo como CO-LABORATÓRIOS!</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Sigamos adiante ampliando ações, parcerias, belezas e firmezas nessa trajetória de docentes e formadoras de docentes! E sempre aprendizes.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Para saber mais sobre os jogos e outros recursos didáticos do LAP, veja essa <a href="http://oficinasdealfabetizacao.blogspot.com/2022/09/recursos-didaticos-do-laboratorio-de.html" target="_blank">postagem</a> aqui no blog. E sobre o processo de avaliação e validação dos recursos, <a href="https://oficinasdealfabetizacao.blogspot.com/2022/09/producao-de-recursos-didaticos-no-lap.html" target="_blank">aqui</a>. </div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"></div><blockquote><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-size: x-small;">*<b>Observação</b>: embora minha posição seja de que precisamos cuidar de não restringir a divulgação de ações da Universidade às redes ligadas a uma mega-empresa, as redes sociais constituem um canal de visibilidade (ainda que controlado por algoritmos) e de interação com estudantes, docentes e pesquisadores mais amplamente. Assim, as redes do LAP têm essa perspectiva, mas o seu trabalho é na Universidade e, evidentemente, estaremos em diversos outros canais de debate, divulgação e compartilhamento de experiências. </span></div></blockquote><div style="text-align: justify;"><span style="font-size: x-small;"></span></div><br /></div></div>Licahttp://www.blogger.com/profile/13330703422606132370noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2765047742547072708.post-6472205535528256342021-04-23T07:51:00.007-07:002022-10-18T11:17:18.510-07:00GraphoGame: uma análise crítica - Parte 2<p class="MsoNormal" style="line-height: 150%;"><b><span dir="LTR" style="font-family: Georgia; font-size: medium;">PARTE 2 - SÍLABAS</span></b></p><p class="MsoNormal" style="line-height: 150%;"><span style="font-size: medium;"><span dir="LTR" style="font-family: Georgia; text-align: justify;">Ver </span><span dir="LTR" style="font-family: Georgia; text-align: justify;"><a href="http://oficinasdealfabetizacao.blogspot.com/2021/03/graphogame-uma-analise-critica.html" target="_blank">Parte 1</a> - Fonemas, que antecede essa postagem.</span></span></p><p align="justify" class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;"><span style="font-size: medium;"><span style="font-family: Georgia;">Essa postagem segue a anterior, agora analisando as sequências do Graphogame que abordam sílabas. A sílaba, veremos, é uma unidade fonológica importante na alfabetização em língua portuguesa, mas, ao que parece, no GraphoGame, essas são tratadas apenas como um degrau para a síntese de fonemas, uma reorganização dos fonemas em unidades maiores, seguindo a estrutura do sistema e não o processo de aprendizagem, o pensamento da criança, e as próprias características da língua. Por isso começo discutindo sobre essa questão, antes de analisar o game.</span><span style="font-family: Georgia;"> </span></span></p><p align="justify" class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;"><span dir="LTR" style="font-family: Georgia; font-size: medium; mso-fareast-font-family: SimSun; mso-spacerun: 'yes';"><o:p></o:p></span></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi0X2d4cLHSsi6tJ2jftRXV9C8E-my1jRScu6GGhArhZO7gD_BeWRbOwETKPlcOCkK4USZHLDCrR3cGobNJaskz7N7r22wmvoKpQ0wk53XIrag-aNenoLUvmpFcvh79HQyhuL4fDNNF4lAc/s1280/Imagem+1.jpg" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><span style="font-size: medium;"><img border="0" data-original-height="720" data-original-width="1280" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi0X2d4cLHSsi6tJ2jftRXV9C8E-my1jRScu6GGhArhZO7gD_BeWRbOwETKPlcOCkK4USZHLDCrR3cGobNJaskz7N7r22wmvoKpQ0wk53XIrag-aNenoLUvmpFcvh79HQyhuL4fDNNF4lAc/s320/Imagem+1.jpg" width="320" /></span></a></div><p></p><p class="MsoNormal" style="line-height: 150%;"><b><span dir="LTR" style="font-family: Georgia; font-size: medium;">As sílabas e o processo de alfabetização</span></b></p><p align="justify" class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;"><span style="font-size: medium;"><span dir="LTR" style="font-family: Georgia; font-size: 14,0000pt; mso-fareast-font-family: SimSun; mso-spacerun: 'yes';">Se sairmos do ponto de vista do fonema como ponto de partida, as sílabas são mais do que um degrau de reorganização dos fonemas. Embora a unidade que estrutura o sistema seja o fonema, as SÍLABAS são as menores unidades de emissão sonora, passíveis de serem pronunciadas isoladamente. Ou seja, as sílabas escritas têm unidades de emissão sonora correspondentes, observáveis no fluxo da fala. Tanto que as crianças associam um grafema a uma emissão silábica (como Emilia Ferreiro e Ana Teberosky encontraram em suas pesquisas) e, só aos poucos, começam a observar que ela (em geral) é formada por unidades acústicas e articulatórias menores, que são esses fones (que, no sistema, são representados pelos fonemas) ou, ao menos, a conseguir grafá-los. Isso acontece justamente porque a sílaba é a menor unidade de emissão sonora (a fala é co-articulada, os fones consonantais são pronunciados junto com as vogais, que soam. Eles soam com as vogais - são con-sontes). </span><span dir="LTR" style="font-family: Georgia; font-size: 14,0000pt; mso-fareast-font-family: SimSun; mso-spacerun: 'yes';"><o:p></o:p></span></span></p><p align="justify" class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;"><span style="font-size: medium;"><span style="font-family: Georgia;">Assim, a segmentação de palavras em sílabas não é uma segmentação artificial da língua, a fala é segmentável em emissões silábicas facilmente, tanto que as crianças aprendem cedo a fazê-lo oralmente, conscientemente, muitas vezes sem ensino explícito. Bem pequenas já segmentam palavras em sílabas orais: ma-ca-co. Aliás, essas segmentações são observadas e realizadas até mesmo brincando com a oralidade lúdica, com os textos poético-musicais tradicionais da infância: “u-ni-du-ni-tê, sa-la-mê, min-guê”... “Lá vai a bo-la a gi-rar na ro-da...”, ou “chi-co-tinho-quei-ma-do, va-le-dois-cru-za-dos...” São geralmente segmentações de sílabas poéticas, no próprio fluxo prosódico do texto recitado ou cantado. Em vários de seus textos, <a href="https://teses.usp.br/teses/disponiveis/livredocencia/48/tde-12042017-145225/publico//LivreDocenciaClaudemirBelintane_2011.pdf" target="_blank">Claudemir Belintane</a> diz que essas possibilidades brincantes já tornam a língua altamente alfabetizável. E em contexto de práticas orais lúdicas e letradas! Em um nível ainda incipiente, vai se desenvolvendo essa sensibilidade fonológica no contexto dessas brincadeiras, que, depois, claro, podem ser retomadas metalinguisticamente para refletir de forma deliberada e explícita sobre essas unidades sonoras - e melhor, na continuidade de práticas brincantes! Tanto a cultura lúdica como a literatura infantil ofertam contextos riquíssimos de jogos de palavras em que diversas unidades linguísticas são recortadas e enfatizadas, podendo se tornar observáveis, para além da sensibilidade implícita: sílabas, rimas, segmentos morfológicos, aliterações etc. Que desperdício seria/é não lançar mão disso para refletir sobre a língua!</span><span style="font-family: Georgia;"> </span></span></p><p align="justify" class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;"><span style="font-size: medium;"><span dir="LTR" style="font-family: Georgia; font-size: 14,0000pt; mso-fareast-font-family: SimSun; mso-spacerun: 'yes';">Quer ver mais sobre essa importância da sílaba? Quando a criança consegue observar que FORMIGA é maior do que GATO - as palavras pronunciadas, não os animais - ela está prestando atenção ao significante sonoro das palavras, não a seu sentido semântico (o animal gato é maior do que a formiga). Poder prestar atenção ao significante sonoro e gráfico e não ao significado é ESSENCIAL para a alfabetização. A criança que consegue comparar as palavras pelo tamanho (que tem a ver com a quantidade de unidades de emissão sonora) supera o chamado realismo nominal, e já não avalia a língua pelas propriedades físicas dos objetos que representam. Essa é uma fase importante no processo de reflexão sobre a língua, revelando também os conhecimentos que vão construindo sobre a natureza notacional e arbitrária da escrita. No caso do significante sonoro, na oralidade, passam a poder analisar as palavras pronunciadas em termos de sua segmentação silábica - FOR-MI-GA e GA-TO - para julgar que palavra é maior, independentemente do sentido semântico, do tamanho dos animais, objetos ou o que seja que essas palavras representem e signifiquem. Essa é a mágica de um sistema de representação arbitrário!</span><span style="font-family: Georgia;"> </span></span></p><p align="justify" class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;"><span style="font-size: medium;"><span dir="LTR" style="font-family: Georgia; font-size: 14,0000pt; mso-fareast-font-family: SimSun; mso-spacerun: 'yes';">E como nossa língua é muito silábica - essa emissão é muito natural - e como, a despeito das diversos padrões silábicos existentes, o português tem estrutura silábica simples, essa unidade é muito pregnante para as crianças pensarem sobre a língua escrita. Da mesma forma que segmentos morfológicos são muito importantes em outras línguas, como o francês. No português, como em outras muitas línguas, a segmentação silábica é muito menos abstrata para a criança do que o fonema e, portanto, poder observá-las antes dessas unidades menores, para então, poder analisar esse todo em pedacinhos ainda menores, é muito mais condizente com o que a criança pode, de fato, aprender antes de compreender o funcionamento alfabético. Isso não é muito mais valioso do que aprender unidades fonêmicas, artificiais, isoladamente, para, só depois, entender para que serve esse treinamento, e só depois associá-lo a itens lexicais? De fato, a análise da língua em fonemas só se apresenta como necessidade a partir da apropriação da escrita alfabética. Mas argumentar que, justamente porque o fonema é artificial, seu ensino precisa sê-lo, me parece desonestidade intelectual. Pensar (PENSAR!) sobre a escrita indagando sobre seu funcionamento, implica em considerar, de toda sorte, a segmentação silábica.</span><span style="font-family: Georgia;"> </span></span></p><p align="justify" class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;"><span style="font-size: medium;"><span dir="LTR" style="font-family: Georgia; font-size: 14,0000pt; mso-fareast-font-family: SimSun; mso-spacerun: 'yes';">As sílabas dão pistas sobre os fonemas, inclusive! No contexto da sílaba as crianças vão observando que tem coisinhas menores ali. Lembro-me tanto de meu filho com 5 anos dizendo: “Ô, mãe, em ZI (de Ziraldo, que lia a seu modo) e ZE (de Zé, apelido de seu pai), tem uma coisinha parecida e uma coisinha diferente!”. Pois é...a coisinha diferente é o fone /z/, que ele logo entendeu que era o que a letra Z fazia nessas palavras, ao comparar a grafia de ambas. Agrupados em sílabas, no contexto das palavras, é possível vislumbrar o fone como realização acústica e articulatória menor, desenvolvendo a consciência fonêmica, bem como vislumbrar o fonema como unidade distintiva. Fonemas, como discutimos no primeiro </span><i><span dir="LTR" style="font-family: Georgia;">post</span></i><span dir="LTR" style="font-family: Georgia; font-size: 14,0000pt; mso-fareast-font-family: SimSun; mso-spacerun: 'yes';">, o são em oposição a outros fonemas, assim, analisá-los em oposição em sílabas de diferentes palavras RATO-GATO-PATO-MATO (como o próprio Graphogame, ao que parece, propõe mais adiante, ao menos na versão de outras línguas) faz mais sentido do que fonema/fones isolados, como o game propõe. Analisar a invariância do fonema em sílabas diferentes iniciadas com o mesmo fonema também é produtivo: RUTE, RITA, RAFAEL, ROBERTO, REGINA... Observar essas aliterações ajuda a entender que entre RA e RU, por exemplo, tem algo diferente e algo parecido. Como o ZI e ZE de meu Joaquim! Apoiadas nas vogais que soam, as crianças podem perceber observar esse /R/ aí. Essas são operações de consciência fonêmica em contexto de palavras, em que a sílaba dá pistas sobre os fones/fonemas, chegando-se a essas unidades que estruturam o sistema de modo muito mais natural, menos artificial, e condizente com o pensamento e a aprendizagem da criança. Aliás, o contexto da palavra, justamente, também favorece a não confusão entre fone e fonema, instalada no GG. Qual o mistério em ver que isso é muito melhor do ponto de vista da criança que aprende? Consciência fonêmica não é, necessariamente, sintetizar e segmentar palavras em fonemas e muitíssimo menos tratá-los de forma isolada e associados aos grafemas, de forma meio torta como o “GG Brasil” faz. Essas são algumas das habilidades, mas tem outras, como essas que citei, de reconhecer e poder produzir duas palavras com mesmo fonema inicial ou palavras que mudam pela troca de um fonema inicial: RATO/GATO. Tudo isso leva à consciência fonêmica, e no contexto das palavras! Tudo isso leva à compreensão do princípio alfabético - isso sim necessário à alfabetização. Tudo isso pode ser alcançado considerando as explorações infantis sobre a notação da língua e sua base fonológica! O próprio José Morais refere às escritas espontâneas das crianças, nas quais exploram alguns pares de relações letra-fone que vão conhecendo, constituindo-se essas explorações em “pesquisas fônicas” (A Arte de ler, 1996, 273). Reconhece que mesmo imprecisas, são importantes para compreenderem a relação entre as formas escritas e as formas faladas das palavras. E se o autor refere a explorações de pares letra-fones, sabemos que as crianças, nessas explorações também prestam atenção à segmentação silábica. E fazem isso seja atribuindo uma letra para representar a sílaba inteira - como interpreta Ferreiro e Teberosky -, seja tentando dar conta, ainda imprecisamente, dos sonzinhos menores que observam na formação das sílabas - como interpretam algumas pesquisas e correntes da ciência cognitiva. O importante é que fazem, refletindo sobre a língua e sua emissão sonora.</span><span dir="LTR" style="font-family: Georgia; font-size: 14,0000pt; mso-fareast-font-family: SimSun; mso-spacerun: 'yes';"><o:p></o:p></span></span></p><p align="justify" class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;"><span style="font-size: medium;"><span dir="LTR" style="font-family: Georgia; font-size: 14,0000pt; mso-fareast-font-family: SimSun; mso-spacerun: 'yes';">Percebe como a unidade sílaba é importante na alfabetização? Percebe que argumento sobre isso porque ela é uma unidade mal compreendida, seja porque é o fonema que estrutura o sistema alfabético, seja devido a sua fama numa abordagem associacionista, nos ditos métodos silábicos ou mistos, especialmente nos que propõem atividades de ba-be-bi-bo-bu, muito mecânicas? Percebem que argumento sobre a importância da unidade sílaba de forma mais contundente, e não defendendo nenhum método silábico sintético nem o famoso ba-be-bi-bo-bu (a que se chegava por via sintética ou analítica)? Digo tudo isso porque a sílaba é uma unidade MUITO importante no português, mas ela aparece no método fônico sintético sobretudo como uma etapa da síntese de fonemas, como o reagrupamento de fonemas, um degrau até chegar à síntese em uma palavra completa. Pois eu defendo que a sílaba é uma unidade ANTERIOR ao fonema, se seguirmos tanto a emissão sonora da língua quanto o pensamento das crianças. A segmentação e síntese fonêmica, no início do processo, são procedimentos MUITO artificiais! E partir de fonemas isolados mais ainda!</span><span style="font-family: Georgia;"> </span></span></p><p align="justify" class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;"><span style="font-size: medium;"><span dir="LTR" style="font-family: Georgia; font-size: 14,0000pt; mso-fareast-font-family: SimSun; mso-spacerun: 'yes';">Não seria mais natural, numa língua tão silábica como a nossa, chegar ao fonema pela sílaba? E por sílabas contextualizadas em palavras? Mesmo com foco na consciência fonêmica e instrução fônica, esse não seria um caminho mais natural, do ponto de vista da aprendizagem? Há quem defenda o </span><i><span dir="LTR" style="font-family: Georgia;">phonics</span></i><span dir="LTR" style="font-family: Georgia; font-size: 14,0000pt; mso-fareast-font-family: SimSun; mso-spacerun: 'yes';">, mas em estratégias analíticas, em perspectivas menos artificias de abordagem da dimensão sonora da língua, sem segmentar palavras em constituintes sem realidade sonora no fluxo da fala (pronunciamos ma-la, não /m/ /a/ /l/ /a/). Mas parece que eles têm que dificultar e, no âmbito dessa concepção de alfabetização, escolher o pior dos caminhos. O raciocínio é: se os fonemas são abstratos demais, precisamos ensiná-los, treiná-los, massacrar as crianças até que entre a ferro e fogo! Começar por eles! Começar pelo mais abstrato! Garantir para o futuro. Argumentam, por vezes, que resultados de pesquisa, evidências científicas, revelam a superioridade de procedimentos sintéticos. Mas nem todos os autores da ciência cognitiva da leitura defendem isso. Muitos não o fazem. E de todo modo, será mesmo que resultados de pesquisa que, porventura, indiquem a eficácia de treinamento fônico sintético, descontextualizado, bem mecânico, são os únicos dados relevantes para, na ação educativa, justificar tal distorção da língua e tal assalto ao caminho do pensamento das crianças ao tentar compreender nosso sistema de escrita e sua base sonora? Pois eu pergunto: se focarmos e considerarmos apenas o que FUNCIONA (e funciona em que sentido? Para quem? A preço de quê? O que é funcionar?), podemos estar perdendo o que verdadeiramente IMPORTA, em termos de apropriação da língua e da linguagem escrita. Resultados de pesquisa em áreas externas à Pedagogia, precisam de interpretação pedagógica! Levando para o absurdo, se pesquisas mostrarem que a violência social diminui se cada ser humano matar outro uma vez na vida, vamos adotar esse sistema de controle? Reparem que não estou defendendo métodos tradicionais analíticos, nem silábicos - as operações de análise e síntese são operações mentais, não processos de um ou outro método (eles enfatizam mais ou menos uma dessas operações, mas não donos delas - são operações cognitivas e linguísticas), as unidades sílaba, fonema, palavra etc, tampouco são propriedade desse ou daquele método - são unidades da língua! Não estou defendendo nenhum método tradicional, nem sendo conivente com a perspectiva fônica. Estou tentando analisar “por dentro” da perspectiva que eles trazem, me apoiando nos seus próprios referenciais e argumentos, e não apenas argumentando “de fora”, do ponto de vista de outra concepção de alfabetização. Teríamos outros tantos argumentos aí...</span><span style="font-family: Georgia; text-align: left;"> </span></span></p><p class="MsoNormal" style="line-height: 150%;"><span style="font-size: medium;"><b><span dir="LTR" style="font-family: Georgia;">Vamos ao Game</span></b><span style="font-family: Georgia;"> </span></span></p><p align="justify" class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;"><span style="font-size: medium;"><span dir="LTR" style="font-family: Georgia; font-size: 14,0000pt; mso-fareast-font-family: SimSun; mso-spacerun: 'yes';">Mas, dito tudo isso, vamos à análise do GraphoGame em si mesmo. Como o aplicativo envolve o método de marcha sintética, na fase que introduz as sílabas, segue com a junção entre esses sons/letras que vinha apresentando nas fases anteriores, para formar sílabas.</span><span style="color: red; font-family: Georgia;"> </span></span></p><p align="justify" class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;"><span dir="LTR" style="color: red; font-family: Georgia; font-size: medium; mso-fareast-font-family: SimSun; mso-spacerun: 'yes';"><o:p></o:p></span></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><span style="font-size: medium;"><iframe allowfullscreen='allowfullscreen' webkitallowfullscreen='webkitallowfullscreen' mozallowfullscreen='mozallowfullscreen' width='320' height='266' src='https://www.blogger.com/video.g?token=AD6v5dxxuoxnGnEoZZ8VPCbVkx_cRd5xyzo_KmTnHY-EsLOBuI4UNfKudh4_KMkFBBEwSWaRjdE28wXOoedsNJlD3Q' class='b-hbp-video b-uploaded' frameborder='0'></iframe></span></div><p></p><p align="justify" class="MsoNormal" style="line-height: 150%; mso-list: l0 level1 lfo1; text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;"><span style="font-size: medium;"><span dir="LTR" style="font-family: Georgia;">As tarefas iniciais incluem parear dois segmento áudio (dois fones isolados) e sua representação visual (grafema) para formar uma sílaba, iniciando com a estrutura canônica CV e seguindo, meio rapidamente, por incrível que pareça, para padrões silábicos mais complexos. E sem explorar generalizações nas sílabas simples. Incluem também colocar as letras da sílaba ouvida na ordem; e acertar o modelo dado da junção de fonema+fonema=sílaba, reconhecendo-a dentre outras sílabas. Primeiro é dado um modelo, com alguns sons/letras e depois apresenta as tarefas para o jogador realizar, sempre repetindo esse modelo: encontrar dentre as representações visuais aquela que corresponde ao som ouvido, emitido fonema a fonema ou a sílaba completa. Há essa variação nas tarefas, mas sempre no modelo estímulo-resposta.</span><span style="color: red; font-family: Georgia;"> </span></span></p><p align="justify" class="MsoNormal" style="line-height: 150%; mso-list: l0 level1 lfo1; text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;"></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><span style="font-size: medium;"><iframe allowfullscreen='allowfullscreen' webkitallowfullscreen='webkitallowfullscreen' mozallowfullscreen='mozallowfullscreen' width='320' height='266' src='https://www.blogger.com/video.g?token=AD6v5dz5euK4MEHzSdx45ft6-gVZj4vaZWRLQoWRjVsBUoy9r-SsLWzhVugjIaqp_5lkIJ5-Lpr5pvUzO2b5sd_Dbw' class='b-hbp-video b-uploaded' frameborder='0'></iframe></span></div><span dir="LTR" style="font-family: Georgia; font-size: medium;"><p align="justify" class="MsoNormal" style="line-height: 150%; mso-list: l0 level1 lfo1; text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;"><span dir="LTR">O feedback, como nas fases anteriores, é imediato, quando o jogador acerta ou erra a tarefa. No decorrer das sequências, mais opções são dadas como alternativas, para dificultar a tarefa de apontar a sílaba ouvida, mas sempre aquelas já mapeadas, já bem treinadas. A dificuldade que vai sendo introduzida é em termos da quantidade de opções dadas para encontrar a sílaba alvo, como no segundo vídeo abaixo.</span> </p></span><p></p><p align="justify" class="MsoNormal" style="line-height: 150%; mso-list: l0 level1 lfo1; text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;"></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><span style="font-size: medium;"><iframe allowfullscreen='allowfullscreen' webkitallowfullscreen='webkitallowfullscreen' mozallowfullscreen='mozallowfullscreen' width='320' height='266' src='https://www.blogger.com/video.g?token=AD6v5dzqL4L4iYJk4kFBJMs8t4Bgnk7Edt-cf9K1LchKS561n7cr5DGuZpvOxZQZuAPpqiJk2AaJcc1GLRB8gg9U0g' class='b-hbp-video b-uploaded' frameborder='0'></iframe></span></div><span style="font-size: medium;"><br /></span><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><span style="font-size: medium;"><iframe allowfullscreen='allowfullscreen' webkitallowfullscreen='webkitallowfullscreen' mozallowfullscreen='mozallowfullscreen' width='320' height='266' src='https://www.blogger.com/video.g?token=AD6v5dzRlEkZTIcW37ybwpjyA9a9fKtCtp8Cn-Q_BJgQKBYhtInFUMYY4cAYIbDUVg-XyxSwh0K8giH7gdjTkfhsVA' class='b-hbp-video b-uploaded' frameborder='0'></iframe></span></div><span style="font-size: medium;"><br /></span><div style="text-align: justify;"><p align="justify" class="MsoNormal" style="line-height: 150%;"><span style="font-size: medium;"><span dir="LTR" style="font-family: Georgia; font-size: 14,0000pt; mso-fareast-font-family: SimSun; mso-spacerun: 'yes';">No cômputo final, nessa fase inicial das sílabas fica ainda mais observável que os procedimentos do aplicativo não apostam em operações de generalização e abstração, em reflexão sobre a estrutura da língua. Além do que já discutimos sobre não tratarem a sílaba como uma unidade de emissão sonora importante, e de serem sílabas também soltas, sem as palavras. </span> </span></p></div><p></p><p align="justify" class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;"><span style="font-size: medium;"><span dir="LTR" style="font-family: Georgia; font-size: 14,0000pt; mso-fareast-font-family: SimSun; mso-spacerun: 'yes';">Os procedimentos não parecem fundamentar-se nos resultados da própria ciência cognitiva da leitura, que indicam que, ao aprender habilidades fônicas as crianças generalizam este conhecimento para a leitura de palavras novas (no caso aqui, para sílabas novas), pois vão entendendo o princípio geral. Ou seja trata-se de cognição, e ainda mais metacognição, que passam longe dessas propostas de treino. Não há, em geral, procedimentos de dar a formação de algumas sílabas, e pedir outras junções não fornecidas de antemão, para que se possa generalizar o funcionamento. Por exemplo: dar /p/ com /a/ = PA e /t/ com /o/ = TO, e pedir /p/ com /o/ e /t/ com /a/, para formar PO e TA. O básico da generalização, ausente!!! Abstração não é visada. Só treino repetitivo, só memorização individual de cada formação silábica, e repetição. E são os próprios pesquisadores da ciência cognitiva da leitura - ciência na qual a PNA diz se fundamentar - que argumentam sobre a generalização e abstração, indicando a não necessidade de mapear todas as relações fonema-grafema possíveis nem todas as suas combinações em sílabas. Pesquisas dessa corrente mostram como as crianças chegam ao princípio alfabético e às correspondências fonema-grafema muito antes desse mapeamento exaustivo - e mais, revelam também que podem chegar a isso por muitos outros métodos!!! Ainda que defendam a suposta superioridade do método fônico, mostram que não é o único possível! Uma atenção ao </span><i><span dir="LTR" style="font-family: Georgia;">phonics</span></i><span dir="LTR" style="font-family: Georgia; font-size: 14,0000pt; mso-fareast-font-family: SimSun; mso-spacerun: 'yes';">, sim, metódo fônico, não necessariamente. Não são sinônimos, como aqui querem fazer parecer que são. Então, não, não é necessário passar por essas fases todas, tão enfadonhas, sem resquícios de pensamento ou de linguagem, para se alfabetizar. Não, não é necessário que sejam procedimentos fora do contexto das palavras. Nem motivação podemos assegurar aí - e olha que a ciência cognitiva também refere ao papel da motivação nesse processo todo! Então, não, esses procedimentos não se associam, em si mesmos, por serem vestidos de game, a práticas culturais lúdicas e atividade significativa, como alardeiam ao propagandear o GG. É uma gamificação muito mal feita do objeto de conhecimento, isso sim! Nem a forma como a “interatividade” do game é projetada, nem o interesse das crianças em aprender a ler e escrever podem garantir interação lúdica e significativa nisso aí. Voltaremos a essa discussão quando terminarmos a análise do GG do ponto de vista linguístico.</span><span style="font-family: Georgia;"> </span></span></p><p align="justify" class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;"><span style="font-size: medium;"><span dir="LTR" style="font-family: Georgia; font-size: 14,0000pt; mso-fareast-font-family: SimSun; mso-spacerun: 'yes';"><b>Sílabas complexas</b></span></span></p><p align="justify" class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;"><span style="font-size: medium;"><span dir="LTR" style="font-family: Georgia; font-size: 14,0000pt; mso-fareast-font-family: SimSun; mso-spacerun: 'yes';">Assim como os dígrafos na fase dos fonemas, nas fases das sílabas também há um foco em aspectos que só se colocam como questão mais adiante nas aprendizagens das crianças, especialmente quando da conquista da escrita ortográfica. Como o caso do treino dos sons de QUE, QUI, QUA, GUE, GUI em oposição a GE, GI, CE, CI, CA. Como argumentei lá na parte dos dígrafos, isso, para crianças pequenas de 4 e 5 anos, não faz o menor sentido, e não contribui em nada com a apropriação da natureza fonológica da escrita e seu funcionamento alfabético - isso sim aprendizagens anteriores a essas particularidades da ortografia. Trata-se de convenções ortográficas necessárias para escrever ortograficamente, mas não para compreender, inicialmente, o funcionamento alfabético do sistema. Ou seja, adiantam questões que não são para a alfabetização inicial, misturando o que é necessário para aprender o princípio alfabético, e poder ler palavras, grafar alfabeticamente, e o que é necessário, posteriormente, para a fluência de leitura e para escrever ortograficamente. Acho um absurdo!</span><span style="font-family: Georgia;"> </span></span></p><p align="justify" class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;"></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><span style="font-size: medium;"><iframe allowfullscreen='allowfullscreen' webkitallowfullscreen='webkitallowfullscreen' mozallowfullscreen='mozallowfullscreen' width='320' height='266' src='https://www.blogger.com/video.g?token=AD6v5dw3xz8SwMcFIlsfUT02NQtAdVEaTWMxAnyzOFvjMQW7lC98DmYZyu9QeJMzkHp0zwMN-LX_zvF34_IKQMmHiA' class='b-hbp-video b-uploaded' frameborder='0'></iframe></span></div><span style="font-size: medium;"><br /></span><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><span style="font-size: medium;"><iframe allowfullscreen='allowfullscreen' webkitallowfullscreen='webkitallowfullscreen' mozallowfullscreen='mozallowfullscreen' width='320' height='266' src='https://www.blogger.com/video.g?token=AD6v5dxqNOOYiivwrPzE9BR2zLsLmPJ9joABa057czfFHILRwg6SoofK_tyLfXcTc4FkOVxia-HOuV965l-oZ5j2CA' class='b-hbp-video b-uploaded' frameborder='0'></iframe></span></div><span dir="LTR" style="font-family: Georgia; font-size: medium;"><p align="justify" class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;"><span dir="LTR">E depois as fases continuam com as ditas sílabas complexas: abs, obs, ins, mir, can, cons, dins, lor, sans, mens, tom, vim, per, guin, prin, pons...e por aí vai! Gente, uma monte de síntese de fonemas em sílabas inclusive bem raras em palavras do universo das crianças, e na própria língua portuguesa: mirtilo, sânscrito, menstruação, tombador, constituição, lorde???? Não pensaram nisso? Certamente sim, mas será que se fiam na ideia de que memorizar esses segmentos vai ajudar a fixar na memória correspondências de segmentos maiores que, supostamente, apoiarão a leitura automática de palavras. No futuro? Ao preço da linguagem? Os próprios pesquisadores da ciência cognitiva ressaltam a importância do amálgama grafia-pronúncia e significado dos itens lexicais (palavras), para que o nosso poderoso sistema mnemônico armazene grafias para nosso reconhecimento automático, lexical das palavras na leitura fluente. Nas palavras de Ehri (2013</span><span dir="LTR">b, p. 57), “as conexões entre grafias, pronúncias e significados são armazenadas como amálgamas representando palavras individuais na memória.” Esse processo, ainda um tanto misterioso, mas que passa pelo processamento fonológico, conta com diferentes modelos explicativos no âmbito da própria ciência cognitiva - como a teoria de Ehri e a teoria da dupla rota de leitura de palavras. O certo é que o significado das palavras, as representações ortográficas - ou seja, a presença das palavras - é importante nesse processo todo. Pesquisas cognitivas apontam, igualmente, que unidades maiores como morfemas e sílabas podem ter também um papel importante, para além da exclusividade da relação mais miudinha entre fonema e grafema. E o GG - essa versão do GG - foca apenas na memorização de fones e sequência de fones relacionados à grafia, seja lá a que custo! Se o sistema reagrupa os segmentos fonêmicos em sílabas e morfemas que, a depender da língua têm um papel fundamental na possibilidade de leitura e escrita das palavras, nesse game, a própria escolha das sílabas - muitas delas tão pouco frequentes na língua - parece revelar </span><span dir="LTR">ainda mais que o aplicativo elege apenas esse aspecto fonêmico, apagando outros, a ponto de não importar muito a natureza das sílabas abordadas. </span>Copiaram sílabas de outra língua? Será? Não me espantaria.</p></span><p></p><p align="justify" class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;"><span dir="LTR" style="font-family: Georgia; font-size: medium; mso-fareast-font-family: SimSun; mso-spacerun: 'yes';"><o:p></o:p></span></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><span style="font-size: medium;"><iframe allowfullscreen='allowfullscreen' webkitallowfullscreen='webkitallowfullscreen' mozallowfullscreen='mozallowfullscreen' width='320' height='266' src='https://www.blogger.com/video.g?token=AD6v5dxhlqYbHL2GYp8ngPOKVhZnXomxXwpZdhyXykqHC2Frr0uYFbM7GqrY6RA1TlWja8VB8EICxEhVfCpRyhyJRQ' class='b-hbp-video b-uploaded' frameborder='0'></iframe></span></div><p></p><p align="justify" class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;"><span style="font-size: medium;"><span dir="LTR" style="font-family: Georgia; font-size: 14,0000pt; mso-fareast-font-family: SimSun; mso-spacerun: 'yes';">Será que são palavras muito familiares das crianças para ter tanto treinamento prévio dessas combinações? Procurei na memória do nosso léxico e encontrei palavras difíceis...ou não encontrei. A sílaba “pons” faz que palavras mesmo? Nem sei se existe essa sílaba em português, mas desafio quem achar uma palavra, que me responda se é parte do léxico das crianças!!! Pois tem pons lá! Só achei pons no plural de pompom e na sílaba inicial de um medicamento ... Para mim, é francês! Ainda se fosse PON, de ponte, ponta, pontapé!!! Mas para quem foca instrução fônica sintética, até pseudopalavra e "pseudo sílaba" serve, né?</span><span style="font-family: Georgia;"> </span><span style="font-family: Georgia;"> </span></span></p><p align="justify" class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;"><span dir="LTR" style="font-family: Georgia; font-size: medium; mso-fareast-font-family: SimSun; mso-spacerun: 'yes';"><o:p></o:p></span></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><span style="font-size: medium;"><iframe allowfullscreen='allowfullscreen' webkitallowfullscreen='webkitallowfullscreen' mozallowfullscreen='mozallowfullscreen' width='320' height='266' src='https://www.blogger.com/video.g?token=AD6v5dxCLxCR80WSSMBVErvuMMKU1AmgfPclkTCeaApivSSdB-o0yC5aCHx-NM6mP7VDV-n6Fvd5Fx-TOzjfOlTHHQ' class='b-hbp-video b-uploaded' frameborder='0'></iframe></span></div><p></p><p align="justify" class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;"><span style="font-size: medium;"><span dir="LTR" style="font-family: Georgia; font-size: 14,0000pt; mso-fareast-font-family: SimSun; mso-spacerun: 'yes';">Para que essas combinações de padrões silábicos tão distantes das apropriações da alfabetização inicial, gente? Tão distantes da linguagem real!!! Vira uma mera cantilena que vai distanciando as crianças dos sons reconhecíveis de sua língua, das palavras, da linguagem, em vez de aproximá-las. É só pseudo sílaba para treino de síntese fonêmica!!!! Depois, treinam a leitura completa das sílabas - quer dizer, dessas sequências de letras/sons que “ai de quem diga” que as crianças estão entendendo que são pedaços de palavras. Não há palavras - só as que eventualmente as próprias crianças, inteligentes que são, possam associar a esses sons. Mas pons? Mir? Cons? Blas? E mesmo guin - o que é um “guin” sem o guincho, o guindaste? E sendo assim, cadê atividade significativa? Só porque por vezes é um sapo que acerta a flor ou um canhão que acerta um balão com essas sequências esquisitas de sons? Complicado! Aliás, a interatividade projetada do game não tem nada a ver com o conteúdo do jogo, em si. Mera distração para maquiar o fato que, se olhar bem, só tem treino maçante.</span><span style="color: red; font-family: Georgia;"> </span></span></p><p align="justify" class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;"><span style="font-size: medium;"><span dir="LTR" style="font-family: Georgia; font-size: 14,0000pt; mso-fareast-font-family: SimSun; mso-spacerun: 'yes';">Isso sem contar nos absurdos, seja porque fica estranho as sílabas soltas das palavras, seja porque não consideram a variação linguística, seja porque as combinações podem aparecer em contextos que não são sílabas.</span><span style="font-family: Georgia;"> </span></span></p><p align="justify" class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;"><span dir="LTR" style="font-family: Georgia; font-size: medium; mso-fareast-font-family: SimSun; mso-spacerun: 'yes';"><o:p></o:p></span></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><span style="font-size: medium;"><iframe allowfullscreen='allowfullscreen' webkitallowfullscreen='webkitallowfullscreen' mozallowfullscreen='mozallowfullscreen' width='320' height='266' src='https://www.blogger.com/video.g?token=AD6v5dz5TIwn_JqjdOo0AUcwGwSREISCaGALV9mfxWVLpzVOkGGpJElH44_6vGsTStyG-boP9Sya-4TkgnvJmQLLew' class='b-hbp-video b-uploaded' frameborder='0'></iframe></span></div><span style="font-size: medium;"><br /></span><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><span style="font-size: medium;"><iframe allowfullscreen='allowfullscreen' webkitallowfullscreen='webkitallowfullscreen' mozallowfullscreen='mozallowfullscreen' width='320' height='266' src='https://www.blogger.com/video.g?token=AD6v5dxI4WH5dhpK3Uee8napkwlsS8EPBM7oeULjQGYBah_DrGETN5uTTcGjwWBTf_7Wb4a3CFwZ9uFwryfHmLdnpQ' class='b-hbp-video b-uploaded' frameborder='0'></iframe></span></div><p></p><p align="justify" class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-left: 0,0000pt; mso-char-indent-count: 0,0000; mso-list: l0 level1 lfo1; mso-para-margin-left: 0,0000gd; text-align: justify; text-indent: 0,0000pt; text-justify: inter-ideograph;"><span style="font-size: medium;"><span dir="LTR" style="font-family: Georgia;">Me diga aí se O com R dá, necessariamente o som /or/ com o R bem tremido como em variantes sulistas? Me diga se A com M (que também podem estar em sequências que não formam, sozinhas, uma sílaba) dá /ã/ necessariamente, se consideramos as palavras? O som de AM em CAM de C</span><span dir="LTR" style="font-family: Georgia;">AM</span><span dir="LTR" style="font-family: Georgia;">ARÃO por exemplo, é sempre /ã/? Na Bahia falamos mesmo /kã/ na sílaba inicial, mas em outras variedades se diz /ka/, sem nasalizar o A. Mas aí você pode dizer, se trata apenas de AM numa mesma sílaba, como em AMBOS, AMPARO (ou ANTA, com o N), ou CAM-PO, CAN-TO. Pois pergunto: a criança vai considerar só o contexto de AM em sílabas? Ela lá sabe que o que se pede é sílaba? BRUN é sílaba de quê? PONS?</span></span></p><p align="justify" class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;"><span><span dir="LTR" style="font-family: Georgia; font-size: large; mso-fareast-font-family: SimSun; mso-spacerun: 'yes';">E tem mais...nessas sílabas com M e N usadas em posição pós-vocálica, não há as propriedades acústicas e articulatórias das consoantes nasais, o que há é uma nasalização das vogais que as antecedem, essas letras M e N aí conferem a nasalidade vocálica. Mas no GG, no modelo dado, seus “sons” de consoante, com seu padrão articulatório, são “pronunciados”, e depois, na pronúncia da sílaba inteira, vira só uma vogal nasal (o /m/ e o /n/ perdem, inclusive, sua capacidade distintiva, pois produzem o mesmo “som” nessa posição). Pronunciar o /a/ + /m/, de consoante nasal, e daquela forma bem forçada para ser isolado, e depois, esse som se perder na pronúncia da sílaba, que vira /ã/, é uma deturpação completa dos usos desses caracteres gráficos. Essas consoantes nasais não têm valor de consoantes aí, apenas nasalizam a vogal, e</span><span style="font-family: georgia; font-size: medium;"><span dir="LTR" style="font-size: 14,0000pt; mso-fareast-font-family: SimSun; mso-spacerun: 'yes';">ntão essa associação é equivocada. Contrariando essas sínteses que separam equivocadamente os fones vocálicos e nasais pós-vocálicos, em certo momento há tarefas que associam as unidades gráficas IN ou ON aos fones vocálicos nasais "inteiros": /p/ /õ/ /s/ e não /p/ /o/ /n/ /s/ ou </span><span dir="LTR" style="font-size: 14,0000pt; mso-fareast-font-family: SimSun; mso-spacerun: 'yes';">/d/ /</span></span></span><span style="text-align: left;"><span style="font-family: georgia; font-size: medium;">ῖ/ /s/, e não /d/ /i/ /n/ /s/ - o que seria, realmente, um absurdo. </span></span></p><p align="justify" class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;"><span dir="LTR" style="font-family: Georgia; font-size: large; mso-fareast-font-family: SimSun; mso-spacerun: 'yes';">Problema semelhante vemos nas ocorrências do L em OL, AL, em que a letra tem som de U nessa combinação, não é? O L não tem aí valor consonantal tampouco, mas é pronunciado isoladamente (e artificialmente /l/), como se na sílaba tivesse o mesmo valor sonoro - mas não é (aliás, que som é esse do L, N e M?). Um pouco mais de fonologia aí ajudaria a não propor procedimentos tão esdrúxulos! Sem contar que CRO, BLO, BRO lê-se crô, blô, brô...E pergunto: onde fica cró, bló, bró como em BLOCO, BROCA? Ai, ai, viu? E CROCODILO, como se pronuncia? Certamente diferente a depender de sua região!</span><span style="font-family: Georgia; font-size: large;"> </span></p><p align="justify" class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;"><span style="font-size: medium;"><span dir="LTR" style="font-family: Georgia; font-size: 14,0000pt; mso-fareast-font-family: SimSun; mso-spacerun: 'yes';">As fases seguem, nessa proposta de muitas sequências de sons para formar sílabas e pseudo sílabas descontextualizadas, sem nenhuma aparente lógica interna na escolha dos conjuntos de sílabas, apenas combinações dadas, repetidas, pedidas e, eventualmente, a serem montadas dentre outras possibilidades dadas. Mas sempre só treino. Quando ouvimos no início de cada treino de modelo o “Temos mais sílabas para você brincar”, chega dói!!! Brincar? Onde? Que falta fazem as palavras!!! E que tipo de aprendizagem é essa que se faz pelo cansaço, pela passividade, pelo vício de seguir adiante, pela mera recompensa de acertar? Eu mesma segui “jogando”, enfadada, pela causa, mas sem conseguir parar...Vicia a seguir, provavelmente. Que aprendizagem é essa que as crianças farão pelo vício, pelo gesto de continuar, sem nenhum interesse no âmbito da língua, da aprendizagem de um instrumento cultural? É sério que são aprendizados básicos, prévios, necessários para se alfabetizar? Ou que é isso alfabetizar? Entrar a todo custo? É isso que queremos mesmo? Certamente, não. Muitos de nós, não! Temos aí, com certeza, uma questão epistemológica de fundo, assim como de concepção de linguagem. Isso, claro, já sabemos. Mas constatar que a proposta não se sustenta nem no âmbito da fonologia e da própria ciência que reclamam como fundamento, me deixa perplexa. Será um problema, em grande medida, da adaptação brasileira? Um aplicativo usado em tantos países, será que é tão limitado assim em suas outras versões? Eis outras pesquisas a se fazer.</span><span style="font-family: Georgia;"> </span></span></p><p align="justify" class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;"><span style="font-size: medium;"><span dir="LTR" style="font-family: Georgia; font-size: 14,0000pt; mso-fareast-font-family: SimSun; mso-spacerun: 'yes';">No final da sequência 19, as sílabas formam palavras como dão, deu, dor, zen...mas parece bem aleatório. A fase continua sendo intitulada de “sílabas complexas” e volta depois às sílabas soltas e pseudo sílabas (ao menos algumas estão longe de ser do universo de palavras das crianças). Não, não eram palavras...</span><span style="font-family: Georgia;"> </span></span></p><p align="justify" class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;"><span style="font-size: medium;"><span dir="LTR" style="font-family: Georgia; font-size: 14,0000pt; mso-fareast-font-family: SimSun; mso-spacerun: 'yes';">A partir da sequência 20 parece que vão aparecendo outras combinações, não treinadas, mas misturadas com as treinadas. A sequência 20 começa como se houvesse pulado alguma coisa, pois já inicia com tarefas, sem dar os modelos. Apresenta novas combinações, ainda não treinadas... e também bem arbitrárias. Será que houve outro erro aí, pularam a fase de treino, começando na tarefa? Poderia ser provável, já que é bem diferente de como vinha sendo o passo a passo, e o game já apresentou outros erros. Mas em sequências adiante, de novo, acontece. Escapa um pouco ao padrão dos procedimentos do GG até aqui, então pensei: será que “pularam” porque eu me saí bem nas fases anteriores? Mas duvido muito, a única coisa que reparei nesse sentido foi a de ter mais repetição quando eu errava de propósito uma sequência. Então, será que, enfim, chegamos a alguma generalização? Mas são sílabas por vezes tão raras e tão aleatórias, que vislumbro pouco essa opção. Em todo caso, se assim de fininho começam a vislumbrar alguma ação menos passiva das crianças, o que continua sendo a tônica dos procedimentos é o padrão modelo-identificação de modelo dado. Por incrível que pareça, por enquanto são os únicos passos em que, para avançar de fase, exige-se alguma generalização das crianças, já que não houve modelo... Mas isso denotar um vislumbre de sujeito mais ativo na tarefa dada, ainda acho cedo concluir. E se as crianças que responderem já estiverem mais adiantadas em seu domínio do funcionamento alfabético, pergunto: para que precisam seguir nessa tortura de treinamento exaustivo? Sim, o treino segue... Não acaba nunca! Mesmo tendo começado sem modelo, e haja repetição!!! Repete com sapo, com canhão, com cinema, com balão... </span><span dir="LTR" style="font-family: Georgia; font-size: 14,0000pt; mso-fareast-font-family: SimSun; mso-spacerun: 'yes';"><o:p></o:p></span></span></p><p align="justify" class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;"><span style="font-size: medium;"><span dir="LTR" style="font-family: Georgia; font-size: 14,0000pt; mso-fareast-font-family: SimSun; mso-spacerun: 'yes';">É digno de nota que a forma como organizam os conjuntos de sílabas de uma tarefa não deixa muito claro se pretendem que as crianças prestem atenção aos fonemas ou se investem em memorização do todo da sílaba - o que seria um procedimento estranho a essa perspectiva. Mas o fato de parecer sílabas meio aleatórias, com apenas uma ou outra apresentando um som distintivo, fica parecendo que contam com uma memorização do todo também, não? Apenas algumas como FLA, FLU; CLA, CLO, CLE, e FLA, CLA, formam pares mínimos (de sílabas, não de palavras) - e colocam as crianças no desafio da análise fônica. Ou esperam que nesse ponto as crianças já estejam analisando as sílabas em fonemas? E aí de novo se coloca a questão - para as que já identificam as segmentos decodificando, para que esse treino seguir tão exaustivo? E as que não decodificam, seguem como? Memorizando o todo? É já visando ao reconhecimento lexical, automático? E as que ainda só conseguirem via rota fonológica, e as que nem isso? Duvido que haja pesquisa brasileira sobre os diferentes níveis das crianças na interações com essas tarefas. Até porque, o que vale para eles é reproduzir a instrução fônica treinada, o nível é medido pelos acertos e erros... Coitadas das crianças!</span><span style="font-family: Georgia;"> </span></span></p><p align="justify" class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;"><span style="font-size: medium;"><span dir="LTR" style="font-family: Georgia; font-size: 14,0000pt; mso-fareast-font-family: SimSun; mso-spacerun: 'yes';">Bom, o aplicativo segue, interminavelmente, nesse treino de sílabas que em nada lembra a linguagem efetivamente falada/escrita! </span><span style="font-family: Georgia;">Os defensores da PNA argumentam que os </span><span style="font-family: Georgia;">modelos fônicos não devem</span><span style="font-family: Georgia;"> </span><span style="font-family: Georgia;">ser confundidos com os antigos modelos de natureza comportamentalista, cuja prática pedagógica, essencialmente associacionista, consistia em estímulos e respostas</span><span style="font-family: Georgia;">. Mas é isso que é o GraphoGame faz... Só há treino de estímulo e resposta, sem pensamento, sem entendimento nem do que estão treinando. E argumentam isso reclamando as evidências científicas da ciência cognitiva da leitura. Só que eles elegem, dessa ciência, alguns aspectos, silenciando e apagando completamente outros. Recortam a seu modo o campo científico para validar suas escolhas pífias, que são, não nos esqueçamos, atravessadas de interesses mercantis e elementos altamente ideologizados.</span><span style="font-family: Georgia;"> </span></span></p><p align="justify" class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;"><span style="font-size: medium;"><span dir="LTR" style="font-family: Georgia; font-size: 14,0000pt; mso-fareast-font-family: SimSun; mso-spacerun: 'yes';">Dito tudo isso, então, não, o método fônico sintético não é o único método que garante a consciência fonêmica e a apropriação das relações fonema-grafema (que chamam de instrução fônica, já indicando na expressão certo modo mais restrito de abordá-las). Não, o método fônico sintético não é sinônimo de </span><i><span dir="LTR" style="font-family: Georgia;">phonics</span></i><span dir="LTR" style="font-family: Georgia; font-size: 14,0000pt; mso-fareast-font-family: SimSun; mso-spacerun: 'yes';">, nem de consciência fonológica, fonêmica. Aliás, sim, o método silábico ou de palavração - que continuam sendo aplicados aqui amplamente - chegam a isso também. Pesquisas na área revelam que grande parte de docentes seguem aplicando procedimentos que focam na decodificação. Então, não, no Brasil não adotamos uma metodologia global ideovisual, </span><i><span dir="LTR" style="font-family: Georgia;">whole language </span></i><span dir="LTR" style="font-family: Georgia; font-size: 14,0000pt; mso-fareast-font-family: SimSun; mso-spacerun: 'yes';">- como argumentam, para dizer que é novidade isso de defender o ensino explícito e sistemático da estrutura do sistema de escrita. </span><span dir="LTR" style="font-family: Georgia; font-size: 14,0000pt; mso-fareast-font-family: SimSun; mso-spacerun: 'yes';"><o:p></o:p></span></span></p><p align="justify" class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;"><span style="font-size: medium;"><span dir="LTR" style="font-family: Georgia; font-size: 14,0000pt; mso-fareast-font-family: SimSun; mso-spacerun: 'yes';">Atenção! Não estou defendendo tais métodos em si mesmos, os métodos tradicionais foram questionados por diversos motivos (v</span><span dir="LTR" style="font-family: Georgia;">er <a href="http://oficinasdealfabetizacao.blogspot.com/2019/03/o-campo-da-alfabetizacao-no-brasil.html" target="_blank">aqui</a></span><span dir="LTR" style="font-family: Georgia; font-size: 14,0000pt; mso-fareast-font-family: SimSun; mso-spacerun: 'yes';">), mas as unidades que eles focam, são unidades da língua, e certos procedimentos que elegem como caminho para alfabetizar remetem a certas operações linguísticas e cognitivas, nada disso é propriedade de cada método nem deve ser jogado fora com a água do banho. Estou dizendo que o princípio alfabético e a consciência fonológica e fonêmica não são domínios do método fônico, ainda mais do sintético (na origem ele é sintético, mas depois ganhou outras roupagens). Estou dizendo que os resultados de pesquisas cognitivas não são unânimes em afirmar que o único caminho válido para alcançar a alfabetização é seguir a estrutura do sistema (dos fonemas isolados ao seu reagrupamento em unidades maiores, ou seja, à síntese em sílabas e palavras). E não, nem todos os adeptos do </span><i><span dir="LTR" style="font-family: Georgia;">phonics </span></i><span dir="LTR" style="font-family: Georgia; font-size: 14,0000pt; mso-fareast-font-family: SimSun; mso-spacerun: 'yes';">dizem “não” ao processo de aprendizagem, ao pensamento da criança (em que as crianças abstraem e dão conta, gradativamente, das unidades fonêmicas, ao irem se apropriando da língua escrita, e não previamente). Nesse modo de reduzir o </span><i><span dir="LTR" style="font-family: Georgia;">phonics</span></i><span dir="LTR" style="font-family: Georgia; font-size: 14,0000pt; mso-fareast-font-family: SimSun; mso-spacerun: 'yes';"> a esse procedimento sintético artificial estabelece-se uma dicotomia, sim, entre esse treinamento e a apropriação da linguagem escrita em sua complexidade. Argumentar que a escrita, diferentemente da fala, não é natural, não é justificativa para defender uma artificialização da língua e do seu ensino. O fonema não é natural - isso é justificativa para tornar o seu ensino mecânico? As crianças pensam sobre a língua, sobre a dimensão fonológica, e podem abstrair o fonema com situações de reflexão, com ensino sistemático que considere o pensamento da criança e a língua efetivamente falada e escrita, não um arremedo de língua e escrita. Ademais, se podemos compreender que o sistema é uma ferramenta artificialmente criada e até que o cérebro precisa se adaptar para essa nova capacidade - como argumenta a perspectiva que embasa o Graphogame - ele é também um instrumento cultural e precisa ser tratado como tal, como já defendia Vygostsky nos anos 1930!</span><span style="font-family: Georgia;"> </span></span></p><p align="justify" class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;"><span style="font-size: medium;"><span dir="LTR" style="font-family: Georgia; font-size: 14,0000pt; mso-fareast-font-family: SimSun; mso-spacerun: 'yes';">Enquanto essa perspectiva se esforça para estreitar o que conta como evidência ou conhecimento válido para pautar a alfabetização de crianças, muitos defendem a natureza multifacetada da linguagem escrita e modos mais significativos, contextualizados e reflexivos de abordar a sua faceta linguística. Há modos de se refletir sobre as diversas unidades fonológicas, bem como a sua representação gráfica, de forma significativa, reflexiva, verdadeiramente lúdica e letrada. Mas mesmo dentre as pesquisas e os pesquisadores da ciência que a PNA reclamam como base de suas formulações e, consequentemente, do Graphogame, há muito mais complexidade e muito menos unanimidade do que nossos governantes e seu ministério querem fazer parecer. Entre resultados de pesquisa cognitivas e o que funciona para alfabetizar crianças há muito menos certezas do que se prega e, jamais, um caminho único e verdade última como quer a retórica da “alfabetização baseada em evidências científicas” - ou baseada na ciência, como se não o fosse antes disso. Aliás, desde quando se preocupam mesmo com ciência, em outras áreas? A retórica da ciência é muito bem montada para lustrar uma perspectiva muito reducionista e robotizante de alfabetização de nossas crianças. Ideologia, não ciência. O próprio José Morais, guru dos defensores da PNA, a despeito de enfatizar procedimentos de síntese e segmentação fonêmica, diz, comentando sobre as relações fonema-grafema: “Que relações devem ser instaladas entre decodificação e significação? As correspondências podem e devem ser aprendidas no contexto das palavras” (A Arte de Ler, 1996, p. 274). E não apenas por uma questão de motivação, mas devido ao apoio que isso dá, diz ele, à elaboração de representação mental dos padrões ortográficos das palavras, necessário ao domínio da leitura e escrita. E o GraphoGame...</span><span style="font-family: Georgia;"> </span></span></p><p align="justify" class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;"><span style="font-size: medium;"><span dir="LTR" style="font-family: Georgia; font-size: 14,0000pt; mso-fareast-font-family: SimSun; mso-spacerun: 'yes';">Insisto nisso, pois é preciso reconhecer que aprender a ler e escrever são processos complexos, que envolvem salas de aula, famílias e culturas, não podendo ser simplificados de tal modo que se perca de vista a linguagem, a cultura, o pensamento e os sujeitos. O que funciona em termos de alfabetização? Vamos mesmo crer e apostar todas as fichas de que a consciência fonêmica e instrução fônica sintética, </span><u><span dir="LTR" style="font-family: Georgia;">como ponto de partida e núcleo central</span></u><span dir="LTR" style="font-family: Georgia; font-size: 14,0000pt; mso-fareast-font-family: SimSun; mso-spacerun: 'yes';"> de todo o processo de alfabetização, vão resolver a alfabetização das crianças? Mesmo no âmbito de um método direto-sintético, por que escolher iniciar pelo caminho dos fonemas isolados e da ausência de palavras? </span></span><span style="font-family: georgia;"><span style="text-align: left;"><span style="font-size: medium;">Será que a explicação de que para o cérebro se adaptar às exigências da escrita, e se especializar no reconhecimento de letras e palavras, é preciso uma prática contínua das correspondência grafema-fonema, justificaria tal abordagem a um preço tão alto? </span></span></span><span><span style="font-size: medium;"><span style="font-family: Georgia; text-align: left;">Há contradição entre prática contínua e generalização, metacognição? </span><span style="font-family: georgia;"><span dir="LTR" style="font-size: 14,0000pt; mso-fareast-font-family: SimSun; mso-spacerun: 'yes';">A</span></span></span><span dir="LTR" style="font-family: Georgia; font-size: 14,0000pt; mso-fareast-font-family: SimSun; mso-spacerun: 'yes';"><span style="font-size: medium;">inda </span><span style="font-size: medium;">que treinamento de instrução fônica sintética resultasse em habilidades melhores de dec</span></span></span><span style="font-size: medium;"><span dir="LTR" style="font-family: Georgia; mso-fareast-font-family: SimSun; mso-spacerun: 'yes';">odificação e leitura fluente (e os dados não são unânimes aí), precisamos apostar todas as fichas nesse aspecto </span><u><span dir="LTR" style="font-family: Georgia;">ao preço de tantos outros</span></u><span dir="LTR" style="font-family: Georgia; mso-fareast-font-family: SimSun; mso-spacerun: 'yes';">? Ainda mais que há dados que mostram que as crianças aprendem o </span><i><span dir="LTR" style="font-family: Georgia;">phonics </span></i><span dir="LTR" style="font-family: Georgia; mso-fareast-font-family: SimSun; mso-spacerun: 'yes';">por outros caminhos? Então gente, como li num artigo internacional sobre o GraphoGa</span><span dir="LTR" style="font-family: Georgia; mso-fareast-font-family: SimSun; mso-spacerun: 'yes';">me - repito: no esforço de determinar o que funciona, podemos perder de vista o que importa.</span></span></p><p align="justify" class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;"><span style="font-size: medium;"><span dir="LTR" style="font-family: Georgia; font-size: 14,0000pt; mso-fareast-font-family: SimSun; mso-spacerun: 'yes';">E aí eu faço mais uma pergunta sobre isso: o que importa aprender na pré-escola? O GG é para crianças desde 4 anos! Poderia responder a isso com vários argumentos relativos ao que acredito do ponto de vista das concepções de linguagem, aprendizagem, infância e Educação Infantil que acredito. Mas deixo isso em suspenso, por ora, e respondo com um argumento do próprio José Morais (A arte de ler, 1996, p. 281): “Deve-se preparar a criança para a aprendizagem da leitura tentando ensinar-lhe análise fonêmica desde a escola maternal? Minha resposta é não!”. E ele continua: “O treinamento para a análise fonêmica é prematuro fora da situação de aprendizagem da leitura, mas isso não deve eliminar da escola maternal toda a atividade de reflexão metalinguística”. E o autor segue falando, justamente, de reflexão (reflexão!!!) sobre segmentos maiores da língua e, quanto a sua forma sonora ele ressalta, justamente, que segmento? A sílaba! A capacidade de analisar a fala em sílabas! Mas o GraphoGame... </span><span dir="LTR" style="font-family: Georgia; font-size: 14,0000pt; mso-fareast-font-family: SimSun; mso-spacerun: 'yes';"><o:p></o:p></span></span></p><p align="justify" class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;"><span><span dir="LTR" style="font-family: Georgia; font-size: 14,0000pt; mso-fareast-font-family: SimSun; mso-spacerun: 'yes';"><span style="font-size: medium;">Claudia Moreira estudou, do ponto de vista da linguística, o papel da sílaba na alfabetização e ressalta que é na correlação entre essa unidade fonológica - que a criança conhece, conscientemente, na oralidade, desde cedo - e as unidades gráficas, que a criança descobre e compreende a natureza alfabética da notação escrita, em suas explorações do material gráfico. Justo porque a sílaba é a unidade mínima de emissão sonora, justo porque a sílaba dá pistas dos fonemas, justo por tudo isso é que é por ela que se chega ao fonema, abstrato e não prévio à escrita alfabética. Tudo isso favorecido porque as crianças pensam, desenvolvem estratégias, generalizam, constroem analogias, analisam e reorganizam seu pensamento a partir dessas explorações e das mediações docentes. Já no Graphogame... Para que mesmo, então, torná-lo prévio, forçadamente, e desde os 4 anos?</span></span><span style="font-family: Georgia; font-size: medium;"> </span></span><span style="font-family: Georgia;"><span style="font-size: medium;">Para supostamente prevenir possíveis dificuldades no processamento fonológico de uns e outros? Justifica? </span></span></p><p align="justify" class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;"><span dir="LTR" style="font-family: Georgia; font-size: 14,0000pt; mso-fareast-font-family: SimSun; mso-spacerun: 'yes';"><span style="font-size: medium;"><o:p></o:p></span></span></p><p align="justify" class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;"><span><span dir="LTR" style="font-family: Georgia; font-size: 14,0000pt; mso-fareast-font-family: SimSun; mso-spacerun: 'yes';"><span style="font-size: medium;">Quer saber mais sobre alguns aspectos da reflexão metalinguística na Educação Infantil, veja esse </span><a href="https://periodicos.fclar.unesp.br/iberoamericana/article/view/9196/6087" style="font-size: large;" target="_blank">artigo</a><span style="font-size: medium;"> </span><span style="font-size: medium;">m</span></span><span style="font-size: medium;"><span dir="LTR" style="font-family: Georgia; mso-fareast-font-family: SimSun; mso-spacerun: 'yes';">eu.</span><span style="font-family: Georgia;"> E mais o capítulo <a href="https://drive.google.com/file/d/1NeQCYnF9zvFtzDPVbGbV-LWjF_aZDLC7/view" target="_blank">aqui</a>.</span></span></span></p><p align="justify" class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;"><span><span dir="LTR" style="font-family: Georgia; font-size: 14,0000pt; mso-fareast-font-family: SimSun; mso-spacerun: 'yes';"><span style="font-size: medium;">Na próxima postagem, vamos discutir as fases do GG que chegam às palavras. Sim, só mais ao fim chega às palavras! Mas, para começo de conversa, as fases já se iniciam sem dar bola para as sílabas, justamente... focam a síntese de fonemas da palavra completa, nenhuma atenção à segmentação silábica das unidades lexicais...nenhuma atenção a essa unidade mínima da emissão sonora, a sílaba, que desaparece aí (ao menos nesse início). A escolha é sempre a estrutura do sistema, jamais o ponto de vista da aprendizagem da criança.</span></span><span style="color: red; font-family: Georgia; font-size: large;"> </span><span style="font-family: Georgia; font-size: large;"> </span></span></p><p align="justify" class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;"><span dir="LTR" style="font-family: Georgia; font-size: medium; mso-fareast-font-family: SimSun; mso-spacerun: 'yes';"><o:p></o:p></span></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><span style="font-size: medium;"><iframe allowfullscreen='allowfullscreen' webkitallowfullscreen='webkitallowfullscreen' mozallowfullscreen='mozallowfullscreen' width='320' height='266' src='https://www.blogger.com/video.g?token=AD6v5dwN1Nnh_rngeWgyDXAX7rJlu9h2xMAG5sU25x5rXV_FhZaqvP7LY-xHzjx0w3uxwhnzsuUa3CxTnlGM8QxNRA' class='b-hbp-video b-uploaded' frameborder='0'></iframe></span></div><p></p><p align="justify" class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;"><span style="font-size: medium;"><span dir="LTR" style="font-family: Georgia; font-size: 14,0000pt; mso-fareast-font-family: SimSun; mso-spacerun: 'yes';">E veja aí... ainda escolheram a palavra RIU (pretérito perfeito do verbo RIR) em vez de RIO (substantivo) para não confrontar a criança com a letra O com som de U, mas criando uma confusão pela falta de contexto enunciativo: que criança vai pensar em um verbo conjugado em vez do rio onde toma banho ou vê cortando as terras com suas águas? Sem o contexto para essa palavra, RIU, de novo, essas escolhas do GG denunciam tanto a complexidade da linguagem quanto a inoperância do aplicativo para dar conta dela.</span><span dir="LTR" style="font-family: Georgia; font-size: 14,0000pt; mso-fareast-font-family: SimSun; mso-spacerun: 'yes';"><o:p></o:p></span></span></p><p align="justify" class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;"><span style="font-size: medium;"><span dir="LTR" style="font-family: Georgia; font-size: 14,0000pt; mso-fareast-font-family: SimSun; mso-spacerun: 'yes';">Mas falaremos em breve das palavras!</span><span style="font-family: Georgia;"> </span></span></p><p align="justify" class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;"><span dir="LTR" style="color: red; font-family: Georgia; font-size: 14,0000pt; mso-fareast-font-family: SimSun; mso-spacerun: 'yes';"><o:p> </o:p></span></p><p align="justify" class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;"><b><span style="font-family: Georgia;">Referências</span></b><i><span style="font-family: Georgia;"> (algumas)</span></i><span style="font-family: Georgia; font-size: 12,0000pt; mso-fareast-font-family: SimSun; mso-spacerun: 'yes';"><o:p></o:p></span></p><p align="justify" class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;"><span style="color: #3f3f3f; font-family: Georgia;">As considerações feitas nessa postagem são frutos de estudos a partir de diversas fontes. Por ser um gênero post, menos informal, me atenho a poucas referências de minhas argumentações. Quando isso virar artigo, as referências serão mais bem cuidadas, claro. De todo modo, indico aqui as obras básicas da ciência cognitiva da leitura e da linguística que guiam minhas reflexões nesse post.</span></p><p align="justify" class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;"><span style="color: #3f3f3f; font-family: Georgia;">EHRI, C. L. aquisição da habilidade de leitura de palavras e sua influência na pronúncia e na aprendizagem do vocabulário. In: MALUF, M. R.; CARDOSO-MARTINS, C. (orgs). </span><b><span style="color: #3f3f3f; font-family: Georgia;">Alfabetização no século XXI</span></b><span style="color: #3f3f3f; font-family: Georgia;">: como se aprende a ler e a escrever. Porto Alegre: Penso, 2013.</span></p><p align="justify" class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;"><span style="color: #3f3f3f; font-family: Georgia; font-size: 12,0000pt; mso-fareast-font-family: SimSun; mso-spacerun: 'yes';">MORAIS, J. </span><b><span style="color: #3f3f3f; font-family: Georgia;">A arte de ler</span></b><span style="color: #3f3f3f; font-family: Georgia; font-size: 12,0000pt; mso-fareast-font-family: SimSun; mso-spacerun: 'yes';">. São Paulo: Ed. UNESP, 1996.</span></p><p align="justify" class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;"><span style="color: #3f3f3f; font-family: Georgia; font-size: 12,0000pt; mso-fareast-font-family: SimSun; mso-spacerun: 'yes';">MOREIRA, C. M. </span><b><span style="color: #3f3f3f; font-family: Georgia;">A sílaba na alfabetização de crianças e adultos</span></b><span style="color: #3f3f3f; font-family: Georgia; font-size: 12,0000pt; mso-fareast-font-family: SimSun; mso-spacerun: 'yes';">. Curitiba: Appris, 2017.</span></p><p align="justify" class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;"><span style="color: #3f3f3f; font-family: Georgia; font-size: 12,0000pt; mso-fareast-font-family: SimSun; mso-spacerun: 'yes';">SNOWLING, M. J.; HULME, C. (orgs). </span><b><span style="color: #3f3f3f; font-family: Georgia;">A ciência da leitura.</span></b><span style="color: #3f3f3f; font-family: Georgia; font-size: 12,0000pt; mso-fareast-font-family: SimSun; mso-spacerun: 'yes';"> Porto Alegre: Penso, 2013.</span><span style="color: #3f3f3f; font-family: Georgia; font-size: 12,0000pt; mso-fareast-font-family: SimSun; mso-spacerun: 'yes';"><o:p></o:p></span></p><p align="justify" class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;"><span dir="LTR" style="font-family: Georgia; font-size: 14,0000pt; mso-fareast-font-family: SimSun; mso-spacerun: 'yes';"><o:p> </o:p></span></p>Licahttp://www.blogger.com/profile/13330703422606132370noreply@blogger.com13tag:blogger.com,1999:blog-2765047742547072708.post-36588240689566782312021-03-19T14:28:00.027-07:002022-10-18T11:16:04.842-07:00GraphoGame: uma análise crítica <div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhUGVUE6_A9B5Vd2bnRV_NsuT-GNUzQTe2a1fQCmnD34IiGrBLUPfIOGb5Iy5ZXQggdiw2s7EUMG_fdsF0QzD06YSp0bkStBzcFx0OhoEHFT0iIYoYDhuNZBQjdG50K9HvoD8s3hztUZxFH/s1080/162227476_492246785480381_7315150577071054373_n.png" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="1080" data-original-width="1080" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhUGVUE6_A9B5Vd2bnRV_NsuT-GNUzQTe2a1fQCmnD34IiGrBLUPfIOGb5Iy5ZXQggdiw2s7EUMG_fdsF0QzD06YSp0bkStBzcFx0OhoEHFT0iIYoYDhuNZBQjdG50K9HvoD8s3hztUZxFH/s320/162227476_492246785480381_7315150577071054373_n.png" /></a></div><div style="text-align: justify;"><b><br /></b></div><div style="text-align: justify;"><b><br /></b></div><div style="text-align: justify;"><b>PARTE 1 - FONEMAS</b></div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Essa postagem congrega diversos posts que fiz sobre o GraphoGame, e que organizo aqui para não se perder no Facebook. Analiso por partes, iniciando com as fases de apresentação dos fonemas vocálicos, passando pelos consonantais, dígrafos até a síntese deles em sílabas e palavras. A crítica se dá em três aspectos, que vou problematizar ao longo do texto: sua natureza fônica, sintética, na abordagem da língua; sua eleição pelo treinamento envolvendo operações cognitivas simples, como a repetição, memorização e reprodução de modelos em detrimento de operações complexas de reflexão, generalização; sua natureza de jogo, de atividade lúdica, que visa à aprendizagem significativa. O que vou falar aqui são as minhas impressões a partir da perspectiva de alfabetização subjacente, da concepção de aprendizagem que defendo, da perspectiva de jogo, lúdico que acredito, e da experiência de jogar. Vamos lá!</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Embora eu seja defensora de situações de reflexão sobre a linguagem escrita em contextos brincantes ao invés de práticas mecânicas, descontextualizadas e enfadonhas, embora dentre essas situações estejam os jogos e, nesse escopo caibam também os jogos digitais como contexto interessante para tais aprendizagens, venho aqui dizer o que penso desse tal GraphoGame.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">O GraphoGame foi desenvolvido na Finlândia e usado em diversos países, de diversas línguas. Foi criado pela empresa finlandesa GraphoLearn, para crianças com dislexia, e aperfeiçoado para alfabetizar crianças entre 4 e 9 anos. Foi adaptado para o português pelo Instituto do Cérebro do Rio Grande do Sul (InsCer), ligado à PUC-RS. Há estudos nacionais e internacionais sobre seu uso com crianças com dificuldades no processamento fonológico. Crianças que precisam de investimento maior na estrutura fonológica do sistema podem, de fato, ser beneficiadas com procedimentos fônicos (relações entre fonemas e grafemas) mais detalhados, e talvez até de um passo a passo mais lento e abarcando cada fonema. Mas será que desse jeito? É será que todas as crianças precisam desse fluxo tão lento e tão repetitivo, baseado em memorização? E será que esses procedimentos têm o mesmo efeito em todas as línguas? </div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">O GraphoGame lançado, no Brasil, pelo MEC, no contexto do programa Tempo de Aprender, uma das implementações da Política Nacional de Alfabetização - PNA. É destinado a crianças de 4 a 9 anos e, portanto, abrange crianças pré-escolares - gravem isso! No <a href="http://alfabetizacao.mec.gov.br/grapho-game" target="_blank">site do MEC</a>, bem como no <a href="http://alfabetizacao.mec.gov.br/images/graphogame/pdf/graphogame_at.pdf " target="_blank">Manual do professor e usuário</a>, o GraphoGame é apresentado como um aplicativo e/ou <i>software</i>, mas também é referido como um jogo digital, constituindo-se em uma ferramenta de apoio à alfabetização. </div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div><div style="text-align: justify;">Em termos de políticas públicas, não vou nem comentar o fato de que o jogo exige, evidentemente, dispositivos (celular, tablet, computador) e acesso à internet para baixar, mas lembro de indagar sobre para quem são mesmo essas políticas do MEC afinal. Mas essa é outra conversa. Vou me ater, por ora, ao game em si mesmo. Quero lembrar que o fato de esse "jogo" ser resultado de uma iniciativa científica internacional não é garantia de sua qualidade, nem que se possa generalizar os resultados e o seu alcance para todas as línguas, nem tampouco que trazer bons resultados em termos de consciência fonêmica valide, necessariamente, os modos de se chegar lá e seus procedimentos. Além disso, já sabemos que enunciar pomposamente que o jogo é “baseado em pesquisa científica” significa baseado em uma única vertente de ciência, validada como verdade última, e carecendo de interpretação pedagógica. A despeito de afirmarem que "o aplicativo apresenta uma dinâmica de jogo baseada em evidências científicas", não podemos esquecer que ele envolve UMA perspectiva de ciência, ignorando dados de outras pesquisas, UMA concepção de alfabetização, não a única, em nenhum país, e uma perspectiva cognitiva, sintética, fônica, não a única marcha defendida pela Ciência cognitiva da leitura, referência - ao menos em teoria - da PNA. Além disso, em cada país, esse aspecto da aprendizagem focado pelo "jogo" pode ser agenciado de uma forma diferente da panaceia que vem sendo pregada por aqui. E tem a adaptação à língua...</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Referido, por vezes, como um aplicativo de treinamento audiovisual ou ambiente virtual para a aprendizagem de habilidades fonológicas, tem um modo escolar e um modo doméstico. A criança faz seu avatar, que, na versão doméstica, vai circular em um mapa e, a depender da escolha que faça, vai para alguns ambientes, ou seja, espaço tridimensionais simulados, como em diversos jogos digitais. Há assim, certa variação da ambientação e modo de jogo, mas sempre com a mesma estrutura subjacente: ouvir os sons e ver as letras/sílabas, observar os modelos dados e repetir, encontrando os sons que forem pronunciados (representados por letras ou sílabas). A perspectiva é sintética, indo da letra/fonema, passando por sílabas até chegar às palavras completas pela síntese de fonemas. Isso porque o jogo se baseia no método fônico, sintético. Não sei ainda quanto à adaptação brasileira, mas em geral, em outras versões de outros países, o GraphoGame treina estímulos auditivos e escolhas ortográficas para unidades maiores, como rimas, palavras e pequenas frases. Mas começaremos com o nível das letras/fonemas e sílabas, que comentarei no decorrer dessa análise.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Em termos de jogabilidade e design, há enquadres diferentes, mas as tarefas linguísticas são sempre do mesmo tipo. Assim, a mecânica do jogo - se é que podemos dizer que há uma - é simples, apenas embrulhado em diferentes ambientações. Há, assim, variação de ambientes e uma impressão de escolha de caminhos no mapa, mas na verdade há uma progressão sempre linear, bem repetitiva. A variação de ambientes, que dá a impressão de variação de tarefas e de escolha de caminhos, no entanto, não impede que lá pelos 30% do jogo jogado, já se torne meio enfadonho, previsível, chato. São sempre as mesmas ambientações e sempre a mesma estrutura subjacente. O treinamento fonêmico começa logo a ficar na frente do jogo!!!! Será que não se passa o mesmo com as crianças? O simulacro de interação não me parece que sustente o interesse, a não ser por um impulso a seguir em frente para ver se chega a algum lugar mais interessante, que nunca chega. Muita repetição, muita passividade do "jogador". Não sei... Convém ressaltar que há ganhos de pontos, com "recompensas", mas é pífio no que isso se reverte, no final das contas, sendo elementos assessórios, externos ao jogo, não revertendo em nada na estrutura do próprio jogo. Talvez seja para criar, justamente, algum interesse em seguir com recompensas para poder mudar o cabelo, a roupa, o calçado e acessórios do avatar ou para preencher um livro de paisagens com figurinhas de animais. Tudo acessório.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Li que o GraphoGame traz a instrução fônica em um ambiente, além de (dito) lúdico, também adaptativo, ou seja, parece que à medida que a criança vai acertando, os desafios vão ficando mais difíceis. Deve ser tipo apresentar as letras/sons focados dentre mais letras e sons, para dificultar a identificação. Não dá para perceber isso jogando (talvez se eu criar outro avatar que erre mais vezes eu possa comparar e sentir mais isso), mas não sei se aguento. O certo é que, mesmo com a taxa alta de acertos (errei aqui e ali de propósito para ver o que acontecia, ou o erro escapuliu jogando rápido), achei muito repetitivo, moroso, quem acerta deve querer logo ir adiante, mas tem que repetir ainda o que já entendeu - especialmente porque é só repetição de modelos. Sou adulta alfabetizada, certo, temos que ver com as crianças, mas... As crianças são espertas, querem é jogar! Mas cadê mesmo o jogo? Outra coisa que vale ressaltar é que não há como pular de fase, mesmo de vez em quando tendo uma espécie de teste de conhecimento. Assim, as crianças mais avançadas, mesmo enfadadas com aquelas associações de sons e letras, têm que passar por todas as fases para chegar em um nível que ofereça algum desafio em termos de acerto. Na versão para a escola há como repetir fases, mas não avançar. Já aí, se é um treino que envolve instruções fônicas, nota-se que a natureza de jogo fica meio perdida, pois para esses que não são desafiados a reconhecer as grafias correspondentes aos sons, os procedimentos viram meros cliques para jogar uma bomba nas bolas ou dar de comer a um bicho marinho, sem função didática ou lúdica. Jogador que segue passivo, sem desafios e, provavelmente, sem interesse...</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Após essa apresentação breve, falaremos em seguida dos procedimentos linguísticos do GraphoGame (GG), analisando-os do ponto de vista da alfabetização. Incomoda-me muito o alardeamento laudatório e a naturalização efusiva de algo complicado embrulhado em forma de jogo...</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><b>No início...os fonemas vocálicos...</b></div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Na análise do game do ponto de vista da alfabetização, para analisar as fases que envolvem a apresentação de letras e sons, partimos da premissa de que é um game assentado no método fônico sintético, o que quer dizer que NÃO parte de PALAVRAS, que são unidades significativas e contexto da própria realização do fonema.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Advirto que isso de sentir falta das palavras não é só para dar um contexto significativo à aprendizagem, não. Esse aspecto é muito importante, fundamental, numa perspectiva que considera a língua como um instrumento cultural e a sua aprendizagem como um processo ativo de pensamento sobre um objeto significativo, sociocultural. Mas o que ressalto quanto o contexto da palavra é um aspecto estrutural do funcionamento do sistema de escrita. Numa língua que não é transparente (como o finlandês é!!!!), o som das letras depende, em certos casos (ou em muitos casos), do contexto da palavra. O português é semitransparente, o contexto da palavra é fundamental para a realização fonêmica de algumas letras. Veja alguns exemplo disso referente aos fonemas vocálicos, por onde começaremos nossa análise: observe o som da letra E nas palavras CABELO, BELA, CABIDE e BEM. São sons completamente diferentes, sem uso de nenhum acento para determinar essa variação. Pois bem, isso é completamente ignorado no jogo quando se aborda os sons das letras isoladamente.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Falaremos mais sobre a importância do contexto da palavra quando analisarmos as fases dos fonemas consonantais. Mas vamos começar pelas fases que abordam as vogais e seus sons. Como os procedimentos do "jogo", decorrentes da chamada instrução fônica, associam os fones isolados (os “sons” das letras) às letras - como é esperado no âmbito desse método sintético - o aplicativo começa apresentando as vogais (letras), depois os sons das vogais. Nessas fases iniciais já observamos grandes esquisitices... </div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">ATENÇÃO: advirto que, como não falo para linguistas, não uso aqui a representação dos fonemas pelo alfabeto fonético internacional (IPA), mas isso para facilitar o entendimento de educadores. </div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Primeiro, os nomes das vogais são apresentadas, e até aí, tudo bem, assim como quando apresenta as letras (vogais) maiúsculas e minúsculas, mais ao final dessas fases. Nada grave se, além do game, nesses termos, houver outras estratégias mais contextualizadas e significativas de abordagem dessas letras, seus nomes e traçados, nas práticas alfabetizadoras. Faz parte. Mas quando vai apresentar os sons dessas vogais, eis a confusão! O som das letras E e o O são apresentados como /ê/ e /ô/. Como assim? E os sons /é/, /ó/ bem como o /u/ e /i/ átonos que essas letras também assumem? E as nasais? </div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><iframe allowfullscreen='allowfullscreen' webkitallowfullscreen='webkitallowfullscreen' mozallowfullscreen='mozallowfullscreen' width='320' height='266' src='https://www.blogger.com/video.g?token=AD6v5dxns7J7dY-K7lusSMs52McO9bfk8AcMs9VBQIK0KOnbCjMSGRCXhBGWPj_kVIsIazPUQ__JZRsujt9tC3B_RA' class='b-hbp-video b-uploaded' frameborder='0'></iframe></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><br /></div></div><div style="text-align: justify;">Ah, aparecem, mas sabe como? Com acentos! Veja a bizarrice que isso cria. Em oposição ao som /ê/, representado pela letra E, aparecem no rol de escolhas no jogo o som /i/ e o som /é/ representados pela letra I e É, com acento!!! Gente, isso é um absurdo sem tamanho! A letra E pode ter som de é, ê ou i, sem acento nenhum. E pode ser nasal, quando no contexto aparece algum marcador de nasalidade, não necessariamente o til, como é o caso dos dígrafos vocálicos (AN, AM, EN, EM....). Nem sempre o nasal é marcado com til, nem os sons abertos e fechados com acento agudo e circunflexo. Os acentos aí me parecem denunciar essa mistura equivocada de realização sonora e grafia.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Que confusão de letra e som! No nosso sistema há 5 vogais letras que devem representar ao menos 12 fonemas vocálicos. A via de abordagem dessa realidade do sistema ortográfico do português é completamente artificial no aplicativo. Representar os sons das vogais com acentos é misturar completamente letra e som, que mais atrapalha do que ajuda. É um desserviço à aprendizagem do funcionamento da língua. E isso acontece, sabe por que? Justamente porque não há contexto de palavras! Se era pra simplificar, me parece que complicou mais...Ou estão ensinando o que os acentos mudam no som das letras? É para aprender acentos???? Parece, né? Muito confuso tudo isso... Linguistas, socorram aí!!! É tosco demais! E nem falamos ainda que confundem fone e fonema! Chegaremos lá!</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><iframe allowfullscreen='allowfullscreen' webkitallowfullscreen='webkitallowfullscreen' mozallowfullscreen='mozallowfullscreen' width='320' height='266' src='https://www.blogger.com/video.g?token=AD6v5dyJJWD6nZogKL_K0BW9DZ672Kl6ZzWNakmBipit19Dyz97sNkvPBhI-w112WeipUy5V6RsoWnrRQENtwOzRsQ' class='b-hbp-video b-uploaded' frameborder='0'></iframe></div><br /><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Admito que parte disso pode ser um problema da adaptação do GG à língua portuguesa e não da proposta do aplicativo em si mesmo. Lembremos que sua origem é na Finlândia, cuja língua é uma das mais transparentes, cada letra corresponde a um fonema biunivocamente. Cada país fez sua adaptação a sua língua, e aí, já viu, né? </div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Nas línguas transparentes as relações entre fonemas e grafemas são diretas, as opacas apresentam uma relação entre
grafema e fonema menos consistente, bem mais complexa e arbitrária, fortemente dependente do contexto das palavras, o que
requer, evidentemente, mais tempo de aprendizado e outras estratégias além da instrução fônica. No inglês, por exemplo, de ortografia muito opaca, é frequente precisar ver a palavra inteira para saber como pronunciar suas partes. A alfabetização exige, por isso mesmo, o tratamento de certas sequências de letras, não bastando relacionar letras a sons isolados. Essas são estratégias do inglês. Outras línguas exigem outras e, portanto, é preciso considerar as particularidades do português para propor procedimentos de instrução fônica como os do GG. Então pergunto, podemos garantir que a adaptação brasileira, feita pelo Instituto do Cérebro do Rio Grande do Sul (InsCer), olhou para nossa língua, efetivamente? Consultou linguistas ou apenas a perspectiva cognitivista? Deixou-se influenciar pelo ranço de colonizado desse governo e considerou a estrutura de versões europeias, de ortografias diferentes da nossa? A adaptação ao francês (também mais opaca que o português), pelo que li, respeita as particularidades daquela língua, que tem muitas letras mudas (mudas no contexto das palavras) e cuja morfologia é muito importante para a decodificação. Podemos confiar nessa adaptação ao português? A pedido de um governo que só valida e adota o que vem do estrangeiro e que sublinha com tintas fortes esse viés de “colonizado”? Adaptaram mesmo para a estrutura de nossa língua, de ortografia semitransparente, ou apenas a suas realizações sonoras? O uso de acentos foi o jeitinho enviesado que arrumaram para contornar a complexidade e não transparência do sistema? De driblar o sistema vocálico? São perguntas que me vêm quando vejo tais escolhas equivocadas, que se repetem também quanto aos fonemas consonantais. </div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">É claro que em finlandês, aprender as correspondências entre letras e sons é muito mais fácil e rápido! É uma língua de ortografia altamente transparente... A chamada profundidade ortográfica tem tudo a ver com essa discussão, porque o que pode funcionar em uma língua pode não ser tão produtivo em outra, ou ao menos devem gerar diferentes expectativas em relação às aprendizagens. Mas isso, me parece, também tem sido completamente desconsiderado. Parece que a conclusão a que chegam sobre essa questão é: já que é mais difícil, já que não são relações diretas, mais motivo para treinar mais e para destorcer a estrutura fonológica de nossa ortografia, para caber nessa instrução fônica artificial. Eles usam o próprio argumento da não transparência para justificar o massacre às crianças. </div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><b>Os fonemas consonantais...e só piora...</b></div><div style="text-align: justify;"><b><br /></b></div><div style="text-align: justify;">Após apresentar o nome das vogais e seus sons (da forma enviesada que comentei sobre as fases iniciais do “jogo”), os sons das consoantes são apresentadas, no mesmo esquema de dar o modelo e solicitar que as crianças relacionem o som pronunciado com a letra. Sempre isso modelo e repetição, memorização e reprodução do modelo dado. E, como nas vogais, a falta do contexto das palavras cria uma ilusão artificial de transparência, na qual cada letra se associaria a um fonema. A voz não é mecânica - ainda bem, já pensou? - mas a pronúncia de sons isolados soa sempre estranha. A tarefa, geralmente, é encontrar a letra que representa o som ouvido dentre as múltiplas opções de letras dadas (vai aumentando o número de opções), no ambiente escolhido pela criança (na versão para escola não há a escolha, mas as fases ficam abertas para poder serem retomadas).</div><div style="text-align: justify;"><b><br /></b></div><div style="text-align: justify;">Quando entramos na parte dos fonemas consonantais, já fica bem claro que o GG, em verdade, está mais para um aplicativo gamificado de treinamento fônico do que para um jogo. Vamos continuar analisando-o do ponto de vista das tarefas que propõe para problematizar tanto seu valor na alfabetização, quanto sua natureza de jogo. Como o fonema, no método fônico, é uma unidade bem importante, e é um ponto nevrálgico na crítica a ele, vamos analisar e discutir com calma esse aspecto. Lembro que busco fazer a crítica não apenas de fora, do ponto de vista de outra concepção de alfabetização, mas buscando os próprios termos deles, indo às fontes que eles mesmo se baseiam.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div> <div style="text-align: justify;">Os procedimentos do GraphoGame, de marcha sintética, partem da apresentação de “fonemas”, já em associação com as letras. Não que a apresentação de fonemas isolados oralmente, sem associar a letras, seja melhor - na verdade também não faz sentido, justamente porque o fonema é uma unidade muito abstrata. Mas com isso, cria-se uma confusão danada, como foi também com os fonemas vocálicos, devido ao fato de desconsiderar que o contexto da palavra é que define, muitas vezes, a realização do fonema, em ortografias não transparentes. E isso vale para as vogais e também para muitas consoantes. Quer um exemplo? Qual o som da letra R? Depende! Se for em RATO é um som, se for em URUBU é outro, ou em TRUTA, que não vem sozinho, mas dando um certo “tiro” junto com o T. E o som do R em PORTA? Ah, depende da variedade linguística, né? Onde fica a variação linguística nesses procedimentos que investem numa associação direta entre letras e sons isolados? O contexto da palavra é TUDO para dizer o valor de um fonema! A escrita nota a ortografia, não a fonologia. A fonologia é uma base, mas não dá conta da escrita. Esse é o problema de uma ênfase exacerbada na instrução fônica muito antes da apropriação do princípio alfabético. Mas, enfim...eles acham que treinar essas relações previamente ensina esse funcionamento, né? Processo de aprendizagem, construção do conhecimento não existem nessa perspectiva, aprender é só o resultado do ensino explícito e ponto. Não importa saber para que e porque aprender tais coisas, o que os sujeitos farão com isso e como se relacionam com esses elementos... Mas por ora, não vou nem entrar nessa conversa de que são perspectivas epistemológicas completamente diferentes. Continuemos, por enquanto, na linha de refletir linguisticamente.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Só nas ortografias transparentes, rasas, ou “um para um”, como o finlandês, por exemplo, cada fonema corresponde, em quase sua totalidade, a um grafema (e vice-versa), biunivocamente. Ou seja, a ortografia aí reflete a fonologia de uma forma muito direta e consistente, normalmente uma letra é pronunciada sempre da mesma forma. Não é o caso da ortografia do português, que se encontra a meio caminho entre a transparência e a opacidade, pois a correspondência entre grafemas (letras e dígrafos) e fonemas nem sempre é linear e inequívoca. Na nossa ortografia, apenas as consoantes P, B, T, D, F e V apresentam relações biunívocas, de um para um (mas o T e o D tem seus alofones relativos à variação linguística regional). Os demais grafemas estabelecem relações múltiplas: um fonema pode ser representado por mais de um grafema (/x/ = X e CH) e um grafema pode representar diversos fonemas (X = /x/, /s/, /z/, /ks/ etc).</div><br /><div style="text-align: justify;">Ao estabelecer relação entre a linguagem oral e a escrita, no nível fonológico, quanto menos direta for esta relação, mais difícil é, geralmente, o domínio da leitura e escrita alfabética, mais tempo leva, mais desafios se apresentam. Assim, não é possível esperar que aprender as relações entre grafemas e fonemas isolados vá ter o mesmo efeito, no mesmo tempo, tanto para o finlandês, quanto para o inglês (que é uma das ortografias mais opacas) e o português. É preciso que cada língua lide com as dificuldades de sua ortografia. A pergunta que fica, para mim é: precisa essa complexidade toda na alfabetização inicial? Porque é isso que ocorre quando confrontamos crianças pequenas com essas relações fonema-grafema bem no início do processo. Ou, se não é para compreender, elas viram papagaio repetindo sons e associando a letras sem pensar - o que parece explicar o porquê de não se preocuparem em dizer lá no “jogo” que o som de /s/ associa-se a S, SS e Ç, mas não à letra C, que faz o som /k/. Oi? Como assim? E o G só se associa ao fonema oclusivo, como em GATO, e não ao fricativo, como em GIRAFA. Pode isso? Isso é uma tentativa de simplificação ou uma deturpação? Não termina complicando mais?</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><div>Em diferentes ambientes, mas sempre com essa mesmíssima lógica, vão aparecendo, dentre as opções de letras dadas, também algumas letras concorrentes aqui e ali, mas que não são tratadas como tal. Vamos ver como é isso?</div><div><br /></div><div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><iframe allowfullscreen='allowfullscreen' webkitallowfullscreen='webkitallowfullscreen' mozallowfullscreen='mozallowfullscreen' width='320' height='266' src='https://www.blogger.com/video.g?token=AD6v5dwYm7QWfAnPM2Xwn6TIPWkq9L4JblLbDyiTDD0lqBiaiSm1BrZot5iucivogk7KKDZzW8qvk3yeayDdr08cUw' class='b-hbp-video b-uploaded' frameborder='0'></iframe></div><br /><span style="color: red;"><br /></span></div><div>Perceba que nesse momento, a fase apresenta o som /s/ e dá dentre outras opções as letras S e C. Ocorre que a letra C também pode representar o som /s/, como em CINTO, CINEMA, CEGONHA, CERCA. Novamente, como nas fases das vogais, mistura-se som e letra, ou opta-se por forjar uma relação inequívoca, quando não é. Mais adiante a fase oferece o Ç também como representação do som /s/, e até o SS. Mas a letra C parece que só faz o “som” /k/. Estranho, não? Se uma criança chamada Cecília, ou Cíntia, ou Celso ou Ciro, jogando, apontasse a letra C para o som /s/ - como ficaria sua compreensão? Esse suposto erro, que o aplicativo indicaria como erro, elas não compreenderiam, não é? E ainda falando em "letras certas"!!! O C não é certo para o som /s/??? O que justifica isso? O fato de a fase começar dando o modelo e focando nos sons /d/ e /s/ para as letras D e S? Vocês acham que Cecília, ou Cíntia, ou Celso ou Ciro, considerariam isso diante da escola entre C e S para o /s/, som inicial de seus nomes? Se acham que o modelo dado justifica, desvela-se ainda mais o absurdo de que o que vale é o modelo e não os sons das letras no sistema de escrita. Ou seja, escancara a perspectiva de estímulo resposta, preparatória para algo que não é ainda a língua. Terrível!</div><div><br /></div><div>Esse é um dos maiores problemas do método fônico sintético: a pronunciação dos sons isolados das consoantes (não esquecendo dos muitos outros problemas, de muitas naturezas), a suposição de que seja possível pronunciá-los e dar ideia de relação inequívoca. Os fonemas consonantais não são pronunciáveis sem as vogais, a emissão sonora mínima é silábica, não fonêmica, a despeito de o fonema ser a unidade mínima (e abstrata) que estrutura o sistema. Esses sons não existem na cadeia sonora da fala!!! A língua é co-articulada. Os sons das consoantes precisam de apoio das vogais para soar (não à toa são con-soantes, o nome já diz, “soam com”. Com as vogais!). Fazê-los soar sozinhos é abstrato e artificial. Aliás, na tentativa de pronunciar os fones consonantais, sempre vem junto um som vocálico, mesmo que átono, tipo no som da letra B, um som meio “bê” ou “ba” átonos. São sons artificialmente forjados, só temos consciência deles na medida em que estruturam o sistema alfabético, não previamente, na oralidade, e isolados, ligados a letras. Eles não preexistem à escrita, só se tornam observáveis na estruturação da escrita alfabética - e isso crianças de 4 anos, no geral, ainda não compreendem. Aliás, é por isso mesmo que Magda Soares prefere falar em consciência grafofonêmica e não consciência fonêmica. Até mesmo o José Morais, guru dos elaboradores da PNA, diz essas coisas e ressalta a importancia das palavras e o problema dos sons isolados... Certo é que não falamos /m/ /a/ /l/ /a/, falamos MA-LA, a segmentação mínima da emissão é silábica. Falaremos mais disso adiante. A sílaba, aliás, é uma unidade importante na alfabetização em português, ela dá pistas sobre os fonemas. E é muito rechaçada aqui. E acolá! Falaremos disso no próximo post.</div><div><br /></div></div> <div style="text-align: justify;">Então, com esse arremedo de pronúncia dos sons das consoantes, a bizarrice só aumenta....</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><iframe allowfullscreen='allowfullscreen' webkitallowfullscreen='webkitallowfullscreen' mozallowfullscreen='mozallowfullscreen' width='320' height='266' src='https://www.blogger.com/video.g?token=AD6v5dzRiv0aknugD3Y4_KIlgwXl7jJx2mW_K_7BP9wP3iU5Kn9eeKLDNj-NRNVysw3qxv7sjQZzG6eobiRONzSMzA' class='b-hbp-video b-uploaded' frameborder='0'></iframe></div><br /><div style="text-align: justify;">Gente, o que é isso desses sons isolados que mais parecem grunhidos de australopitecos? Os supostos sons do N, M e L são sofríveis! Os fonemas fricativos até que ainda dão para tentarmos pronunciar, pois se materializam em sonzinhos que podemos “esticar”, como xxxx, jjjj, ffff... Mas os demais, é muito complicado! E mesmo assim, muito mais informativo se for no contexto das palavras escritas. O fato de crianças com dificuldades de processamento fonológico se beneficiarem com esse tipo de procedimento, de, nesse contexto de atendimento, a estratégia fônica sintética ter algum sentido, não faz disso um caminho preferencial de ensino na escola. Pesquisa, ensino e atendimento especializado não devem se confundir! E ensino não é tampouco pesquisa, muitas outras coisas têm que ser consideradas aí, inclusive o pensamento e curiosidades das crianças, a linguagem viva, dinâmica e em uso, além do distanciamento para refletir sobre sua dimensão sonora. Sim, a língua também pode ser objeto de conhecimento, e não apenas de uso, mas refletir sobre sua estrutura, suas propriedades pode ser feito com outros procedimentos, em contextos lúdicos, letrados, reflexivos, na continuidade das práticas socioculturais. E trata-se de REFLETIR, coisa ausente nesse game. Os trava-línguas, com seus <span face="sans-serif">desafios articulatórios,</span> por exemplo, são contextos muito ricos, brincantes e produtivos para brincar e refletir sobre os fones aliterados. Neles, até mesmo os fonemas oclusivos tornam-se observáveis pela repetição, e aí sim, no contexto de práticas culturais potentes - mas isso é conversa para outro momento! </div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div><div style="text-align: justify;">Artur Gomes de Morais, no seu livro de 2019 sobre consciência fonológica, apresenta dados de pesquisa e bons argumentos para mostrar que não é necessário analisar os fonemas isoladamente, nem sintetizar e segmentar palavras em fonemas para se alfabetizar. Observar as aliterações de sons de consoantes iniciais, como por exemplo vários nomes próprios começados pela mesma letra/fonema, observar o que resulta de trocas de letras/fonemas iniciais, que formam pares mínimos, como em bala, mala, sala e pão, mão, cão, constituem em habilidades de consciência fonêmica também, e essas sim importantes para ajudar a abstrair o fonema como unidade que estrutura o sistema, e passíveis de serem propostas em contextos significativos, reflexivos, lúdicos e letrados, se fazendo presentes em jogos de palavras, na oralidade poética, em explorações na literatura infantil. Além disso, tudo isso pode ser abordado de forma condizente com as estratégias infantis ao pensar sobre a dimensão fonológica da língua. Repito, mesmo os defensores do <i>phonics</i> reconhecem outras marchas, outras estratégias de abordagem das relações entre grafemas e fonemas, outros procedimentos.</div></div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Uma coisa que pesquisadores da própria Ciência cognitiva ressaltam, é que não é necessário passar exaustivamente por todos os fonemas na tal instrução fônica (seja lá de que jeito isso for feito), pois as crianças compreendem a estrutura fonêmica da escrita antes disso, elas generalizam o funcionamento dessas relações entre língua falada e grafia, a partir do entendimento da lógica dos fonemas (por qualquer marcha), quando, então, compreendem esse princípio alfabético. Generalizam! Pensam! Exige-se operações mentais complexas, não treinamento. <span style="text-align: left;">O próprio referencial que validam argumenta que as crianças generalizam, que pensam, envolvendo operações mentais complexas, reflexão, abstração, cognição, metacognição, e não memorização, repetição e reprodução. </span>Mas o GraphoGame desconsidera isso e procura abarcar todos os fonemas, na relação com a escrita, exaustivamente, com repetições muitas. E mesmo aqueles fonemas cujas correspondências com a grafia são múltiplas! Feito de um jeito torto. Com tudo isso, podemos concluir que o aplicativo fundamenta-se assim não exatamente na ciência cognitiva, mas na perspectiva do estímulo-resposta, envolvendo procedimentos baseados em perspectivas associacionistas, mecanicistas, positivistas, como no método fônico tradicional. </div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div><div style="text-align: justify;"><div>E isso tudo, ao preço de destorcer a estrutura fonológica e ortográfica do português, de criar uma confusão danada entre fonema, fone e letra, de artificializar a língua; ao preço do desinteresse tanto dos que não veem sentido naquilo quanto dos que logo compreendem o princípio por generalização; ao preço do treinamento ficar completamente na frente do jogo. E aí deixa de ser jogo. Onde fica mesmo a aprendizagem significativa, a natureza de jogo, o lúdico, que eles alegam, e o caráter de prática sociocultural que jogos de verdade têm, se o “jogar” vira mero acertos e erros enfadonhos? O pragmatismo pedagógico altamente instrumentalizado engole qualquer possibilidade de vislumbre de jogo ali. Onde fica a linguagem escrita, tratada assim como técnica, que artificializa e deturpa o sistema de escrita com uma abordagem reducionista e equivocada, sem nem mencionar destituída de seu caráter sociocultural? Onde fica o pensamento, a reflexão?</div></div></div> <div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><b>E a variação linguística?</b></div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><div>O foco em fonemas isolados, seja associando-os às letras, seja em sínteses e segmentação de fonemas nas palavras, merece ainda outra problematização. Ao colocar ênfase na dimensão sonora da língua, ao focar os fonemas como unidade de análise da escrita antes que as crianças possam dar conta da complexidade da ortografia, precisamos lembrar que a língua falada varia, ela não é falada da mesma forma por todos os falantes. Há variação regional, geográfica; há variação histórica, diacrônica, que implica também em variação geracional; há variação social e etc. Faz parte da língua falada variar, é uma realidade da língua. Não podemos voltar ao tempo em que se confundia língua portuguesa com norma culta ou com norma padrão, e o resto era visto como “erro”, vício de linguagem e coisas do gênero.</div></div><div style="text-align: justify;"><br /></div> <div style="text-align: justify;">O GraphoGame, assim como a Política Nacional de Alfabetização (PNA) em geral - contexto em que esse aplicativo foi desenvolvido no Brasil - não se ocupa dessa questão da variação linguística ao apresentar seus procedimentos de treinamento das relações fonemas-grafemas. Aliás, gente, esses sons pequenininhos, menores que as sílabas, nem são propriamente fonemas. São fones, que são a materialização sonora, fonética, desses fonemas. Fonema é outra coisa. Parece firula, mas não é, porque é justamente isso que faz com que a escrita note unidades que podem ser pronunciadas diferentemente em diferentes variedades linguísticas. A unidade fonema, que estrutura o sistema alfabético, é uma imagem mental que os falantes têm do som das letras, dos grafemas, em si mesma uma representação, fonemas não são sons propriamente, materialidade sonora. O problema, então, já começa daí. A ortografia é baseada na relação fonema/grafema e não na relação som (fone)/letra. Se a ortografia notasse a relação som (fone)/letra, teria que representar qualquer variação de pronúncia e, consequentemente, de fones. Não é o que acontece, né? Um fonema pode ser realizado de forma diferente por diferentes falantes, resultando em fones diferentes, alofones (variantes nas realizações fonéticas do fonema), como, por exemplo, o fonema /d/ na palavra DIA, que, a depender da região, pode ser pronunciado “dia” ou “djia”, sendo /d/ e /dj/ alofones, não dois fonemas diferentes, pois a palavra continua a mesma. Lembremos que a definição de fonema é, justamente, ser uma unidade distintiva, se a troca de um fone resulta em outra palavra, com sentido diferente, então é um fonema. Por exemplo, se trocarmos o /f/ por /v/ na palavra FACA, temos VACA, então trata-se de fonemas diferentes. Um fonema é um fonema em oposição a outros fonemas, no contexto das palavras! Assim, se não mudar a palavra, não é um fonema diferente, como no caso da palavra DIA. Ou seja, nem todos os sons de uma língua constituem em fonemas. (Aliás, o que reforça a problematização de apresentar os fones isolados, sem o contexto das palavras).</div><div style="text-align: justify;"><br /></div> <div style="text-align: justify;">E é justamente porque os fonemas não são sons propriamente que o sistema alfabético pode registrar esses fonemas, independentemente de sua realização sonora nas diferentes variedades linguísticas! Podemos pronunciar diferentemente a palavra PORTA, MENINO, BANANA, em diferentes regiões do Brasil, mas a relação fonema-grafema se mantém, justo porque o fonema é abstrato e não uma materialização sonora. Percebe? </div><div style="text-align: justify;"><br /></div> <div style="text-align: justify;">Por isso, mais uma vez, insisto que o contexto das palavras é fundamental na abordagem dos fonemas, também por isso tudo. Percebem como essas fases iniciais do GraphoGame, assim como esses mesmos procedimentos em outros contextos, são muito problemáticos? E nem entramos ainda em variações sociais mais complexas. Mas tem isso também! O que será das crianças que pronunciam /b/ para palavras com V, como “bassoura”, “barrer”? É uma realização fonética de certa variação linguística, nesse caso, não funcionam como fonemas diversos. Então, tal qual o abordam nesse aplicativo e nos produtos da PNA em geral, será que vão voltar à ladainha de que os sujeitos só vão se alfabetizar se aprenderem a falar? Deixar, novamente, grande parte dos sujeitos acharem que não sabem falar a sua língua? De novo confundir língua oral com língua escrita? Gente! Daí já podemos logo imaginar também o massacre que esse reducionismo tosco da complexidade da estrutura fonológica da língua e de sua representação gráfica pode ser para as crianças falantes de variedades muito distantes das legitimadas pela escola (a adultos em processo de alfabetização também!). São as crianças que estão em nosso ensino público! É um retrocesso ver com essas lentes o processo de alfabetizar! Aqui não é a Finlândia! Nem pela transparência da língua, nem pelo nível de escolarização da sociedade. </div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Numa política pública, ao indicar uma perspectiva que enfatiza a dimensão sonora da língua não é possível se furtar de incluir e discutir sobre a questão da variação linguística. E nada é dito sobre tal na PNA, política do MEC em que o GraphoGame se insere. (Na verdade, política pública não deveria nem definir uma perspectiva ou método). E esse silenciamento é preocupante. O que quer dizer? É como se todos fossem falantes de variedades legitimadas? Ou pior, como se fosse dado como certo que todos tivessem que consertar sua fala para se alfabetizar, e portanto nem precisa falar disso? Certamente, veem tal aspecto da fala como deturpação, erro, algo a ser corrigido, mudado a todo custo. Mas, o que esperar de uma perspectiva que nem mesmo as múltiplas correspondências entre fonemas e grafemas da nossa ortografia (que ocorrem também no âmbito da variedade culta), eles respeitam? Lendo artigos do próprio coordenador do GraphoGame no Brasil, bolsonarista de carteirinha, diga-se de passagem, me deparo com isso, ao explanar sobre o GG:</div><div style="text-align: justify;"><br /></div></div><blockquote style="border: none; margin: 0px 0px 0px 40px; padding: 0px;"><div><div style="text-align: justify;">"Apenas sons de produções naturais de fala são utilizados no jogo, <u>com a pronúncia considerada representativa do padrão da língua</u> em questão. Conforme Elbro (1998), o objetivo é oferecer às crianças oportunidades de construírem boas e distintas representações mentais dos sons da fala, já que a literatura relata que maus leitores têm uma percepção auditiva diferente da dos bons leitores" (<a href="https://editora.pucrs.br/anais/coloquio-de-linguistica-literatura-e-escrita-criativa/2016/assets/30.pdf" target="_blank">2016</a>). </div></div></blockquote><div><br /><div style="text-align: justify;">Gente, jura? Ele transpõe uma argumentação que vem do contexto de pesquisa de dislexia para analisar a questão da variação linguística? Sério isso? Jura que relaciona variação com percepção auditiva? Jura que está valorando? Isso é varrer para debaixo do tapete um dos elementos que problematizam essa ênfase que é dada na dimensão sonora da língua e, em especial, na unidade fonema. Estamos voltando à Idade da Pedra? Olha, me recuso até a comentar! </div></div><div><br /><div style="text-align: justify;">Então, vou comentar outra coisa. Se <span style="text-align: justify;">Cecília, ou Cíntia, ou Celso ou Ciro ficariam confusos ao não ver a letra C deles fazer o som /s/ nesse "g</span>ame", o erro é de quem? Não se preocupem, crianças, vocês não estão erradas. Mas além desses equívocos no tratamento dos fonemas, o GG também tem erros mesmo. Provavelmente adaptado às pressas para o português, para mostrar serviço do MEC, propagandear seu suposto alinhamento internacional, validar, aos olhos dos incautos, sua retórica das evidências científicas, deu até nisso: ERROS CRASSOS. Um, é esse: num certo momento, o aplicativo dá o som /f/ e não oferece a letra F como opção, indicando a letra G como correspondente a esse som. Erro? Claro, acontece. Não vão consertar? Provavelmente em novas versões. Mas o que havemos de pensar é: de onde vem esse erro, complicado para as crianças que usam o aplicativo - O que ele significa?</div><div><br /><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><iframe allowfullscreen='allowfullscreen' webkitallowfullscreen='webkitallowfullscreen' mozallowfullscreen='mozallowfullscreen' width='320' height='266' src='https://www.blogger.com/video.g?token=AD6v5dzklBvXnCICMwxBcEGurjaZ6UvMNMg6vv1MhUKWBWb7U5qIp8WxXzMqzFWvBWJsQe8xNxEODkVkL_b6cwfSAQ' class='b-hbp-video b-uploaded' frameborder='0'></iframe></div><br /><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><iframe allowfullscreen='allowfullscreen' webkitallowfullscreen='webkitallowfullscreen' mozallowfullscreen='mozallowfullscreen' width='320' height='266' src='https://www.blogger.com/video.g?token=AD6v5dwz0xYp5w2K778IPmPyPPwWNJ1fIOx7jusfwICzVLgLPgWc4CyfOm1Tx8HKVQt8FH75RxHBym6q-tKZSkwseA' class='b-hbp-video b-uploaded' frameborder='0'></iframe></div><div style="text-align: justify;"><br /></div></div> <div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Fonema é uma coisinha pequeninha e faz muito barulho, por isso mesmo: é uma unidade fonológica (não exatamente sonora) abstrata. Agora, em sendo assim, podemos tomar dois caminhos quanto aos fonemas: massacrar as crianças para que eles entrem a ferro e fogo, previamente, já que, por constituírem uma unidade abstrata, devem ser ensinados a todo custo e o quanto antes, ou partir de procedimentos mais holísticos, que levem em conta o pensamento das crianças - que penam sobre a escrita!!! - até que se chegue à abstração do fonema e, possam, só aí, compreender, de fato, o princípio alfabético e começar a se ver com as dificuldades ortográficas. Lembrando que se trata de uma ortografia semitransparente, e de considerar, igualmente, a questão da variação linguística. Que caminho toma o GraphoGame? Pois é, ressalto também que argumentam insistentemente que a marcha analítica não funciona, para defender a marcha sintética, mas futucando bem, vemos que eles contrapõem a um suposto método global ideovisual, em que se investe na apreensão global, visual da configuração gráfica das palavras, sem propor análises em unidades menores, sem abordar explicitamente as relações entre fonemas e grafemas. Quem é mesmo esse inimigo invisível e inexistente? Que perspectiva defende hoje que não se aborde as unidades sublexicais e ensine o princípio alfabético? Isso é só retórica deles. A questão é que não há um único modo de abordar essas questões. Aprender as relacoes fonemas/grafemas não tem que ser, necessariamente, o ponto de partida, de forma isolada sem o contexto das palavras, nem de forma mecânica, com base no treinamento. Queremos crianças que pensem sobre a língua, inclusive sobre suas unidades menores e sobre a estrutura da escrita alfabética. Mas que pensem! Queremos crianças que interajam de forma rica, viva e socioculturalmente referenciada com esse instrumento cultural - como já dizia Vygotsky - não com uma técnica fria, vazia de sentido, vazia de cultura, de linguagem, isso que nos humaniza e nos põe no contexto social.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><b>Dígrafos? Aos 4 anos?!!!</b></div><div style="text-align: justify;"><b><br /></b></div><div style="text-align: justify;">Falamos dos dois caminhos que se pode tomar pelo fato de o fonema ser uma unidade abstrata, que não se adquire naturalmente e, portanto, seria preciso abstrai-lo, ensiná-lo de algum modo. Vimos que o GraphoGame toma o caminho de apresentar essa unidade e sua relação com letras isoladas como ponto de partida, e o caminho do treino e não do pensamento, da generalização. Mas é pior ainda! Eles tomam o caminho de adiantar até mesmo elementos que remetem às dificuldades ortográficas para crianças desde os 4 anos!!! Na continuidade da bizarrice na apresentação dos relações entre grafemas e fonemas, o aplicativo GG começa a apresentar também os sons de dígrafos como SS, NH, LH, CH... </div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><iframe allowfullscreen='allowfullscreen' webkitallowfullscreen='webkitallowfullscreen' mozallowfullscreen='mozallowfullscreen' width='320' height='266' src='https://www.blogger.com/video.g?token=AD6v5dzen1r_TNTG7P0k8dDgemrNU3vBiSoUAM-w_7iNbc7q8H0zLKnfSQLh3ozm9D-gd0tyKLUkAUSGcLPlfG0SwQ' class='b-hbp-video b-uploaded' frameborder='0'></iframe></div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Ou seja, não se trata apenas de ensinar sistematicamente e sinteticamente o princípio alfabético para crianças no momento de formalizar mais os processos da alfabetização, mas de ensinar previamente mesmo, como conhecimento primeiro, pré-requisito para analisar a língua escrita. Mesmo considerando “língua escrita” aí apenas como o sistema alfabético (ela é mais que isso, né?), é um absurdo, principalmente (mas não apenas) se pensarmos que são crianças desde os 4 anos! Não há o tempo de se perguntarem sobre o que é a escrita, não há tempo de terem curiosidade e desejo de se apropriar desse instrumento cultural, não há tempo de refletir sobre seu funcionamento, de descobrir a natureza fonológica da língua, de entrar na escrita pelas práticas socioculturais. Não há tempo daquilo fazer sentido para elas!</div><br /><div style="text-align: justify;">Nos dígrafos, a junção das duas consoantes representa apenas um fonema - para que expor as crianças a essa peculiaridade nessa fase tão inicial? Pobre das crianças de 4 a 6 anos, que ainda nem começaram ou estão só começando a compreender o funcionamento do sistema alfabético, que não sabem ainda o que essa cantilena de sons esquisitos, forjados artificialmente, faz para que possam ler histórias, comunicar uma ideia, e já têm que se preparar para as dificuldades da ortografia! Típica preparação para algo que as crianças não sabem nem para que é. Treinamento para o futuro, nenhum vislumbre de LINGUAGEM ESCRITA, nenhum respeito à curiosidade das crianças sobre esse instrumento cultural, nenhuma situação de REFLEXÃO. Tipo aprender o bê a bá sem nem saber o que é a notação escrita e para quê a escrita, mais amplamente, serve. Sem ser convocada a refletir e aprender como a escrita alfabética, efetivamente, funciona. Só treino e preparação para o futuro. O reino da sonorização mecânica acima de tudo e de todos, passando que nem trator por cima das crianças, da aprendizagem e da língua. E esse som meio nhã? É isso que o NH faz na palavra NINHO???? </div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><br /></div> <div style="text-align: justify;">Para que ocupar as crianças com essa cantilena monótona, fastidiosa, sem sentido, quando ainda não estão preocupadas com as convenções da língua, mas com seu funcionamento fonológico mais básico? Treinar os sons desses dígrafos sem o contexto das palavras não vai fazer sentido algum para crianças que ainda não estão se deparando com a ortografia das palavras, que não estão, efetivamente, em contato com palavras escritas em que eles se fazem presentes. E se nessa alfabetização que pregam os textos são altamente controlados, visando a confrontar as crianças com palavras que já possam decodificar, como as crianças vão estar em contato com palavras com esses dígrafos? É ao tentar ler ou escrever palavras como GALINHA, CHUVA, SONHO, GALHO, GUERRA, QUIABO e etc, que elas vão se deparar com essas outras formas de grafar os sons da língua, se perguntando se CHUVA é com X ou CH, brincando de “tirar a filha da fila e a malha da mala”, como José Paulo Paes brinca e faz poesia com a letra H... Para que confrontar crianças de 4 a 6 anos com as convenções e até as arbitrariedades da nossa ortografia (S/SS, CH/X)? Para que fazê-lo sem as palavras? Aliás, é importante que se diga: o português é mais transparente para a leitura e menos transparente para a escrita. É quando vão aprender a escrever ortograficamente que esses aspectos se tornam importantes, não para a alfabetização inicial, quando o que está em jogo é entender a natureza fonológica da escrita e seu funcionamento alfabético. Isso apresentado assim é antecipar completamente questões que não se colocam para essas crianças menores. É tudo mera memorização... Onde está o sujeito? Onde está a língua, a linguagem? Onde está o pensamento?</div><div style="text-align: justify;"><br /></div> <div style="text-align: justify;">Tanto os dígrafos - em que cada consoante perde sua unidade sonora, pois a sequência de duas consoantes forma um único som (um só fonema) - quanto os encontros consonantais - em que cada consoante mantém sua unidade sonora, distinguindo-se o som de cada consoante (fonemas diferentes) - são fenômenos que, sem o apoio nas palavras escritas, não faz sentido algum. É nas palavras que isso faz sentido e para escrever, não para compreender o funcionamento alfabético. Sem esquecer que há casos em que é o contexto da palavra que diz se é dígrafo, como no caso do QU e GU (é dígrafo em QUilo e GUerra, mas não em QUadro e linGUiça). Sem as palavras presentes fica tudo muito abstrato! Ficar escutando o som que supostamente faz o LH e o NH, sem as palavras, vira uma cantilena de sons de australopitecos! E o que falar das convenções dos sons /x/ como X ou CH, e do som /s/ com S ou SS? Entrar no mérito das diferentes grafias do /s/ (e excluindo a letra C disso), é adiantar um conhecimento que é para crianças que já compreenderam o princípio alfabético. Mas, isso já sabemos, não é? Para definir o passo a passo do método, eles escolhem como foco a ESTRUTURA do sistema alfabético, não o ponto de vista da língua escrita, verdadeiramente, nem da aprendizagem da criança. E misturam tudo num liquidificador: o que é necessário para se apropriar do sistema e o que é necessário para escrever ortograficamente. Tudo isso para 4 a 9 anos, e sem chance de selecionar as fases supostamente mais condizente com cada faixa.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Esse é um tipo de complexidade que só faz sentido APÓS as crianças se apropriarem do princípio alfabético, entenderem como a escrita alfabética funciona, pois aí é que se deparam, na culminância de um processo longo de se apropriar das propriedades do sistema, com as múltiplas correspondências entre fonemas e grafemas e as convenções da ortografia. Aí sim cabe as complexidades ortográficas, a grafia e o som de dígrafos. Essa abordagem de sons de dígrafos para crianças pequenas, antes de tudo isso, é completamente absurda!</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><b>Fechando as fases iniciais...</b></div><div style="text-align: justify;"><br /></div> <div style="text-align: justify;">Alonguei-me nessas fases iniciais do GG, pois elas remetem, diretamente, a dois dos pilares da alfabetização, definidos na PNA: a consciência fonêmica e a instrução fônica, elementos principais da perspectiva que assumem, e que influencia todos os outros pilares e todas os princípios dessa perspectiva. </div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Mas para fechar quanto a essas fases iniciais do GG, que envolvem a relação (muito mal feita) dos grafemas com os fonemas vocálicos, consonantais e os dígrafos, lembro: consciência fonêmica e ensino das relações fonema e grafemas não é o mesmo que método fônico ou exclusividade dessa perspectiva e, muito menos sinônimo de método sintético. Mesmo o chamado <i>phonics</i> - considerado como a abordagem sistemática das relações entre fonemas e grafemas - pode ser ensinado com uma variedade de estratégias e abordagens, não apenas com o método fônico sintético. Essa é uma escolha do GraphoGame e da PNA em geral. A opção por esses procedimentos não é uma verdade última que se possa tirar das pesquisas cognitivas. Eles fizeram escolhas e, muitas vezes, a partir de uma retórica enviesada para fazer parecer que a ciência cognitiva da leitura valida tais escolhas e apenas essas, silenciando sobre o fato que há <span style="text-align: left;">diferentes modos de propor um ensino explícito e sistemático. </span>Ensinar os sons isolados das letras e a sua síntese em palavras é só um dos caminhos - o mais abstrato, descontextualizado, artificial e sem significado. Há outras abordagens, como a de aprender os sons em grupos de letras, constituindo rimas, sílabas e encontros consonantais - que podem ser abordados de forma mais mecânica, descontextualizada, ou de forma contextualizada, sem perder a vinculação com a semântica da língua, em diversos contexto, como em jogos de palavras na literatura; em situações de jogos diversos, não de treinos disfarçados de jogos; na fruição da oralidade poética, brincando com trava-línguas e outros textos da cultura lúdica, dentre outras possibilidades, que preservam o caráter de interação social da linguagem e seus usos lúdicos e letrados. <span style="text-align: left;">Há outras estratégias fonológicas que implicam o reconhecimento de unidades maiores que são produtivas no ensino da leitura de sistemas ortográficos semitransparentes. Recorrer a outras estratégias de decodificação depende do tipo de palavras a ler, da tarefa de leitura, do método de ensino utilizado e do nível de profundidade ortográfica da língua (transparente ou opaca). </span></div><div style="text-align: justify;"><span style="text-align: left;"><br /></span></div><div style="text-align: justify;"><span style="text-align: left;">A adaptação do aplicativo para o francês parece que não ignorou a realidade de sua língua, já que considerou efeitos morfológicos, que são importantes para a decodificação nessa ortografia. E aqui? Por que ignoram, quanto ao português, certas relações múltiplas de determinadas letras, por que ignoram a estrutura silábica simples e nossa língua tão silábica e a realidade concreta da segmentação silábica no fluxo da fala? É possível chegar aos fonemas a partir de uma forma mais holística de segmentar a língua, muito mais aproximada do modo de pensar das crianças e sem ignorar a co-articulação da fala. A consciência fonêmica é a culminância de um longo processo de reflexão sobre a língua, sobre suas unidades fonológicas diversas, até que se chegue a discriminar fonemas, em presença das palavras escritas. A escrita fornece um modelo de análise do oral e a sílaba ajuda muito a tomar consciência do fonema. Observar, por exemplo, que nas palavras ROSA, RITA, RAFAEL, RUTE, REGINA, RAQUEL tem esse segmento sonoro parecido, nas sílabas RO, RI, RA, RU, RE, que RAFAEL e RAQUEL tem ambos RA, mas CAMILA, por exemplo, soa parecido pelo A, mas o som muda, confrontar com a escrita e observar que essa coisinha parecida é o som do R, que tem um sonzinho diferente em RA e CA, são situações muito mais naturais do que partir do fonema, artificializando a língua, e sintetizá-los em sílabas, para muito depois formar palavras. A sílaba dá pistas sobre os fonemas, assim como os próprios nomes das letras. A consciência fonêmica é importante, mas não tem que ser o ponto de partida, e nem associada a habilidades como isolar e sintetizar fonemas, como bem ressalta Artur Gomes de Morais. Esse é o grande problema de uma marcha sintética do <i>phonics</i>. O raciocínio é: se os fonemas são abstratos demais, precisamos ensiná-los, treiná-los, massacrar as crianças até que entre a ferro e fogo! E começar por eles! Começar pelo mais abstrato! E fingir que tudo que se opõe a isso é procedimento global ideovisual que não propõe a análise do funcionamento alfabético da escrita. Tudo retórica, falácia.</span></div><br /><div style="text-align: justify;">É claro que compreender o princípio alfabético, aprender a estabelecer as relações entre fonemas e grafemas é fundamental na alfabetização. Mas não se chega a apenas pela via do método fônico sintético, que artificializa a língua isolando fonemas que são impronunciáveis sozinhos, sem o apoio de uma vogal. Não se chega a isso por essa via, sem desconsiderar o pensamento da criança e comprometer o real funcionamento da escrita alfabética, que nota a ortografia, não a fonologia. Não se chega a isso segmentando palavras em fonemas e sintetizando fonemas para formar sílabas e palavras - próximos níveis do “jogo”.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">A política de alfabetização que temos hoje escolhe o caminho mais seco e frio, que, supostamente assentado em evidências científicas, desvaloriza a criança como sujeito social, cultural e pensante; artificializa a língua, reduzindo a linguagem escrita a uma técnica; e chama de jogo um treino que transforma as crianças em robozinhos visuais e sonoros, repetindo modelos e apertando telas sem pensar, tudo isso embrulhado em cenários de aparente jogabilidade. O jogo e a língua perdem aí seu caráter de objetos culturais, esvaziados enquanto prática socioculturais, quanto também o são as crianças como sujeitos e a aprendizagem como um processo complexo. </div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">O contexto de jogabilidade e a simulação tridimensional de uma atividade supostamente interativa, com um sistema de recompensa para tornar o treino supostamente atrativo, é suficiente para conferir ares de situação lúdica a esse treinamento disfarçado de jogo digital? Com o treinamento mecânico na frente, onde fica mesmo o lúdico? O que define o lúdico não é apenas a experiência cultural que reputa os jogos como lúdicos - também aí comprometida - mas a experiência singular de quem sente a experiência como lúdica. O fato de ser (se é que é) um game não é garantia de experiência lúdica nem de aprendizagem significativa. Mas, o buraco é mais embaixo ainda: pode isso aí ser jogo, verdadeiramente vinculado a uma prática social, e mobilizar uma aprendizagem significativa? Onde está o significativo aí, tratando a criança e a língua dessa forma? Tanto a dimensão cultural quanto subjetiva do lúdico são potencialmente comprometidas nessa ferramenta. Gostaria de ver as crianças...</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Por ora é isso, gente! Em breve faço uma segunda postagem para comentar as fases em que as letras/sons começam a formar sílabas e depois palavras. Pensam que melhora? Em breve! Continuo "jogando", enfadada, mas por uma boa causa. Espanta-me muito a quantidade de professoras/es achando essa ferramenta maravilhosa... </div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Ver aqui a <a href="http://oficinasdealfabetizacao.blogspot.com/2021/04/graphogame-uma-analise-critica-parte-2_23.html" target="_blank">Parte 2</a> dessa análise, que se refere às fases que abordam sílabas.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Quer saber mais sobre o fonema e o que mesmo acredito que é preciso, quanto a essa unidade, para se alfabetizar, no que diz respeito à consciência fonêmica e grafofonêmica? Vai lá no blog, no post "<a href="http://oficinasdealfabetizacao.blogspot.com/2018/09/e-os-fonemas.html" target="_blank">E os fonemas?</a>". </div><p align="justify" class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;"><span style="font-family: Georgia; font-size: 14,0000pt; mso-fareast-font-family: SimSun; mso-spacerun: 'yes';"><o:p></o:p></span></p></div>Licahttp://www.blogger.com/profile/13330703422606132370noreply@blogger.com23Salvador - BA, Brasil-12.977749 -38.5016301-41.287982836178841 -73.6578801 15.332484836178846 -3.3453801tag:blogger.com,1999:blog-2765047742547072708.post-54224228492671956742020-12-14T06:50:00.041-08:002021-04-14T08:28:09.128-07:00Galeria PNA - Política Nacional de Alfabetização em gêneros diversos<p><span style="font-family: georgia;"><span style="font-size: medium;"> </span><span style="font-size: medium;">Olá, gente,</span></span></p><p style="text-align: justify;"><span style="font-family: georgia; font-size: medium;"><span>Tenho estado pouco por aqui, mas volto para postar as produções dos estudantes do componente </span>EDC B85 - Alfabetização e letramento, nesse semestre suplementar da FACED/UFBA, em tempos de pandemia. O semestre suplementar, remoto, foi o que a UFBA definiu como retomada no período de isolamento social, devido à Covid 19. O semestre foi de muitos desafios e celebramos essas produções como conquistas importantes entre o acolhimento desses desafios e o desejo e necessidade de não comprometer o aproveitamento dos estudantes, de assegurar um semestre produtivo, ainda que com todas as limitações. Conseguimos! Mas nem todos. Alguns ficaram pelo caminho, por razões diversas - não podemos esquecer disso ao constatar que conseguimos e celebrarmos -, então essa conquista ganha outros contornos também. Soubemos reconhecer essa realidade.</span></p><p style="text-align: justify;"><span style="font-size: medium;"><span style="font-family: georgia;">Bom, mas como não poderia deixar de ser, nesse semestre, discutimos no componente também a situação da alfabetização na pandemia. Lemos artigos, matérias, assistimos a lives e fizemos levantamento de desafios do período quanto à alfabetização, em especial. Um dos trabalhos de avaliação que definimos para o componente foi realizar uma breve pesquisa junto a docentes quanto aos desafios que tiveram, as estratégias de que lançaram mão para transpor tais desafios e as estratégias didáticas e plataformas que têm as/os ajudado nesse contexto. Ao final, os estudantes categorizaram seus dados e apresentaram, oralmente, em momento síncrono, os seus resultados. Não conseguimos tratar os dados em conjunto, durante o semestre, como queríamos de início, mas entre o zelo com as dificuldades do período e as possibilidades, deu ao menos para termos uma ideia de tendências em termos desses desafios e estratégias. Vimos desafios semelhantes e diferentes implicados em situações relatadas por docentes de escolas particulares, escolas públicas e instituições que lidam com crianças com deficiências, com suas particularidades. Vimos desafios mais amplos, coincidentes com o vivido em geral no ensino remoto, e desafios específicos do processo de alfabetização. Vimos algumas estratégias docentes para driblar esses desafios e alfabetizar as crianças, e conversamos muito das contradições envolvidas em tudo isso que envolve o ensino remoto nesse período de pandemia. As apresentações ficaram sob a batuta de Dionei, Fernanda e Geovana, Helena, Jeane, </span><span style="font-family: georgia;">Jolfer, </span><span style="font-family: georgia;">Keyla e Marina. Thailcy preferiu apresentar o trabalho por escrito. </span></span></p><p></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh2vM5da4q5VfmZBt5kVkweYVHf5PWoLV0Ca055xJhzRvNKhBTuhJ8AgfQkHfhB4_mPQ9mw5Ul5HicyLPtIr7pS_Pzb8pryR11UjBIOjz1iqJCnAoOE7UzA8Qo0FIXwkZUYPfd0FYCJ_IiP/s1280/Slide7.jpg" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="754" data-original-width="1280" height="235" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh2vM5da4q5VfmZBt5kVkweYVHf5PWoLV0Ca055xJhzRvNKhBTuhJ8AgfQkHfhB4_mPQ9mw5Ul5HicyLPtIr7pS_Pzb8pryR11UjBIOjz1iqJCnAoOE7UzA8Qo0FIXwkZUYPfd0FYCJ_IiP/w400-h235/Slide7.jpg" width="400" /></a></div><br /><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjax-GTA5dtOTr0AY6thWIiILec1jFs3nv7DO3zxPKk8Y7MAtlspSxtAJXsjUnwB145xoYredqZiMp3H4qI8P7A6Ux7W_QgSuQFqfJBJil5V8ReLCD8pa5HpjS90_d89Y0Z7bAJ9X7HmLM3/s1280/Slide8.jpg" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="754" data-original-width="1280" height="235" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjax-GTA5dtOTr0AY6thWIiILec1jFs3nv7DO3zxPKk8Y7MAtlspSxtAJXsjUnwB145xoYredqZiMp3H4qI8P7A6Ux7W_QgSuQFqfJBJil5V8ReLCD8pa5HpjS90_d89Y0Z7bAJ9X7HmLM3/w400-h235/Slide8.jpg" width="400" /></a></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><br /></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgRR8wHqi8zQMWsa6SPiiJOVgByFOqNoz11VdoMYXlnOisLJUDYTEQTS8esXBkbOkTWkkmHqkDdGX1C-RISvURGJ3bOVfhUsQN_0wdRJpyf8OQpHanSe-f3SmTShSD8GwAsFTPSqQWgpsV_/s1280/Slide9.jpg" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="754" data-original-width="1280" height="235" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgRR8wHqi8zQMWsa6SPiiJOVgByFOqNoz11VdoMYXlnOisLJUDYTEQTS8esXBkbOkTWkkmHqkDdGX1C-RISvURGJ3bOVfhUsQN_0wdRJpyf8OQpHanSe-f3SmTShSD8GwAsFTPSqQWgpsV_/w400-h235/Slide9.jpg" width="400" /></a></div><span style="font-family: georgia; font-size: medium;"><br /></span><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><span style="font-family: georgia; font-size: medium;"><br /></span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: georgia; font-size: medium;">Para acessar os slides das apresentações, veja a pasta no Drive <a href="https://www.blogger.com/#">aqui</a>. ATENÇÃO! Para visualizar adequadamente as apresentações, colocar os arquivos em PowerPoint em modo Apresentação de slides.</span></div><p></p><p style="text-align: justify;"><span style="font-family: georgia;"><span style="font-size: medium;">Demos essa opção de trabalho de avaliação do semestre (dentre outros dispositivos, como participação nas atividades do AVA) ou a opção de se debruçarem nos estudos sobre a PNA - Política Nacional de Alfabetização, e seus programas derivados (Conta pra mim e Tempo de Aprender). Ambas as discussões que fizemos (com a turma toda) dessas temáticas, bem como o aprofundamento em uma ou outra para realizarem os trabalhos, articulam-se a nosso estudo sobre concepções de alfabetização, articulado às políticas e práticas alfabetizadoras. </span></span><span style="font-family: georgia; font-size: medium;"><span>Ainda que a discussão parta da perspectiva de alfabetização que tomo como referência, p</span><span>or convicção eu acredito que seja importante, nesse componente, trazer um panorama do campo de concepções, que se apresentam numa dinâmica de disputas e diálogos, em vez de assumir apenas um ponto de vista. Assim, busco apresentar a temática da alfabetização e do letramento no contexto das disputas conceituais em torno desses conceitos, mas sempre entendendo a apropriação da escrita alfabética como a apropriação de um instrumento cultural potente, </span>como nos ensina Vygostky, n<span>o contexto de uma</span> cultura escrita. E buscando um modo de abordagem em que o campo conceitual, epistemológico, político e didático se articulem. </span></p><p style="text-align: justify;"><span style="color: #666666; font-family: georgia; font-size: medium;">Aliás, abrindo um parêntese, é importante ressaltar que o tempo é curto para tanto. Muito curto. O componente merecia carga horária maior no curso</span><span style="color: #666666; font-family: georgia; font-size: medium;"> de Pedagogia, inclusive porque, também por princípio, acredito ser fundamental maior dedicação, igualmente, à dimensão didático-pedagógica, na perspectiva da formação para a docência em alfabetização. Por ora, nas disputas por espaço no currículo do curso, temos apenas esse componente obrigatório de alfabetização. </span></p><p style="text-align: justify;"><span style="font-size: medium;"><span style="font-family: georgia;">No contexto dessa discussão e articulações, fomos estudar a PNA, sua vinculação com a ciência cognitiva, o método fônico, a literacia entendida como habilidades inidividuais e banimento da dimensão sociocultural da alfabetização, bem como fomos analisar seus programas de implementação. Alguns estudantes se dedicaram ao próprio <a href="http://portal.mec.gov.br/images/banners/caderno_pna_final.pdf" target="_blank">Caderno da PNA</a>, outros ao programa de literacia familiar <a href="http://alfabetizacao.mec.gov.br/contapramim" target="_blank">Conta pra mim</a> e outros fizeram o curso para docentes do programa <a href="http://alfabetizacao.mec.gov.br/tempo-de-aprender" target="_blank">Tempo de Aprender</a>, para trazer para o grupo alguma reflexão nesse sentido. Inspirando-nos na <a href="http://oficinasdealfabetizacao.blogspot.com/2019/07/aula-aberta.html" target="_blank">AULA ABERTA</a> que realizei junto com a turma de 2019.1 e também em nossas discussões sobre gêneros no processo de letramento, a </span><span style="font-family: georgia;">proposta foi materializarem seus estudos e críticas sobre a PNA em gêneros textuais diversos, unindo reflexão e criatividade, crítica e deleite, siso e riso</span><span style="font-family: georgia;">. </span></span></p><p style="text-align: justify;"><span style="font-size: medium;"><span style="font-family: georgia;">São esses trabalhos que apresentaremos nesse post. Diferente dos textos da Aula Aberta de 2019, que foram produzidos ainda no início da decretação da PNA, aqui já temos análises dos programas de implementação dessa política. Na turma de 2019.1, fomos olhar o site do Secretário de Alfabetização nomeado e, depois, o Decreto de abril 2019. Ainda não havia o Caderno da PNA. Os textos daquela ocasião refletem isso. Mas agora as produções trazem outros elementos em suas paródias de gênero.</span></span></p><p style="text-align: justify;"><span style="font-size: medium;"><span style="font-family: georgia;">Vejam que há, inclusive, hibridismos vários - é um trabalho acadêmico, que traz o formato de algum gênero discursivo e suporte, veiculado em outros suportes e que, no final das contas, têm suas funções sociais originais deslocadas para dar lugar a essa função: revelar, </span><span style="font-family: georgia;">numa perspectiva crítica,</span><span style="font-family: georgia;"> o que aprenderam sobre essa política, sobre concepção de alfabetização, sobre alfabetizar e letrar.</span></span></p><p style="text-align: justify;"><span style="font-family: georgia;"><span style="font-size: medium;">Vamos aos textos? São c</span><span style="font-size: medium;">ontos, cartas, contos em forma de cartas, tirinhas, canção, bula de remédio, arquivo confidencial, aplicativo... artigo de opinião em jornal, </span></span><span style="font-family: georgia; font-size: medium;">entrevista em revista... Como a turma foi menor e se dividiu em mais de um trabalho, não são muitos os textos, mas estão no capricho! Mas até que tem bastante! Vamos conferir?</span></p><p style="text-align: justify;"><span style="font-family: georgia;"><span style="font-size: medium;">Para começar, de onde sempre se parte, entramos no Reino Analfabeto. Nesse reino, somos apresentados ficcionalmente à PNA, Tempo de Aprender e Conta pra mim, ou seja, à política e a seus programas derivados. Conto de Emanuelle Cavalcante:</span></span></p><p style="text-align: center;"><span style="font-family: georgia;"><span style="font-size: medium;"><iframe height="240" src="https://drive.google.com/file/d/1hBwEw9OoDThhVj96dvUwP_QODJKbS0Jb/preview" width="420"></iframe></span></span></p><p style="text-align: justify;"><span style="font-family: georgia; font-size: x-small;"><span>Para visualizar no Drive, clique </span><a href="https://drive.google.com/file/d/1hBwEw9OoDThhVj96dvUwP_QODJKbS0Jb/view?usp=sharing" target="_blank">aqui</a><span>.</span></span></p><p></p><p style="text-align: justify;"><span style="font-size: medium;"><span style="font-family: georgia;">Mas esse conto ficcional parece que aconteceu de verdade, não? </span><span style="font-family: georgia;">Algumas matérias em jornais, sites e revistas já começam a divulgar mais sobre a PNA e o que tem por trás dessa política e seus programas de implementação. Com esse artigo de opinião em um jornal especializado em educação, de autoria de Tamires, os princípios e intenções da PNA vão se tornando claros, a partir de um estudo comparativo de</span><span style="font-family: georgia;"> dois documentos</span><span style="font-family: georgia;"> de governos diferentes. O neoliberalismo e a mercantilização da educação estão presentes nas políticas de alfabetização muito antes do governo atual, e se alastram num crescente que, juntando-se ao conservadorismo desse governo, vemos interesses e desmontes que vão muito além dos interesses mercantis. </span></span></p><p style="text-align: center;"><span style="font-family: georgia; font-size: medium;"><iframe height="240" src="https://drive.google.com/file/d/1PstBukvaa0wlBX82T95L19DOywu-WQCZ/preview" width="400"></iframe> </span></p><p style="text-align: justify;"><span style="font-family: georgia;"><span style="font-size: x-small;">Para visualizar no Drive, clique <a href="https://drive.google.com/file/d/1PstBukvaa0wlBX82T95L19DOywu-WQCZ/view?usp=sharing" target="_blank">aqui</a>.</span></span></p><p style="text-align: justify;"><span style="font-size: medium;"><span style="font-family: georgia;">A situação vai ficando tão complicada que lançaram até um medicamento. A farmacêutica responsável, Maria Victória, garante que, com esse medicamento, tudo ficará esclarecido e o governo poderá ser responsabilizado pela administração</span><span style="font-family: georgia;"> irrestrita da droga na população. </span></span></p><p style="text-align: center;"><span style="font-family: georgia; font-size: medium;"><iframe height="540" src="https://drive.google.com/file/d/1bJmU37_7g0gDJK4lSDpkaibX9oN4LNVO/preview" width="400"></iframe></span></p><p style="text-align: justify;"><span style="font-family: georgia;"><span style="font-size: x-small;">Para visualizar no Drive, clique <a href="https://drive.google.com/file/d/1bJmU37_7g0gDJK4lSDpkaibX9oN4LNVO/view?usp=sharing" target="_blank">aqui</a>.</span></span></p><p style="text-align: justify;"><span><span style="font-family: georgia;"><span style="font-size: medium;">A PNA, tendo até um remédio desses, já avançou em programas visando à sua implementação. O primeiro foi o Conta pra mim, que gerou muitas críticas, especialmente entre pesquisadores do campo da literatura, da formação leitora e da alfabetização - nenhum autor e pesquisador desses campos foi convocado ou consultado para dar seu parecer sobre tal proposta. Mas o lançamento do programa gerou também muitos elogios por parte de famílias (de classe média, média alta) e docentes (muitos deles, bastante desavisados). Não foram poucos que, desavisados, sem perceber a </span></span><span style="font-size: medium;"><span style="font-family: georgia;">falácia, </span><span style="font-family: georgia;">"compraram" a ideia por suas premissas inquestionáveis, </span><span style="font-family: georgia;">mas outros porque são alinhados mesmo a esse tipo de literatura utilitarista, usada para ensinar e moralizar, bem a cara da perspectiva ideológica subjacente.</span><span style="font-family: georgia;"> </span></span></span><span style="font-family: georgia;"><span style="font-size: medium;">E não são poucos os toscos que questionam os que criticam o programa usando esse argumento: "como assim, estão questionando os pais lerem para as crianças?". Seria absurdo, exatamente. Não estamos questionando essa premissa, usar esse argumento é querer fechar questão, e é admitir que a premissa louvável justifica o programa tal qual ele se apresenta. Vamos ver que aspectos são esses que se questiona? </span></span></p><p style="text-align: justify;"><span style="font-family: georgia; font-size: medium;">Em reação a uma carta institucional do M</span><span style="font-family: georgia; font-size: medium;">EC qua</span><span style="font-family: georgia; font-size: medium;">nto ao programa, tanto professoras quanto famílias se manifestaram e algumas manifestações foram em forma de cartas. Veremos agora essas cartas, organizadas por Celly, Geisiane e Heloísa. Para começar, a carta do MEC que gerou as reações.</span></p><p style="text-align: justify;"><span style="font-family: georgia; font-size: medium;"><span style="color: #444444; font-size: small;">Se não conseguir dar zoom nas imagens, acesse no Drive as cartas do </span><a href="https://drive.google.com/file/d/1kjNIk1UIlI8B2XZan3HvXtLO9gVEI8Td/view?usp=sharing" style="font-size: small;" target="_blank">MEC</a><span style="color: #444444; font-size: small;">, </span><a href="https://drive.google.com/file/d/1vabo8MwhgWahvAeh31_zaP9ZkHoyiXMU/view?usp=sharing" style="font-size: small;" target="_blank">professoras</a><span style="color: #444444; font-size: small;"> e </span><a href="https://drive.google.com/file/d/1fgjfkm0ZM1fSYTRt4bcUg39Kdz_7Q20C/view?usp=sharing" style="font-size: small;" target="_blank">mãe</a>, </span><span style="color: #444444; font-family: georgia;">em pdf, com maior legibilidade</span><span style="color: #444444; font-family: georgia;">.</span></p><p style="text-align: justify;"></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><span style="font-family: georgia; font-size: medium;"><br /></span></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><span style="font-family: georgia; font-size: medium;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiADin54vIJpq9Uh0w56LjA_nhuuhjLAvaURfhec70_XM5Ge8VyhSDwEXj2QDtPfgB9NthMeZWYXjR2LlJy1MR8EYNh9XGisYPdnFbJIdHhhF_VpziDcs68VQMh6OgQaFdXNfNKT3d0RyKg/s2048/Carta+do+MEC+-+p.+1.jpg" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="2048" data-original-width="1449" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiADin54vIJpq9Uh0w56LjA_nhuuhjLAvaURfhec70_XM5Ge8VyhSDwEXj2QDtPfgB9NthMeZWYXjR2LlJy1MR8EYNh9XGisYPdnFbJIdHhhF_VpziDcs68VQMh6OgQaFdXNfNKT3d0RyKg/w283-h400/Carta+do+MEC+-+p.+1.jpg" width="283" /></a><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiLVW4nofwMc0NAdzKxYezrSHt28E1oasQozbdo35sOm7pr0rTNM1cGBo9ETCM_Lan4i5mNSGYDeiE90oMPRl2IwcuMTjrMQU8_DRexJWysoeZZIz2SZdJdzDcKZrocP9xlSk5egkKW5uBE/s2048/Carta+do+MEC+-+p.+2.jpg" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em; text-align: center;"><img border="0" data-original-height="2048" data-original-width="1449" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiLVW4nofwMc0NAdzKxYezrSHt28E1oasQozbdo35sOm7pr0rTNM1cGBo9ETCM_Lan4i5mNSGYDeiE90oMPRl2IwcuMTjrMQU8_DRexJWysoeZZIz2SZdJdzDcKZrocP9xlSk5egkKW5uBE/w283-h400/Carta+do+MEC+-+p.+2.jpg" width="283" /></a></span></div></div><span style="font-family: georgia; font-size: medium;"><br /></span><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjBNsA5AxRI3P3roCmVeVcS3xDJHF7ZZPKxN7LKtowHDCXjae18m1dxJi93UVD97S0ZgkRai8xjyvOKLFRW9iz_dKKGPjyGg15hPgnttvTdENPNcN3HU_CDVo9Sjv7DxiXTvtFPY6hRLX3_/s2048/Carta+do+MEC+-+p.+3.jpg" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><span style="font-family: georgia; font-size: medium;"><img border="0" data-original-height="2048" data-original-width="1449" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjBNsA5AxRI3P3roCmVeVcS3xDJHF7ZZPKxN7LKtowHDCXjae18m1dxJi93UVD97S0ZgkRai8xjyvOKLFRW9iz_dKKGPjyGg15hPgnttvTdENPNcN3HU_CDVo9Sjv7DxiXTvtFPY6hRLX3_/w283-h400/Carta+do+MEC+-+p.+3.jpg" width="283" /></span></a></div><span style="font-family: georgia; font-size: x-small;"><span>O link para a fala da primeira dama apresentando o Conta pra mim, citado na carta, é </span><a href="https://www.youtube.com/watch?v=PxwMRaDxAJ4&t=64s" target="_blank">aqui</a><span>.</span></span><p></p><p style="text-align: justify;"><span style="font-family: georgia;"><span style="font-size: medium;">As reações ao lançamento do Conta pra mim e a essa carta vieram de escolas, professoras, famílias. Muitos elogiam o programa, porque ele parte, justamente, de premissas inquestionáveis: ler para as crianças é uma prática muito importante e as famílias e, quando são famílias letradas, constituem uma agência importantíssima de letramento. Acontece que é muito simplório achar que prescrições de um programa, que depende de condições não garantidas a uma grande maioria de famílias às quais o programa supostamente se dirige, vai ter um impacto substancial - ainda mais com um viés instrumentalizado das interações sociais e um uso utilitário da literatura. As crianças de famílias com poucas condições de inserir as crianças nas práticas letradas precisam é que as escolas garantam o letramento, as experiências ricas e diversificadas com a cultura escrita. A escola pode, inclusive, mediar melhor a relação de famílias com baixo grau de letramento com a leitura das crianças. Mas, ao que parece, é justo o que eles não querem, né? Querem a relação direta família-criança, minimizando o papel da escola. Por que será, né? Estamos sob a égide de um governo extremamente conservador e ideológico, o que podíamos esperar de um programa assim? Mas, ao que tudo indica, nem todos os docentes e nem todas as famílias caíram nesse conto da carochinha, muitos conseguem ver além das premissas inquestionáveis que nublam nosso espírito crítico diante de tantas falhas!</span></span></p><p style="text-align: justify;"><span style="font-family: georgia;"><span style="font-size: medium;">Nesse sentido, o trio Celly, Geisiane e Heloísa, registrou aqui a carta de um coletivo de professoras alfabetizadoras, baianas, mulheres, guerreiras e que firmam um compromisso com a educação de qualidade, a especificidade de sua função profissional, defendendo sua autoria e autonomia docente. Ressaltam, ao lado da apropriação da linguagem como forma de interação social, o valor da literatura, cultura e arte na vida e na formação de sujeitos. </span></span></p><p style="text-align: justify;"></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><span style="font-family: georgia; font-size: medium;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg2GZb8P7bKQc7SSZTFvvt9xG-UkxWAR3sAHkJyp0QljfggRdDS7WadM_HEdZ_Y6aJLE7r4E0dusGjQujQ9-0MExLT17quzKBAIDolXLKdbpr0RkLRUBJo5noZpSA2pItjs3j-OqLBzjc7i/s1650/Carta+-+Professoras+1.jpg" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="1650" data-original-width="1275" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg2GZb8P7bKQc7SSZTFvvt9xG-UkxWAR3sAHkJyp0QljfggRdDS7WadM_HEdZ_Y6aJLE7r4E0dusGjQujQ9-0MExLT17quzKBAIDolXLKdbpr0RkLRUBJo5noZpSA2pItjs3j-OqLBzjc7i/w309-h400/Carta+-+Professoras+1.jpg" width="309" /></a><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgVCNYpg80YcYR1GodDDSUnfs8lPCESuEIZ6CvZenHDy_O2uuY0VIOqlvpSpaYwXVBArFO1fp4xeD9dG9xVSN0loP2DfL89SCUaTn4djNA9myd54bj9nTI2XRU4elQrNn38lRak0Y_iWQC5/s1650/Carta+-+Professoras+2.jpg" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em; text-align: center;"><img border="0" data-original-height="1650" data-original-width="1275" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgVCNYpg80YcYR1GodDDSUnfs8lPCESuEIZ6CvZenHDy_O2uuY0VIOqlvpSpaYwXVBArFO1fp4xeD9dG9xVSN0loP2DfL89SCUaTn4djNA9myd54bj9nTI2XRU4elQrNn38lRak0Y_iWQC5/w309-h400/Carta+-+Professoras+2.jpg" width="309" /></a></span></div><p></p><p style="text-align: center;"></p><div style="text-align: left;"><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><span style="font-family: georgia; font-size: medium;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEitfjo_f7ezmgL2ivdkngIFBxBtb_hTh9AQ8i3pA_cxLsQxho4pwN624SgcwMYEFAGPMpnOJ1GZjltAue6WyMdnb38K1SznYB-4Bg2TERA8W3hyphenhyphen7IokrsnEOrTo2kPXSdg2oKb7bvn86j11/s1650/Carta+-+Professoras+3.jpg" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="1650" data-original-width="1275" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEitfjo_f7ezmgL2ivdkngIFBxBtb_hTh9AQ8i3pA_cxLsQxho4pwN624SgcwMYEFAGPMpnOJ1GZjltAue6WyMdnb38K1SznYB-4Bg2TERA8W3hyphenhyphen7IokrsnEOrTo2kPXSdg2oKb7bvn86j11/w309-h400/Carta+-+Professoras+3.jpg" width="309" /></a><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgq7_2g-fQ6zm819d3Kt1OnTmUngBfs59Is6ljtASYSxTA5mT0FveA4pNJ5GdKOKqwci1zfHb9FG8baF3tcR5m8KytMZw2n_B6ltL6rs_Wyy4Ayl5XwNt0lQHkBfoE4Q-yp-qi3QrWQZURf/s1650/Carta+-+Professoras+4.jpg" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="1650" data-original-width="1275" height="339" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgq7_2g-fQ6zm819d3Kt1OnTmUngBfs59Is6ljtASYSxTA5mT0FveA4pNJ5GdKOKqwci1zfHb9FG8baF3tcR5m8KytMZw2n_B6ltL6rs_Wyy4Ayl5XwNt0lQHkBfoE4Q-yp-qi3QrWQZURf/w309-h339/Carta+-+Professoras+4.jpg" width="309" /></a></span></div></div><p></p><p style="text-align: justify;"><span style="font-size: medium;"><span style="font-family: georgia;"><span>Viva essa professora! Vivas as muitas professoras que fazem a diferença! </span></span></span></p><p style="text-align: justify;"><span style="font-size: medium;"><span style="font-family: georgia;"><span>Mas além das professoras, famílias também manifestaram suas inquietações. Se você se reconhece naquelas casas de revista, arrumadas, cheias de móveis bonitos, obras de design, com lareira, quartos amplos, camas aconchegantes, famílias bem vestidas, talvez não veja a incoerência da mesma forma que famílias muito distantes dessa representação idealizada de família, muito longe da realidade de nosso país. Era pra ficar bonito, né? Pois...taí a contradição...uma delas... Tem muitas! Veja essa carta de uma mãe que dá muito valor à alfabetização de seus filhos, a despeito - ou por isso mesmo - de não ser alfabetizada. A valorização da escrita e de seus usos na sociedade também é um fator de letramento, como discute a Silvia Terzi, em um <a href="https://portalseer.ufba.br/index.php/entreideias/article/view/2801/1979" target="_blank">artigo</a> na nossa Revis</span><span>ta da FACED, hoje entreideias. </span></span><span style="font-family: georgia;">A carta dessa mãe desvela certos aspectos de um programa que se diz voltado para famílias pobres e em vulnerabilidade social e, no entanto, tais famílias não se reconhecem nele.</span></span></p><p style="text-align: justify;"></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><span style="font-family: georgia; font-size: medium;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjQoxXoDI6LrCdJXcWkXcVkAzs8FKOaw2tW-zjgwZ2kgrIvyPASn9_JLnqKSbBn1lmYjzUIylgLROtlovbnvwwG5XkRuQaEe6U_97r1uKDEYwhLOcrBu50yUqUYTP2KxCTQITEGAQGnIRMe/s1280/Carta+da+m%25C3%25A3e+-+pag.+1.jpeg" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="1280" data-original-width="861" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjQoxXoDI6LrCdJXcWkXcVkAzs8FKOaw2tW-zjgwZ2kgrIvyPASn9_JLnqKSbBn1lmYjzUIylgLROtlovbnvwwG5XkRuQaEe6U_97r1uKDEYwhLOcrBu50yUqUYTP2KxCTQITEGAQGnIRMe/w269-h400/Carta+da+m%25C3%25A3e+-+pag.+1.jpeg" width="269" /></a><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgsN7Dh409NqTQdJDKu5lxQHZARLUhlvtFk1UaA-kd06jnTsUlAP0qolQHjgHr12ShtD0IIPGYBNqE6vNPsdgUNTTd0Y37aTN8hW3R2q7j16yJF0iFy2adg2a3o0KiXngd50OboAgJIu5l-/s1280/Carta+da+m%25C3%25A3e+-+pag.+2.jpeg" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em; text-align: center;"><img border="0" data-original-height="1280" data-original-width="850" height="385" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgsN7Dh409NqTQdJDKu5lxQHZARLUhlvtFk1UaA-kd06jnTsUlAP0qolQHjgHr12ShtD0IIPGYBNqE6vNPsdgUNTTd0Y37aTN8hW3R2q7j16yJF0iFy2adg2a3o0KiXngd50OboAgJIu5l-/w265-h385/Carta+da+m%25C3%25A3e+-+pag.+2.jpeg" width="265" /></a></span></div></div><span style="font-family: georgia;"><br /><div style="text-align: justify;"><span style="font-size: medium;"><span style="font-family: georgia;"><span>É tão interessante observar, nesse post e nessa proposta metatextual, como os gêneros vão contando de forma diversa sobre a temática, não é? Aqui, as diferentes cartas têm diferentes formatos, linguagem, formas gráficas, graus de formalidade e, fazendo um comentário metagenérico, ainda trazem a polifonia de vozes diversas que falam nelas, não é? Vozes do enunciador das cartas, vozes das estudantes que as bolaram, vozes da docente (eu), que conduziu as discussões e estudos e revisou os trabalhos, vozes que embaralham a formalidade e a ironia, a informalidade e a crítica. Nesse sentido,</span></span><span style="font-family: georgia;"> a carta do MEC bem que poderia ter uma tarja de "contém ironia", né? </span></span></div></span><p style="text-align: justify;"><span style="font-family: georgia;"><span style="font-size: medium;">Além de indignação, reações críticas e pequenas doses de ironia, o Conta pra mim também despertou a ironia na essência, já que vem em forma de tirinhas, gênero que tem a ironia como um aspecto fundamental. Vamos ver as tirinhas de Emanuelle Francine? Fala de outro jeito o que falou Lúcia na sua carta.</span></span></p><p style="text-align: justify;"></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg0Ppv6Je77yhFwoqXKOWqTBLmGXMV6my2_wt-ZgRkSivmXRlcJQtPvQi5fvS_oC-FT1F0iZf690gb4IK70f8rNvc-K3rlV5-0bRcjbZxUjyMeRBzI244AZiaz7jqe7cWDnATHz3GrXqyXV/s1280/1.jpg" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><span style="font-family: georgia; font-size: medium;"><img border="0" data-original-height="380" data-original-width="1280" height="119" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg0Ppv6Je77yhFwoqXKOWqTBLmGXMV6my2_wt-ZgRkSivmXRlcJQtPvQi5fvS_oC-FT1F0iZf690gb4IK70f8rNvc-K3rlV5-0bRcjbZxUjyMeRBzI244AZiaz7jqe7cWDnATHz3GrXqyXV/w400-h119/1.jpg" width="400" /></span></a></div><span style="font-family: georgia; font-size: medium;"><br /></span><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjpfrmgGuxt_aHpadu68wqgKCKJx8yDVdvydjyX6Xooe5dflnXAKICpztq9tRQrcRROrPjmDSJvkJ4jQwHlAsIaaFRNkCUbbScFomeA3pmjxrA5P32zEI-BJB17j8qsW5JTSq8t8ZyDKPOE/s1274/2.jpg" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><span style="font-family: georgia; font-size: medium;"><img border="0" data-original-height="385" data-original-width="1274" height="121" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjpfrmgGuxt_aHpadu68wqgKCKJx8yDVdvydjyX6Xooe5dflnXAKICpztq9tRQrcRROrPjmDSJvkJ4jQwHlAsIaaFRNkCUbbScFomeA3pmjxrA5P32zEI-BJB17j8qsW5JTSq8t8ZyDKPOE/w400-h121/2.jpg" width="400" /></span></a></div><span style="font-family: georgia; font-size: medium;"><br /></span><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjYG6PaFWz_QqIjhSQuLfUYHtC3tknE8PzHfcRacVTL-g7WncuSYFQ7s-ZZZxlbcUgoLEyDYmD_r8t96WmjWIZukCHBy4MO8AiK43eVQ-ToNOBUNrOhpWjTgmsagrfPLc6fOrU-anfpCOVJ/s1274/3.jpg" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><span style="font-family: georgia; font-size: medium;"><img border="0" data-original-height="408" data-original-width="1274" height="127" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjYG6PaFWz_QqIjhSQuLfUYHtC3tknE8PzHfcRacVTL-g7WncuSYFQ7s-ZZZxlbcUgoLEyDYmD_r8t96WmjWIZukCHBy4MO8AiK43eVQ-ToNOBUNrOhpWjTgmsagrfPLc6fOrU-anfpCOVJ/w400-h127/3.jpg" width="400" /></span></a></div><p style="text-align: justify;"><span><span style="font-family: georgia; font-size: medium;">Ursinho leitor? Tem!</span></span></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi5FaG4ZMbrlbdPV32Q76eVAf4wH-XZW0v5a_ZQGIKyCPQlbjSTay6RpudIlJ2zVOkXoRK1TmhW8DhYZkw2sz8nWfsAVPaCjK90Rus9KSfs2acLglh0vFpk4FKclgHL8RYhQg9QC10E7cp-/s1016/4.jpg" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><span style="font-family: georgia; font-size: medium;"><img border="0" data-original-height="1016" data-original-width="996" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi5FaG4ZMbrlbdPV32Q76eVAf4wH-XZW0v5a_ZQGIKyCPQlbjSTay6RpudIlJ2zVOkXoRK1TmhW8DhYZkw2sz8nWfsAVPaCjK90Rus9KSfs2acLglh0vFpk4FKclgHL8RYhQg9QC10E7cp-/w393-h400/4.jpg" width="393" /></span></a></div><span style="font-family: georgia; font-size: medium;"><br /></span><p style="text-align: justify;"><span style="font-family: georgia; font-size: medium;">Mas esse assunto todo gerou uma investigação policial que parece até que tem um quê de confidencialidade, não é? E seguimos aqui revelando, em primeira mão, o arquivo ultra secreto, cuja investigação está sob responsabilidade de Érick. A ideia maravilhosa foi dele, mas quase queria desistir! Não deixei! Ainda bem, né gente? Um empurrãozinho, e olha que essa investigação parece até que está rolando mesmo e deixando o MEC preocupado...</span></p><p style="text-align: justify;"></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg2NH1pwvwVoBo9kjsXmqnrwpGebNPFOFGvAB3UWiSm4qFWQPL4GxksAo-dzdtFRGRhfLfMUWGjC15UDlDTcn2aS3uvpGDJPSGWaWwRKrxrDNuA46LT3E9jbesJN2uZbJvItoZaw5hazAz_/s779/Slides+1.1.jpg" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><span style="font-family: georgia; font-size: medium;"><img border="0" data-original-height="692" data-original-width="779" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg2NH1pwvwVoBo9kjsXmqnrwpGebNPFOFGvAB3UWiSm4qFWQPL4GxksAo-dzdtFRGRhfLfMUWGjC15UDlDTcn2aS3uvpGDJPSGWaWwRKrxrDNuA46LT3E9jbesJN2uZbJvItoZaw5hazAz_/s320/Slides+1.1.jpg" width="320" /></span></a></div><span style="font-family: georgia; font-size: medium;"><div><span style="font-family: georgia; font-size: medium;"><br /></span></div><div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgxVW0b2yP43ZsRYu0AUq3wgYHXiJY6hnzKGAWdidejYDHIzAtQ1mKlL9K2dta4vlDlZpghVbON1lQ-LuqI-7_SJ7SQyJb4B04-xfPNOlsBorX2V-fDtCSdYSZ3qbtB5K-1pcGWA-DYF435/s960/Slide2.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="720" data-original-width="960" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgxVW0b2yP43ZsRYu0AUq3wgYHXiJY6hnzKGAWdidejYDHIzAtQ1mKlL9K2dta4vlDlZpghVbON1lQ-LuqI-7_SJ7SQyJb4B04-xfPNOlsBorX2V-fDtCSdYSZ3qbtB5K-1pcGWA-DYF435/s320/Slide2.jpg" width="320" /></a></div></div></span><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><br /></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEggY1HExwLk9b7pB3jEAEbm9ggd4bUV0SCZ3MKRB__U2oxYGaHWkg4QV9eEpad7rc2cAUfG3NlwWyTuUyrLglY8jJNv7R81bl3079MaFqtXI89017_QFZkDl-DpadViCSBPEPAdCGro0HJm/s648/Slide3.jpg" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><span style="font-family: georgia; font-size: medium;"><img border="0" data-original-height="648" data-original-width="626" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEggY1HExwLk9b7pB3jEAEbm9ggd4bUV0SCZ3MKRB__U2oxYGaHWkg4QV9eEpad7rc2cAUfG3NlwWyTuUyrLglY8jJNv7R81bl3079MaFqtXI89017_QFZkDl-DpadViCSBPEPAdCGro0HJm/s320/Slide3.jpg" /></span></a></div><span style="font-family: georgia; font-size: medium;"><br /></span><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgwUD-jJtrMz8SYjpaQobDdU46R_xbp6Hng1X0-8HD421viYttHNi_UArtVyDxM00-lfzoED-e26Wgubxjjzta81TJ1dWBXNpm1L3JrAuhbwuLFSWRn9dI0_M6ddEQdgjSW001GcZKzwzPW/s960/Slide4.jpg" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><span style="font-family: georgia; font-size: medium;"><img border="0" data-original-height="720" data-original-width="960" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgwUD-jJtrMz8SYjpaQobDdU46R_xbp6Hng1X0-8HD421viYttHNi_UArtVyDxM00-lfzoED-e26Wgubxjjzta81TJ1dWBXNpm1L3JrAuhbwuLFSWRn9dI0_M6ddEQdgjSW001GcZKzwzPW/s320/Slide4.jpg" width="320" /></span></a></div><span style="font-family: georgia; font-size: medium;"><br /></span><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhgzIEg-dr1bcJzd4vpU22LtPzmlcnt1ozjhrPPV0ppqOggsab_Y60Gj4Y4xP9xQ0U2fF3hK2KmD8bMQXWE7jIKUnbxc1y_Ei5ZhqUW4v4BgZfXtCaxhyaK_hz5gqAsSCL-obgJlgjbJk-d/s638/Slide5.jpg" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><span style="font-family: georgia; font-size: medium;"><img border="0" data-original-height="638" data-original-width="622" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhgzIEg-dr1bcJzd4vpU22LtPzmlcnt1ozjhrPPV0ppqOggsab_Y60Gj4Y4xP9xQ0U2fF3hK2KmD8bMQXWE7jIKUnbxc1y_Ei5ZhqUW4v4BgZfXtCaxhyaK_hz5gqAsSCL-obgJlgjbJk-d/s320/Slide5.jpg" /></span></a></div><span style="font-family: georgia; font-size: medium;"><br /></span><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgussI4AU4I1CB9m1rrkbSbpM3qKBNDrCKKf0Sbh0C0D-9sAozADUIeLcshbWBzFRQfNAKl4rzUAj_kw3sZRianU828BACN5HMC6FdKerQ1tsnNSPMIdDgXeeDgmJRqk5iCqlOAexamA1cx/s960/Slide6.jpg" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><span style="font-family: georgia; font-size: medium;"><img border="0" data-original-height="720" data-original-width="960" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgussI4AU4I1CB9m1rrkbSbpM3qKBNDrCKKf0Sbh0C0D-9sAozADUIeLcshbWBzFRQfNAKl4rzUAj_kw3sZRianU828BACN5HMC6FdKerQ1tsnNSPMIdDgXeeDgmJRqk5iCqlOAexamA1cx/s320/Slide6.jpg" width="320" /></span></a></div><span style="font-family: georgia; font-size: medium;"><br /></span><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj_v7Wr-EIBCftUfhRr1idBa4m-SmezmqJIpn9qitzsPne8cG-63Pj9G3LGf753uW64d9xmO8pQ2e3t5z3c3O-zsfF1sA5HF6Lx3M9l1wxxD-FWVqEiBUUGYln7UmaekEKGfNT-lprLZw-Y/s706/Slide7.jpg" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><span style="font-family: georgia; font-size: medium;"><img border="0" data-original-height="706" data-original-width="554" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj_v7Wr-EIBCftUfhRr1idBa4m-SmezmqJIpn9qitzsPne8cG-63Pj9G3LGf753uW64d9xmO8pQ2e3t5z3c3O-zsfF1sA5HF6Lx3M9l1wxxD-FWVqEiBUUGYln7UmaekEKGfNT-lprLZw-Y/s320/Slide7.jpg" /></span></a></div><span style="font-family: georgia; font-size: medium;"><p style="text-align: justify;">Que essa investigação corra com celeridade! </p></span><p></p><p style="text-align: justify;"><span style="font-family: georgia; font-size: medium;">Até aqui vocês já perceberam que gêneros diferentes falam de formas diferentes e, por vezes, dos mesmos assuntos, não é? Mesmo se definimos um conteúdo, há diferenças de formato, enunciados, construções sintáticas, elementos coesivos, informatividade, modalização, léxico (esse arquivo secreto traz termos desse universo investigativo que marcam muito o gênero, percebem?). O gênero compõe-se de tudo isso. E, sem esquecer que o determinante para caracterizar um gênero é a sua função social, criamos um dispositivo que nos ajuda a pensar ao mesmo tempo na temática da PNA e o campo conceitual do nosso componente, nas características formais e funcionais de alguns gêneros discursivos, seus hibridismos, e até mesmo nessa nossa capacidade metagenérica, que nos permite saber sobre as marcas desses gêneros, só pelo uso ou conhecimento deles nas práticas culturais e sociais. E é por isso mesmo que podemos "brincar" de fazer arquivo confidencial sem ser, de bula sem ser, de aplicativo sem ser, ou seja, brincar com a forma, sendo a função, em último caso, sempre ligada a nossa reflexão sobre as políticas de alfabetização, que estamos analisando com olhos críticos. Um aprendizado e tanto!</span></p><p style="text-align: justify;"><span style="font-family: georgia; font-size: medium;">Nesse sentido, vamos ao deleite musical! Apresento um livro de letras, cifras e partituras, que na verdade é um Songbook de paródias. Além de dizer o que quer dizer, ao seu modo, para parodiar uma canção é preciso também transformar palavra dita em palavra cantada, cuidando da frase melódica, da métrica, para a letra caber minimamente na melodia da canção original. Degustaremos uma das paródias do Songbook, a de Suylan, da canção Wave, de Tom Jobim.</span></p><p style="text-align: center;"><span style="font-family: georgia;"><span style="color: red; font-size: medium;"><iframe height="540" src="https://drive.google.com/file/d/1Ne-pLFU29dyitW7bthBJJ2oHjfJx6ZbU/preview" width="400"></iframe></span></span></p><p style="text-align: justify;"><span style="font-family: georgia; font-size: x-small;">Para visualizar no Drive, clique <a href="https://drive.google.com/file/d/1Ne-pLFU29dyitW7bthBJJ2oHjfJx6ZbU/view?usp=sharing" target="_blank">aqui</a>.</span></p><p style="text-align: justify;"><span style="font-size: medium;"><span style="font-family: georgia;">Bom, mas se você ainda não está convencida/o de que tal política e tais programas merecem esse olhar crítico em muitos gêneros, se ainda tem dúvidas, e se ainda tem fôlego para um pouco mais de ironia, pesquise nas lojas virtuais e instale o aplicativo PNA, desenvolvido especi</span><span><span style="font-family: georgia;">almente para você que está hesitante entre a crítica, ferrenha ou irônica, e a aceitação plena da política de alfabetização e suas materializações nesses programas. Após baixar o App, leia os termos e condições de uso, especialmente a parte das responsabilidades. A responsável técnica, Alba, </span><span style="font-family: georgia;">orienta a não usar o aplicativo se não estiver ciente desses termos.</span></span></span></p><p style="text-align: justify;"><span><span><span style="font-family: georgia; font-size: medium;">Para ver mais legível, em Pdf com maior resolução, clique <a href="https://drive.google.com/file/d/1yRQO3_ei53h4q8beGcyk9r548haKtu7M/view?usp=sharing" target="_blank">aqui</a>. Será que as letrinhas pequenas são de propósito para aderirmos sem saber onde estamos nos metendo?</span></span></span></p><p style="text-align: justify;"><span style="font-family: georgia; font-size: medium;"><br /></span></p><p style="text-align: justify;"></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgbsXEWPsPnHzMXUPlMHJUSZ-V1HszaJfwgkB4rLLf1q09WPi26zuDLAOhEOSxB4CixmaE985fDkderY9-JXx0V6KFE4gdg7Re9Oofgo09mFnpjVTHmatWHaoMyppaT02qh5RDnhfmBRn6v/s1280/CAPA.png" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><span style="font-family: georgia; font-size: medium;"><img border="0" data-original-height="1280" data-original-width="720" height="640" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgbsXEWPsPnHzMXUPlMHJUSZ-V1HszaJfwgkB4rLLf1q09WPi26zuDLAOhEOSxB4CixmaE985fDkderY9-JXx0V6KFE4gdg7Re9Oofgo09mFnpjVTHmatWHaoMyppaT02qh5RDnhfmBRn6v/w360-h640/CAPA.png" width="360" /></span></a></div><span style="font-family: georgia; font-size: medium;"><br /></span><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjLCxLVV8OqV3CJPJUPl6CadCRPzEF9JDKoW2USAEZCLyP9KqJ9y2xWD6liOswbNreBP9cMBUcAdws9JmEflI3L7hgpAdB_sfy9z6CiEAHMVOK6FsCRV43G-eaG-s1FROZ4Rc5I40zgAyBk/s1280/folha+1.png" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><span style="font-family: georgia; font-size: medium;"><img border="0" data-original-height="1280" data-original-width="720" height="640" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjLCxLVV8OqV3CJPJUPl6CadCRPzEF9JDKoW2USAEZCLyP9KqJ9y2xWD6liOswbNreBP9cMBUcAdws9JmEflI3L7hgpAdB_sfy9z6CiEAHMVOK6FsCRV43G-eaG-s1FROZ4Rc5I40zgAyBk/w360-h640/folha+1.png" width="360" /></span></a></div><span style="font-family: georgia; font-size: medium;"><br /></span><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgoQXXRDP_NQF1J6R0PUfFaxpNkLrc41djGABiQmzGvF_ffjPYT8RbRXz9HwWaaxZ8io80s5LFAegEMXP65h0UMk4FKNssGvOWmv7LNlwyZkPXj7ZULi_sitrf-QjJNv5w7rLl_Ad1b0zeo/s1280/Folha+2.png" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><span style="font-family: georgia; font-size: medium;"><img border="0" data-original-height="1280" data-original-width="720" height="640" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgoQXXRDP_NQF1J6R0PUfFaxpNkLrc41djGABiQmzGvF_ffjPYT8RbRXz9HwWaaxZ8io80s5LFAegEMXP65h0UMk4FKNssGvOWmv7LNlwyZkPXj7ZULi_sitrf-QjJNv5w7rLl_Ad1b0zeo/w360-h640/Folha+2.png" width="360" /></span></a></div><span style="font-family: georgia; font-size: medium;"><br /></span><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgxnJtBe_Wr90TpwrkRdFcGrGP3ZyorW39cSMPDBLFkb4ncs9I2Rn53kOh1hi331k7w7DSb_Rft-53CxTV6kfkgW9X5algBzPfLWlAHHA9jAnQLvpVmqlDYgAUvw9OzLCSjbM2LSsrCPOe_/s1280/folha+3.png" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><span style="font-family: georgia; font-size: medium;"><img border="0" data-original-height="1280" data-original-width="720" height="640" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgxnJtBe_Wr90TpwrkRdFcGrGP3ZyorW39cSMPDBLFkb4ncs9I2Rn53kOh1hi331k7w7DSb_Rft-53CxTV6kfkgW9X5algBzPfLWlAHHA9jAnQLvpVmqlDYgAUvw9OzLCSjbM2LSsrCPOe_/w360-h640/folha+3.png" width="360" /></span></a></div><p style="text-align: justify;"><span style="font-family: georgia;"><span style="font-size: medium;">Além do Conta pra mim, como no aplicativo fica claro, há também o programa Tempo de Aprender, outra ação de implementação da PNA, igualmente citada em outros textos - aliás, desde que apresentamos o reino analfabeto! Vamos entender mais sobre isso numa entrevista de Cleidiane, da Revista <b>Tic's da Pedagogia</b>, ao colega Walisson, que fez uma parte do curso de formação, parte desse programa, para nos contar de suas impressões. </span></span></p><p style="text-align: center;"><span style="font-family: georgia; font-size: medium;"><iframe height="280" src="https://drive.google.com/file/d/13CA1Jshd0RVbf_f6Syu3NeD75e9kIHZo/preview" width="400"></iframe><span> </span></span></p><p style="text-align: justify;"><span style="font-family: georgia;">Para visualizar no Drive, clique <a href="https://drive.google.com/file/d/13CA1Jshd0RVbf_f6Syu3NeD75e9kIHZo/view?usp=sharing" target="_blank">aqui</a>.</span></p><p style="text-align: justify;"><span style="font-size: medium;"><span style="font-family: georgia;">Para fechar, Vanessa embaralhou gêneros e saiu um conto distópico de mistério, em forma de e-mails e que deixa no ar a provocação quanto a nossa responsabilidade como docentes ou futuros docentes, para que possamos ser a resistência, como </span><span style="font-family: georgia;">aquela que se esboçou no Reino Analfabeto. Abra o arquivo e dê zoom para ler melhor.</span></span></p><p style="text-align: center;"><span style="font-family: georgia; font-size: medium;"><iframe height="250" src="https://drive.google.com/file/d/17QUSdo2bVTjIqcz2Ao8rdwOX1EFZg2VC/preview" width="400"></iframe></span></p><p style="text-align: justify;"><span><span style="font-family: georgia; font-size: x-small;">Para visualizar no Drive, clique <a href="https://drive.google.com/file/d/17QUSdo2bVTjIqcz2Ao8rdwOX1EFZg2VC/view?usp=sharing" target="_blank">aqui</a>.</span></span></p><p style="text-align: justify;"><span style="font-family: georgia; font-size: medium;"><span><span>É isso, gente! Essa é parte de nossa produção no componente esse semestre. Espero que tenham gostado! </span></span><span><span>Se você gostou e não viu o post da Aula Aberta que aconteceu em outra turma, em 2019.1, e na qual nos inspiramos para as produções desse semestre, confira </span><a href="http://oficinasdealfabetizacao.blogspot.com/2019/07/aula-aberta.html" target="_blank">aqui</a><span><span>! Outros semestres virão, quiçá novas produções, pois não nos deixaremos ser robôs, a criatividade é infindável, a linguagem é viva e se dispõe a nós para que façamos mundos com ela. Somos humanidade, precisamos da arte, da cultura, da crítica, da justiça social, da participação plena na cultura oral, escrita, visual, digital, precisamos da linguagem viva e cheia de graça. Mesmo pra falar de coisa séria, muito séria!</span></span></span></span></p><p style="text-align: justify;"><span style="font-family: georgia; font-size: medium;">Abraços a vocês leitores(as), fiquem bem e sigamos aguerridos por um mundo melhor, por uma educação para todos e comprometida com a justiça social, e por uma alfabetização bem diversa da que está posta na política desse governo.</span></p><p style="text-align: justify;"><span style="font-family: georgia; font-size: medium;">E a vocês, estudantes, deixo um bilhetinho:</span></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><span style="font-family: georgia; font-size: medium; margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhmLAFNGjht8Hxp-ycruHwGVmT3N23xrVtx1E2_Wo3aghXAAQt4eDg_KNxG2l1EvP3FSETe3fjzsie06N_qwl9w6VQC3-byYFXNElugwrnhiy12Df8ksgZjnG87ItyEKt3_PvWRUbPGrwhA/s1280/Meu+bilhete.png" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="837" data-original-width="1280" height="261" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhmLAFNGjht8Hxp-ycruHwGVmT3N23xrVtx1E2_Wo3aghXAAQt4eDg_KNxG2l1EvP3FSETe3fjzsie06N_qwl9w6VQC3-byYFXNElugwrnhiy12Df8ksgZjnG87ItyEKt3_PvWRUbPGrwhA/w400-h261/Meu+bilhete.png" width="400" /></a></span></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><span style="font-family: georgia;"><br /></span></div><div><span style="font-family: georgia; font-size: large; text-align: justify;"> </span></div>Licahttp://www.blogger.com/profile/13330703422606132370noreply@blogger.com66tag:blogger.com,1999:blog-2765047742547072708.post-84874930486445328382019-10-10T13:46:00.001-07:002021-11-18T14:06:14.127-08:00POST 0 - Sobre a PNA – alguns apontamentos<br />
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<span style="font-family: "georgia" , serif; font-size: 12pt;">A
Política Nacional de Alfabetização (PNA) foi lançada por decreto (isso diz o
que sobre tal política), em abril de 2019. Totalmente construída com base na
perspectiva da abordagem fônica, referenciada em pesquisas da ciência cognitiva
da leitura e em programas levados a cabo em outros países, importa, junto com a
supostamente neutra ciência cognitiva, um viés altamente instrumental de
alfabetização, alinhado à perspectiva das avaliações, testagens, da eficiência,
eficácia, em um arcabouço semântico e discursivo que reduz a educação a uma
instrumentalização técnica dos sujeitos numa sociedade mercantil, meritocrática
e neoliberal. A educação em seu sentido “essencial”, social e humanista, visando
à formação de sujeitos pensantes, críticos, e a alfabetização e letramento vinculados
às oportunidades desses sujeitos em lidar com as diversas práticas sociais de
leitura e escrita da sociedade em que estão inseridos, parece bastante ameaçada
– sabemos disso. Com isso, minimiza-se o papel da escola, numa sociedade com
tamanhas desigualdades sociais, e em um tempo em que descobrimos que os ideias
de justiça social, respeito à diversidade e aos direitos humanos não estão
garantidos. O liberalismo deu lugar ao neoliberalismo predatório, e à
mercantilização da educação, impulsionada ainda lá nos anos 90 – mas que vem
agora a rodo, passando por cima de tudo. O neoliberalismo na educação e a
instrumentalização técnica dos sujeitos andam de mãos dadas, e essa perspectiva
da PNA, no seu modo de se apresentar, também. Quanto a essa questão, sugiro que
assistam ao vídeo com a fala do francês Christian Laval, sobre a temática de
seu livro, “<a href="https://www.youtube.com/watch?v=PbKVCOKdjWg&fbclid=IwAR0bDy8DWi4Q3scG_XBxbdhQBWSRrWMNPompKAqG3QAf6-Zqf5f4GOeeriY" target="_blank">A ESCOLA NÃO É UMA EMPRESA</a>: o neoliberalismo em ataque à educação
pública”, traduzido para o português pela Boitempo. Dá um panorama do contexto
no qual toda essa discussão se insere.</span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<span style="font-family: "georgia" , serif; font-size: 12pt;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<span style="font-family: "georgia" , "serif"; font-size: 12pt; line-height: 150%;">Esse
contexto maior não pode ser negligenciado ao analisarmos a PNA e sua
implantação no Brasil atual. Disfarçados de conhecimento universal, neutro e
contra a ideologia, o referencial científico e a política pública que defendem
no MEC, hoje, traz a retórica de salvacionismo político e pedagógico. Fosse
apenas divergências teórico-metodológicas... Mas... Não podemos esquecer, no entanto, que as
políticas públicas constituem uma instância que se articula de modo dinâmico e
complexo às instâncias das teorizações e das concretização de ambas nas práticas,
bem como com os interesses mercantis articulados às escolhas no âmbito das
políticas. Aguardemos como será sua implementação, mas o modo como sua
instituição tem se efetivado, desde o tal Decreto, não nos dá motivos para
esperar boa coisa, não, nem em termos políticos, nem pedagógicos. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<span style="font-family: "georgia" , "serif"; font-size: 12pt; line-height: 150%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<span style="font-family: "georgia" , "serif"; font-size: 12pt; line-height: 150%;">Mortatti
(2000; 2010) fala das dinâmicas relações entre tematizações, normatizações e
concretizações nas concepções de alfabetização e, por isso, falar de políticas
também envolve falar de concepções de alfabetização e de sua concretização
pedagógica. E o campo das concepções de alfabetização é, e sempre foi, um campo
de conflitos e de disputas sobre quem está com a verdade sobre o que é
alfabetizar e como se alfabetiza, e de luta pela hegemonia em dizê-lo, com
alguns diálogos possíveis. E isso tanto no passado, como no momento atual. É da
própria dinâmica do campo, como argumenta Mortatti (2000), que se move, historicamente,
na dialética entre o novo e o antigo, o tradicional e o inovador, o novo
tornando-se antigo e o inovador, tradicional, nos discursos que se sucedem.
Dinâmica com suas mudanças e continuidades, permanências e rupturas que operam,
simultaneamente, articulando teorizações, normatizações das leis e políticas
públicas, e concretizações de ambas na prática pedagógica. Sugiro o <a href="http://oficinasdealfabetizacao.blogspot.com/2019/03/o-campo-da-alfabetizacao-no-brasil.html" target="_blank">post</a> sobre o campo da alfabetização, com muitas indicações de leitura sobre a temática.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<span style="font-family: "georgia" , "serif"; font-size: 12pt; line-height: 150%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<span style="font-family: "georgia" , "serif"; font-size: 12pt; line-height: 150%;">Entretanto,
talvez jamais tenha se verificado, como agora, um achatamento do campo, a
tentativa de validar uma voz única, o desrespeito à diversidade de concepções,
o uso de falácias e premissas equivocadas para ganhar a argumentação e impor
uma perspectiva – ainda que, por vezes, com uma retórica mansa de que não é
imposição. Querer fechar o diálogo – e, para tal, dar às “palavras”, aos discursos,
outros sentidos que eles não têm – é, inclusive, um estratagema fascista...e
assim o fazem em relação às perspectivas que querem criticar (considerando aqui
os equívocos conceituais e premissas equivocadas que os defensores da
perspectiva fônica usam para se referir, por exemplo, a “letramento”,
“construtivismo”, “função social” etc). </span><span style="font-family: "georgia" , serif; font-size: 16px;">E para tal, buscam meios de impor um suposto discurso de autoridade.</span><span style="font-family: "georgia" , serif; font-size: 16px;"> </span><span style="font-family: "georgia" , serif; font-size: 12pt;">Na forma como estão agenciando a PNA e
a abordagem que a fundamenta, com metadiscursos que supostamente lhes dariam autoridade, e colocando-se como campo neutro, universal, negam
sua natureza de concepção, negam-se como representantes de UMA perspectiva assumindo-se
como representantes DA única perspectiva que seria legítima. Mas, para quem
varre para debaixo do tapete a natureza sociopolítica inerente da linguagem, é como
se fosse possível adotar um discurso objetificado, neutro, fora da ideologia,
fora de um ponto de vista, de um lugar de onde se fala... Mas é bem assim:</span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<span style="font-family: "georgia" , "serif"; font-size: 12pt; line-height: 150%;"><br /></span></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgmD1DeJIavMSQcmSDUUVTvOq7SqCyClNYzK5L94y3cpZ3C_tEdAQIj4FFqbEhuGZUxV34CzjbHu_bLPtVEVRiVgtoEV-OcN1MeUKQltSIL-sM6X_f7RQTPpRME3_RNXpGXjEgdGzrT320s/s1600/Slide4.JPG" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="290" data-original-width="960" height="120" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgmD1DeJIavMSQcmSDUUVTvOq7SqCyClNYzK5L94y3cpZ3C_tEdAQIj4FFqbEhuGZUxV34CzjbHu_bLPtVEVRiVgtoEV-OcN1MeUKQltSIL-sM6X_f7RQTPpRME3_RNXpGXjEgdGzrT320s/s400/Slide4.JPG" width="400" /></a></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<span style="font-family: "georgia" , "serif"; font-size: 12pt; line-height: 150%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<span style="font-family: "georgia" , serif; font-size: 12pt;">Diversas
perspectivas e pesquisadores do campo da alfabetização, que possuem diferentes
bases epistemológicas, seguem debatendo,</span><span style="font-family: "georgia" , serif; font-size: 16px;"> com entraves também, por vezes, e luta por hegemonia, mas </span><span style="font-family: "georgia" , serif; font-size: 12pt;">sabendo-se concepção. E tendo espaço
no debate, essas concepções seguem nos interpelando quanto aos diferentes aspectos, facetas,
dimensões envolvidas, contribuindo para que não percamos de vista a
complexidade que é ensinar e aprender a língua escrita (SOARES, 2004, 2016). Precisamos seguir, ainda que, por vezes, com divergências inconciliáveis, labutando
pela melhoria das condições de formação inicial e continuada de professores,
sem sectarismos, e as condições do trabalho docente em nosso país, pois sem
isso, não há abordagem, método ou concepção que dê jeito. Só assim, podemos assegurar que a dimensão técnica, didática, metodológica, se articule à dimensão humana e política, conforme discute Candau (2013). Mas, no caso deles, há
animosidade, desrespeito e cinismo no trato com o campo da alfabetização, e podemos duvidar
se buscam mesmo esses princípios quanto ao papel da educação e da
alfabetização. </span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<span style="font-family: "georgia" , "serif"; font-size: 12pt; line-height: 150%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<span style="font-family: "georgia" , "serif"; font-size: 12pt; line-height: 150%;">Não é
de hoje que a perspectiva fônica busca representatividade nas políticas
nacionais, estaduais e municipais no Brasil, envolvendo, inclusive, articulações
“lobísticas” com os governos e a mídia, interesses editoriais e benefícios
políticos a seus propositores. No atual governo, cavam seu lugar e se apresentam
com a retórica da alternativa única de concepção válida de alfabetização,
achatando, como já dito, a complexidade do campo e suas diversas concepções,
que focam, muitas vezes, diferentes facetas da apropriação de um objeto de
conhecimento – a linguagem escrita – que é complexo e multifacetado. Para eles, diversidade é dejeto, doença a ser superada com conceito e metodologia única.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<span style="font-family: "georgia" , "serif"; font-size: 12pt; line-height: 150%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<span style="font-family: "georgia" , "serif"; font-size: 12pt; line-height: 150%;">Se a
ciência cognitiva da leitura tem coisas a nos ensinar sobre a alfabetização – e
tem sim – e se a abordagem fônica precisa também ter seu espaço no debate entre
concepções de alfabetização, ela não pode ser a referência única para
determinar os rumos da alfabetização no país. O problema maior dessa abordagem
teórico-metodológica, então, é o como ela se apresentou ao conseguir o espaço
tão almejado no MEC, se apresentando, por decreto, como única perspectiva
válida para referenciar uma política pública, operando um apagamento de toda a
diversidade de concepções desse campo. Única vertente válida e validada para
gerir os rumos da alfabetização, tentando silenciar todas as outras abordagens
– seja as desqualificando, seja numa tentativa mal amanhada de cooptá-las, com
uma retórica mansa que tenta apagar as divergências enormes de princípios em
questão. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<span style="font-family: "georgia" , "serif"; font-size: 12pt; line-height: 150%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<span style="font-family: "georgia" , "serif"; font-size: 12pt; line-height: 150%;">Devem
estar bem bastante satisfeitos e se sentindo “por cima da carne seca”, já que
finalmente ganharam esse espaço, e assim, com esse respaldo político, tentam
sobrepujar-se a todo o campo da alfabetização no Brasil, com um aparente
ressentimento – que aparece na linha argumentativa em diversos momentos – a
verdade última que eles têm o privilégio (!!!) de portar não era ouvida!
(Ironia detectada). <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<span style="font-family: "georgia" , "serif"; font-size: 12pt; line-height: 150%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<span style="font-family: "georgia" , "serif"; font-size: 12pt; line-height: 150%;">O
problema maior, então, é achar-se no direito de determinar, impor e “fechar
questão” de que uma determinada abordagem teórica e/ou metodológica pode ser a
única legítima e que, sozinha, resolveria todas as questões que envolvem o
ensino e a aprendizagem da língua. Nenhuma abordagem dá conta, sozinha, de
todas as facetas da apropriação da linguagem e da cultura escrita, muito menos
de todos os problemas de alfabetização do país. Considerar diferentes áreas do
conhecimento, diferentes perspectivas é, geralmente, fundamental para dar conta
de um objeto complexo e multifacetado como é a linguagem escrita. Ademais, os
problemas que envolvem a alfabetização no Brasil não são estritamente
didático-pedagógicos. Nenhum método ou abordagem, isoladamente, dá conta desses
problemas, que envolvem a melhoria das condições das escolas públicas, a
valorização profissional dos docentes, o combate à desigualdade social, dentre
outros. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<span style="font-family: "georgia" , "serif"; font-size: 12pt; line-height: 150%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<span style="font-family: "georgia" , "serif"; font-size: 12pt; line-height: 150%;">Como
objeto multifacetado, a linguagem escrita exige diferentes focos. Pensar a
alfabetização, hoje, exige atenção a diferentes perspectivas, advindas, muitas
vezes, de diversas áreas do conhecimento, campos de estudos diversos, com suas
contribuições específicas – mas sem esquecer a Pedagogia, a interpretação
pedagógica dos conhecimentos produzidos pelas diferentes áreas do saber. Pedagogia à qual eles torcem o nariz, colocando-se num lugar superior numa suposta hierarquia de saberes mais valorizados. Determinada perspectiva, qual seja, embora possa ser considerada fundamental ao
campo, não dá conta de todas as facetas da apropriação da linguagem escrita
(SOARES, 2004, 2016), demandando que o campo pedagógico possa articular
diferentes perspectivas de modo coerente e produtivo. E tem muitos pesquisadores da área de educação discutindo alfabetização, e considerando estudos dessas diversas áreas de conhecimento.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<span style="font-family: "georgia" , "serif"; font-size: 12pt; line-height: 150%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<span style="font-family: "georgia" , "serif"; font-size: 12pt; line-height: 150%;">Mortatti
(2015, p. 119) alerta, no entanto, quanto ao “ecletismo teórico-conceitual”, ao
silenciamento das tensões no campo, que a autora denuncia, como a “tentativa de
imposição de falso consenso, por meio da homogeneização de pluralidade de
pontos de vista e posições teóricas e políticas, sabidamente em disputa.”
Assim, é preciso ter atenção aos ecletismos desavisados, claro, não dá para
apaziguar as divergências com combinações e bricolagens aleatórias e
simplórias. </span><span style="font-family: "georgia" , serif; font-size: 12pt;">Por
outro lado, é preciso atentar, como afirma Belintane (2006, p.273), à
necessidade de consensos mais amplos e diversificados, que considere o
movimento dialético que é típico do conhecimento científico contemporâneo em que
se busca a interdisciplinaridade, se respeita a heterogeneidade e se considera a
complexidade dos processos e das diversidades culturais. E, no meu
entendimento, a questão das diferentes facetas das quais fala Magda Soares,
completa bem essa ideia. Também no campo da Didática, Candau (2013, p. 35) sublinha que o grande desafio é "assumir que o método didático tem diferentes estruturantes" e que o importante é articula-los e não "exclusivizar qualquer um deles, tentando considerá-lo como único estruturante".</span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<span style="font-family: "georgia" , "serif"; font-size: 12pt; line-height: 150%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<span style="font-family: "georgia" , "serif"; font-size: 12pt; line-height: 150%;">É
importante achar um equilíbrio entre as facetas, e ter em mente diferentes
pontos de vista sobre como abordá-las metodologicamente, sem pretender uniformizar ou acabar
com as diferenças de perspectivas, que sempre nos interpelam – e é normal que
seja assim, no campo da construção de conhecimentos científicos na área das
ciências humanas. As contribuições dos diversos campos ora se combinam para dar
conta da complexidade da prática pedagógica, ora se apresentam em disputa,
havendo, assim, tendências, mas também tensões no campo das concepções de
alfabetização. Essa é uma dinâmica própria ao campo. </span><br />
<span style="font-family: "georgia" , "serif"; font-size: 12pt; line-height: 150%;"><br /></span>
<span style="font-family: "georgia" , "serif"; font-size: 12pt; line-height: 150%;">Mas vem uma perspectiva
que, parecendo não se saber perspectiva, se apresenta como verdade, apoiando-se
no discurso de autoridade e da validação científica – e ainda assim, amaciando com a retórica
do diálogo e da adesão voluntária (voltaremos a isso adiante). Convoco Mortatti
(2010, p. 339), para nos lembrar que a “verdade científica do momento” pode ser
considerada como uma “semimercadoria” que “circula no simbólico mercado
científico”. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<span style="font-family: "georgia" , "serif"; font-size: 12pt; line-height: 150%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<span style="font-family: "georgia" , "serif"; font-size: 12pt; line-height: 150%;">Considerando
o campo da ciência cognitiva da leitura, referência básica, única, da PNA, e a
própria PNA, que também faz escolhas de perspectivas dentro desse vasto campo
da ciência cognitiva – sim, também tem isso! Há recortes nada neutros –, há três aspectos que é preciso
considerar: os aspectos que não podemos negligenciar, que são apontados e/ou
enfatizados pela abordagem cognitiva; os que são apresentados com certo ar de
novidade na PNA, quando, em verdade, já estão aí, de algum modo; e os aspectos que
a PNA traz que são inegociáveis no âmbito das concepções que defendemos (e nem
sempre são imperativos para todos os autores da ciência cognitiva). Além disso,
há esse fato de que nem tudo que a PNA escolhe como foco é ponto pacífico entre
os pesquisadores desse referencial, vale também ressaltar que as pesquisas são dinâmicas,
o conhecimento construído muitas vezes é circunstancial, a ciência é dinâmica –
ou seja, há diferentes modelos em disputa, mesmo dentro de uma mesma abordagem.
Há coisas que a PNA assume que muitos pesquisadores da ciência cognitiva
ponderam ou até discordam. Ou seja, os autores dessa política também selecionam
o que querem focar, pois há muitos autores que relativizam certas verdades que
eles apresentam como ponto pacífico nas pesquisas estrangeiras, há muitos
pesquisadores que reconhecem outros aspectos que não os cognitivos – e esse
pedaço os autores da PNA silenciam, porque convém. Ou seja, esse referencial da ciência cognitiva - já limitado a aspectos cognitivos - </span><span style="font-family: "georgia" , serif; font-size: 12pt;">é
apresentado como um conjunto uniforme, homogêneo, com conhecimentos dados, fechados,
imunes a problematizações. E não é bem assim...</span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<span style="font-family: "georgia" , "serif"; font-size: 12pt; line-height: 150%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<span style="font-family: "georgia" , "serif"; font-size: 12pt; line-height: 150%;">Mas
voltemos aos três pontos que quero considerar nessa introdução. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<span style="font-family: "georgia" , "serif"; font-size: 12pt; line-height: 150%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<span style="font-family: "georgia" , "serif"; font-size: 12pt; line-height: 150%;">Quanto
ao primeiro aspecto, como tenho insistido, afinada com outros pesquisadores da
área, lembro que há resultados de pesquisas da ciência cognitiva, em especial
da psicologia cognitiva da leitura, que precisamos considerar ao pensar em
metodologias de alfabetização. São <b style="mso-bidi-font-weight: normal;">aspectos
que não podemos negligenciar</b>, como, por exemplo, a importância do
desenvolvimento da consciência fonológica, o ensino sistemático do
funcionamento alfabético e o processamento da leitura automática, que vai da decodificação fonológica à identificação lexical automática das palavras. Mas isso não
resolve TODAS as questões envolvidas na alfabetização e no letramento. A PNA
traz apenas esse referencial, embora os autores dessa política digam por aí que
não há a indicação de método único. Ok, não de método único, creio não teriam a
petulância de fazê-lo, mas indicam uma abordagem única sim! Baseiam-se na
abordagem fônica, que privilegia não apenas a relação fonema-grafema, como
preconiza também que ela seja o ponto de partida da alfabetização. A relação
fonema-grafema é da estrutura do sistema, não dessa abordagem, o diferencial
dessa abordagem é a ênfase dada a esse aspecto e o fato de ser esse o ponto de
partida. Assim, um outro problema aí é que, mesmo sendo aspectos a considerar, do
ponto de vista de outras concepções não o são, necessariamente, com os mesmos
princípios adotados na PNA. Voltaremos a isso quando falarmos dos próximos itens destacados nesse debate, especialmente sobre os componentes essenciais da alfabetização. Vamos ao segundo ponto que quero discutir.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<span style="font-family: "georgia" , "serif"; font-size: 12pt; line-height: 150%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<span style="font-family: "georgia" , "serif"; font-size: 12pt; line-height: 150%;">A PNA
traz, por outro lado, também aspectos já presentes em outras abordagens e mesmo
em outros programas do MEC, mas que são, de certo modo, <b style="mso-bidi-font-weight: normal;">aspectos apresentados como novidade</b>. É o caso da dimensão
fonológica da notação da língua e do ensino sistemático do sistema de escrita.
Eles se acham “donos” do princípio alfabético! O princípio, no entanto, é do
sistema, não é de um método específico. A linguística já aborda essa questão do
princípio alfabético, da importância de se apropriar desse funcionamento na
alfabetização, há muito, muito tempo – muito antes de esses pesquisadores arrogantes
que escreveram a PNA nascerem e acharem que são os iluminados pela ciência. Quanto
à consciência fonológica, há pesquisadores da área da psicologia e da educação
que a tematizam há muito tempo, como Artur Gomes de Morais – e no PNAIC ela foi
amplamente considerada ao lado das práticas de leitura e escrita. Magda Soares
vem, há muito tempo, insistindo na necessidade de colocarmos foco na
especificidade da alfabetização, na abordagem dos aspectos especificamente linguísticos
– fonológicos e notacionais – da apropriação da escrita. Mas tudo isso é
apagado, porque para eles, só serve o pacote completo! <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<span style="font-family: "georgia" , "serif"; font-size: 12pt; line-height: 150%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<span style="font-family: "georgia" , "serif"; font-size: 12pt; line-height: 150%;">Cabe
ressaltar que, nesse ponto, podemos também referir ao fato de apresentarem
procedimentos antigos, que já se revelaram infrutíferos no passado, como
“novidades”, agora referendadas na ciência. Quanto a isso, sugiro a leitura do
<a href="http://www.scielo.br/pdf/rbedu/v15n44/v15n44a09.pdfhttp://www.scielo.br/pdf/rbedu/v15n44/v15n44a09.pdf" target="_blank">artigo</a> de Mortatti e seu <a href="http://abalf.org.br/wp-content/uploads/2019/10/Contribui%C3%A7%C3%B5es-para-o-posicionamento-da-ABAlf-a-respeito-da-pol%C3%ADtica-nacional-de-alfabetiza%C3%A7%C3%A3o-Maria-do-Rosario-Longo-Mortatti.pdf" target="_blank">posicionamento </a>quanto à PNA. Um artigo fantástico e necessário da autora foi publicado recentemente sobre a PNA, intitulado "<a href="https://periodicos.unifesp.br/index.php/olhares/article/view/9980/7190" target="_blank">Brasil, 2091: notas sobre a 'política nacional de alfabetização'</a>”.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<span style="font-family: "georgia" , "serif"; font-size: 12pt; line-height: 150%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<span style="font-family: "georgia" , "serif"; font-size: 12pt; line-height: 150%;">E
nisso, chegamos a aspectos que a PNA traz, mas que são <b style="mso-bidi-font-weight: normal;">aspectos inegociáveis</b>, do ponto de vista de outras concepções. A
consciência fonológica é reduzida na PNA à consciência fonêmica. Quando
discorrem sobre a Educação Infantil, embora citem, brevemente, a consciência fonológica de
unidades mais holísticas – como a sílaba, a rima e as aliterações – o fazem
rasteiramente, bem <i>en passant</i>, sem a devida importância e apenas citadas para
logo chegar à consciência fonêmica. E esta, é proposta desde o início do
processo, como pré-requisito para todo o resto. Ou seja, o que, do ponto de
vista da aprendizagem, da apropriação do princípio alfabético é o ponto de
ponto de chegada – o princípio alfabético –, é tomado pela PNA como ponto de
partida – o que implica em treinar meninos pequenos a pronunciar fonemas
isolados, ensinar previamente os “sons” das letras, provavelmente, inclusive,
fora do contexto das palavras – o que é absurdo até mesmo para pesquisadores da
ciência cognitiva que dizem abraçar – e, mais, implica em tomar a decodificação
como condição para qualquer outra aprendizagem relativa à língua escrita. Mas antes da consciência fonêmica as crianças pensam sobre a pauta sonora da língua e a segmentam em unidades mais holísticas - porque esses saberes são desconsiderados no ensino e aprendizagem? Por que o sistema não se estrutura assim, não é? Ou seja, o foco é o ensino e o objeto de ensino - o sistema - não a criança que aprende... </span><span style="font-family: "georgia" , serif; font-size: 16px;">Retomaremos essa questão quando falarmos dos componentes essenciais da alfabetização, segundo a PNA, no Post 2 dessa série. Mas c</span><span style="font-family: "georgia" , serif; font-size: 12pt;">abe
ressaltar que, mesmo que vislumbrem procedimentos fônicos analíticos, em
contexto de palavras e de brincadeiras, há aí um pressuposto de pré-requisito
complicado em termos de conciliar com a perspectiva da aprendizagem das
crianças, que não inicia com o mais abstrato. Sem contar que há as diferenças
relativas à concepção de</span><span style="font-family: "georgia" , serif; font-size: 12pt;"> </span><span style="font-family: "georgia" , serif; font-size: 12pt;">infância e de
cultura lúdica quando o brincar é tomado, nessa perspectiva, apenas para motivar as crianças ou
disfarçar o treinamento.</span><span style="font-family: "georgia" , serif; font-size: 12pt;"> </span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<span style="font-family: "georgia" , "serif"; font-size: 12pt; line-height: 150%;"><span style="mso-spacerun: yes;"><br /></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<span style="font-family: "georgia" , "serif"; font-size: 12pt; line-height: 150%;">Com
isso tudo, quero questionar essa imposição de política pública que se decreta baseado
em premissas equivocadas – a de que o campo da alfabetização e as políticas
anteriores ignoraram os estudos da psicologia cognitiva da leitura até aqui; a
de que considerar a consciência fonológica seja enfatizar apenas a fonêmica; a
de que a abordagem fônica é a única que considera o ensino sistemático para mobilizar a apropriação do princípio
alfabético e esse princípio como aspecto fundamental na alfabetização. Destaco um trecho da PNA
que diz que:</span></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgC4QOWH50y-MGUrhEDOVdrS426iRMPT_TyP-Obf2qstB1NpWkLpSnU0q-nTq5zKmsypkpXUNOA1XW6UyEQB_tj0DB44ZeD859GO_OuSUVoQfHC2PV5tlBqabiSdbC6U3A6-Zb1b7bg1K12/s1600/Slide1.JPG" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="322" data-original-width="921" height="138" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgC4QOWH50y-MGUrhEDOVdrS426iRMPT_TyP-Obf2qstB1NpWkLpSnU0q-nTq5zKmsypkpXUNOA1XW6UyEQB_tj0DB44ZeD859GO_OuSUVoQfHC2PV5tlBqabiSdbC6U3A6-Zb1b7bg1K12/s400/Slide1.JPG" width="400" /></a></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<span style="font-family: "georgia" , serif; font-size: 12pt;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<span style="font-family: "georgia" , serif; font-size: 12pt;">Referenciando-se,
com completa reverência, aos documentos estrangeiros filiados a suas
perspectivas, desprezando todo o conhecimento produzido no Brasil (salvo os que
se filiam à concepção que abraçam) ou mesmo no estrangeiro, de outras perspectivas, o Caderno da PNA faz um histórico que
desconsidera os programas das políticas anteriores e todo o campo da
alfabetização. É mentira que as políticas públicas de alfabetização ignoram
pesquisas da ciência cognitiva da leitura. O PNAIC, por exemplo, programa de
formação de professores do MEC de 2012 até agora, vinha trazendo uma
perspectiva conciliadora que incorporou aspectos que estavam esquecidos ou
minimizados em programas anteriores, relativos aos aspectos linguísticos da
alfabetização, e contribuiu para que fôssemos colocando, nas práticas docentes,
foco nas diversas facetas da apropriação da escrita, inclusive aspectos
enfatizados pela psicologia cognitiva da leitura (e pela linguística, não nos
esqueçamos!!!). A consciência fonológica, o ensino sistemático do funcionamento
alfabético – tudo está lá, e de forma bem enfatizada. Mas não com os mesmos
princípios defendidos por eles – eis a questão! Mas a mentira se expõe: não
ignoram! A questão é que para eles só serve o pacote todo, só serve abordar esses elementos com as
mesmas premissas e princípios que defendem. Mas esse programa anterior, e os autores que o
construíram e que discutem essas conciliações, não adotaram essas pesquisas cognitivas como referencial único nem verdade
última.</span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<span style="font-family: "georgia" , "serif"; font-size: 12pt; line-height: 150%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<span style="font-family: "georgia" , "serif"; font-size: 12pt; line-height: 150%;">Além dos programas e políticas, pesquisadores
de outras concepções tampouco têm ignorado as pesquisas cognitivas como é
insinuado pela arrogância dos defensores da PNA. Artur Gomes de Morais,
por exemplo, vem pesquisando e publicando sobre a consciência fonológica desde
o final dos anos 80, bem como Terezinha Carraher, hoje Terezinha Nunes, que
atualmente, inclusive, escreve sobre a área da leitura e escrita, junto com
Peter Bryant, renomado pesquisador americano, também referenciado no campo da ciência cognitiva. Artur, inclusive, faz um histórico
dessas pesquisas em seu novo livro “Consciência fonológica: na Educação
Infantil e no Ciclo de alfabetização”, além de ter outro livro especificamente
sobre o sistema de escrita alfabética, suas propriedades e seu ensino sistemático. Magda
Soares, por sua vez, vem insistindo, há tempos, na necessidade de voltarmos o foco aos
aspectos linguísticos – notacionais e fonológicos – da apropriação da língua
escrita, após termos focado nos aspectos sociais do letramento e nos aspectos
psicolinguísticos, com as perspectivas construtivistas e sociointeracionistas
de alfabetização. Ela chamou<span style="mso-spacerun: yes;"> </span>de “reinvenção
da alfabetização” (2003) essa retomada dos aspectos propriamente linguísticos do
processo de ensinar a ler e escrever, mas em outras bases – sem perder de vista
a linguagem escrita como prática social e a construção ativa de conhecimento
pelos sujeitos.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<span style="font-family: "georgia" , "serif"; font-size: 12pt; line-height: 150%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<span style="font-family: "georgia" , "serif"; font-size: 12pt; line-height: 150%;">Observem,
nesse breve esquema, como essa premissa é equivocada:</span><br />
<span style="font-family: "georgia" , "serif"; font-size: 12pt; line-height: 150%;"><br /></span>
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgGJvu0xF9ONNouZOoR1cV31TdOQg6-deQSCLLqyEMTBCeT79OUZZUR_6XTDaA4JWdiMF8DdRw_UhL6W0HZAm3YF4Mnva9fZoouczgmil_-FuHqjp74JlEQpTyUqPLR1prxVVirrOrBkrir/s1600/Quadro.jpg" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="468" data-original-width="659" height="227" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgGJvu0xF9ONNouZOoR1cV31TdOQg6-deQSCLLqyEMTBCeT79OUZZUR_6XTDaA4JWdiMF8DdRw_UhL6W0HZAm3YF4Mnva9fZoouczgmil_-FuHqjp74JlEQpTyUqPLR1prxVVirrOrBkrir/s320/Quadro.jpg" width="320" /></a></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
</div>
<span style="font-family: "georgia" , "serif"; font-size: 12pt; line-height: 150%;"><br /></span></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
</div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<span style="font-family: "georgia" , serif; font-size: 12pt;">Do
mesmo modo, também a Linguística, há muito tempo, já enfatizava diversos
aspectos que a PNA parece querer inaugurar, relativo ao princípio alfabético,
ao ensino das letras, à base fonológica do sistema de escrita. Linguístas – a
exemplo de Luiz Carlos Cagliari, por exemplo - discutem questões gráficas e fonológicas
do processo de alfabetização faz muito tempo no Brasil. Cagliari tem uma vasta
obra, publicando, desde os anos 80, livros articulando alfabetização e
linguística. Mas o crédito que a PNA dá é apenas a pesquisas estrangeiras, que escolhem também, ou
às que, aqui, seguem a linha dessas referências. É preciso saber que eles selecionam, no campo de estudos estrangeiros, aqueles que lhes servem bem. Mas também lá, há um campo de conflito de concepções teórico-metodológico que eles querem silenciar, apagar, não mencionar, para dar peso a seu discurso colonialista de autoridade.</span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<span style="font-family: "georgia" , "serif"; font-size: 12pt; line-height: 150%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<span style="font-family: "georgia" , "serif"; font-size: 12pt; line-height: 150%;">Ou seja,
diante desse histórico feito no Caderno da PNA, nota-se que essa política desconsidera
completamente o campo da alfabetização no Brasil, as discussões que temos feito aqui, também alinhadas a estudos - de outras perspectivas - estrangeiras e, com sua retórica de
evidências científicas, alinhamento estrangeiro (!!!) e adesão voluntária,
tenta convencer os incautos de que, instituída por decreto, não é uma imposição
desrespeitosa ao campo teórico da alfabetização e ao campo escolar (sobre adesão
voluntária – essa outra retórica – falaremos no Post 4). <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<span style="font-family: "georgia" , "serif"; font-size: 12pt; line-height: 150%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<span style="font-family: "georgia" , "serif"; font-size: 12pt; line-height: 150%;">De 22 a
25/10 ocorreu a CONABE - Conferência Nacional de Alfabetização Baseada em
Evidências, na qual insistem nessa perspectiva de verdade única, última,
científica, neutra, universal. Acompanhemos! Como se pode ler no<a href="http://portal.mec.gov.br/component/content/article?id=79101" target="_blank"> site do MEC</a>, foi
criado um Painel com 12 especialistas que irão “elaborar, de forma imparcial,
um relatório que ajudará a formular políticas públicas daqui para frente”. De
forma imparcial??? E continuam: <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<span style="font-family: "georgia" , "serif"; font-size: 12pt; line-height: 150%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-left: 3cm; text-align: justify;">
<span style="font-family: "georgia" , "serif";">A criação de um painel de
especialistas foi utilizada em diversos países como uma forma não de confirmar
pontos de vistas previamente adotados, mas sim para se obter uma revisão
sistemática de literatura seguindo critérios científicos e oferecendo,
portanto, sínteses de evidências robustas e imparciais.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-left: 3cm; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<span style="font-family: "georgia" , "serif"; font-size: 12pt; line-height: 150%;">Eles
acreditam nisso de serem imparciais!!!??? De que todas as outras perspectivas
que não seguem esse parâmetro das “evidências científicas” é “ponto de vista
previamente adotado”???!!! É muita arrogância! Nesse governo eles não acreditam
(acreditam?) que estão fora da ideologia? Pois...Será que acreditam nessa
imparcialidade também pelo fato de estarem se alinhando às perspectivas
estrangeiras, como se, elas mesmas, também fossem neutras e universais, e não
fruto de escolhas em um campo de conflitos? O objetivo da CONABE, segundo afirmação
de Carlos Nadalim registrada no site mencionado, seria alinhar a estratégia do MEC,
no Brasil, àquelas de “autoridades educacionais” de países como o Reino Unido, EUA,
França. Quem as intitulou como autoridades e, especialmente, as únicas
autoridades a se considerarem validadas a terem hegemonia nas políticas
públicas e nas práticas educativas? Bom, para conferir autoridade discursiva e
aparente neutralidade no posicionamento, citam os documentos “Estratégia
Nacional de Leitura” (Reino Unido, 1998); o Painel Nacional da Leitura<span style="mso-spacerun: yes;"> </span>(EUA, 2000); o Observatório Nacional da
Leitura (França, 1998) – os mesmos documentos citados e reverenciados no
Caderno da PNA. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<span style="font-family: "georgia" , "serif"; font-size: 12pt; line-height: 150%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<span style="font-family: "georgia" , "serif"; font-size: 12pt; line-height: 150%;">O
documento francês citado, o <b>Apprendre à lire, do Observatoire national de la
lecture</b>, não é tão reducionista quanto a PNA. Aliás, segundo Magda Soares, tampouco
o é o relatório americano, o National Reading Panel. Referindo-se a esse dois
documentos, a autora já denunciou, desde 2004 no <a href="http://www.scielo.br/pdf/rbedu/n25/n25a01.pdf" target="_blank">artigo</a> “Letramento e
alfabetização: as muitas facetas” (2004, p. 14), que <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<span style="font-family: "georgia" , "serif"; font-size: 12pt; line-height: 150%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-left: 3cm; text-align: justify;">
<span style="font-family: "georgia" , serif;">[...] a
concepção de aprendizagem da língua escrita, em ambos, é mais ampla e
multifacetada que apenas a aprendizagem do código, das relações grafofônicas; o
que ambos postulam é a necessidade de que essa faceta recupere a importância
fundamental que tem na aprendizagem da língua escrita; sobretudo, que ela seja
objeto de ensino direto, explícito, sistemático. <span style="font-size: 12pt;"><o:p></o:p></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-left: 3cm; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<span style="font-family: "georgia" , "serif"; font-size: 12pt; line-height: 150%;">E isso
Magda vem defendendo, Artur Gomes de Morais vem defendendo e muitos outros pesquisadores
brasileiros vêm defendendo. Só que não da forma radicalizada que tomou o “<i>back
to phonics</i>”, não da forma que a PNA postula. Como Magda bem previu, na época,
as coisas se colocaram aqui (como nos EUA), em termos de antagonismo, enfatizando
que a tendência a esse tipo de radicalismo torna perigosa a “necessária
reinvenção da alfabetização”, que ela mesma defende. E esse antagonismo, ela já
apontou, desde aquele ano, que é mais político que propriamente conceitual. Voltamos, então, agora, ao radicalismo das polarizações?<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<span style="font-family: "georgia" , "serif"; font-size: 12pt; line-height: 150%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<span style="font-family: "georgia" , "serif"; font-size: 12pt; line-height: 150%;">Ocorre
que, no Brasil, o cenário agora é esse mesmo, de radicalização, apesar de ter havido uma
tendência crescente a se considerar a especificidade da alfabetização ao lado
do letramento, como era o caso, por exemplo, do PNAIC, e de nessas perspectivas
mais conciliadoras, a escrita alfabética e sua base fonológica serem, sim, foco
de atenção. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<span style="font-family: "georgia" , "serif"; font-size: 12pt; line-height: 150%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiR08TLCNS7edPw5q_GJXfS8Lhr0DBWxhb9BsPTw4ObF2XBhMy4UPvJg41xpZ7OZp8S8gyXKxULed99T2Fy2f93BqliQv6RwCRETLX5t3pIUjsGH4Hj4T3POsC7YSLLnw1KkyBn54QTWkTT/s1600/9782738105950.jpg" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="532" data-original-width="350" height="200" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiR08TLCNS7edPw5q_GJXfS8Lhr0DBWxhb9BsPTw4ObF2XBhMy4UPvJg41xpZ7OZp8S8gyXKxULed99T2Fy2f93BqliQv6RwCRETLX5t3pIUjsGH4Hj4T3POsC7YSLLnw1KkyBn54QTWkTT/s200/9782738105950.jpg" width="131" /></a><span style="font-family: "georgia" , "serif"; font-size: 12pt; line-height: 150%;">E para
mostrar que há essa grande falácia nos argumentos que eles constroem em torno
desses documentos, para validarem a PNA, tomarei aqui o Apprendre à Lire, que
li quando estudei na França no final dos anos 90, início dos anos 2000, junto
com outras referências francesas, para ressaltar que aqui eles focam no que bem
querem focar, para justificar tomar a alfabetização numa visão tão simplória e
instrumental.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<span style="font-family: "georgia" , "serif"; font-size: 12pt; line-height: 150%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<span style="font-family: "georgia" , serif; font-size: 12pt;">Embora
o documento francês traga o referencial cognitivo para mostrar a importância do
ensino sistemático do funcionamento alfabético da escrita e da consciência
fonêmica, dão bastante ênfase aos aspectos socioculturais e semiológicos da
escrita. O documento indica expressamente, referindo-se às crianças pequenas,
que vale muito mais as sensibilizar para as implicações e as funções da língua
oral e escrita, para os desafios da comunicação linguística, do que as treinar
precocemente e sistematicamente à decodificação do escrito (1998, p. 32-41),
pois “escrevemos sempre para dizer alguma coisa” (p. 42). Para que serve a
escrita? O que ler quer dizer? Essas são questões ressaltadas como fundamentais.
Mesmo quando referem à língua em si mesma, referem outros aspectos, que não
exclusivamente os fonológicos, afirmando-se que a escrita pode se fazer por
entradas diversas, ressaltando-se sua forma, seu sentido, suas finalidades (p.
44). E a PNA? Vai fazer o que com nossas crianças da Educação Infantil, se
mesmo em termos de consciência fonológica, prioriza a fonêmica em detrimento
das unidades mais holísticas, que poderiam ser exploradas na continuidade das
práticas brincantes (a partir, por exemplo, das sonoridades do repertório
lúdico dos textos tradicionais da infância?).</span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<span style="font-family: "georgia" , "serif"; font-size: 12pt; line-height: 150%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<span style="font-family: "georgia" , "serif"; font-size: 12pt; line-height: 150%;">Na
etapa da alfabetização propriamente dita, ainda que o foco do documento francês seja a
abordagem fônica, também consideram muitos procedimentos condenados pelos que
só veem a consciência fonêmica no horizonte e a alfabetização como uma questão
meramente técnica. Por exemplo, o documento francês defende a decodificação,
mas também que as crianças tenham um repertório de palavras estáveis, modelo de
escrita convencional, para apoiar a leitura inicial, cotejando decodificação e reconhecimento mais global de algumas palavras; o documento dá ênfase aos
processos de tratamento dos sentidos, e a seu papel na compreensão dos textos,
articulando a necessidade dos processos de decodificação aos processos de
compreensão. Ou seja, não tem isso de primeiro a decodificação e só depois
compreensão, esta como uma consequência do domínio daquela, como a PNA parece
sugerir: “a compreensão de textos, por sua vez, consiste num ato diverso do da
leitura. É o objetivo final, que depende primeiro da aprendizagem da
decodificação e, posteriormente, da identificação automática de palavras e da
fluência em leitura oral” (BRASIL, 2019, p. 19). <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<span style="font-family: "georgia" , "serif"; font-size: 12pt; line-height: 150%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<span style="font-family: "georgia" , "serif"; font-size: 12pt; line-height: 150%;">Outros livros,
como o “L’Apprenti lecteur”, organizado por Rieben e Perfetti (1989), com
textos de vários autores da ciência cognitiva, bem como o “De l’illettrisme em
général et de l’école em particulier”, de Alain Bentolila (1996), autor
envolvido no documento do Observatório francês – do qual assisti algumas aulas
na Université Paris IV –, também trazem uma visão de linguagem escrita muito
mais ampla do que a trazida na PNA. No próprio livro “A Ciência da leitura”
(2013), mais atual e bem considerado por eles, há autores com discursos
bastante conciliadores nesse sentido. Mas eles escolheram o sectarismo. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<span style="font-family: "georgia" , "serif"; font-size: 12pt; line-height: 150%;"><br /></span></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEipEwt1lpKRZHBLs_0xwGwYzX1Hzt5HVU6vhgG-PP2Bzmwz2QQH26tckfjlRJocpWPdG8Htm-EBFNLUFYp9O_nxMXzQPhc8wmiPa5ZPncTzpq5CfBdL9g_YgkArYvTIyXyv2Sg76vLvNX87/s1600/Apprenti.jpg" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="349" data-original-width="200" height="200" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEipEwt1lpKRZHBLs_0xwGwYzX1Hzt5HVU6vhgG-PP2Bzmwz2QQH26tckfjlRJocpWPdG8Htm-EBFNLUFYp9O_nxMXzQPhc8wmiPa5ZPncTzpq5CfBdL9g_YgkArYvTIyXyv2Sg76vLvNX87/s200/Apprenti.jpg" width="114" /></a><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhVEXo8t5BeHEk4x4Ku0qM6m6NBwk17H3m5nrq2D_QgDLJdi4wmu9la2rgtP8tMsobPA_4m_mNTRK5Mp8j_ujPks3DrSOwraWakIr14C-2KT8khuhBBDnzYBXql77iNeRpGaIw7-Mmx9x3B/s1600/Bentolila.jpg" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="323" data-original-width="195" height="200" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhVEXo8t5BeHEk4x4Ku0qM6m6NBwk17H3m5nrq2D_QgDLJdi4wmu9la2rgtP8tMsobPA_4m_mNTRK5Mp8j_ujPks3DrSOwraWakIr14C-2KT8khuhBBDnzYBXql77iNeRpGaIw7-Mmx9x3B/s200/Bentolila.jpg" width="120" /></a><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgzYxKyh_8msFf33_wrVi-gws8NOeB7KkiFzh5D9B0nTSq7C2AB38zZgsUIs_BxtSVajBLNXOYhhBqxz41Z9ZmGbLzWI2oWnOBDRCih_rcWo0Oif-oQ2rjIVLCFEb0nWSl8H55vS66P8RUd/s1600/download.jpg" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="626" data-original-width="430" height="200" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgzYxKyh_8msFf33_wrVi-gws8NOeB7KkiFzh5D9B0nTSq7C2AB38zZgsUIs_BxtSVajBLNXOYhhBqxz41Z9ZmGbLzWI2oWnOBDRCih_rcWo0Oif-oQ2rjIVLCFEb0nWSl8H55vS66P8RUd/s200/download.jpg" width="136" /></a></div>
<br />
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<span style="font-family: "georgia" , serif; font-size: 12pt;">Podem
dizer que as novas-novíssimas referências da neurociência cognitiva, após esses livros, é que
trazem resultados que validam esses reducionismos, ao que digo: resultados de
pesquisas, contemporaneamente, parecem (e só parecem, pois entre pesquisas e
aplicações práticas e éticas, há uma distância) validar um mundo
instrumentalizado, mercantilizado e desumanizado. Mundo de racionalidade
técnica levada ao extremo. Resta-nos saber o que restará de humanidade nisso
tudo! Resta saber se queremos apostar num mundo assim. Em todo caso, o que
quero ressaltar aqui é que os autores dessa PNA trazem as referências a
documentos estrangeiros de modo bem enviesado, falacioso, pois eles recortam
dali o que bem interessam para propor uma política altamente instrumentalizada,
sectária e reducionista de alfabetização.</span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<span style="font-family: "georgia" , "serif"; font-size: 12pt; line-height: 150%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<span style="font-family: "georgia" , "serif"; font-size: 12pt; line-height: 150%;">Me
respondam: se pesquisas mostram ou mostrassem, de fato, que procedimentos
fônicos dos mais sintéticos e descontextualizados dão melhores resultados no
treinamento fonêmico e na habilidade de decodificação, então, automaticamente
validamos esses procedimentos que retira da linguagem todo contexto, todo o
sentido? O que e quem definem que aprendizagens importam mesmo? Porque essa primazia da
técnica em relação aos aspectos semânticos e semiológicos da escrita? Essas indagações definem respostas que temos que problematizar, respostas que definem valores,
concepções de mundo, de educação, de linguagem. Não definem respostas únicas,
automáticas. Se pesquisas mostrassem que se cada cidadão matasse uma pessoa por
ano, a violência diminuiria, automaticamente validaríamos a matança
institucionalizada? Discutiremos mais sobre “evidências científicas” no Post 3.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<span style="font-family: "georgia" , "serif"; font-size: 12pt; line-height: 150%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<span style="font-family: "georgia" , "serif"; font-size: 12pt; line-height: 150%;">Dito
isso, vamos adiante. Proponho analisar aqui alguns pontos da PNA, considerando
o que temos até agora – o <a href="http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2019-2022/2019/decreto/D9765.htm" target="_blank">Decreto <span style="mso-spacerun: yes;"> </span>Nº 9.765, de 11 de abril de 201</a>9, o
<a href="http://portal.mec.gov.br/images/banners/caderno_pna_final.pdf" target="_blank">Caderno da PNA</a>, de 15 de agosto de 2019 e outros referencias que porventura circulem na mídia. Minhas reflexões aqui e nos posts
seguintes consideram e dialogam com textos, manifestos, matérias, entrevistas e vídeos que circulam ou venham a circular na
mídia, seja em defesa da PNA, sejam críticos a ela. Vamos estudar! Vou me concentrar,
inicialmente, em discutir quatro pontos: <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
</div>
<ul>
<li><span style="font-family: "georgia" , "serif"; font-size: 12pt; line-height: 150%;">o uso
do termo literacia e silenciamento sobre o letramento, conceito utilizado e
tematizado no campo desde meados dos anos 1980; </span></li>
<li><span style="font-family: "georgia" , "serif"; font-size: 12pt; line-height: 150%;">a
escolha do que sejam os componentes “essenciais” da alfabetização e a questão
da abordagem única; </span></li>
<li><span style="font-family: "georgia" , "serif"; font-size: 12pt; line-height: 150%;">a
insistência na questão do ensino baseado em “evidências científicas” e a consideração exclusiva da ciência de perspectiva cognitiva; </span></li>
<li><span style="font-family: "georgia" , "serif"; font-size: 12pt; line-height: 150%;"><span style="font-size: 12pt; line-height: 115%;">questões de implementação da política, como a
retórica da "adesão voluntária" e ressonâncias nas redes e na formação docente e etc.</span></span> </li>
</ul>
<br />
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<span style="font-family: "georgia" , serif; font-size: 12pt;">Os
posts seguintes a esse vão abordar cada um desses aspectos. </span><span style="font-family: "georgia" , serif; font-size: 16px;">Contribuam, vamos refletir em muitas vozes! </span><span style="font-family: "georgia" , serif; font-size: 12pt;">Junto aqui, nos textos dessa
série, várias postagens minhas no Facebook, em que abordei a questão, e os
desdobramentos delas nos comentários, trechos inspirados em outras postagens do
blog, na entrevista que dei ao <a href="https://www.cenpec.org.br/tematicas/fala-e-escrita-em-dialogo-na-alfabetizacao" target="_blank">CENPEC</a>, em apontamentos de minhas falas em Santa
Catarina e em outras oportunidades que tive de abordar a PNA, inclusive
reflexões advindas de conversas com outros colegas alinhados a mim nessa
trincheira. E de leitura, muita leitura.</span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<span style="font-family: "georgia" , "serif"; font-size: 12pt; line-height: 150%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<span style="font-family: "georgia" , "serif"; font-size: 12pt; line-height: 150%;">Assim
como eu, outros pesquisadores estão aguerridos a discutir a PNA, e vale também
divulgar. Os indicarei aqui, sempre! Precisamos multiplicar e unir vozes! Sugiro
as demais entrevistas dessa série que o CENPEC está promovendo, abordando a
PNA. A <a href="https://www.cenpec.org.br/tematicas/educadoras-comentam-cartilha-do-programa-nacional-de-alfabetizacao" target="_blank">primeira</a> foi com Magda Soares e Maria Alice Junqueira, a segunda a minha, à qual se seguiu, até agora, a de <a href="https://www.cenpec.org.br/tematicas/antonio-batista-os-multiplos-saberes-em-torno-da-alfabetizacao" target="_blank">Antônio Gomes Batista</a>, <a href="https://www.cenpec.org.br/tematicas/carlota-boto-alfabetizacao-entre-o-politico-e-o-pedagogico?fbclid=IwAR3ww8kEI1TnKZPITPpL2P70jOlsAPybSDR14oFQaBuTjyBu4IdqPxD52Og" target="_blank">Carlota Boto</a>, <a href="https://www.cenpec.org.br/tematicas/disputa-ou-dialogo-entre-metodos" target="_blank">Isabel Frade</a>, <a href="https://www.cenpec.org.br/tematicas/alfabetizar-letrando-e-o-caminho-do-meio" target="_blank">Sônia Madi</a> e <a href="https://www.cenpec.org.br/tematicas/letramento-e-ou-literacia-distincoes-e-aproximacoes" target="_blank">Clécio Bunzen</a>, que nos fala, particularmente da questão do letramento/literacia. Outras vozes serão
convocadas, vamos acompanhar <a href="https://www.cenpec.org.br/" target="_blank">aqui</a>. A Faculdade de Educação da USP fez um
evento, no início de outubro, que foi gravado – quando disponibilizarem os
vídeos, divulgo o link, agradecendo a Claudemir Belintane pela confirmação de
que estará disponível em breve. O próprio Claudemir já se manifestou algumas vezes sobre essa querela de métodos também e pode nos ajudar a pensar: <a href="https://docs.wixstatic.com/ugd/59d572_a99a62672ba14036a1705e9fa9f55800.pdf?fbclid=IwAR0S5ei1XoCk2Pbw9O9t9eeDS1AGFAJPnf8Rkp_xlhrlkpbWE9qAnG2R5MM" target="_blank">aqui</a>. Sugiro também assistirem ao Educação 360, <a href="https://www.facebook.com/educacao360/videos/2148211778806323/UzpfSTEwMDAwNDI5OTY3MjgxMDoxMzcyODIxNDY5NTM3ODI5/" target="_blank">Painel5</a>: “Alfabetização: A guerra dos métodos”, com a participação de Artur Gomes de Morais
(da UFPE), Renan Sargiani, coordenador-geral de Neurociência Cognitiva e
Linguística da Secretaria de Alfabetização do MEC, além de Guilherme Cardozo,
Doutor em Estudos da Linguagem e PhD em Estudos Sociais. Reparem,
principalmente, na fala do professor Artur (</span><span face=""helvetica" , "arial" , sans-serif" style="background-color: white; color: #1c1e21; font-size: 14px;">2:23:20 a 50:35)</span><span style="font-family: "georgia" , serif; font-size: 12pt;">. A Abalf - Associação Brasileira de Alfabetização também tem divulgado posicionamentos de diversos pesquisadores do campo, de diversas concepções, sobre a PNA. Esses posicionamentos terminaram por constituir um conjunto que foi publicado na Revista Brasileira de Alfabetização, <a href="http://revistaabalf.com.br/index.html/index.php/rabalf/issue/view/17" target="_blank">aqui</a>. Ressalto o texto de Clécio Bunzen, dentre esses, que tematiza a questão do uso de "literacia" no documento, discussão que será o foco do Post 1 dessa série aqui, em breve. O incentivei a escrever, pois sabia que seria uma contribuição enorme a essa discussão. Agradeço-o pela oportunidade de dialogar com ele a partir do texto, ao que ele retribuiu fazendo uma menção à minha leitura, anterior a sua publicação. Valeu, colega! 'Tamos juntos!</span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<span style="font-family: "georgia" , "serif"; font-size: 12pt; line-height: 150%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<span style="font-family: "georgia" , "serif"; font-size: 12pt; line-height: 150%;">E, para
finalizar esse post, lembro, mais uma vez, que é preciso fazer essa ressalva,
para refletirmos sobre tudo isso na instância das concretizações nas práticas
escolares: precisamos ter clareza de que a alternativa à negligência ou a uma
abordagem casual, vaga, não explícita e pouco sistemática do sistema de escrita
e de sua base fonológica, que traz equívocos quanto ao processamento da leitura e do reconhecimento das palavras -negligência essa em função de um discurso pedagógico marcado pela hegemonia
da didática construtivista e de certas vertentes sociointeracionistas - não é,
necessariamente, a abordagem fônica posta na PNA. A alternativa não é necessariamente essa! Temos alternativas potentes de
abordagem da faceta linguística em situações significativas e reflexivas, no
contexto da linguagem viva, das práticas de oralidade e letramento, da cultura
lúdica, unido as diversas facetas da apropriação da linguagem e da cultura
escrita e considerando o sujeito como sujeito de cultura, de linguagem e ativo em seu processo de aprendizagem. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<span style="font-family: "georgia" , "serif"; font-size: 12pt; line-height: 150%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<span style="font-family: "georgia" , "serif"; font-size: 12pt; line-height: 150%;">Inúmeras
pesquisas e registros de práticas no âmbito do PNAIC e da experiência do
projeto de Magda Soares em Lagoa Santa/MG, por exemplo, mostram resultados muito positivos de
práticas fundadas em concepções mais conciliadoras que envolvem a apropriação
da escrita alfabética e a fluência de leitura, as habilidades que compreensão
leitora e produção de textos, e a ampliação da participação em práticas letradas.
São evidências que não podemos desconsiderar (Mas, para eles só servem as
evidências de laboratório). É ainda preciso avançar muito no entendimento de como fazer esse ensino com esses princípios, entender sobre esse referencial? Sim, muito! Mas o caminho estava aberto. Não deixemos ele fechar! Nem nós, nem os professores, que, felizmente, não fazem apenas o que é orientado pelas políticas, ainda mias pelas que desconsideram toda a sua trajetória docente até aqui.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<span style="font-family: "georgia" , "serif"; font-size: 12pt; line-height: 150%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<span style="font-family: "georgia" , "serif"; font-size: 12pt; line-height: 150%;">Esse
aqui é o POST 0 dessa série, introdutório: <b>Sobre a PNA – alguns apontamentos</b>. Seguem os
próximos:</span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<span style="font-family: "georgia" , serif; font-size: 12pt;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<span style="font-family: "georgia" , serif; font-size: 12pt;">POST
1 – Literacia e letramento</span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<span style="font-family: "georgia" , serif; font-size: 12pt;">POST
2 – Componentes essenciais da alfabetização e abordagem única</span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<span style="font-family: "georgia" , serif; font-size: 12pt;">POST
3 – Evidências científicas apenas de perspectiva cognitiva</span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<span style="font-family: "georgia" , serif; font-size: 12pt;">POST
4 – Questões de implementação</span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-left: 35.4pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: "georgia" , "serif"; font-size: 12pt; line-height: 150%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<span style="font-family: "georgia" , "serif"; font-size: 12pt; line-height: 150%;">O POST
4 incluirá minhas considerações sobre pontos de fuga, formação docente e um
fechamento da discussão, possivelmente indicando outros aspectos a continuar
discutindo... Porque esses 4 pontos são apenas alguns deles...e do lado de cá ninguém quer fechar questão!<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<span style="font-family: "georgia" , "serif"; font-size: 12pt; line-height: 150%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<span style="font-family: "georgia" , "serif"; font-size: 12pt; line-height: 150%;">Sugiro,
por ora, também a leitura do <a href="http://portal.mec.gov.br/images/banners/caderno_pna.pdf" target="_blank">Caderno</a>, para que essa discussão considere suas
próprias impressões sobre a PNA. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<span style="font-family: "georgia" , "serif"; font-size: 12pt; line-height: 150%;"><br /></span></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhj2HEg8tN2prNbdqUDbTgKWIAikVoNPuuRi1fhW8RYC4yLjUFdxukzUmbuP5qRXD2h2is1E5bxE_70CSgk3LKy44s7hVWI132BQ7rgU7qaI3S-1zt9ad-ATjAme7oGuCSVpaUq38kMv1qa/s1600/Slide3.JPG" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="720" data-original-width="500" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhj2HEg8tN2prNbdqUDbTgKWIAikVoNPuuRi1fhW8RYC4yLjUFdxukzUmbuP5qRXD2h2is1E5bxE_70CSgk3LKy44s7hVWI132BQ7rgU7qaI3S-1zt9ad-ATjAme7oGuCSVpaUq38kMv1qa/s320/Slide3.JPG" width="222" /></a></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<span style="font-family: "georgia" , serif; font-size: 12pt;">Seguimos com Post 1 - <b>sobre literacia e letramento</b>. Em breve!</span><br />
<span style="font-family: "georgia" , serif; font-size: 12pt;"><br /></span>
<span style="font-family: "georgia" , serif; font-size: 12pt;">Adendo de fevereiro de 2020 - Quer dizer... "em breve".... se eu me reanimar... Ando muito muito desanimada, sem iniciativa para seguir aqui e em lugar algum. Mas vamos ver. Se não, de cada ponto desse que me comprometi a discutir, indico a leitura de discussões de outros pesquisadores, certo? </span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;"><span style="font-family: "georgia" , serif; font-size: 12pt;">2021 - enjoei tanto que nem terminei...</span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 6pt; text-align: justify;">
<b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span style="color: #0070c0; font-family: "georgia" , "serif"; font-size: 10pt; line-height: 115%;">Referências<o:p></o:p></span></b></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 6pt; text-align: justify;">
<span style="color: #0070c0; font-family: "georgia" , "serif"; font-size: 10pt; line-height: 115%;">BELINTANE, Claudemir. Abordagem da oralidade e da escrita
na escola a partir da tessitura interdisciplinar entre a psicanálise e a
linguística. In: <b>Psicanálise, Educação e Transmissão</b>, 6., 2006, São Paulo.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 6pt; text-align: justify;">
<span style="color: #0070c0; font-family: "georgia" , "serif"; font-size: 10pt; line-height: 115%;">BENTOLILA, Alain. <b>De l'illettrisme en général et de l'école
en particulier</b>. Paris: Plon, 1996.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 6pt; text-align: justify;">
<span style="color: #0070c0; font-family: "georgia" , "serif"; font-size: 10pt; line-height: 115%;">BRASIL, Decreto nº 9.765, de 11 de abril de 2019. Institui a
Política Nacional de Alfabetização. <b>Diário Oficial da União</b>, Atos do Poder
Executivo, Brasília/DF, 11 abr. 2019. Edição: 70-A, Seção: 1 – Extra, p. 15. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 6pt; text-align: justify;">
<span style="color: #0070c0; font-family: "georgia" , "serif"; font-size: 10pt; line-height: 115%;">BRASIL. Ministério da Educação. Secretaria da Educação. <b>PNA: Política
Nacional de Alfabetização</b>/Secretaria de Alfabetização, Brasília: MEC, SEALF,
2019. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 6pt; text-align: justify;">
<span style="color: #0070c0; font-family: "georgia" , "serif"; font-size: 10pt; line-height: 115%;">CANDAU, Vera Maria. A Didática e a relação forma/conteúdo. In: ______ </span><span style="color: #0070c0; font-family: "georgia" , serif; font-size: 13.3333px;">(Org.)</span><span style="color: #0070c0; font-family: "georgia" , serif; font-size: 10pt;">. <b>Rumo a uma nova didática</b>. Petrópolis: Vozes, 2013, p. 29-37.</span><br />
<span style="color: #0070c0; font-family: "georgia" , "serif"; font-size: 10pt; line-height: 115%;"><br /></span>
<span style="color: #0070c0; font-family: "georgia" , "serif"; font-size: 10pt; line-height: 115%;">MORTATTI, Maria do Rosário L. <b>Os sentidos da alfabetização</b>: São
Paulo – 1876/1994. São Paulo: Editora Unesp, 2000. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 6pt; text-align: justify;">
<span style="color: #0070c0; font-family: "georgia" , "serif"; font-size: 10pt; line-height: 115%;">______. Alfabetização no Brasil: conjecturas sobre as relações
entre políticas públicas e seus sujeitos privados. <b>Revista Brasileira de
Educação</b>, v. 15, n. 44 maio/ago. p. 329-410, 2010. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 6pt; text-align: justify;">
<span style="color: #0070c0; font-family: "georgia" , "serif"; font-size: 10pt; line-height: 115%;">______. Essa base nacional comum curricular: mais uma tragédia
brasileira? <b>Revista Brasileira de Alfabetização </b>– ABAlf. Vitória/ES. v. 1, n.
2, jul./dez. p. 191-205, 2015.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 6pt; text-align: justify;">
<span style="color: #0070c0; font-family: "georgia" , "serif"; font-size: 10pt; line-height: 115%;">OBSERVATOIRE NATIONAL DE LA LECTURE. <b>Apprendre à lire</b>. Paris:
C.N.D.P/Odile Jacob, 1998.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 6pt; text-align: justify;">
<span style="color: #0070c0; font-family: "georgia" , "serif"; font-size: 10pt; line-height: 115%;">RIEBEN, L; PERFETTI, C. (Ed.). <b>L'apprenti lecteur</b>.
Recherches empiriques et implications pédagogiques. Neuchâtel et Paris:
Delachaux et Niestle, 1989.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 6pt; text-align: justify;">
<span style="color: #0070c0; font-family: "georgia" , "serif"; font-size: 10pt; line-height: 115%;">SNOWLING, Margaret J.; HULME, Charles. <b>A ciência da leitura</b>.
Porto Alegre: Penso, 2013<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 6pt; text-align: justify;">
<span style="color: #0070c0; font-family: "georgia" , "serif"; font-size: 10pt; line-height: 115%;">SOARES, M. <b>Alfabetização:</b> a questão dos métodos. São Paulo:
Contexto, 2016. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 6pt; text-align: justify;">
<span style="color: #0070c0; font-family: "georgia" , "serif"; font-size: 10pt; line-height: 115%;">______. Letramento e alfabetização: as muitas facetas. <b>Revista
Brasileira de Educação</b>. Jan-Abr, 2004, nº 25, p. 5-17. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<br /></div>
<br />Licahttp://www.blogger.com/profile/13330703422606132370noreply@blogger.com83tag:blogger.com,1999:blog-2765047742547072708.post-59609728967031106192019-09-30T12:46:00.000-07:002019-10-10T13:47:21.689-07:00PNA - Política Nacional de Alfabetização<span style="font-size: large;">Gente,</span><br />
<span style="font-size: large;"><br /></span>
<br />
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-size: large;">Sei que prometi, mas ainda não dei conta...</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-size: large;">Mas prometo, em breve, postar minhas reflexões sobre a PNA, por ora esparsas nos posts do Facebook, nas falas em eventos, entrevistas...</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-size: large;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-size: large;">Mas vou juntar tudo isso e postar aqui, ok?</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-size: large;">É a correria...</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-size: large;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-size: large;">Só uns ignorantes para acharem que a gente trabalha pouco na Universidade!</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-size: large;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-size: large;">Por ora, que ler o Caderno para dialogarmos depois?</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-size: large;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-size: large;">Acesse <a href="http://portal.mec.gov.br/images/CADERNO_PNA_FINAL.pdf" target="_blank">aqui</a>. </span></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<span style="font-size: large;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhb8S7pZl2WxiM_UqqzeLaxqDc0685X8LaG1FIQoU11I6Npj_Ydbg5gHf5eme1jLLyP3s6-QvMte4msPVKwTq15pyY82AWMAeXGLS8HcEveECEO0vIHo_izkQDElmnne611KHi-EXOBBB_b/s1600/PNA.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="267" data-original-width="189" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhb8S7pZl2WxiM_UqqzeLaxqDc0685X8LaG1FIQoU11I6Npj_Ydbg5gHf5eme1jLLyP3s6-QvMte4msPVKwTq15pyY82AWMAeXGLS8HcEveECEO0vIHo_izkQDElmnne611KHi-EXOBBB_b/s320/PNA.jpg" width="226" /></a></span></div>
<br />
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-size: large;"><a href="https://www.cenpec.org.br/tematicas/fala-e-escrita-em-dialogo-na-alfabetizacao" target="_blank">Aqui</a> também há uma entrevista minha em que faço uma análise breve que envolve a diferença entre o que propõem a PNA e a perspectiva que defendo de abordar a reflexão fonológica, metalinguística, as sonoridades dos textos poético-musicais da tradição oral.</span><br />
<span style="font-size: large;"><br /></span>
<span style="font-size: large;">Por ora é isso...depois tem mais! </span><br />
<span style="font-size: large;">Mas tem várias postagens no Facebook sobre a PNA, certo?</span></div>
Licahttp://www.blogger.com/profile/13330703422606132370noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-2765047742547072708.post-21122257179231696342019-08-04T14:02:00.004-07:002019-08-29T18:16:58.401-07:00SOBRE O MÉTODO DE 20 PÁGINAS E 5 PASSOS – Parte 3<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<span style="font-family: "georgia" , "serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">Voltamos,
então, à análise do Guia Definitivo (sic!!!), do nosso atual Secretário de
Alfabetização, lembrando que, evidentemente, ele não está trabalhando sozinho,
senão, além de um visão equivocada, seria uma vergonha nacional. Lembro que já estão postadas, nesses links, a <a href="http://oficinasdealfabetizacao.blogspot.com/2019/05/alfabetizar-em-5-etapas-post-1.html" target="_blank">Partes 1</a> e a <a href="http://oficinasdealfabetizacao.blogspot.com/2019/06/sobre-o-metodo-de-20-paginas-e-5-passos.html" target="_blank">Parte 2</a> de análise desse Guia, aqui é a continuação.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<span style="font-family: "georgia" , "serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<span style="font-family: "georgia" , "serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">Os
partidários do método fônico estão em êxtase agora, tendo vez e voz para visões
reducionistas da alfabetização. Reducionistas também porque sem diálogo com o
campo de outras concepções no Brasil, e pior, com muito desrespeito às
pesquisas de outras perspectivas epistemológicas e ao campo pedagógico. Em 2003
fizeram tanto barulho com o Ciclo de Debates da Comissão de Educação, Cultura e
Desporto da Câmara dos Deputados, visando à mudança nas políticas públicas de
alfabetização, e com a construção do relatório do “Alfabetização
infantil: os novos caminhos”. Mas prevaleceu a perspectiva construtivista e
sociointeracionista. O desrespeito era tanto que acirrou a rivalização entre
essas perspectivas, dificultando algum diálogo e, portanto, continuou como
força contra-hegemônica sectária. Agora que estão “por cima”, a revanche deverá
fechar ainda mais o diálogo, já que, para conseguir estar nessa posição,
precisaram estar ladeados com esse governo que ataca a educação, o
conhecimento, as perspectivas socialmente referenciadas. Se concepção de
alfabetização e escolhas epistemológicas nada teriam a ver com concepção
política, digo apenas que, se pesquisas cognitivas são importantes e devem ser
levadas em consideração, por outro lado, no campo pedagógico, investir em
habilidades cognitivas individuais e minimizar a dimensão social das práticas
de leitura e escrita combina muito bem com uma perspectiva corporativa e
meritocrática de mundo e de educação.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<span style="font-family: "georgia" , "serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<span style="font-family: "georgia" , "serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">De todo
modo, mesmo a questão sendo muito mais complexa – complexidade que Nadalim não
acompanha, e ele não é peça-chave no campo das tematizações – ele hoje está
“por cima” no campo das normatizações e o consequente favorecimento ao campo
das concretizações. Resistiremos, lutaremos, desobedeceremos, mas não podemos
deixar de constatar que é essa a perspectiva que vai pautar o financiamento na
área da alfabetização, a formação docente, a distribuição de material, o apoio
institucional, TUDO. Se individualmente poderemos seguir com nossas práticas
mais amplas de alfabetizar e letrar – no sentido amplo, sociocultural do termo
– coletivamente não será fácil. E o conhecimento é importante para fundamentar
as nossas lutas.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<span style="font-family: "georgia" , "serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<span style="font-family: "georgia" , "serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">Por
isso, continuo firme nesse propósito, e ainda acho que vale a pena “matar dois
coelhos” analisando esses materiais toscos de nosso secretário, ao tempo que
vamos discutindo sobre o campo da alfabetização, sem sectarismos.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<span style="font-family: "georgia" , "serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<span style="font-family: "georgia" , "serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">E
chegamos à parte do Guia que trata de aspectos diretamente relativos à
apropriação do funcionamento da escrita. Como sinalizei antes, a simplificação
ignorante, os equívocos conceituais e a “démarche” associacionista continuam
fortemente aqui também.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<span style="font-family: "georgia" , "serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">Vamos a
elas: às etapas da consciência silábica e da consciência fonêmica. Não, não
melhora...<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<b><span style="font-family: "georgia" , "serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">4ª etapa – Consciência silábica<o:p></o:p></span></b></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<span style="font-family: "georgia" , "serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">A etapa
silábica, no Guia Definitivo, embora assinalada como uma etapa, é totalmente
menosprezada, tratada de forma aligeirada, incompleta e rasa. É como se ele nem
soubesse porque seria uma etapa a ser considerada, apenas segue o que outros
dizem, porque o que ele diz lá, a torna algo sem nenhuma importância. A
primeira constatação que podemos fazer é essa: uma unidade extremamente
importante na nossa língua e na alfabetização e, para ele, nesse Guia, apenas
dois breves parágrafos, 10 linhas, e um vazio enorme... Dá até para reproduzir
tudo aqui:<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<span style="font-family: "georgia" , "serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-left: 42.55pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: "georgia" , "serif";">Tratarei agora de uma
realidade que está dentro de cada palavra, a realidade silábica. Pois seu filho
precisa entender que as palavras são formadas por sílabas. A quarta etapa,
portanto, é a da consciência silábica.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-left: 42.55pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: "georgia" , "serif";">A atividade desta etapa é
bem simples. Você deve segmentar palavras batendo uma palma para cada sílaba ao
pronunciá-la, e a criança terá de ser capaz de dizer o número de sílabas da
palavra. Use palavras que sejam familiares ao seu filho, como nomes de pessoas
da sua família. Por exemplo, “Carlos”: Car (uma palma) -los (outra palma).
(NADALIM, 2015, p. 25)<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-left: 42.55pt; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<span style="font-family: "georgia" , "serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">E isso
é tudo! Cadê a sílaba na alfabetização? Silêncio total! Como e porque a
consciência silábica contribui para a apropriação do princípio alfabético? Onde
está a explicação para a relação entre fazer isso e aprender a ler e escrever?
Ele diz? Mas não é justo isso que está em jogo nessas etapas: compreender como
esses aspectos ajudam na alfabetização? Só que...silêncio total! Reduzir a
“entender que as palavras são formadas por sílabas” é uma simplificação sem
par. Até porque, na cabeça dos pais, separar sílabas não é algo da dimensão
sonora, é algo da escrita, com regras próprias no âmbito gráfico (por exemplo,
separar os dígrafos RR, SS, e não separar ditongos, como ÃO, por exemplo,
situações que não têm nenhuma realidade sonora).<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<span style="font-family: "georgia" , "serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<span style="font-family: "georgia" , "serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">Consciência
silábica é, para ele, só contar a sílaba (mas que sílaba? Porque repare: MA-CA-RRÃ-O –
para a criança, quantas sílabas tem aí?). Mas ele lá está preocupado com o que
pensa a criança? Não, né? Eis a questão... A orientação única e aligeirada que
é dada, é o adulto demonstrando, e pronto...cadê o sujeito que pensa, que
aprende? Cadê a criança segmentar as palavras em sílabas oralmente?
E do jeito dele, separando os SONS... Cadê a exploração da segmentação natural
que elas fazem, por exemplo, ao brincar com a linguagem? Cadê identificar e
produzir sílabas semelhantes em diferentes palavras? Nada é dito sobre prestar
atenção em como a criança segmenta – e aliás, isso seria uma orientação vaga
(para ele), né? O que fariam os pais com isso? Diriam aos filhos, não filho,
não é A-VI-Ã-O, mas A-VI-ÃO... numa explicação que, do ponto de vista da criança,
que segmenta as unidades sonoras ouvidas, isso seria quase chinês! Por isso
também é que as orientações têm que ser chulas e simplórias, não é? Para não
complicar...só que aí resta o que? Resta o que esse silêncio denuncia:
simplismo que não vai servir para nada! Nem para pais que não sabem nada de
alfabetização, e vão continuar sem saber.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<span style="font-family: "georgia" , "serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<span style="font-family: "georgia" , "serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">Acho,
sinceramente, que, como ele enfatiza por demais os fonemas, a consciência
fonêmica, ele minimiza a sílaba como unidade fonológica importante. E mais,
como ele meteu o pau no método silábico, como diz que o fonema, e não a sílaba,
é que é importante, com certeza não tem ideia da importância da unidade
fonológica sílaba na alfabetização, com certeza acha que não há nada mais a
dizer do que vagas 10 linhas, 93 palavras, pouco mais que 500 caracteres...num
Guia que se pretende definitivo. Não tem! Por isso, silencia...será melhor o
silêncio a dizer bobagem? Sim, porque falar da importância da sílaba seria, de
certo modo, entrar em contradição com o que ele afirma na parte dos “métodos
inimigos” (claro que considerar a consciência das sílabas não é o mesmo que
defender o método silábico, mas ele teria que enfrentar essa discussão, ao
menos...). E desconsiderá-la seria entrar em desacordo até mesmo com o campo da
ciência da leitura que ele defende. Ou seja, na situação de contradição, de
complexidade, o que é que a mente simplória faz? Fala qualquer coisa, rasa, e
passa adiante...Foi o que ele fez aí, vocês hão de convir.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<span style="font-family: "georgia" , "serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<span style="font-family: "georgia" , "serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">Pois
bem, mas eu esclareço...<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<span style="font-family: "georgia" , "serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">A
consciência de sílabas, diferente da consciência sintática que ele desenvolveu
bastante (embora falando besteira), é um dos aspectos fundamentais no processo
de alfabetização. Primeiro, porque poder se alfabetizar implica em focar os
significantes das palavras e não os significados. Para as crianças saírem do
que Piaget chamou de realismo nominal – ou seja, a característica do pensamento
infantil em que a criança expressa dificuldades em dissociar o signo
da coisa significada (referente) – ela precisa, justamente prestar atenção no
tamanho da palavra oral, pela segmentação silábica. Assim, embora o animal boi
seja maior que o animal formiga, a palavra BOI é menor que a palavra FORMIGA.
Sem isso, não há alfabetização, pois, seja na leitura, seja na escrita, a
criança que não sai do realismo nominal vai tentar corresponder a escrita às
características físicas do objeto representado.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<span style="font-family: "georgia" , "serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">A
segmentação silábica trata-se de uma habilidade que as crianças adquirem quase
que naturalmente, mas nem por isso, pode-se dizer que limita-se a “contar
sílabas” e, muito menos, numa situação de demonstração. Há aí a tomada de
consciência de que a língua oral é segmentável em unidades destituídas de
sentido e poder representá-la como uma sequência de unidades sonoras. E é isso
que, em contato com a escrita, vai levá-la a entender a escrita como uma
representação simbólica de segunda ordem, como nos ensina Vygotsky, ou seja, um
sistema de notação que representa não o real diretamente, mas a língua
falada. E isso é fundamental e de ordem sociocognitiva, conceitual,
não de ordem da mera transmissão de informação.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<span style="font-family: "georgia" , "serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<span style="font-family: "georgia" , "serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">Há
atividade metalinguística envolvida aí, que quer dizer re-fle-xão, e não uma
mera transmissão de informação. Cadê as crianças, meu Deus? Cadê a apropriação
de conhecimento? Está reduzida ao ensino transmissivo – mas, sim, essa é a base
epistemológica dele... Aliás, a própria escansão das sílabas nas segmentações
que as crianças fazer brincando de, por exemplo
“Lá-vai-a-bo-la-a-gi-rar-na-ro-da...”, “Uni-du-ni-tê, as-la-mê-min-guê...”,
favorecem, posteriormente, a consciência de sílabas, pois se constituem em
atividades epilinguísticas, como ressalta Gombert (2013). <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<span style="font-family: "georgia" , "serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<span style="font-family: "georgia" , "serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">A
consciência silábica é quase naturalmente adquirida pelas crianças (e quanto
mais expostas a brincadeiras com a linguagem, como parlendas, cantigas, mas
também as brincadeiras não codificadas), justamente porque, como
discutido na Introdução, diferente do fonema, a sílaba é uma unidade natural da
língua!!! E isso a torna mesmo muito importante para a alfabetização. Não à toa
as crianças, bem cedo, começam a, naturalmente, pronunciar palavras
segmentando-as em pedacinhos, e não à toa também, em um determinado momento de
sua reflexão sobre a escrita, grafam uma letra para cada emissão sonora que
escutam. Isso porque se trata da unidade mínima da emissão sonora,
unidade que tem realidade sonora efetivamente, elas se pronunciam
numa única emissão de voz, devido à co-articulação da língua: os fonemas
consonantais sempre vêm com os vocálicos. As unidades fonêmicas não são
produzidas como unidades isoladas, mas sim em um fluxo contínuo.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<span style="font-family: "georgia" , "serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<span style="font-family: "georgia" , "serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">Ou
seja, por definição, a sílaba é uma fusão de fonemas que segmenta naturalmente
as palavras quando pronunciadas e, por ter essa realidade física são mais
perceptíveis pelas crianças, do que os fonemas, que, no caso dos consonantais,
não são exatamente um som, mas unidades abstratas. O fonema é uma representação
mental, não tendo realidade física isoladamente, pois os fones não são
pronunciados e percebidos isoladamente (mas é justo isso que ele orienta a
fazer, como vimos nas partes anteriores do Guia e veremos na 5ª etapa). O
próprio José Morais, que ele tanto idolatra insiste muitíssimo nesse ponto.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<span style="font-family: "georgia" , "serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<span style="font-family: "georgia" , "serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">Reparem
que Nadalim o critica o método silábico não por sua “démarche” mecânica, como
nós criticaríamos, mas pelo fato de que a unidade que estrutura o sistema não é
a sílaba, mas o fonema. Está certo, o sistema é estruturado pelos fonemas, mas,
do ponto de vista de quem não é alfabetizado, os fonemas não são analisados
naturalmente, não preexistem ao entendimento do funcionamento do sistema.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<span style="font-family: "georgia" , "serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<span style="font-family: "georgia" , "serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">E ainda
tem a questão da língua, que precisa ser considerada. A unidade sílaba, na na
língua portuguesa, é muito saliente e, portanto, favorável ao estabelecimento
da relação entre escrita e pauta sonora. Isso não significa defender os
procedimentos de memorização de famílias silábicas, do ensino pelo
ba-be-bi-bo-bu – por isso mesmo que tenho insistido que usar procedimentos
fônicos não é adotar método fônico, e usar procedimentos silábicos não é adotar
método silábico. Os fonemas – unidade que estrutura o sistema alfabético – se
reorganizam em unidades silábicas pronunciáveis e, portanto, é uma unidade
importante para a alfabetização, sim, para o estabelecimento de relação entre a
língua escrita e a língua oral. Como diz Frade (<a href="https://periodicos.ufsm.br/reveducacao/article/view/658/469" target="_blank">2007</a>),
referindo-se ao método silábico, “o acesso direto à sílaba e não ao fonema,
pode ajudar a concretizar mais rapidamente a relação de segmentos da fala com
segmentos da escrita. Nele a principal unidade a ser analisada pelos alunos é a
sílaba”. E é por isso mesmo que procedimentos silábicos foram
amplamente utilizados tanto em métodos sintéticos quanto analíticos e mistos,
que, partindo de que unidades fossem – unidades menores que as palavras, as
próprias palavras ou unidades maiores que a palavra – chegavam às sílabas,
para, em processos de análises e sínteses, compor e decompor palavras.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<span style="font-family: "georgia" , "serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<span style="font-family: "georgia" , "serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">É digno
de nota que, mesmo pesquisadores da área da ciência da leitura, indicam que a
análise silábica favorece a tomada de consciência do fonema, pois refletindo
sobre essas unidades, suas semelhanças e diferenças, vão recortando o fonema
como unidade distintiva e sua invariância em palavras iniciadas com um mesmo
fonema. Ou seja, confrontadas com palavras que trazem sílabas que combinam um
mesmo fonema com diversas vogais, como por exemplo, RA em Raíssa, RE em Regina,
RO em Roberto, Ri em Rita, Ru em Rute, por exemplo, ajuda a observarem essa
invariância (há algo parecido e algo diferente em todas elas, não é?).
Confrontadas, por sua vez, com palavras como RATO – PATO – MATO – GATO, podem
refletir sobre o que muda nessas palavras – e o que muda é, justamente, o
fonema, pois isso diz respeito a sua própria definição: ser uma unidade
distintiva que diferencia unidades lexicais (as palavras). E isso,
evidentemente, não precisa ser feito de forma mecânica, mas em contextos
reflexivos, lúdicos e letrados.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<span style="font-family: "georgia" , "serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<span style="font-family: "georgia" , "serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">Assim,
sendo, mesmo sendo uma habilidade desenvolvida quase naturalmente, a
consciência silábica é uma etapa da consciência fonológica importantíssima, que
conduz à consciência fonêmica, e que merecia mais que dois parágrafos.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<span style="font-family: "georgia" , "serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<span style="font-family: "georgia" , "serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">Volto,
assim, a chamar a atenção, novamente que nem José Morais é tão radical como
Nadalim. Embora em sua perspectiva fônica Morais dê ênfase à consciência
fonêmica (que, para ele se dá concomitantemente à aprendizagem do sistema
alfabético e não previamente, como Nadalim), ele também destaca que para que
seja possível ler tudo o que aparece, conhecido ou não conhecido, embora o
conhecimento do phonics seja superior, a análise silábica funciona,
pois a língua é formada também por sílabas. E afirma, então que é claro que a
criança pode conseguir ler bastante coisas por meio do método silábico.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<span style="font-family: "georgia" , "serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<span style="font-family: "georgia" , "serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">Por
tudo isso, o método silábico, sintético, e os métodos analíticos que, ao
chegarem na unidade sílaba e trabalhar a análise e síntese silábica como
estratégia de alfabetização, apesar de seus questionáveis procedimentos
mecânicos, repetitivos e pouco significativos, não podem ser tachados de
métodos ineficazes, inadequados e negativos, como faz Nadalim. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<span style="font-family: "georgia" , "serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<span style="font-family: "georgia" , "serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">Agora,
além da segmentação silábica – único aspecto vagamente referido nessa etapa, no
Guia, e mesmo assim, sem explorar todas as habilidades aí envolvidas, como
identificar, produzir (ele refere apenas a contar sílabas) – há outros aspectos
e habilidades envolvidas na consciência silábica, que favorecem a
alfabetização, como, por exemplo, analisar palavras com as mesmas sílabas,
especialmente, mas não apenas, as sílabas iniciais. Reconhecer as sílabas de
uma palavra, identificar a produzir palavras que contenham uma determinada
sílaba em diversas posições na palavra (início, meio e fim. Ex. BA em barata,
em cabaça, em taba), juntar sílabas embaralhadas para formar palavras, como
LIPITORU para montar PIRULITO, achar a resposta a uma adivinha com sílabas
embaralhadas em fichas, dentre muitas outras possibilidades, são algumas,
dentre muitas outras, situações valiosíssimas de consciência silábica que
contribuem, e muito, para a consciência fonêmica. A qualidade, diversidade e a
progressão na abordagem das unidades fonológicas é um aspecto fundamental no
planejamento da alfabetização. No processo de apropriação inicial da língua
escrita, a qualidade, diversidade e progressão na abordagem da unidade sílaba é
também importante, pois, embora seja uma unidade natural de emissão da língua,
não é evidente que as crianças prestem atenção, deliberadamente, de forma
consciente e sistemática, aos constituintes sonoros da linguagem. Em grande
medida, a capacidade espontânea de análise silábica, que vemos nas crianças
pequenas, resulta de uma sensibilidade pré-consciente, epilinguística, e
abordá-la de forma mais sistemática favorece a reflexão metalinguística. Como a
escola ainda não consolidou essa abordagem de forma efetiva, então as criança
também não estão familiarizadas a fazer reflexões mais elaboradas nesse
sentido. Entretanto, a diversidade e continuidade de situações de reflexão que
podem ser, em grande medida lúdicas, em contexto de jogos, de textos
poéticos-musicais – e, de todo modo, reflexivas, mesmo quando atividades mais
sistematizadas – vão permitir que elas se familiarizem com as consignas
próprias a essa dimensão sonora, dar sentido a elas, torná-las conscientes,
para que suas aprendizagens possam ser consolidadas e plenamente
mobilizadas em outros contextos.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<span style="font-family: "georgia" , "serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<span style="font-family: "georgia" , "serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">A progressão
tem relação com os padrões silábicos trabalhados, já que o padrão canônico
consoante-vogal é mais acessível inicialmente, do que os CCV ou CVC; com as
habilidades envolvidas: escandir, segmentar, contar, identificar uma sílaba
inicial em uma palavras são habilidades mais acessíveis, inicialmente, do que
comparar palavras com sílabas semelhantes, identificar sílabas em diversas
posições nas palavras, produzir palavras com sílabas semelhantes...Sugiro aqui
o novo livro de Artur Gomes de Morais, Consciência fonológica na Educação
Infantil e no ciclo de alfabetização (Autêntica, 2019), que aborda as
habilidades envolvidas em diversas unidades fonológica, sua hierarquização e
sua abordagem numa perspectiva que considera os processos de construção e apropriação
dos conhecimentos pelas crianças.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<span style="font-family: "georgia" , "serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<span style="font-family: "georgia" , "serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">Importante
mesmo, nessa tal “pré-alfabetização” – como ele denomina – é a pré-história da
língua (no sentido de Vygotsky e Luria), brincar com as sonoridades da língua,
em uma caminho que vai do epi ao metalinguístico, e participar intensamente das
práticas letradas, de situações de leitura e escrita.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<span style="font-family: "georgia" , "serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<span style="font-family: "georgia" , "serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">Essa
artificialidade, ainda mais assim, para pais, com uma “pegada” escolarizada, tô
fora! Os pais podem muito mais e coisas muito mais importantes do que isso!!!!<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<span style="font-family: "georgia" , "serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">Bom, e
chegamos à última etapa, aos fonemas...dos quais já falamos muito. Mas vamos
lá!<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<b><span style="font-family: "georgia" , "serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">5ª etapa – Consciência fonêmica<o:p></o:p></span></b></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<b><span style="font-family: "georgia" , "serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;"><br /></span></b></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<span style="font-family: "georgia" , "serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">O
parágrafo introdutório dessa parte do Guia indica a consciência fonêmica como a
etapa mais importante. É fato que é a etapa que se relaciona com a estrutura do
sistema alfabético, mas qual a necessidade de estabelecer essa hierarquia de
valor? Mais importante de que ponto de vista? Do conteúdo. Mas se considerarmos
o ponto de vista das construções infantis, vimos o quão importante é a consciência
silábica e de todas as unidades fonológicas mais holísticas para chamar a
atenção tanto para a dimensão sonora da língua quanto para o perfil analítico
em relação às palavras. Sempre isso, muito sistema, pouco a criança,
a aprendizagem... Enfim, mas vamos lá!<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<span style="font-family: "georgia" , "serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<span style="font-family: "georgia" , "serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">O
segundo parágrafo ok, tem tudo o que venho dizendo, justamente, sobre o fonema
ser uma unidade abstrata não isolável. É a unidade intrassilábica (menor que a
sílaba) que está na base da organização da escrita em um sistema que se
estrutura, em parte, pela relação entre fonemas e grafemas, e que representa,
em parte, os padrões articulatórios da fala. Até aí, tudo certo. O problema é
que essa constatação do autor se desdobra em defender a análise em fonemas na
oralidade, previamente à escrita, e ao tomar o sistema de escrita como sendo só
isso – relação fonema-grafema –, sua aprendizagem torna-se uma mera transmissão
de informações sobre os fones que representam as letras. E assim chega-se ao
absurdo de propor aos pais de ficarem repetindo /ppppppp/ para a criança
perceber o fone /p/ e depois, automaticamente, entender que o /p/ é o som da
letra P. Já comentei isso nos posts anteriores, da <a href="http://oficinasdealfabetizacao.blogspot.com/2019/05/alfabetizar-em-5-etapas-post-1.html">Introdução</a>,
na parte sobre os “métodos que funcionam”.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<span style="font-family: "georgia" , "serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<span style="font-family: "georgia" , "serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">Depois
desse parágrafo, claro, seria importante, mesmo para pais, discutir porque isso
é importante para o desempenho das crianças na leitura, porque fica um tanto
misterioso para quem não é da área. Mas daí ele já parte para as propostas
rasas de atividade que os pais, supostamente, poderiam fazer, sem nem discutir
a importância delas no desenvolvimento da consciência fonêmica. Altamente vago,
lacunar e vira uma lista de receitinhas, que ele mesmo valida e sem base
alguma. Afinal, não é para todos os autores que a consciência fonêmica é tomada
como pré-requisito para a alfabetização, como Nadalim defende, nem mesmo para a
grande maioria. Bem ao contrário. Há aqueles que defendem que, em vez de
pré-requisito, a consciência fonêmica é a consequência de compreender o
funcionamento alfabético (a escrita é que fornece um modelo de análise para o
oral, já que o fonema é abstrato), e aqueles que acham que é uma relação de
causalidade recíproca, ambos se influenciando mutuamente, sendo algumas
habilidades necessárias para compreender o sistema e outras se desenvolvendo
justamente devido à compreensão de seu funcionamento. Pois até José Morais, que
ele idolatra, defende essa última perspectiva! Longe dessa coisa rasa de
pré-requisito que Nadalim defende sem conhecimento nenhum de causa.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<span style="font-family: "georgia" , "serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<span style="font-family: "georgia" , "serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">A
habilidade de manipular explicitamente os fonemas (consonantais) não é
desenvolvida espontaneamente, ela se desenvolve em consequência da aprendizagem
da leitura em sistemas alfabéticos, paralelamente a essa aprendizagem, pois,
para ler e escrever, é preciso entender como os sons da fala (as palavras,
formadas de sílabas) se segmentam em suas partes menores constituintes. Essa
segmentação fonêmica oral prévia é de um artificialismo sem tamanho – mas é
como ele interpreta: se o fonema é artificial, vamos isolá-lo para se fazer
observável. Como eu disse, baseada em autores diversos – sejam autores da
perspectiva que defendo, como Magda Soares e Artur Gomes de Morais, sejam
autores que ele defende, como José Morais – algumas habilidades de consciência
fonêmica são necessárias para compreender o funcionamento do sistema e, outras,
só se desenvolvem mesmo após a criança entender o princípio alfabético. Assim,
certamente isolar fonemas de uma palavra, segmentando-a de forma artificial,
sem nenhuma relação com a emissão sonora, ou pronunciá-los isoladamente (ou
seja, pronunciar os “sons” das letras separadas), não são habilidades prévias à
escrita, como ele faz parecer. Como aliás ele afirma e enfatiza. Que disparate!
Não são nem mesmo necessárias para se alfabetizar, como Artur Gomes de Morais
(2019) bem argumenta em seu último livro. Analisar palavras que começam com os
mesmos fonemas (vela-vaca-vida-vulcão-volante) ou observar os fonemas como
unidades distintivas (pato-rato-mato-bato-gato) é suficiente para as crianças
compreenderem o princípio alfabético, no contexto da análise de palavras,
segmentações menos artificiais, e em presença da escrita (para apoiar a
reflexão fonológica). As habilidade de segmentar VELA em /v /e/ /l/ /a/ é
questionada por muitos autores como necessária à alfabetização, bem como ficar
repetindo o “som” de letras isoladas. Ainda mais “sons” sem as letras, como
quer Nadalim. Um disparate total!<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<span style="font-family: "georgia" , "serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<span style="font-family: "georgia" , "serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">Seria
bem providencial, para não “teorizar”, ele justificar porque é conteúdo e
orientação para pais, né? Mas o problema aí é outro, ao que parece: falta de
fundamentação sólida (preciso todo dia me lembrar que ele não está trabalhando
sozinho na Secretaria de Alfabetização... Ao menos, tendo pesquisadores de
verdade lá, teremos divergências teórico-metodológicas, mas não deverá ser o
reinado da "toscolândia"...).<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<span style="font-family: "georgia" , "serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<span style="font-family: "georgia" , "serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">Bom, e
vamos para as atividades propostas. Melhor dizendo, à atividade! Só tem uma!
Ele diz “Entre inúmeras atividades...ensinarei uma”... Para um Guia que se
auto-intitula “definitivo” é bem parco e limitado, não? Deve ser porque para
acessar as “outras”, tinha que fazer o curso, não é? O link para a inscrição
vem no final do E-book...<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<span style="font-family: "georgia" , "serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<span style="font-family: "georgia" , "serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">Pois
bem. A atividade proposta, oralmente, é de “perceber” a invariância do fonema
inicial de palavras escritas com mesma consoante inicial: mala, mola, mula...Tá
certo que observar essa invariância, essa aliteração desse fone /m/ nessas
palavras é um aspecto importante da consciência fonêmica. Foi o que falei acima
com o exemplo da vela-vaca-vida... Mas está longe de ser o único aspecto, além
do que, o modo de propô-la é totalmente descontextualizado. E quem garante que
os pais vão focar mesmo o fone e não a letra inicial? Ou na sílaba? (e observar
as sílabas aí, VE-VA-VI, já seria também bem bacana para ajudá-los a abstrair o
fonema, essa partezinha “parecida” em todas elas). Quem disse que os pais
saberão pronunciar o impronunciável? Quem disse que não enfatizarão as sílabas?
(que dá no mesmo, mas não é o que ele está propondo...). Pois a orientação dada
é a de “corrigir”, dando também orientações assim: “Ao pronunciar os sons, não
se esqueça de enfatizá-los bem” (p. 27). Notem que os exemplos que ele dá nem
são dos fonemas que são mais salientes, como os fricativos e vibrantes, pois
podemos “esticá-los!” na pronúncia do fone (do fone, não do fonema, veja bem!),
como em xxxxxxxale...Mas que coisa mais artificial ficar tentando pronunciar
/mmmm/... ou /pppp/ ou /ttttt/. Faz muuuuuita diferença abordar fonemas
oclusivos e não-oclusivos.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<span style="font-family: "georgia" , "serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<span style="font-family: "georgia" , "serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">Ele não
faz nenhuma distinção entre esses fonemas, não indica começar pelos
fricativos... Em geral, nem precisa mapear todos os fonemas, porque as crianças
“pegam” a lógica do princípio alfabético com alguns casos, e generalizam, como
ressalta, por exemplo Snow e Juel (2013, p. 537), autores do campo da
Ciência da leitura. Então, para que sugerir pronunciar logo esses oclusivos, os
mais artificiais de todos? Para que começar pelos fonemas mais impronunciáveis?????
E o que é isso, “pronunciar os sons” do /m/, /f/? Sempre que pronunciamos fones
isolados, há um som vocálico, mesmo que átono, que vem junto, devido a tudo que
já falei sobre a co-articulação da fala, sobre a unidade mínima de emissão de
voz ser a sílaba, não o fonema. E o que garante que a criança vai prestar
atenção ao fonema mesmo? Como já citei, ela pode, simplesmente, a partir da
consigna, prestar atenção às sílabas iniciais – muito mais naturais para
ela: MAla, MOla, MUla... Artur Gomes de Morais (2019) discute
algumas pesquisas que confirmam que as crianças focam, muitas vezes, na sílaba
quando solicitada quanto a determinadas habilidades fonêmicas.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<span style="font-family: "georgia" , "serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<span style="font-family: "georgia" , "serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">Enfim,
é tudo abordado de forma muito superficial. Mesmo com a pretensão a ser o
“definitivo”. E orientações é de perspectiva associacionista, reprodutivista,
mecânica. Aos pais cabe “corrigir” (sic!) se os filhos não acertam. Mas também,
o que mais estão capacitados a fazer, não é? Sim, teriam muita coisa a fazer
aí, inteligentes, não reprodutivistas, interessantes e não meros treinamentos.
Se fosse fácil assim, de fato, para que precisaríamos de professores, não é?
Mas lembrem...está na base dessa proposta de pais ensinarem essas coisas aos
filhos uma completa desqualificação da especificidade da função docente. E,
pasmem! Muitos professores acham esse Guia o máximo!!! É triste mesmo...<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<span style="font-family: "georgia" , "serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">Não há
tampouco, nessa etapa do Guia, indicações de abordagens mais significativas,
lúdicas, muito mais condizentes com as crianças pequenas e com as situações
interativas entre pais e crianças. E, sim, é isso que ele chama de Guia
Definitivo. Qualquer manual mequetrefe de consciência fonológica é mais
completo que isso!!!<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<span style="font-family: "georgia" , "serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<span style="font-family: "georgia" , "serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">Nem vou
voltar à preocupação também com a variação linguística, absolutamente
desconsiderada nessa perspectiva fônica adotada por ele. Mas, claro, né? Ele
está pensando nas famílias de classes privilegiadas, privilegiados também em
termos linguísticos, pois se utilizam de uma variedade de linguagem bem mais
próxima daquela legitimada socialmente e validada pela escola, mais próxima
(mas nunca espelho dela) da escrita. “Fácil” corresponder sons e letras assim,
né?<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<span style="font-family: "georgia" , "serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<span style="font-family: "georgia" , "serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">Agora,
o mais grave de tudo é considerar, nessa etapa da consciência fonêmica, apenas
orientações a focar nos fonemas na oralidade, sem presença da escrita. A
consciência fonêmica se desenvolve mesmo é em presença da escrita, analisando
as palavras gráficas para ampliar a análise fonológica. E isso, justamente,
porque o fonema é uma unidade abstrata, não uma realidade sonora. Como já
mencionei, as habilidades de consciência fonêmica, mais artificiais, não são
prévias à abordagem do sistema de escrita, como segmentar fonemas de uma
palavra e tratar isoladamente os fones relativos às letras, bem ao gosto de
Nadalim. Isso não apenas Artur Gomes de Morais (2019) aborda tão bem, como o
próprio José Morais, que Nadalim adora, chamam a atenção. Assim, insisto, não
só não é caso de serem abordadas previamente à escrita, em situações orais, nem
necessariamente precisam ser abordadas para se compreender o princípio
alfabético. Dessa forma, não é necessário pedir às crianças que, absurdamente,
segmentem palavras em fonemas /b/ /o/ /n/ /e/ /c/ /a/ - que artificialismo!
Pesquisas mostram que essa é uma tarefa muito difícil para quem não é
alfabetizado e até desnecessária para quem já é. Ou seja, quem faz isso é quem
já entendeu o princípio alfabético...então...para quê? Não se justifica a
tortura, a um só golpe, às crianças e à língua! Quanto a identificar e
pronunciar fones isolados, pesquisas mostram que as crianças usam os nomes das
letras como pistas para identificar segmentos nas palavras, desde as primeiras
oportunidades, ou seja, isso de abordar “sons” de letras soltas, antes das
próprias letras – como ele propõe enfaticamente na Introdução – tampouco tem fundamento.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<span style="font-family: "georgia" , "serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<span style="font-family: "georgia" , "serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">O
importante da consciência fonêmica é confrontar as crianças com palavras
iniciadas com o mesmo fonema (invariância, aliteração), especialmente em
presença da escrita e, mais importante ainda (e totalmente silenciado por ele),
levá-las a entenderem o fonema como unidade distintiva. Assim, confrontados com
a escrita de palavras como GATO-MATO-PATO-RATO, podem refletir sobre o
pedacinho semelhante que todas essas palavras têm em comum. A escrita fornece
um modelo de análise para o oral, ver as palavras gráficas permite analisar a
pauta sonora dessas palavras, favorecendo tanto a abstrair o fonema nessas
diversas palavras semelhantes que se diferenciam apenas por esse fonema
(gato-mato-pato-rato), quanto a analisar as sílabas em constituintes menores ao
observarem o que tem de semelhante e o que tem de diferente: mula-mala-mola...E
tudo isso pode ser feito com jogos, brincadeiras, textos da tradição oral,
analisando palavras escritas, tentando ler e escrever... Na oralidade, vale
abordar fonemas nas situações com trava-línguas, por exemplo, que são ótimos
textos para chamar a atenção para os fonemas – e nesse caso, até mesmo os
oclusivos, por sua aliteração, sua repetição, que põe foco neles. E aí,
observar no texto escrito que segmento provoca esse desafio articulatório na
oralidade, pode se constituir em uma situação altamente favorável,
significativa, lúdica, reflexiva. Com os fricativos e vibrantes até dá para
brincar mais na oralidade, como, por exemplo, achar palavras orais ou figuras
que as representam começadas igual a CHAVE, esticando o /xxxxxx/ (e aí vale
xale, chocalho, chuva, xícara)... Brincar de “Lá vai a barquinha carregadinha
de...” com foco nesses fonemas fricativos e vibrantes. Mas, como eu disse, o
grosso do trabalho com a consciência fonêmica é em presença da escrita.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<span style="font-family: "georgia" , "serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<span style="font-family: "georgia" , "serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">Por
fim, além da não referência à aliteração, ressalto também a total ausência
nesse Guia de abordagem das rimas, das unidades intrassilábicas outras, de
outras sonoridades que contribuem para chamar a atenção para a dimensão
fonológica da língua. A ênfase é toda na unidade fonema – e, de todo jeito,
tratada igualmente de forma absolutamente superficial, rasa, mecânica e
imprecisa.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<span style="font-family: "georgia" , "serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<span style="font-family: "georgia" , "serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">Enfim...mas
já estou me repetindo, portanto, remeto a outros escritos. Se quiserem
continuar essa prosa sobre consciência fonêmica e tudo o mais, vão no <a href="http://oficinasdealfabetizacao.blogspot.com/2018/09/e-os-fonemas.html">post</a> no
blog em que discuto mais sobre isso, fonemas, consciência fonêmica, e sobre a
abordagem reflexiva, significativa, lúdica e letrada, não mecânica da
consciência fonêmica. Sugiro fortemente a leitura do livro novo de Artur
também, “Consciência fonológica na Educação Infantil e no ciclo de
alfabetização”, fresquinho, de 2019. Lá ele indica meu blog também! O que muito
me honra.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<span style="font-family: "georgia" , "serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<b><span style="font-family: "georgia" , "serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">Fechando...esse Guia...para todo o
sempre...<o:p></o:p></span></b></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<span style="font-family: "georgia" , serif; font-size: 12pt;">Bom,
gente...é isso. Para fechar, ele afirma: “Seguindo essas etapas com cuidado e
atenção, seu filho não enfrentará problemas no momento da alfabetização e se
tornará um leitor hábil e eficaz”. Tão fácil, né? Tão mágico. Na loucura dele,
acho que ele acredita mesmo que a alfabetização se reduz a isso.</span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<span style="font-family: "georgia" , serif; font-size: 12pt;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<span style="font-family: "georgia" , "serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">Ele diz
ainda, nesse final: “Não tenho a pretensão de ser o guru da educação
brasileira”, mas pedindo pra ser, não é? A megalomania começa no título do
Guia. Guru? Alguém cogitou isso? Meu Deus! E completa: “Muitas
pessoas me perguntam por que ofereço essas dicas gratuitamente no blog ‘Como
Educar seus Filhos’. A razão é simples. Temos de fazer alguma coisa para
reverter a situação atual da educação brasileira”. O salvador da pátria!!! Que
vai nos salvar do que a escola não faz, do que a universidade não faz.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<span style="font-family: "georgia" , "serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<span style="font-family: "georgia" , "serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">Em um
outro <a href="https://www.facebook.com/gazetadopovo/videos/ao-vivo-carlos-nadalim-da-p%C3%A1gina-como-educar-seus-filhos-conversa-conosco-sobre-/10157481775759572/">vídeo</a>,
em que foi entrevistado em 2017, dentre as muitas pedradas, Nadalim diz, com
sarcasmo, que o analfabetismo funcional é, de certo modo, positivo, pois ao
menos as crianças não estão compreendendo as bobagens dos materiais didáticos
ideológicos, doutrinadores, que circulam por aí, devido a essa outra
“absurdidade” (sic!!!) que é o construtivismo e o letramento...Bem doutrinado
pelo guru dele, Olavo de Carvalho.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<span style="font-family: "georgia" , "serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">Vergonha
alheia é pouco! O manicômio do qual saiu nosso presidente deixou a porta
aberta, saiu foi muita gente...<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<span style="font-family: "georgia" , "serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<span style="font-family: "georgia" , "serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">Mas,
enfim, nosso país virou esse misto de piada e demência, em todos os setores,
não podia ser diferente no campo da alfabetização. Juro que acredito que mesmo
pesquisadores defensores da abordagem fônica estão com vergonha desse
representante na Secretaria de Alfabetização. Precisam engoli-lo, para dar
seguimento a seus planos de instaurar o método fônico no MEC, então aguentam...<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<span style="font-family: "georgia" , "serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<span style="font-family: "georgia" , "serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">Desse
“Guia Definitivo”, é o que eu tinha que dizer. Me abstenho de comentar os
depoimentos de pais laudatórios e mais laudatórios, que fecham o Guia, da
página 28 a 32 (bem mais do que as que tratam de aspectos fundamentais da
alfabetização), pois me causam apenas mais vergonha alheia. Além de para,
supostamente, validar o blog “Como educar seus filhos”, os depoimentos entram
no Guia para provar que pais podem alfabetizar e que não é preciso ser
especialista para fazer isso. Gente, seria piada se não fosse preocupante. Ele
diz, textualmente: “E a prova são os depoimentos de diversos pais e futuros
pais que têm obtido excelentes resultados seguindo e aplicando as dicas do blog
‘Como Educar seus Filhos’ e do curso ‘Ensine seus Filhos a Ler -
Pré-alfabetização’. Seguem-se abaixo apenas alguns desses depoimentos”.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<span style="font-family: "georgia" , "serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<span style="font-family: "georgia" , "serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">Nesse
mesmo vídeo citado, como em outros, Nadalim recorre a José Morais para validar
sua defesa dos pais alfabetizarem em casa, do papel dos pais na alfabetização,
mas é notório o quanto ele distorce o que está em jogo. Na entrevista que fez
com Morais, nota-se que ele conduz a resposta ao que ele quer, quando pergunta
sobre isso, bem como enfatiza trecho de livro para interpretar o que ele quer.
Os pais não têm esse poder todo que ele quer, para validar seu blog, seu curso,
seu Guia! Morais defende que os pais alfabetizem, sim, que não precisa de curso
de pedagogia para isso, mas quando vai exemplificar, o que ele fala é de
leitura de livros, dos livros circularem em casa, nas interações, não se refere
a nenhum exemplo de ensino sistemático do sistema alfabético. Ou seja, como os
outros representantes desse governo, o que vale são os estratagemas para
mentiras virarem verdades de tão repetidas.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<span style="font-family: "georgia" , "serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<span style="font-family: "georgia" , "serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">A
quantidade de pais e de professores que vejo idolatrando esse cara como a
salvação da educação me assusta mais do que ele mesmo. O importante é nos
informarmos bem, para não cairmos na tentação desses argumentos falaciosos e
para enfrentarmos com fundamentos o que vem por aí. E é isso que tenho tentado
fazer, contribuindo com essa discussão nessas postagens.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<span style="font-family: "georgia" , "serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<span style="font-family: "georgia" , "serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">Se você
chegou aqui hoje, e quer acompanhar a discussão, veja aqui a <a href="http://oficinasdealfabetizacao.blogspot.com/2019/05/alfabetizar-em-5-etapas-post-1.html">Parte
1</a> e a <a href="http://oficinasdealfabetizacao.blogspot.com/2019/06/sobre-o-metodo-de-20-paginas-e-5-passos.html">Parte
2</a> dessas outras postagens sobre esse Guia, e no marcados “políticas
públicas”, as postagens analisando o Guia e o vídeo de Nadalim, elencadas aqui: “<a href="http://oficinasdealfabetizacao.blogspot.com/2019/04/serie-politicas-publicas-de.html">Letramento
é o vilão da alfabetização</a>”.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<span style="font-family: "georgia" , "serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">Mais
adiante, as postagens sobre esse cenário serão sobre a Política Nacional de
Alfabetização. Quando der...</span><span style="font-family: "georgia" , serif; font-size: 12pt;"> </span></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<br />Licahttp://www.blogger.com/profile/13330703422606132370noreply@blogger.com9tag:blogger.com,1999:blog-2765047742547072708.post-37830614655946610822019-07-04T09:24:00.001-07:002021-04-14T08:28:51.442-07:00AULA ABERTA<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgwjBtp2CizDwTThQGNga_ghZbIq6HykMJRn4RLOkNZHDKxrWzcqPFN1-PLj_7bmq3deDyS2s8pUxp9gWs5B6ZxqYsm-C7e7hd22abZ7xfy0RZWttUt_nNisRQ-TWY55GySmBAWosSENdqF/s1600/1.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="1600" data-original-width="1200" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgwjBtp2CizDwTThQGNga_ghZbIq6HykMJRn4RLOkNZHDKxrWzcqPFN1-PLj_7bmq3deDyS2s8pUxp9gWs5B6ZxqYsm-C7e7hd22abZ7xfy0RZWttUt_nNisRQ-TWY55GySmBAWosSENdqF/s400/1.jpg" width="300" /></a></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<span style="font-family: "georgia" , "serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%;">
<span style="font-family: "georgia" , "serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">Essa postagem refere-se a parte do
estudo que fizemos no componente curricular EDC B85 – Alfabetização e
letramento, na Faculdade de Educação da Universidade Federal da Bahia
(FACED/UFBA), no semestre de 2019.1. No estudo do campo atual das concepções de
alfabetização e dos conceitos de alfabetização e letramento, geralmente
articulamos as instâncias das teorizações, das políticas públicas e das
concretizações na prática escolar. </span><span style="font-family: "georgia" , serif; font-size: 12pt; line-height: 150%;">Esse estudo, esse semestre, envolveu a contextualização dessas
discussões no cenário atual das políticas de alfabetização, que envolve desde a
criação da Secretaria da Educação no MEC, a indicação de Carlos Nadalim como
secretário, até a publicação do </span><span style="font-family: "georgia" , serif; font-size: 12pt; line-height: 150%;"><a href="http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2019-2022/2019/decreto/D9765.htm">Decreto nº 9.765</a>, de 11 de abril de 2019, que instituiu a Política
Nacional de Alfabetização, indicando uma varredura do letramento e uma redução
da dimensão fonológica, fundamental na alfabetização, à consciência fonêmica.</span></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgDPn2wkXG5M6o0yQe7LIL2KhBRAfRdKucMtCcDjsRM3Gj2wfbN_7qdFv_fCo4T-BzG_H5Z6qfqdKKlqrgKPoytlg2LyR-c_LjC4nnJhoJbx3b8T8sMKF-t2nYRaTapWNBaNP9rqYz9ugam/s1600/2.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="960" data-original-width="720" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgDPn2wkXG5M6o0yQe7LIL2KhBRAfRdKucMtCcDjsRM3Gj2wfbN_7qdFv_fCo4T-BzG_H5Z6qfqdKKlqrgKPoytlg2LyR-c_LjC4nnJhoJbx3b8T8sMKF-t2nYRaTapWNBaNP9rqYz9ugam/s320/2.jpg" width="240" /></a></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%;">
<span style="font-family: "georgia" , "serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">A nomeação de Carlos Nadalim, youtuber
que defende a educação familiar e o método fônico sintético como única
metodologia válida de alfabetização, foi comemorada pelos defensores da
abordagem fônica e criticada por profissionais do campo. A própria Magda Soares
– atacada diretamente pelo youtuber – veio à mídia se manifestar, em duas
entrevistas contundentes, <a href="https://www.cartacapital.com.br/educacaoentrevistas/pensar-que-se-resolve-a-alfabetizacao-com-o-metodo-fonico-e-uma-ignorancia/">aqui</a> e <a href="https://novaescola.org.br/conteudo/15004/vivi-o-estado-novo-e-passei-pela-ditadura-mas-nunca-vi-um-periodo-tao-assustador-como-este-na-educacao">aqui</a>. A Associação Brasileira de Alfabetização – ABAlf
lançou um <a href="http://abalf.org.br/?page_id=69">Manifesto</a> direcionado ao Ministro da Educação, questionando a
indicação de um método único pelo MEC. Essa
discussão você pode ver aqui mesmo no blog, no post de contextualização, <a href="http://oficinasdealfabetizacao.blogspot.com/2019/03/o-campo-da-alfabetizacao-no-brasil.html">aqui</a>. </span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%;">
<span style="font-family: "georgia" , "serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjylJ2GTdBNFV2Yn9n2t8uFFjtrpKFnE71IlIRfg9N0865kNQ2j_aLJkmDazm6c0_VOFu3AB3Af0Nk9NehoQI0ilchyRRTRw4UB4Cdm1pOxRom78UBFEGMeQQdWgBUeCdKsL2tU4hxqwKKw/s1600/3.jpg" imageanchor="1" style="clear: right; float: right; margin-bottom: 1em; margin-left: 1em;"><img border="0" data-original-height="345" data-original-width="621" height="110" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjylJ2GTdBNFV2Yn9n2t8uFFjtrpKFnE71IlIRfg9N0865kNQ2j_aLJkmDazm6c0_VOFu3AB3Af0Nk9NehoQI0ilchyRRTRw4UB4Cdm1pOxRom78UBFEGMeQQdWgBUeCdKsL2tU4hxqwKKw/s200/3.jpg" width="200" /></a><span style="font-family: "georgia" , "serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">Como o conteúdo do nosso estudo é a
alfabetização e o letramento, acompanhamos esses acontecimentos pela mídia,
estudamos o campo das concepções de alfabetização, e uma das referências que
tomamos para refletir sobre esse campo conceitual e essas polêmicas foi um dos
vídeos do canal de Carlos Nadalim, intitulado “<a href="https://www.youtube.com/watch?v=_9JEhWtlRKg&t=140s">Letramento, o vilão da alfabetização</a>”, anterior a sua indicação ao cargo no MEC. Por tratar,
justamente, de alfabetização e letramento, nos pareceu importante nos dedicar a
analisar esse vídeo. Uma análise detalhada do vídeo, com estudo da temática, está <a href="http://oficinasdealfabetizacao.blogspot.com/2019/04/serie-politicas-publicas-de.html">aqui</a>, no blog.<o:p></o:p></span></div>
</div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%;">
<span style="font-family: "georgia" , "serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">A nossa indignação foi tamanha, diante das afirmações, da animosidade e dos equívocos conceituais desse vídeo -</span><span style="font-family: "georgia" , serif; font-size: 12pt;"> equívocos relativos também ao campo que ele defende -</span><span style="font-family: "georgia" , serif; font-size: 12pt;"> que
muitas das produções dos estudantes do componente se apoiaram nas críticas ao
pensamento reducionista do atual secretário. E eis a nossa primeira explanação do tema, essa
produzida por mim, docente da turma:</span></div>
</div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<span style="font-family: "georgia" , "serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;"><br /></span></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhXNg-2zFoOX02C0kDky5bFb5-YXZAYxSsIHACGpN3wO7Z-YIZ9HB4LBtPhPtpAtVvx6p0TxbE8rBKxMDiSP4ZidaGPPqqLpZqrXaKxouMU2RbdYqm5x8xJT2YHIsJiB8I_8ht09qCo4RVj/s1600/4.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="1600" data-original-width="1200" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhXNg-2zFoOX02C0kDky5bFb5-YXZAYxSsIHACGpN3wO7Z-YIZ9HB4LBtPhPtpAtVvx6p0TxbE8rBKxMDiSP4ZidaGPPqqLpZqrXaKxouMU2RbdYqm5x8xJT2YHIsJiB8I_8ht09qCo4RVj/s400/4.jpg" width="300" /></a></div>
<div style="text-align: right;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<span style="font-family: "georgia" , "serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">Sim! conhecer e resistir. Por isso me empenhei esse semestre em esclarecer sobre essas questões, tanto nas aulas, quanto no blog.</span><br />
<span style="font-family: "georgia" , "serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;"><br /></span>
<span style="font-family: "georgia" , "serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">Entretanto, sabemos que Nadalim não está
trabalhando sozinho – e nem poderia, considerando o nível de simplismo e dos
equívocos conceituais de suas propostas – e nos baseamos também, para essa
apresentação, no Decreto nº 9.765, que instituiu a
Política Nacional de Alfabetização (PNA). Por isso, essa referência ao final da
receita. Como o Decreto foi tardio em relação ao nosso estudo inicial, foi menos abordada e, assim, concentrei, na minha parte dessa apresentação, nesse documento.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<span style="font-family: "georgia" , "serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<span style="font-family: "georgia" , "serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">Assim, do mesmo modo que a receita acima,
a consigna dada aos estudantes foi a de que, baseados em nossos estudos e nas
fontes que acompanhamos na mídia, expressassem as aprendizagens e discussões
através de algum gênero textual, considerando a discussão sobre a relação da
diversidade textual e o letramento, conforme nossos estudos. E nossa ideia
sobre isso vem também num gênero textual. Para tal, assinamos um contrato:<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh78X2kf1q8pYRVYr0BWOVg2VybEyJ3ED3cU1dUs1IivznkbuIW_e9IpGvrrkKYsdK8hdld1kI8Pj-ubxWRPBvs8K128_sM6F3clJ9CoCxEYQMyifuirtGymXe_e_EH9iHbXg5TxTSUTFuX/s1600/5.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="1600" data-original-width="1200" height="200" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh78X2kf1q8pYRVYr0BWOVg2VybEyJ3ED3cU1dUs1IivznkbuIW_e9IpGvrrkKYsdK8hdld1kI8Pj-ubxWRPBvs8K128_sM6F3clJ9CoCxEYQMyifuirtGymXe_e_EH9iHbXg5TxTSUTFuX/s200/5.jpg" width="150" /></a><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh_EZEpezXt0hQmMGpv4f_LccCrXPHpjPf1BGbbzX-exfw6ju15tPPEgz7R_lU-Clq12Qy-eCWHMus_b_ZFXKTi0FYUI_lt-GoCiEWIegdt8mwA99H7WtSIX1P7GZg1SuRKPmSLxHkfGFXT/s1600/6.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="1600" data-original-width="1200" height="200" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh_EZEpezXt0hQmMGpv4f_LccCrXPHpjPf1BGbbzX-exfw6ju15tPPEgz7R_lU-Clq12Qy-eCWHMus_b_ZFXKTi0FYUI_lt-GoCiEWIegdt8mwA99H7WtSIX1P7GZg1SuRKPmSLxHkfGFXT/s200/6.jpg" width="150" /></a></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<span style="font-family: "georgia" , serif; font-size: 12pt;">O Contrato fala, por si só, de nosso
intuito ao tomar os gêneros nessa relação de metalinguagem, desviando de suas
funções para falar, através de todos eles, desse cenário. E como, em seu
parágrafo único, o Contrato refere a possíveis dúvidas sobre o léxico usado no texto,
indicando a consulta aos verbetes do Glossário anexo, eis também o Glossário.</span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<span style="background: yellow; color: red; font-family: "georgia" , "serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<span style="font-family: "georgia" , serif; font-size: 12pt;">Dito isso e feitos os acordos
necessários, avancemos! Para conhecer mais sobre a situação, c</span><span style="font-family: "georgia" , serif; font-size: 12pt;">om o nosso abre alas!</span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<span style="font-family: "georgia" , "serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;"><br /></span></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgcSl3pNzYgu1bEsbQG22UlPiOwdA3twa05IVLwvtw1hOMqKnIbds6h4t-sRDfJsklW8TJeemMtU_P4fDvdtMLtCCa5IQrfiRVEqfxlDzpPn3EGhIqpyQuwsCvkD1fDESV2LTQSBNiTYwcH/s1600/7.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="960" data-original-width="614" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgcSl3pNzYgu1bEsbQG22UlPiOwdA3twa05IVLwvtw1hOMqKnIbds6h4t-sRDfJsklW8TJeemMtU_P4fDvdtMLtCCa5IQrfiRVEqfxlDzpPn3EGhIqpyQuwsCvkD1fDESV2LTQSBNiTYwcH/s400/7.jpg" width="255" /></a></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<span style="font-family: "georgia" , "serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<span style="font-family: "georgia" , serif; font-size: 12pt;">E para contextualizar melhor essa
indignação, vamos de textos jornalísticos, de início, com jornal televisivo, com os
jornalistas Iuri Silva e Perla Fonseca, bloguerinha estreante como repórter - dá pra notar, né? 😏😉</span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<span style="font-family: "georgia" , serif; font-size: 12pt;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<div style="text-align: center;">
<iframe height="240" src="https://drive.google.com/file/d/14Go4LuEgi0mJsVXN5iS36SyaWZSTwxBk/preview" width="320"></iframe></div>
</div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<span style="font-family: "georgia" , "serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">Fica claro aí que a questão do método não é panaceia para as complexas questões de alfabetização no Brasil, não é? E emendando... segue o cartaz da propaganda de uma
Cartilha explicativa para instruir sobre esse assunto, elaborada por um dos grupos, e a própria Cartilha, que formou um livreto, pronto para circular, informando ao povo sobre a situação. </span><span style="font-family: "georgia" , serif; font-size: 12pt;">A
Cartilha explicativa informa, a seu modo, a situação polêmica envolvendo Magda
Soares e a indicação do secretário da alfabetização, Carlos Nadalim. A linguagem
simples, direta, o uso de recursos como quadros, imagens, figuras esquemáticas,
balões de fala, garantem a explicação didática e, ao mesmo tempo, irônica.</span><br />
<span style="font-family: "georgia" , serif; font-size: 12pt;"><br /></span>
<br />
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%;">
<span style="font-family: "georgia" , "serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;"><o:p></o:p></span></div>
<span style="font-family: "georgia" , "serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">Cartilha e Cartaz... Mais dois gêneros nessa nossa conversa! <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<span style="font-family: "georgia" , "serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;"><br /></span></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgUXAmmxQUnaV3_DpZPcMZ_0m97QEin9XfCuTayBLaKmuPvuRfxacwfonFOvQsir5ln6b17MfyuigWRQzHdg2NK6hRED4fZo7pYIo2sW9Qpcy5LUFf6ND_UHUhwFDC5Iit8Wy6QwNN5v4VD/s1600/9.0.PROPAGANDA.jpeg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="1600" data-original-width="1132" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgUXAmmxQUnaV3_DpZPcMZ_0m97QEin9XfCuTayBLaKmuPvuRfxacwfonFOvQsir5ln6b17MfyuigWRQzHdg2NK6hRED4fZo7pYIo2sW9Qpcy5LUFf6ND_UHUhwFDC5Iit8Wy6QwNN5v4VD/s400/9.0.PROPAGANDA.jpeg" width="282" /></a></div>
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj11b-u6qsTaov35L0dHByrE5eQ4R1-oG4__amfnG7spVzOUubrspRJaD2RWsqmjuukUkMAvR2C0RwivNCg0H4wCU6iYQ3Lm_L0puE1dDmPuh3B8Ml0Qin5W-n5GuLThSK33-KvEqY5T_lN/s1600/9.1.jpeg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="1132" data-original-width="1600" height="226" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj11b-u6qsTaov35L0dHByrE5eQ4R1-oG4__amfnG7spVzOUubrspRJaD2RWsqmjuukUkMAvR2C0RwivNCg0H4wCU6iYQ3Lm_L0puE1dDmPuh3B8Ml0Qin5W-n5GuLThSK33-KvEqY5T_lN/s320/9.1.jpeg" width="320" /></a></div>
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEihfvVOKaymTGSc_E_CyFGyEnN3GHluMsc7so64cAn1RYL6oneyHg6dkLqkwsFcrbHC7tYCLzAXpUqO98bSSot3bALBLemiGVQbU-j9HcSPIRKnz5VZ2xls_kBjD4I50Lb4s2aBckvznxTU/s1600/9.2.jpeg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="1132" data-original-width="1600" height="226" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEihfvVOKaymTGSc_E_CyFGyEnN3GHluMsc7so64cAn1RYL6oneyHg6dkLqkwsFcrbHC7tYCLzAXpUqO98bSSot3bALBLemiGVQbU-j9HcSPIRKnz5VZ2xls_kBjD4I50Lb4s2aBckvznxTU/s320/9.2.jpeg" width="320" /></a></div>
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhNKAaTMkF93jlRTu0iV8VcBx2kW9_UYuw_koBtNRtP00IagDLIiT8ctOvItNC7tRUKEMHrOeogcT6LVj4ctqePiTAIwXF0ehv3ZUM5_Su75DL_yhQlQqJwMOrpsQqNAf-QI3Z_RQCoxKPK/s1600/9.3.jpeg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="1132" data-original-width="1600" height="226" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhNKAaTMkF93jlRTu0iV8VcBx2kW9_UYuw_koBtNRtP00IagDLIiT8ctOvItNC7tRUKEMHrOeogcT6LVj4ctqePiTAIwXF0ehv3ZUM5_Su75DL_yhQlQqJwMOrpsQqNAf-QI3Z_RQCoxKPK/s320/9.3.jpeg" width="320" /></a></div>
<br />
<span style="font-family: "georgia" , serif; font-size: 16px; text-align: justify;">E como intervalo, pausa no jornalismo, vem aí alguns versos do mesmo grupo, que nos convocam a pensar.</span><br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiBRbizwCsRkQ0oYjj9w_1U9aHdcUIImEB-n_54zifftm9RXEdHouzvSKwgQgVayksKqzsbfiersvNkJu5TY7EMGqlyBPl73vTLVceZEHR08dsAWZ9inNnqrUs_9i34VNNAoD4KO4RUeF98/s1600/10.Oxente.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="960" data-original-width="720" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiBRbizwCsRkQ0oYjj9w_1U9aHdcUIImEB-n_54zifftm9RXEdHouzvSKwgQgVayksKqzsbfiersvNkJu5TY7EMGqlyBPl73vTLVceZEHR08dsAWZ9inNnqrUs_9i34VNNAoD4KO4RUeF98/s320/10.Oxente.jpg" width="240" /></a></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<div style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 0.0001pt;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%;">
<span style="font-family: "georgia" , "serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">E como é isso de ataque ao letramento? Por que esses versos terminam afirmando a alfabetização e o letramento? Vamos ver? Voltando aos textos jornalísticos, depois do intervalo comercial, com
propaganda e versos, vamos a mais informações. Seguem as MANCHETES dos últimos
acontecimentos sobre a Política Nacional de Alfabetização (PNA), no Jornal O
LOBO, para nos deixar mais informados, e os CLASSIFICADOS, para entendermos o que
querem vender de nossa educação!<o:p></o:p></span><br />
<span style="font-family: "georgia" , "serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;"><br /></span>
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhKJmoMssD6XCxNEx9Tz5kyy_xuiCJrJWIX_EnhbjzdNrl-QgCeTulMJouM1J6vqi8fSgxZ9fxYSLC1AvX6hFbBQ2Q-Vvq4U027N6e6TZ3LEG4-yxaDJFx_2_RtxFsxgggqQRa-xq2mRtUk/s1600/Jornal.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="1302" data-original-width="1600" height="260" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhKJmoMssD6XCxNEx9Tz5kyy_xuiCJrJWIX_EnhbjzdNrl-QgCeTulMJouM1J6vqi8fSgxZ9fxYSLC1AvX6hFbBQ2Q-Vvq4U027N6e6TZ3LEG4-yxaDJFx_2_RtxFsxgggqQRa-xq2mRtUk/s320/Jornal.jpg" width="320" /></a></div>
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%;">
<span style="font-family: "georgia" , "serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">Antes, porém, convém
lembrar que o Decreto que
institui a Política Nacional de Alfabetização (PNA), embora não indique o
método fônico como único, define os componentes que julgam essenciais na alfabetização, que se afiliam a essa abordagem. Essa
indicação é considerada, por diversos pesquisadores do campo, como um grave
erro político e pedagógico, reduzindo a complexidade da linguagem escrita e de
sua realidade multifacetada - coisa que a BNCC aponta.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%;">
<span style="font-family: "georgia" , "serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">Quanto
ao currículo, é importante ressaltar que o Decreto não cita a BNCC, que
traz perspectiva diversa dessa PNA. A BNCC, com todas as críticas que podemos
fazer a ela – e não são poucas –, paradoxalmente, nos protege, hoje, de tal
barbaridade. A BNCC, ao menos, compreende a alfabetização como um fenômeno
complexo, e marca o contexto social que a
criança está inserida, o grau de letramento familiar dentre outros
aspectos, como importantes aspectos a serem considerados. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%;">
<span style="font-family: "georgia" , "serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">Da
mesma forma, o Decreto não utiliza o termo letramento, conceito que,
embora não seja consensual no campo, é complexo e amplamente utilizado e
estudado no Brasil. Mesmo os partidários de não usarmos o termo letramento, ou melhor, não de termos dois termos, alfabetização e letramento, o defendem considerando a alfabetização em sua dimensão mais ampla, sociocultural e discursiva. Entretanto, nesse caso da PNA, a opção semântica pelo termo literacia, usado em
Portugal, não é uma opção neutra, tem implicações pedagógicas e ideológicas.
Trata-se de conceito que reduz o letramento a conhecimentos e habilidades
individuais, banindo sua natureza sociocultural e sociopolítica, que
envolve as diversas práticas sociais letradas, os usos e funções sociais da
escrita nas diversas esferas da comunicação humana. Para saber mais sobre
isso, veja esse <a href="http://oficinasdealfabetizacao.blogspot.com/2019/04/letramento-o-vilao-da-alfabetizacao-no_9.html">post</a> aqui
no blog.<o:p></o:p></span><br />
<span style="font-family: "georgia" , "serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;"><br /></span>
<span style="font-family: "georgia" , "serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">E vamos às manchetes e classificados! Role e veja! (pena que aqui não aparece rodando feito notícia de jornal em desenho animado, como no efeito na hora da apresentação...).</span></div>
<div style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 0.0001pt;">
<u1:p></u1:p>
</div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%;">
<br />
<div style="text-align: center;">
<iframe height="240" src="https://drive.google.com/file/d/1kv0lYAlcShDg7pnRCNk21vfRDXq81ndV/preview" width="320"></iframe></div>
<br /></div>
<div style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 0.0001pt;">
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
</div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjEhcsZ6zC1qXbCJIDoVLN8o72wp0jpBqZwL4XMqayEBcQZVVRanYVVBf0PQHIHOynNHNSe2E_VoeFQNtWtK6YvjnUMWmQqHnzpjRYRLd6rZZ_LXJpREpjsN7zgnomCmdX5KsS6hd8alyc4/s1600/Jornal2.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em; text-align: center;"><img border="0" data-original-height="1251" data-original-width="1108" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjEhcsZ6zC1qXbCJIDoVLN8o72wp0jpBqZwL4XMqayEBcQZVVRanYVVBf0PQHIHOynNHNSe2E_VoeFQNtWtK6YvjnUMWmQqHnzpjRYRLd6rZZ_LXJpREpjsN7zgnomCmdX5KsS6hd8alyc4/s320/Jornal2.jpg" width="283" /></a></div>
<br />
<span style="font-family: "georgia" , serif; font-size: 12pt; line-height: 150%;">Sobre a manchete que fala
das evidências científicas, podemos ler na matéria: "</span><span style="color: #0b5394; font-family: "georgia" , "serif"; font-size: 12pt; line-height: 150%;">A PNA instaura uma retórica da alfabetização 'baseada em
evidências científicas'. Embutida nessa linha argumentativa está a ideia de que
há um tipo de ciência mais válido do que outro e uma suposta neutralidade na
transmissão de conhecimentos vistos como objetivos, universais e
estáveis.</span></div>
</div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: 0.0001pt;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: 0.0001pt;">
<span style="color: #0b5394; font-family: "georgia" , "serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">Magda Soares, importante
pesquisadora na área, afirma que há, nesse tipo de argumentação um privilégio
concedido à pesquisa quantitativa, experimental, como únicas confiáveis, em
detrimento de pesquisas qualitativas. A autora denuncia o pressuposto de que os
resultados de pesquisas experimentais, com alto grau de controle de variáveis,
possam ser generalizados para toda e qualquer escola, sala de aula,
professor e grupo de alunos. Já a professora Liane Araujo lembra que resultados
de pesquisas precisam passar por interpretação pedagógica e se articular com
outros fatores, inclusive de ordem sociocultural. Há resultados das pesquisas
cognitivas que precisam ser considerados, diz a docente da UFBA, mas pesquisa
não pode se confundir com prática pedagógica, na qual é preciso dar conta de
diversos aspectos.</span><span style="font-family: "georgia" , serif; font-size: 12pt; line-height: 150%;"><o:p></o:p></span><br />
<span style="color: #0b5394; font-family: "georgia" , "serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: 0.0001pt;">
<span style="color: #0b5394; font-family: "georgia" , "serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">Ademais, esses resultados
não podem se constituir em fundamento exclusivo para o ensino, pois é sabido
que a prática também contribui para a construção do conhecimento pedagógico.
Pesquisadores da área da alfabetização afirmam que julgar resultados de
pesquisas como suficientes para validar reducionismos metodológicos é uma
imposição que desconsidera a própria Pedagogi</span><span style="color: #0b5394; font-family: "georgia" , "serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">a</span><span style="font-family: "georgia" , serif; font-size: 12pt; line-height: 150%;"><span style="color: #0b5394;">". </span><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: 0.0001pt;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: 0.0001pt;">
<span style="font-family: "georgia" , serif; font-size: 12pt; line-height: 150%;">Enfim, essas manchetes e classificados nos ajudam a problematizar os aspectos apontados no Decreto, e a seguirmos alertas quando ao lançamento da </span><span style="font-family: "georgia" , serif; font-size: 16px;">PNA.</span><br />
<span style="font-family: "georgia" , serif; font-size: 12pt;"><br /></span>
<span style="font-family: "georgia" , serif; font-size: 12pt;">E para continuar no jornal,
vamos à tirinha do dia, de Aline e Natália, para entender esse negócio de
método fônico na prática. A tirinha com seu humor conciso e sua ironia rasgada,
nos ajuda nessa resistência.</span></div>
</div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<span style="font-family: "georgia" , "serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;"><br /></span></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh2PsBfzQV7cUdWTpLDX7BIVi89ovwiVrkHMGx70TF8uZ-jnEozlhngfPa8zDXgiLRVlkJi0BSZ67gWPryLsflfdJI2jI7BKh6KJMlsb6hqguORoApLJrATZ9P0TzruQnXsIVvcFRYnQ7tQ/s1600/12.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="375" data-original-width="1600" height="91" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh2PsBfzQV7cUdWTpLDX7BIVi89ovwiVrkHMGx70TF8uZ-jnEozlhngfPa8zDXgiLRVlkJi0BSZ67gWPryLsflfdJI2jI7BKh6KJMlsb6hqguORoApLJrATZ9P0TzruQnXsIVvcFRYnQ7tQ/s400/12.jpg" width="400" /></a></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<span style="font-family: "georgia" , "serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">Tirinha também é texto, texto híbrido
de linguagem verbal e visual. E textão de Facebook é texto? Claro! E textinho,
e tweet e tudo mais...é tudo texto e, nesse caso, de novos gêneros surgidos
comas novas tecnologias. <span style="background: yellow; color: red;"><o:p></o:p></span></span><span style="font-family: "georgia" , serif; font-size: 16px;">E como a tecnologia ampliou muito os gêneros de textos, eles não podiam ficar de fora aqui, não é? Embora os prints estejam aqui, a ideia é vocês irem ao post comentar. E Aleide os convida a ler e comentar no seu post de Facebook, nesse <a href="https://m.facebook.com/story.php?story_fbid=2090200767775508&id=100003568144131" target="_blank">link</a>: </span><a href="https://m.facebook.com/story.php?story_fbid=2090200767775508&id=100003568144131" style="font-family: georgia, serif;" target="_blank"><o:p><span style="font-size: x-small;">https://m.facebook.com/story.php?story_fbid=2090200767775508&id=100003568144131</span></o:p></a></div>
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjOcij8yg2WdqOKgZqdv3T7i4UJguLdjSTJBBanqoF4N6YbFE-K-Ar8w519cdVPGrDSK0E4SVFMxX0XPBNalNuQaRm3Ap8iJ7R50u_riS9VHuB_pYBkZuJ4EqQ7gyw8YnCBTgxkdKsiP4fL/s1600/Slide1.JPG" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"> <img border="0" data-original-height="960" data-original-width="558" height="200" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjOcij8yg2WdqOKgZqdv3T7i4UJguLdjSTJBBanqoF4N6YbFE-K-Ar8w519cdVPGrDSK0E4SVFMxX0XPBNalNuQaRm3Ap8iJ7R50u_riS9VHuB_pYBkZuJ4EqQ7gyw8YnCBTgxkdKsiP4fL/s200/Slide1.JPG" width="115" /></a><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjOTPQZ0LiRs8s4iIrFVrpIpgsQ6t6184WzMmTtJmq-veyj9x4dLIJAR9swHbp553dFIPmmowK-lRXOFW6Zv0J4EAabgF3G0ruc6OHIpmMpmG9-IBC82vHws-2vu7Mrv6ATmecGClx00MHO/s1600/Slide2.JPG" imageanchor="1" style="display: inline !important; margin-left: 1em; margin-right: 1em; text-align: center;"><img border="0" data-original-height="823" data-original-width="512" height="200" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjOTPQZ0LiRs8s4iIrFVrpIpgsQ6t6184WzMmTtJmq-veyj9x4dLIJAR9swHbp553dFIPmmowK-lRXOFW6Zv0J4EAabgF3G0ruc6OHIpmMpmG9-IBC82vHws-2vu7Mrv6ATmecGClx00MHO/s200/Slide2.JPG" width="123" /></a></div>
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
</div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEieqbu9EHZRJ6sauWF64738tta7S-msMiVcMwdLPMPV59AG9a2cZ3kzl_cOhDUZ-ApRCpPWpj5h3vlbuGNwiOnYlO2zZItTq7kH33egT9QcOPcOxXcJs_g_0BqBDbTrpG1v1Fho4FiP83fn/s1600/Slide3.JPG" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="829" data-original-width="523" height="200" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEieqbu9EHZRJ6sauWF64738tta7S-msMiVcMwdLPMPV59AG9a2cZ3kzl_cOhDUZ-ApRCpPWpj5h3vlbuGNwiOnYlO2zZItTq7kH33egT9QcOPcOxXcJs_g_0BqBDbTrpG1v1Fho4FiP83fn/s200/Slide3.JPG" width="125" /></a><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgpOUyxX8_d5AZ4beClmkEJ-sRMxHAhYePHBmgf5R_Nm1jGOmPGOnOXiCuU4dfiXkF459jsoAYjEf28xHN6cYmlFuqohJHoTGzTRWlirykOizf54PhKFjjHa2c1xULmCZJnFOuGv_qaPQqM/s1600/Slide4.JPG" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="826" data-original-width="545" height="200" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgpOUyxX8_d5AZ4beClmkEJ-sRMxHAhYePHBmgf5R_Nm1jGOmPGOnOXiCuU4dfiXkF459jsoAYjEf28xHN6cYmlFuqohJHoTGzTRWlirykOizf54PhKFjjHa2c1xULmCZJnFOuGv_qaPQqM/s200/Slide4.JPG" width="130" /></a></div>
<br />
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<span style="font-family: "georgia" , serif; font-size: 12pt;">Vamos voltar aos versos, com cordéis...porque
a poesia também denuncia e nos salva! </span><br />
<span style="font-family: "georgia" , serif; font-size: 12pt;">O primeiro, uma prosa com o presidente, em forma de quadras.</span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<span style="font-family: "georgia" , serif; font-size: 12pt;"><br /></span>
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgfdrCHOkxbS8kP65e0ja5BsfmFth2-Vr59-AKHskb4HbsfpRVt5XZSuw3SwVAnaAml3hnm0z-rraS6EagI10sD6lAnwVppFx98i9qDe9VYudVGXId25PLoy5mINonvk1f4ySIUPCe3b61w/s1600/13.+Cordel+Fernanda+e+Juliana.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="778" data-original-width="1600" height="155" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgfdrCHOkxbS8kP65e0ja5BsfmFth2-Vr59-AKHskb4HbsfpRVt5XZSuw3SwVAnaAml3hnm0z-rraS6EagI10sD6lAnwVppFx98i9qDe9VYudVGXId25PLoy5mINonvk1f4ySIUPCe3b61w/s320/13.+Cordel+Fernanda+e+Juliana.jpg" width="320" /></a></div>
<span style="font-family: "georgia" , serif; font-size: 12pt;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<div style="text-align: center;">
<iframe allowfullscreen="" frameborder="0" height="340" marginheight="0" marginwidth="0" scrolling="no" src="//www.slideshare.net/slideshow/embed_code/key/vz6wvLkQ82MInQ" style="border-width: 1px; border: 1px solid #CCC; margin-bottom: 5px; max-width: 100%;" width="595"> </iframe> <br />
<div style="margin-bottom: 5px;">
<strong> <a href="https://www.slideshare.net/Licaraujo/13cordel-fernanda-e-juliana" target="_blank" title="Cordel pela Educação: prosa com o presidente">Cordel pela Educação: prosa com o presidente</a> </strong> de <strong><a href="https://www.slideshare.net/Licaraujo" target="_blank">Licaraujo</a></strong> </div>
</div>
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<span style="font-family: "georgia" , serif; font-size: 12pt;">E lembrando que, se por um lado, se trata de uma aproximação da métrica do cordel, por outro, o ritmo e o estilo próprio ao cordel se apresentam lindamente nesses versos, e em sua enunciação oral, que é o que, de fato, materializa o cordel. E foram lidos com a malemolência do gênero. E assim, vamos ao outro, esse em sextilha, mais usada no gênero, e com esquema de rimas de cordel mesmo:</span><br />
<br />
<div style="text-align: center;">
<iframe allowfullscreen="" frameborder="0" height="340" marginheight="0" marginwidth="0" scrolling="no" src="//www.slideshare.net/slideshow/embed_code/key/cvRMJZUIAYpveK" style="border-width: 1px; border: 1px solid #CCC; margin-bottom: 5px; max-width: 100%;" width="595"> </iframe> <br />
<div style="margin-bottom: 5px;">
<strong> <a href="https://www.slideshare.net/Licaraujo/14cordel-copia-152794452" target="_blank" title="Cordel Peleja da Alfabetização">Cordel Peleja da Alfabetização</a> </strong> de <strong><a href="https://www.slideshare.net/Licaraujo" target="_blank">Licaraujo</a></strong> </div>
</div>
</div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<span style="background: yellow; color: red; font-family: "georgia" , "serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<span style="font-family: "georgia" , "serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">O conceito de texto, como dissemos, é amplo, outros gêneros não parecem que são textos, mas são! Então, vamos aqui de outro gênero, os passatempos. Vamos jogar? De vez em
quando precisamos esfriar nossa cabeça! Esfriar para umas coisas, mas fazê-la
trabalhar, não é? Vamos de Caça-palavras e Palavras Cruzadas? Siiiiiim, os
jogos de palavras são práticas socioculturais, circulam em jornais, revistas,
revistinha de passatempos, e envolvem muita reflexão, atenção, desenvolvendo o
raciocínio e a linguagem. Vamos a eles? Com direito a cartaz de lançamento e tudo!</span></div>
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiWsa9J7y_czkKL7JTDLIj28u2ud-exnLeYz7s7je9XqorRdRuhGEoEP9zyfMN4-XAT5XMbVkrR7B0CqXBTQAAK7PHwWXViRpzUO_4JpBBdELLWYH0T7nSNlkmNU_3KzjvxC756CnPx_dfM/s1600/16.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="1506" data-original-width="1080" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiWsa9J7y_czkKL7JTDLIj28u2ud-exnLeYz7s7je9XqorRdRuhGEoEP9zyfMN4-XAT5XMbVkrR7B0CqXBTQAAK7PHwWXViRpzUO_4JpBBdELLWYH0T7nSNlkmNU_3KzjvxC756CnPx_dfM/s320/16.jpg" width="228" /></a></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
</div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi5f5NRfpxNUBgzwHGilesfLFk6nY6NVS7vedpSc2BQHRlVZ8KI7t-3hgLflWRqtpiqA19U2T5mgOi6MHOrPUFg-P0WYxnulCFGLqd7dvqlVyH1ZavzjgMp3zTfMlepyE7A8DmYxWNavD07/s1600/17.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="1513" data-original-width="1080" height="200" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi5f5NRfpxNUBgzwHGilesfLFk6nY6NVS7vedpSc2BQHRlVZ8KI7t-3hgLflWRqtpiqA19U2T5mgOi6MHOrPUFg-P0WYxnulCFGLqd7dvqlVyH1ZavzjgMp3zTfMlepyE7A8DmYxWNavD07/s200/17.jpg" width="142" /></a><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjBAuyXg8OLwbsDEOZXFlh5nDCTZbuclWJMpsY1urINbT9_zAcYVvCXVReTFQoTUer5bkRyOCR3PDQJNixyCocQqCXj5Oo7AVZY4pOMdr3oRr9XWtelx-7PWdU1a9kJAW_Za5vkRR6uJAm2/s1600/18.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="1523" data-original-width="1080" height="200" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjBAuyXg8OLwbsDEOZXFlh5nDCTZbuclWJMpsY1urINbT9_zAcYVvCXVReTFQoTUer5bkRyOCR3PDQJNixyCocQqCXj5Oo7AVZY4pOMdr3oRr9XWtelx-7PWdU1a9kJAW_Za5vkRR6uJAm2/s200/18.jpg" width="141" /></a></div>
<br />
<br />
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<span style="font-family: "georgia" , "serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">Voltando à nossa indignação, que tal
enforcar um desafeto, no jogo de Forca? Quem será? Role e descubra!<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<span style="font-family: "georgia" , "serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;"><br /></span></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
</div>
<div style="text-align: center;">
<span style="background-color: white;"><iframe height="240" src="https://drive.google.com/file/d/1y-2rxrb3zqhpkRgdeSGHu-r6j3NlIlI_/preview" width="320"></iframe></span></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
</div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<div style="text-align: center;">
<span style="font-family: "georgia" , "serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;"><br /></span></div>
</div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<span style="font-family: "georgia" , "serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">Gente, a indignação é tão grande, que
até para o travesseiro levamos as preocupações que, todo dia, o MEC nos
apresentou esse semestre. E não era de se espantar, que foi parar até em nossos
Diários!!! Ou pelo menos, no diário de Dandara!<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<span style="font-family: "georgia" , "serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;"><br /></span></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjOLVDHpnkIWcCQ-Why6mD1QB7rORC_vq7u6aaBgMGZyRzU7KZD2ljaPGJSzXD-PY-0842FkB50oqNHnh9K6u5cfQmBLKN7cDlmTBOGvvG4C-t_mDBiLPah3M7G8rKGiOM3Sf_l-9gewYSy/s1600/19b.png" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="1587" data-original-width="1591" height="397" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjOLVDHpnkIWcCQ-Why6mD1QB7rORC_vq7u6aaBgMGZyRzU7KZD2ljaPGJSzXD-PY-0842FkB50oqNHnh9K6u5cfQmBLKN7cDlmTBOGvvG4C-t_mDBiLPah3M7G8rKGiOM3Sf_l-9gewYSy/s400/19b.png" width="400" /></a></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<span style="font-family: "georgia" , "serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<span style="font-family: "georgia" , serif; font-size: 12pt;">Diário relata coisas acontecidas, e mesmo as imaginadas, mas história é diferente... Ficcionalizar também é uma boa saída...
E foi o que um grupo fez. Mas para apresentar a história, fizeram outro gênero: a sinopse.</span><br />
<span style="font-family: "georgia" , serif; font-size: 12pt;"><br /></span>
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj5AIfj7h3j7RpZ2FPvqOjMG_lwC6d8JncbZhmZMIdMQli3nN_EtK3I-R3IoJ5rnLcgzmoD1hxdskk5xMGABwSlQ1WdLhY6bb1qX78JMaIRkBGrbxuij6ljzK5FMyQ_Ts3CSlUW22qofxES/s1600/21.+Nami-tsuru.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="960" data-original-width="720" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj5AIfj7h3j7RpZ2FPvqOjMG_lwC6d8JncbZhmZMIdMQli3nN_EtK3I-R3IoJ5rnLcgzmoD1hxdskk5xMGABwSlQ1WdLhY6bb1qX78JMaIRkBGrbxuij6ljzK5FMyQ_Ts3CSlUW22qofxES/s400/21.+Nami-tsuru.jpg" width="300" /></a></div>
<span style="font-family: "georgia" , serif; font-size: 12pt;">Vamos à história?</span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<span style="font-family: "georgia" , serif; font-size: 12pt;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<div style="text-align: center;">
<span style="background-color: white; font-family: "georgia" , serif;"><iframe allowfullscreen="" frameborder="0" height="340" marginheight="0" marginwidth="0" scrolling="no" src="//www.slideshare.net/slideshow/embed_code/key/MdsM3FEpJvpavB" style="border-width: 1px; border: 1px solid #CCC; margin-bottom: 5px; max-width: 100%;" width="595"> </iframe> </span><br />
<div style="margin-bottom: 5px;">
<span style="background-color: white; font-family: "georgia" , serif;"><span style="font-size: x-small;"> <a href="https://www.slideshare.net/Licaraujo/20as-aventuras-de-nami-152794571" target="_blank" title="As aventuras de Nami: história">As aventuras de Nami: história</a> de <a href="https://www.slideshare.net/Licaraujo" target="_blank">Licaraujo</a></span> </span></div>
<span style="background-color: white; font-family: "georgia" , serif;">
</span></div>
</div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<span style="font-family: "georgia" , serif; font-size: 12pt;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<span style="font-family: "georgia" , serif;"><span style="font-size: 12pt;">Como a história traz o universo do Japão, como contexto para a nossa história do Brasil atual, temos também o manual de instruções para fazer o origami do tsuru, </span>pássaro<span style="font-size: 12pt;"> que, </span></span><span style="font-family: "georgia" , serif; font-size: 12pt;">na cultura japonesa, simboliza a saúde, a boa sorte, a felicidade, a longevidade e a fortuna...Estamos mesmo precisando!</span><br />
<span style="font-family: "georgia" , serif; font-size: 12pt;"><br /></span></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg9XtMDotfYgWaX_VYBrPqwNgUo3Vp1kuQ5Svfyu3Y_osF8bJbwv5M1criXTmgeoC5Ee8coQdu8HzAeJbhzspmHawWQSqTMfLT5lMF_9AEeGRb7_eEZ75wVqeI1SHKJwgoVyLjWEr395VDC/s1600/21.TSURU+Manual.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="960" data-original-width="720" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg9XtMDotfYgWaX_VYBrPqwNgUo3Vp1kuQ5Svfyu3Y_osF8bJbwv5M1criXTmgeoC5Ee8coQdu8HzAeJbhzspmHawWQSqTMfLT5lMF_9AEeGRb7_eEZ75wVqeI1SHKJwgoVyLjWEr395VDC/s320/21.TSURU+Manual.jpg" width="240" /></a></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<span style="font-family: "georgia" , serif; font-size: 12pt;"><br /></span>
<span style="font-family: "georgia" , serif; font-size: 12pt;">E sobre isso de ficcionalizar, como disse Ana Maria Machado, "narrativas
falsas criam </span><i style="font-family: Georgia, serif; font-size: 12pt;">fake news</i><span style="font-family: "georgia" , serif; font-size: 12pt;">, espalhando
mentiras como se fossem reais. Mas o que vale é o contrário: a ficção que finge
ser mentira para revelar a verdade". É ou não é?</span></div>
<br />
<span style="font-family: "georgia" , serif; font-size: 12pt; text-align: justify;">Cantar também nos salva, não é gente?
Pois vem aí, Carina, com o gênero canção, a letra da canção e</span><span style="color: red; font-family: "georgia" , serif; font-size: 12pt; text-align: justify;"> </span><span style="font-family: "georgia" , serif; font-size: 12pt; text-align: justify;">também o gênero entrevista, numa conversa com a
cantora e compositora...</span><br />
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiUTh1o4qSYeqEWPlKx8nS9aBl5U9QFUrPGRdZn0Tsfeiskk4AS-Q50_gBjWEOofIlJ1TY4HJHmXFv3Mjywyj690SwKrT_5EUFeXG7CpqAQk0vycrYGGfBhTI6bSrIEZv_eRgUbQYeD2qtc/s1600/22.21+%2528jpeg%2529.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="1600" data-original-width="1132" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiUTh1o4qSYeqEWPlKx8nS9aBl5U9QFUrPGRdZn0Tsfeiskk4AS-Q50_gBjWEOofIlJ1TY4HJHmXFv3Mjywyj690SwKrT_5EUFeXG7CpqAQk0vycrYGGfBhTI6bSrIEZv_eRgUbQYeD2qtc/s320/22.21+%2528jpeg%2529.jpg" width="226" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Letra da canção<br />
<br /></td></tr>
</tbody></table>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<iframe height="240" src="https://drive.google.com/file/d/1YsgkWlz4puDCSVLF7rbzijZTTuidq-Dd/preview" width="320"></iframe></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<br /></div>
</div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<span style="font-family: "georgia" , "serif"; line-height: 150%;"><span style="font-size: 12pt;">E vamos à entrevista:</span><o:p></o:p></span><br />
<div style="text-align: center;">
<br /></div>
</div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<div style="text-align: center;">
<iframe height="240" src="https://drive.google.com/file/d/13UsSbZICKHcTbcaSbDTXY0R6uii2Ila_/preview" width="320"></iframe></div>
</div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<span style="font-family: "georgia" , "serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">De volta à palavra poética, poema-jogo
de palavras, vem Letícia fazer sílaba virar resistência! Na apresentação oral, na Aula Aberta do dia 04/07/2019, os
slides ressaltavam as palavras lidas, que ganham força aparecendo assim,
concretas, ao modo de um jogo (que poderia até ser concretamente), nos
lembrando que palavra e imagem, mesmo a imagem das palavras, amplificam os sentidos
dos textos. Vejo ainda, cá na minha interpretação, como se fossem palavras
gafitadas em muros, pintando o poema de força e luta. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<span style="font-family: "georgia" , "serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;"><br /></span></div>
<div class="normal" style="text-align: center;">
<b><span style="font-family: "times new roman" , "serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">SI-LA-BA versus RE-AÇÃO<o:p></o:p></span></b></div>
<br />
<div class="normal" style="text-align: center;">
<i><span style="font-family: "times new roman" , "serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">Letícia Argolo</span></i><span style="font-family: "times new roman" , "serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;"><o:p></o:p></span></div>
<div class="normal" style="text-align: center;">
<br /></div>
<div class="normal" style="text-align: center;">
<span style="font-family: "times new roman" , "serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">Nesse jogo
da memória, a nossa busca pedagógica<o:p></o:p></span></div>
<div class="normal" style="text-align: center;">
<span style="font-family: "times new roman" , "serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">lógica,
não se perdeu<o:p></o:p></span></div>
<div class="normal" style="text-align: center;">
<span style="font-family: "times new roman" , "serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">Passou-se
num rumo que não foi à copa<o:p></o:p></span></div>
<div class="normal" style="text-align: center;">
<span style="font-family: "times new roman" , "serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">nada
entende de alfabetizar<o:p></o:p></span></div>
<div class="normal" style="text-align: center;">
<span style="font-family: "times new roman" , "serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">inventa
que o Brasil<o:p></o:p></span></div>
<div class="normal" style="text-align: center;">
<span style="font-family: "times new roman" , "serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">Em 2014
não teve sorte<o:p></o:p></span></div>
<div class="normal" style="text-align: center;">
<span style="font-family: "times new roman" , "serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">Já 2019
para as estruturas letradas<o:p></o:p></span></div>
<div class="normal" style="text-align: center;">
<span style="font-family: "times new roman" , "serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">O COR-TE<o:p></o:p></span></div>
<div class="normal" style="text-align: center;">
<span style="font-family: "times new roman" , "serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">nas mãos
um título de eleitor<o:p></o:p></span></div>
<div class="normal" style="text-align: center;">
<span style="font-family: "times new roman" , "serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">Eles que
determinam a “qualidade da alfabetização”<o:p></o:p></span></div>
<div class="normal" style="text-align: center;">
<span style="font-family: "times new roman" , "serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">O POR-TE<o:p></o:p></span></div>
<div class="normal" style="text-align: center;">
<span style="font-family: "times new roman" , "serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">A não
oportunidade funcional gerando na sociedade de privilégios <o:p></o:p></span></div>
<div class="normal" style="text-align: center;">
<span style="font-family: "times new roman" , "serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">Aos
excluídos do jogo de poder<o:p></o:p></span></div>
<div class="normal" style="text-align: center;">
<span style="font-family: "times new roman" , "serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">os estudos
é uma atitude outras formas de tentativa de ocupar<o:p></o:p></span></div>
<div class="normal" style="text-align: center;">
<span style="font-family: "times new roman" , "serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">O NOR-TE.<o:p></o:p></span></div>
<div class="normal" style="text-align: center;">
<span style="font-family: "times new roman" , "serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">Existe na
aparência<o:p></o:p></span></div>
<div class="normal" style="text-align: center;">
<span style="font-family: "times new roman" , "serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">grito de
resistência<o:p></o:p></span></div>
<div class="normal" style="text-align: center;">
<span style="font-family: "times new roman" , "serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">aprende
cada sílaba <o:p></o:p></span></div>
<div class="normal" style="text-align: center;">
<span style="font-family: "times new roman" , "serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">SO-LE-TRAR<o:p></o:p></span></div>
<div class="normal" style="text-align: center;">
<span style="font-family: "times new roman" , "serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">Sem
políticas públicas<o:p></o:p></span></div>
<div class="normal" style="text-align: center;">
<span style="font-family: "times new roman" , "serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">Estado
vendido<o:p></o:p></span></div>
<div class="normal" style="text-align: center;">
<span style="font-family: "times new roman" , "serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">Desinventam<o:p></o:p></span></div>
<div class="normal" style="text-align: center;">
<span style="font-family: "times new roman" , "serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">O LE-TRAR<o:p></o:p></span></div>
<div class="normal" style="text-align: center;">
<span style="font-family: "times new roman" , "serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">povo pelo
ódio rendido<o:p></o:p></span></div>
<div class="normal" style="text-align: center;">
<span style="font-family: "times new roman" , "serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">como se
alfabetizar?<o:p></o:p></span></div>
<div class="normal" style="text-align: center;">
<span style="font-family: "times new roman" , "serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">Pelo amor <o:p></o:p></span></div>
<div class="normal" style="text-align: center;">
<span style="font-family: "times new roman" , "serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">no fonema
fluência <o:p></o:p></span></div>
<div class="normal" style="text-align: center;">
<span style="font-family: "times new roman" , "serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">na classe
consciência<o:p></o:p></span></div>
<div class="normal" style="text-align: center;">
<span style="font-family: "times new roman" , "serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">produzir a
escrita não se faz necessário<o:p></o:p></span></div>
<div class="normal" style="text-align: center;">
<span style="font-family: "times new roman" , "serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">jogam-nos
nas diretrizes do COPIAR<o:p></o:p></span></div>
<div class="normal" style="text-align: center;">
<span style="font-family: "times new roman" , "serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">Sonhos
perdidos<o:p></o:p></span></div>
<div class="normal" style="text-align: center;">
<span style="font-family: "times new roman" , "serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">Desejos no
olho do furacão<o:p></o:p></span></div>
<div class="normal" style="text-align: center;">
<span style="font-family: "times new roman" , "serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">usam a
palavra LITERACIA<o:p></o:p></span></div>
<div class="normal" style="text-align: center;">
<span style="font-family: "times new roman" , "serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">Espera-se
mudança<o:p></o:p></span></div>
<div class="normal" style="text-align: center;">
<span style="font-family: "times new roman" , "serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">no fundo
esperança <o:p></o:p></span></div>
<div class="normal" style="text-align: center;">
<span style="font-family: "times new roman" , "serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">subjugam o
papel da REPETIÇÃO<o:p></o:p></span></div>
<div class="normal" style="text-align: center;">
<span style="font-family: "times new roman" , "serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">estratégia
de condicionar a infância<o:p></o:p></span></div>
<div class="normal" style="text-align: center;">
<span style="font-family: "times new roman" , "serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">Vontade de
revolução<o:p></o:p></span></div>
<div class="normal" style="text-align: center;">
<span style="font-family: "times new roman" , "serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">RE-VOLTA<o:p></o:p></span></div>
<div class="normal" style="text-align: center;">
<span style="font-family: "times new roman" , "serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">Tudo que
vem tem VOLTA<o:p></o:p></span></div>
<div class="normal" style="text-align: center;">
<span style="font-family: "times new roman" , "serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">RE-VOL-TA<o:p></o:p></span></div>
<div class="normal" style="text-align: center;">
<span style="font-family: "times new roman" , "serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">palavra
verbo, ação<o:p></o:p></span></div>
<div class="normal" style="text-align: center;">
<span style="font-family: "times new roman" , "serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">na busca
política de professor<o:p></o:p></span></div>
<div class="normal" style="text-align: center;">
<span style="font-family: "times new roman" , "serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">imperativo
verbo<o:p></o:p></span></div>
<div class="normal" style="text-align: center;">
<span style="font-family: "times new roman" , "serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">busque
SOLUÇÃO<o:p></o:p></span></div>
<div class="normal" style="text-align: center;">
<span style="font-family: "times new roman" , "serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">oposto do
dita-a-dor<o:p></o:p></span></div>
<div class="normal" style="text-align: center;">
<span style="font-family: "times new roman" , "serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">ditado de
palavras opõe-se, <o:p></o:p></span></div>
<div class="normal" style="text-align: center;">
<span style="font-family: "times new roman" , "serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">princípio
substantivo<o:p></o:p></span></div>
<div class="normal" style="text-align: center;">
<span style="font-family: "times new roman" , "serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">soletramos
A-MOR<o:p></o:p></span></div>
<div class="normal" style="text-align: center;">
<span style="font-family: "times new roman" , "serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">Saudação
de POR FAVOR<o:p></o:p></span></div>
<div class="normal" style="text-align: center;">
<span style="font-family: "times new roman" , "serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">acalma e encaminha
a REAÇÃO<o:p></o:p></span></div>
<div class="normal" style="text-align: center;">
<span style="font-family: "times new roman" , "serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">silenciosa
ao mesmo tempo barulhenta<o:p></o:p></span></div>
<div class="normal" style="text-align: center;">
<span style="font-family: "times new roman" , "serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">Políticas
minuciosas que para o lado de cá princípio coletivo de EDUCAÇÃO<o:p></o:p></span></div>
<div class="normal" style="text-align: center;">
<span style="font-family: "times new roman" , "serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">balbúrdia<o:p></o:p></span></div>
<div class="normal" style="text-align: center;">
<span style="font-family: "times new roman" , "serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">para o
lado direito tormenta<o:p></o:p></span></div>
<div class="normal" style="text-align: center;">
<span style="font-family: "times new roman" , "serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">para o
esquerdo pulsação<o:p></o:p></span></div>
<div class="normal" style="text-align: center;">
<span style="font-family: "times new roman" , "serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">para a
criança respiração<o:p></o:p></span></div>
<div class="normal" style="text-align: center;">
<span style="font-family: "times new roman" , "serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">devolvendo
os horizonte do terreno-caminho<o:p></o:p></span></div>
<div class="normal" style="text-align: center;">
<span style="font-family: "times new roman" , "serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">não usa
autoridade<o:p></o:p></span></div>
<div class="normal" style="text-align: center;">
<span style="font-family: "times new roman" , "serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">Letramento
de consciência o menino<o:p></o:p></span></div>
<div class="normal" style="text-align: center;">
<span style="font-family: "times new roman" , "serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">PRI-O-RI-DA-DE<o:p></o:p></span></div>
<div class="normal" style="text-align: center;">
<span style="font-family: "times new roman" , "serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">Nasce
fora, reverbera<o:p></o:p></span></div>
<div class="normal" style="text-align: center;">
<span style="font-family: "times new roman" , "serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">UNIVERSIDADE<o:p></o:p></span></div>
<div class="normal" style="text-align: center;">
<span style="font-family: "times new roman" , "serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">Aqui
faz-se com verdade incentivo<o:p></o:p></span></div>
<div class="normal" style="text-align: center;">
<span style="font-family: "times new roman" , "serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">inventivo<o:p></o:p></span></div>
<div class="normal" style="text-align: center;">
<span style="font-family: "times new roman" , "serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">científico<o:p></o:p></span></div>
<div class="normal" style="text-align: center;">
<span style="font-family: "times new roman" , "serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">valor
principal de APRENDIZAGEM<o:p></o:p></span></div>
<div class="normal" style="text-align: center;">
<span style="font-family: "times new roman" , "serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">Gera-se
decreto 9675/19<o:p></o:p></span></div>
<div class="normal" style="text-align: center;">
<span style="font-family: "times new roman" , "serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">do que
adianta gerar números<o:p></o:p></span></div>
<div class="normal" style="text-align: center;">
<span style="font-family: "times new roman" , "serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">se o que
vem de uma classe que nem de longe se comove?<o:p></o:p></span></div>
<div class="normal" style="text-align: center;">
<span style="font-family: "times new roman" , "serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">Política
nacional de alfabetização<o:p></o:p></span></div>
<div class="normal" style="text-align: center;">
<span style="font-family: "times new roman" , "serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">condiciona,
mas não gera compreensão<o:p></o:p></span></div>
<div class="normal" style="text-align: center;">
<span style="font-family: "times new roman" , "serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">se eles
prezam por DITAR-a-DOR<o:p></o:p></span></div>
<div class="normal" style="text-align: center;">
<span style="font-family: "times new roman" , "serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">A gente
EDUCAR-a-DOR<o:p></o:p></span></div>
<div class="normal" style="text-align: center;">
<span style="font-family: "times new roman" , "serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">lembramos
Paulo Freire, Grande Professor<o:p></o:p></span></div>
<div class="normal" style="text-align: center;">
<span style="font-family: "times new roman" , "serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">Todos e
todas, segura firme, não solta essa mão<o:p></o:p></span></div>
<div class="normal" style="text-align: center;">
<span style="font-family: "times new roman" , "serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">O Brasil
precisa mais que nunca desse<o:p></o:p></span></div>
<div class="normal" style="text-align: center;">
<span style="font-family: "times new roman" , "serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">Campus-universo
em seu princípio EDUCA-a-AÇÃO.<o:p></o:p></span><br />
<span style="font-family: "times new roman" , "serif"; line-height: 115%;"><br /></span>
<br />
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<span style="font-family: "georgia" , "serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">Pena
que a força poética da leitura de Letícia não pode ser aqui passada, nem a
concomitante projeção das palavras na tela. Mas role e imagine como seria essas
palavras "pularem" da tela enquanto são lidas no poema, unindo a
força da palavra e a força das imagens:<o:p></o:p></span></div>
<span style="font-family: "times new roman" , "serif"; line-height: 115%;"></span><br />
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "times new roman" , "serif"; line-height: 115%;"><br /></span></div>
<br />
<div style="text-align: justify;">
</div>
<span style="font-family: "times new roman" , "serif"; line-height: 115%;"><iframe height="260" src="https://drive.google.com/file/d/1q6z-QbglNLxGDwIjPTupqo6DwPJI6_cm/preview" width="320"></iframe></span></div>
<div class="normal" style="text-align: center;">
<br /></div>
<div style="text-align: center;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<span style="font-family: "georgia" , "serif"; font-size: 12pt; line-height: 150%;">E como estamos diante de um
cenário político-pedagógico que pede, </span><span style="font-family: "georgia" , serif; font-size: 12pt;">bem como, </span><span style="font-family: "georgia" , serif; font-size: 16px;">na apresentação, diante </span><span style="font-family: "georgia" , serif; font-size: 12pt;">de um coletivo potente para tal,
não podia faltar ele: </span><u style="font-family: Georgia, serif; font-size: 12pt;">o Manifesto,</u><span style="font-family: "georgia" , serif; font-size: 12pt;"> que foi lido por Juliana e devidamente passado para todos os presentes assinarem,</span><span style="font-family: "georgia" , serif; font-size: 12pt;"> afinal, Manifesto pede nossa
mobilização, não é? Mesmo sendo poemático!</span></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
</div>
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjE9F6CwVNzp4Ah-rEePy3PCfcm-kEbDEc9V3IuqQFexD0rL1BxTn05fMBAYlkwo0C4Z81k3OaO0NS62Zs59OoTymDiv75OF9rzf6QOGjxSzjkUCAW6JGebnOPL59zabj0zrvfRqy3O6Vhj/s1600/26.1.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="1600" data-original-width="1139" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjE9F6CwVNzp4Ah-rEePy3PCfcm-kEbDEc9V3IuqQFexD0rL1BxTn05fMBAYlkwo0C4Z81k3OaO0NS62Zs59OoTymDiv75OF9rzf6QOGjxSzjkUCAW6JGebnOPL59zabj0zrvfRqy3O6Vhj/s320/26.1.jpg" width="227" /></a></div>
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh71zzNQKTTEPWNUqwNombrFwcszqGF-HxQT1Wm5M12_MBS10iPddOMcaNYSg5LRGiWel7QS4JaHZO8hQ9OCH5OeJ4fxcRPKdxGN2E4FZ2biaHYX9QLxvGWKCEGV2Y0SiKb7346YknJvj8v/s1600/26.2.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="1600" data-original-width="1120" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh71zzNQKTTEPWNUqwNombrFwcszqGF-HxQT1Wm5M12_MBS10iPddOMcaNYSg5LRGiWel7QS4JaHZO8hQ9OCH5OeJ4fxcRPKdxGN2E4FZ2biaHYX9QLxvGWKCEGV2Y0SiKb7346YknJvj8v/s320/26.2.jpg" width="224" /></a></div>
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh8okWgTPoh1Uw-jlTj8Jsj1b4jSqbjMako7778MM3EpWKsXGqkSGCmlpZw7XH4hel9nLRqzOJhHMRYcHVgLoagsLHWpqwQqpmIE61YrLstrypoFG7oyC9hT9UBpbPL4Qeqj4f-g4lKM2ya/s1600/26.3.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="1600" data-original-width="1136" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh8okWgTPoh1Uw-jlTj8Jsj1b4jSqbjMako7778MM3EpWKsXGqkSGCmlpZw7XH4hel9nLRqzOJhHMRYcHVgLoagsLHWpqwQqpmIE61YrLstrypoFG7oyC9hT9UBpbPL4Qeqj4f-g4lKM2ya/s320/26.3.jpg" width="227" /></a></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
</div>
<br />
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<span style="font-family: "georgia" , "serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">E para maior legibilidade:</span><br />
<span style="font-family: "georgia" , "serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;"><br /></span>
<span style="font-family: "georgia" , "serif"; line-height: 150%;"><iframe height="240" src="https://drive.google.com/file/d/187Jlf3oqjc8pgiQiXPDLOmFcljQ-KNTu/preview" width="320"></iframe></span><br />
<span style="font-family: "georgia" , "serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;"><br /></span>
<span style="font-family: "georgia" , "serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">Agora minha gente, se nada disso foi
suficiente para lavar nossa alma – jornal, poesia, canção, tirinha, história,
jogo, desabafo no diário ou no Facebook, então, jogamos a toalha, precisamos
mesmo é de cura! E de riso! Então, vamos lá, com a cura proposta pelo grupo de farmacêuticas! Os "precisados" ganharam sua pílula de cura! </span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<span style="font-family: "georgia" , "serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;"><br /></span></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhSiQMvAn4Yp_qVc2GYb12wFX7P_GUfRqB9YF5TT7zglE88EllH2RrNF8ZXdX_BhckhNluuKE3VrTb13Ve3pn632Q0oxt_DEggGGTeTYtU-DxxMVlQLaCzVY6BJbaPVJkTyhoqlcBvnQnbX/s1600/27.1.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="1600" data-original-width="1286" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhSiQMvAn4Yp_qVc2GYb12wFX7P_GUfRqB9YF5TT7zglE88EllH2RrNF8ZXdX_BhckhNluuKE3VrTb13Ve3pn632Q0oxt_DEggGGTeTYtU-DxxMVlQLaCzVY6BJbaPVJkTyhoqlcBvnQnbX/s320/27.1.jpg" width="257" /></a></div>
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEilIBRS6bNVY-JqEs_OkWn-T_4pskpYvenmeghKysDQUgSQ8mZate1njwDTlMT-g4JfzrXit2Jx5i0WBU0OwCwjb41Ce8NnF45NHQdxv9MTj_6HGw33ifZTNPUpThyphenhyphenyWkMM6KbrJMc9wQVg/s1600/27.2.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="1600" data-original-width="1495" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEilIBRS6bNVY-JqEs_OkWn-T_4pskpYvenmeghKysDQUgSQ8mZate1njwDTlMT-g4JfzrXit2Jx5i0WBU0OwCwjb41Ce8NnF45NHQdxv9MTj_6HGw33ifZTNPUpThyphenhyphenyWkMM6KbrJMc9wQVg/s320/27.2.jpg" width="299" /></a></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<span style="font-family: "georgia" , "serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<span style="font-family: "georgia" , "serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;"><span style="font-family: "georgia" , serif;"><b>Paulonato de Freiretoína</b> certamente dará um gás para continuarmos na luta! Confiram a bula!</span></span></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgYOs1faz-izItI-zbOms2-Xp7U_gkbgRLnz8To6D9swaz7ZTAlY3T6_7TmWCQ_xuN0wW1Ki22r5FKWKEiPQXG5PN1wKGxkaejeuAzizQQRiwcDuOrXK8_sZ_092vPCkCp9DCSjJkOu9oSP/s1600/27.+BULA-1.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="1132" data-original-width="1600" height="281" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgYOs1faz-izItI-zbOms2-Xp7U_gkbgRLnz8To6D9swaz7ZTAlY3T6_7TmWCQ_xuN0wW1Ki22r5FKWKEiPQXG5PN1wKGxkaejeuAzizQQRiwcDuOrXK8_sZ_092vPCkCp9DCSjJkOu9oSP/s400/27.+BULA-1.jpg" width="400" /></a></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<span style="font-family: "georgia" , "serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">E vamos chegando ao fim de nossa Aula
Aberta, fechando com riso e remedinho-chiclete, porque ninguém é de ferro! Mas sem esquecer do alerta:</span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<span style="font-family: "georgia" , "serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;"><br /></span></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjz4morgQaPbW0FIDnHqV6VLtCLE0FMhbsn-SeqZaz8W7exQDhdv5BmVqCCZuEiEvfe2fvASYt2Z9oxiOghLg1rbXx09NSp3Bv0Q7lIpyRSiVLrbLqm19Z2NOAygeRGH7eIoY6zgWLhKGO0/s1600/28.+Lombada.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="594" data-original-width="424" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjz4morgQaPbW0FIDnHqV6VLtCLE0FMhbsn-SeqZaz8W7exQDhdv5BmVqCCZuEiEvfe2fvASYt2Z9oxiOghLg1rbXx09NSp3Bv0Q7lIpyRSiVLrbLqm19Z2NOAygeRGH7eIoY6zgWLhKGO0/s320/28.+Lombada.jpg" width="228" /></a></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<span style="font-family: "georgia" , "serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;"><br /></span></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
</div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh_Jv3GVD7SjCERuFp2ClxkQnjyP2MgbCwQAikYsPZ3DGH52kuQ6nuutVYFJfnt5KeJmD_4InWBMsK7rH0lqZl7v9iBQhJiB1b82VJzR4uaYU15ZwPTjM8UyIo5rS7uv3e4tdFMSdiQvikZ/s1600/28.+Lombada2.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="156" data-original-width="478" height="104" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh_Jv3GVD7SjCERuFp2ClxkQnjyP2MgbCwQAikYsPZ3DGH52kuQ6nuutVYFJfnt5KeJmD_4InWBMsK7rH0lqZl7v9iBQhJiB1b82VJzR4uaYU15ZwPTjM8UyIo5rS7uv3e4tdFMSdiQvikZ/s320/28.+Lombada2.jpg" width="320" /></a></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<span style="font-family: "georgia" , serif; font-size: 12pt;">Com esse alerta, costurado pela luta,
pela criação e pelo riso, chegamos ao final dessa aula aberta. Vale ressaltar
que terminamos o semestre do curso discutindo outros modos de abordar a
dimensão fonológica, essencial à alfabetização, muito longe da abordagem mecânica
e descontextualizada do método fônico, em contextos letrados lúdicos,
reflexivos, significativos...</span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<span style="font-family: "georgia" , serif; font-size: 12pt;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<span style="font-family: "georgia" , "serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">Para vocês que nos escutaram até aqui,
temos uma coisa. Mas vocês vão ter que adivinhar. Depois role e confira:<o:p></o:p></span><br />
<span style="font-family: "georgia" , "serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;"><br /></span>
<br />
<div style="text-align: center;">
<span style="font-family: "georgia" , "serif"; line-height: 150%;"><iframe height="240" src="https://drive.google.com/file/d/1NxI0J12fyQ94HvpZgLtYAzdoyGvV2bN8/preview" width="320"></iframe></span></div>
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<span style="font-family: "georgia" , serif; font-size: 12pt;">Sim, temos uma declaração para vocês
que nos assistiram, mas que serve também para vocês que nos acompanharam aqui no blog:</span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<span style="background-color: white; font-family: "georgia" , serif; font-size: 12pt; line-height: 150%;"><br /></span></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhvvGZIK52VUhV8qe9qAKuYApJkAk2QB3QWWwRWE7eSj2uFZJW9dMgVQxxPNHMirymUtC0Spau9C2m23-sl9avxQUaZfYWIe4nvCCFLqWa-aHSxZ8IccglzeJqhRTufgvdm4SNukFpkBFJC/s1600/28.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="960" data-original-width="720" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhvvGZIK52VUhV8qe9qAKuYApJkAk2QB3QWWwRWE7eSj2uFZJW9dMgVQxxPNHMirymUtC0Spau9C2m23-sl9avxQUaZfYWIe4nvCCFLqWa-aHSxZ8IccglzeJqhRTufgvdm4SNukFpkBFJC/s320/28.jpg" width="240" /></a></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<span style="font-family: "georgia" , serif; font-size: 12pt;">A declaração é para lembrar que agora podem ficar atentos aos próximos passos do que vem do MEC e do que vai circular na mídia sobre a temática. A alfabetização é um tema atualíssimo no campo da educação esse ano. </span><br />
<span style="font-family: "georgia" , serif; font-size: 12pt;"><br /></span>
<span style="font-family: "georgia" , serif; font-size: 12pt;">Bom, falta ainda os nossos créditos... as referências, o “elenco”, agradecimentos, devidamente apresentados nesse formato de "créditos", enquanto ouvimos música, pois o seu
olhar, o olhar de todos e de cada um, melhora o meu...o nosso!</span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<span style="font-family: "georgia" , serif; font-size: 12pt;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<div style="text-align: center;">
<span style="background-color: white; font-family: "georgia" , serif;"><iframe allow="accelerometer; autoplay; encrypted-media; gyroscope; picture-in-picture" allowfullscreen="" frameborder="0" height="240" src="https://www.youtube.com/embed/YOFyJ82zrX0" width="425"></iframe></span></div>
</div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<div style="text-align: center;">
<span style="font-family: "georgia" , serif; font-size: 12pt;"><br /></span></div>
</div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjW4u0e41oqCduK9jFNDqTM9NF2EvCEkQmWCiT1oGoJ4KzDQ174HphDShuKpOrEAjNTpdHtHZRbTJUyyRcejMQyo-JVXK0Z157dIXrdiUZq8i_oFuH-XYEn330TN8f2fFhQqcgs2SebnVVp/s1600/29-.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="1500" data-original-width="1125" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjW4u0e41oqCduK9jFNDqTM9NF2EvCEkQmWCiT1oGoJ4KzDQ174HphDShuKpOrEAjNTpdHtHZRbTJUyyRcejMQyo-JVXK0Z157dIXrdiUZq8i_oFuH-XYEn330TN8f2fFhQqcgs2SebnVVp/s400/29-.jpg" width="300" /></a></div>
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhTMJerCTh3sKUinj1c_yuonOxsgNH3_rMXfVO-6DlxqsgXXaCxmY_RgyPm3YTt0nY-A2ysKk6vxphOb49YDiUjmw3axIJMPl0p5lLZw1DdCUMUKM32BtUMn0OhfU7JO04FQFQFAj7iI8GS/s1600/30.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="1500" data-original-width="1125" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhTMJerCTh3sKUinj1c_yuonOxsgNH3_rMXfVO-6DlxqsgXXaCxmY_RgyPm3YTt0nY-A2ysKk6vxphOb49YDiUjmw3axIJMPl0p5lLZw1DdCUMUKM32BtUMn0OhfU7JO04FQFQFAj7iI8GS/s400/30.jpg" width="300" /></a></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjtqjxeRfofv5pBHfI360HT65VwO9YNqX7gkD-qNNNlyoZ1NluuzzrPPtEV8O6QCXEQEMJjQb4Fu7XphCUje5NXeNqQXvrtf1EKGoP_SUcCtqfH5Y17cxFUht5yMAPxdL0bggvTxzMQdRQp/s1600/Agradec.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="747" data-original-width="720" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjtqjxeRfofv5pBHfI360HT65VwO9YNqX7gkD-qNNNlyoZ1NluuzzrPPtEV8O6QCXEQEMJjQb4Fu7XphCUje5NXeNqQXvrtf1EKGoP_SUcCtqfH5Y17cxFUht5yMAPxdL0bggvTxzMQdRQp/s320/Agradec.jpg" width="307" /></a></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<br /></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
</div>
<span style="font-family: "georgia" , serif; font-size: 12pt;">P.S. Os créditos aqui não "rolam" feito créditos no final de um filme, mas lá lá hora da apresentação rolou!!! Isso pra dizer que, evidentemente, a postagem não substitui a presença na Aula Aberta, mas ao menos dá uma ideia para quem não pôde estar lá, não é?</span><br />
<span style="font-family: "georgia" , serif; font-size: 12pt;"><br /></span>
<span style="font-family: "georgia" , serif; font-size: 12pt;">Obrigada gente! Pela presença de todos! Foi bem bacana, teve público, apesar do esvaziamento da FACED, já em ritmo de recesso, e fiquei muito orgulhosas dos estudantes. Valeu, gente!</span><br />
<span style="font-family: "georgia" , serif; font-size: 12pt;"><br /></span>
<span style="font-family: "georgia" , serif; font-size: 12pt;">E aqui no blog, obrigada pela leitura! </span><span style="font-family: "georgia" , serif; font-size: 12pt;">Deixem seu recadinho aqui!</span></div>
Licahttp://www.blogger.com/profile/13330703422606132370noreply@blogger.com37tag:blogger.com,1999:blog-2765047742547072708.post-52060193581902912522019-06-05T13:15:00.001-07:002019-08-24T13:48:11.619-07:00SOBRE O MÉTODO DE 20 PÁGINAS E 5 PASSOS – Parte 2<b style="text-align: justify;"><span style="font-family: "georgia" , "serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;"><br /></span></b>
<b style="text-align: justify;"><span style="font-family: "georgia" , "serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">As 5 etapas</span></b><br />
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: 6.0pt; mso-layout-grid-align: none; text-align: justify; text-autospace: none;">
<span style="font-family: "georgia" , "serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">Depois da <a href="https://oficinasdealfabetizacao.blogspot.com/2019/05/alfabetizar-em-5-etapas-post-1.html">Introdução</a> dessa série, chegamos às milagrosas 5
etapas! São, segundo ele, etapas que antecedem o princípio alfabético, e
tomadas como exercícios prévios necessários à tomada de consciência dos
fonemas, algo que, de fato, como ele diz, é abstrato para as crianças. Então,
para que possam chegar nisso, precisam passar por tais etapas:<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: 6.0pt; mso-layout-grid-align: none; text-align: justify; text-autospace: none;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: 6.0pt; mso-layout-grid-align: none; text-align: justify; text-autospace: none;">
<span style="font-family: "georgia" , "serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">1ª Etapa: Leitura
partilhada<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: 6.0pt; mso-layout-grid-align: none; text-align: justify; text-autospace: none;">
<span style="font-family: "georgia" , "serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">2ª Etapa: Memória
auditiva de curto prazo<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: 6.0pt; mso-layout-grid-align: none; text-align: justify; text-autospace: none;">
<span style="font-family: "georgia" , "serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">3ª Etapa: Consciência de
frases e palavras<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: 6.0pt; mso-layout-grid-align: none; text-align: justify; text-autospace: none;">
<span style="font-family: "georgia" , "serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">4ª Etapa: Consciência
silábica<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: 6.0pt; mso-layout-grid-align: none; text-align: justify; text-autospace: none;">
<span style="font-family: "georgia" , "serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">5ª Etapa: Consciência
fonêmica<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: 6.0pt; mso-layout-grid-align: none; text-align: justify; text-autospace: none;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: 6.0pt; mso-layout-grid-align: none; text-align: justify; text-autospace: none;">
<span style="font-family: "georgia" , "serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">Prestem bem atenção
nisso, etapas que antecedem o princípio alfabético. Vamos a elas,
desconstruindo essa ideia de novidade e de segredo que as escolas não revelam, que
as professoras e pedagogas não sabem, e que poderia revolucionar o ensino –
revelação que garante aos pais alfabetizarem seus filhos! (sic!).<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: 6.0pt; mso-layout-grid-align: none; text-align: justify; text-autospace: none;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: 6.0pt; mso-layout-grid-align: none; text-align: justify; text-autospace: none;">
<b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span style="font-family: "georgia" , "serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">1ª
etapa – Leitura partilhada<o:p></o:p></span></b></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: 6.0pt; mso-layout-grid-align: none; text-align: justify; text-autospace: none;">
<span style="font-family: "georgia" , "serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">O que ele chama de
leitura partilhada, após uma anedota supostamente “reveladora” que teria
acontecido com ele (merecia carinhas gargalhando...não dá para não rir...vão lá
ler), é os pais lerem para as crianças pequenas, que ainda não sabem ler com
autonomia... Oxe, e qual a novidade disso??? E onde é que leitura para e com os
filhos é etapa de alguma coisa? Já começa por aí... Chamar de “etapa” reduz
muito o que é essa rica prática de leitura.</span><span style="font-family: "georgia" , serif; font-size: 12pt;"> </span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: 6.0pt; mso-layout-grid-align: none; text-align: justify; text-autospace: none;">
<span style="font-family: "georgia" , "serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">Muitos autores já vêm tematizando
a leitura literária na primeira infância, seja do campo da leitura literária,
seja do campo da educação, inclusive construtivistas e sociointeracionistas que
ele odeia. Tem os que focam, inclusive, a leitura para bebês. E é uma prática,
justamente, de letramento e formação leitora. Mas ele vem com orientações
instrumentalizadas que torna essa prática potente em um mero passo-a-passo,
receituário de botica, que não dialoga com a vasta bibliografia que discute a
escuta da leitura na infância, especialmente a leitura literária. E é um campo
vastíssimo! E claro, ele ainda desconsidera a enorme diversidade de famílias,
silenciando completamente sobre a realidade brasileira em que muitas crianças
não têm esses pais que tenham condições de ler para as crianças. Ah, esqueci!
Ele está falando só para a família do comercial de margarina...<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: 6.0pt; mso-layout-grid-align: none; text-align: justify; text-autospace: none;">
<span style="font-family: "georgia" , "serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">Bom, é digno de nota que
ele ressalta, nessa prática (que ele chama de etapa), apenas o léxico, a
aprendizagem de novas palavras e de estruturas frasais mais complexas, pois
isso teria ressonância na compreensão da leitura bem depois... Essa escuta de
histórias, evento de letramento fundamental na infância, tal qual sublinhado
por diversos autores, tem um papel muito mais importante do que esse. Sim, a
escuta de histórias como ação permanente é fundamental. Trata-se de formação
leitora, trata-se de se apropriar do discurso escrito, da linguagem e
textualidade próprias aos textos escritos em gêneros diversos, de diferenciar a
linguagem oral da escrita (ainda que oralizada), de ampliar a compreensão de
textos via oralidade, de se apropriar de comportamentos, procedimentos e
estratégias de leitura, tão bem discutidos por Lerner (2002), Rojo (2004) e
Solé (1998), e que eu discuto nesse <a href="https://revistas.ufrj.br/index.php/rce/article/view/3578/pdf">artigo</a>. Sim, porque a via é oral, mas o
texto lido é linguagem escrita! A única referência, rasa, a algum aspecto textual,
é a menção, na página 23, à apropriação de estruturas frasais mais complexas,
não presentes nas interações cotidianas. Bela redução! Frase solta não é texto,
justamente, não necessariamente. Fora isso, nada! Nada disso tudo elencado aí entra
no rol de aprendizagens envolvidas nessas práticas. O Guia fica apenas em
orientações e prescrições chulas e rasas, meio bobocas, e irresponsáveis até, quando
diz, por exemplo, que a leitura tem que ser todo dia, como se isso fosse uma
tarefa antibiótica, e não fazê-lo comprometeria todo o programa. Com isso, essa
prescrição rígida, traz a orientação para o terreno do não plausível, do
irreal, do prescritivo sem fundamento. Leitura frequente, né? Não significa
seguir uma bula. Muito menos de antibiótico.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: 6.0pt; mso-layout-grid-align: none; text-align: justify; text-autospace: none;">
<span style="font-family: "georgia" , "serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">De todo modo, ainda que tome
essa escuta da leitura de modo muito limitado, o que ele ressalta não deixa de
ser do âmbito do letramento – querendo ele ou não. A escuta de histórias na
infância é evento de letramento emergente. Ou seja, são orientações que,
paradoxalmente, se relacionam com o que ele abomina: letramento, práticas
sociais de leitura, etc. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: 6.0pt; mso-layout-grid-align: none; text-align: justify; text-autospace: none;">
<span style="font-family: "georgia" , "serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">E também revela a
contradição com sua bandeira de que os pais podem levar a cabo essa tarefa. Que
pais? Fora do mundinho Doriana dele, precisamos da escola, né, já que nem todas
as famílias podem cumprir com essa missão. Como diz Ângela Kleiman (1995), a
família é a agência de letramento mais potente nesse letramento emergente, e o
letramento não se dá apenas na escola mesmo, mas a responsabilidade da escola é
imensa, principalmente quando as famílias não oportunizam um rico contato com
as práticas de leitura e escrita, devido aos inúmeros problemas sociais que
nosso país enfrenta – inclusive devido a babacas como ele, que acha que o mundo
é só para uns.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: 6.0pt; mso-layout-grid-align: none; text-align: justify; text-autospace: none;">
<span style="font-family: "georgia" , "serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">Duas coisas precisamos
constatar: primeiro, até aqui, nenhuma novidade...ler para as crianças é
admitido como fundamental há muito tempo, e tomada como prática muito além de
uma etapa; segundo, até aqui nada disso tem relação com a apropriação do
sistema de escrita, com o princípio alfabético (lembrem que ele diz que são
etapas prévias para chegar a esse princípio...). Ele está, sem querer, é
dizendo que essa prática letrada é fundamental, hahahaha!<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: 6.0pt; mso-layout-grid-align: none; text-align: justify; text-autospace: none;">
<span style="font-family: "georgia" , "serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">A única coisa que ele
ressalta é que essa leitura partilhada é “uma espécie de trampolim entre a
leitura em voz alta e a leitura silenciosa”. Diz ele: “quando seu filho começar
a ler livros sozinho, o desempenho dele será muito parecido com o que ele tinha
enquanto escutava histórias” (p. 22). Primeiro, gostaria de saber mesmo o que
ele está dizendo aí e que base “científica” ele tem para essa afirmação...
Depois, se tem esse trampolim, é justo porque as crianças aprendem sobre o
discurso escrito, aprendem as estratégias de compreensão leitora (via
oralidade), aspectos que se relacionam, justamente, com o letramento, com os
aspectos socioculturais e interativos (ou facetas, como refere Magda Soares) da
apropriação da escrita, e não dos aspectos propriamente linguísticos da
alfabetização (notação do sistema e sua base fonológica). Justamente o que ele
critica... Mas ele não leu Magda, não é? Bem como todo o campo teórico sobre a
formação leitora.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: 6.0pt; mso-layout-grid-align: none; text-align: justify; text-autospace: none;">
<span style="font-family: "georgia" , "serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">Pois...sem mais...<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: 6.0pt; mso-layout-grid-align: none; text-autospace: none;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: 6.0pt; mso-layout-grid-align: none; text-align: justify; text-autospace: none;">
<b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span style="font-family: "georgia" , "serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">2ª
etapa – Memória auditiva de curto prazo<o:p></o:p></span></b></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: 6.0pt; mso-layout-grid-align: none; text-align: justify; text-autospace: none;">
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%;">
<span style="font-family: "georgia" , serif; font-size: 12pt; line-height: 150%;">Memória auditiva de curto prazo – uma etapa? Kkkkkkk, só rindo
mesmo! Essa “etapa” é uma farsa
completa. A memória de trabalho e a memória verbal de curto prazo são,
evidentemente, fundamentais para desenvolver a atenção consciente na
apropriação inicial da leitura, mas daí a ser traduzida nessas situações
artificiais de condução pelos pais, há uma grande distância! O fato desse
aspecto cognitivo estar na base dos processamentos envolvidos na aprendizagem
da leitura, da transformação de sinais gráficos em linguagem, não significa,
diretamente, de forma tão simplória, explorá-lo dessa maneira bizarra que o
Guia propõe. Tudo o que é dito aí é desenvolvido nas brincadeiras e nas
interações sociais naturais na família, na escola, e em todos os grupos sociais
dos quais participam, entre as crianças, entre crianças e adultos. Brincadeiras
como “Boca de forno”, “Mamãe posso ir”, dentre outras, inclusive as de faz de
conta, são muito mais ricas e significativas em termos de obedecer a comandos
do que ordens aleatórias, sem nenhum sentido para a criança. Além disso, nas
interações reais cotidianas, isso acontece a todo momento – para que criar
situações fakes para treinar essa memória? Ah, lembrei, gostam
de fakes, gostam de treino, gostam de coisas sem significado...</span><span style="font-family: "georgia" , "serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;"><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%;">
<span style="font-family: "georgia" , "serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;"></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%;">
<span style="font-family: "georgia" , serif; font-size: 12pt; line-height: 150%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%;">
<span style="font-family: "georgia" , serif; font-size: 12pt; line-height: 150%;">Não é necessário nem desejável criar situações artificiais de
emissão de comandos para isso e tampouco colocar esse item como “pré-requisito”
para aprender o sistema alfabético. Para que “treinar” essa memória, se ela é
base das interações reais??? Balela!</span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%;">
<span style="font-family: "georgia" , serif; font-size: 12pt; line-height: 150%;"><br /></span></div>
</div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: 6.0pt; mso-layout-grid-align: none; text-align: justify; text-autospace: none;">
<span style="font-family: "georgia" , "serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">É bizarro demais. Vira
um Guia de cumprir um passo-a-passo e passar adiante, tudo muito aligeirado, tudo
muito mágico. Quantos comando desses os pais devem fazer, Nadalim? Felizmente,
para as crianças, como a orientação é vaga, provavelmente os pais vão passar
rápido por isso, e seguir adiante...E as respostas das crianças, claro, não
terão nada a ver com o “exercício”, mas com o que já sabem fazer, por terem
aprendido...vivendo... interagindo...<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: 6.0pt; mso-layout-grid-align: none; text-align: justify; text-autospace: none;">
<span style="font-family: "georgia" , "serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">E depois, se for considerar
essa coisa ampla como etapa precedente, que se relaciona com diversos outros aspectos
do desenvolvimento cognitivo, teria muitas outras a considerar, não é? Claro
que a memória é fundamental para se aprender a língua escrita (como tudo o
mais), mas a memória de longo prazo também é importante...e as tantas outras
competências cognitivas, funções executivas, que também se relacionam à
aprendizagem da leitura e da escrita... Por que elegeu só essa?<span style="mso-spacerun: yes;"> </span>Se ela vai a esse tão amplo, tem tantas
outras coisas...<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: 6.0pt; mso-layout-grid-align: none; text-align: justify; text-autospace: none;">
<span style="font-family: "georgia" , "serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">Além das funções
executivas, cadê o desenvolvimento da linguagem oral e dos processos de
compreensão de discursos orais? E a função simbólica – diretamente associada à
escrita? Nem uma menção...né? Como defendem Luria e Vygotsky, a função
simbólica relaciona-se ao que chamam de pré-história da escrita! O gesto, o
desenho, os rabiscos, o faz de conta...tudo isso contribui para o
desenvolvimento da função simbólica – essencial para se compreender um sistema de
representação simbólica, que é a escrita alfabética. Instrumento cultural complexo,
a escrita envolve signos (de segunda ordem) e, portanto, o desenvolvimento da
função simbólica de primeira ordem é essencial. Cadê as orientações para
desenvolvê-la? <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: 6.0pt; mso-layout-grid-align: none; text-align: justify; text-autospace: none;">
<span style="font-family: "georgia" , "serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">Até aqui nos perguntamos:
é isso o guia mágico, inovador, o segredo guardado a 7 chaves pelas escolas?<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: 6.0pt; mso-layout-grid-align: none; text-align: justify; text-autospace: none;">
<span style="font-family: "georgia" , "serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">Vamos às etapas
propriamente linguísticas para ver se o segredo, a novidade, finalmente, vêm...<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: 6.0pt; mso-layout-grid-align: none; text-align: justify; text-autospace: none;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: 6.0pt; mso-layout-grid-align: none; text-align: justify; text-autospace: none;">
<b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span style="font-family: "georgia" , "serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">3ª
etapa – Consciência de frases e palavras<o:p></o:p></span></b></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: 6.0pt; mso-layout-grid-align: none; text-align: justify; text-autospace: none;">
<span style="font-family: "georgia" , serif; font-size: 12pt;">A primeira observação é
a que já fiz – vemos aqui proposta de situações artificiais quando há tantas
possibilidades de brincadeiras e interações linguageiras reais que dão conta
dessas aprendizagens. A criança brinca com a língua, e muitas de suas
brincadeiras já dão notícias de sua incipiente capacidade de manipular a
linguagem para provocar o riso, justamente por saber, ainda que
inconscientemente, que o enunciado proferido não cabe, fazendo, justamente, a
graça acontecer... A coerência sintática e semântica de enunciados verbais, bem
como a identificação de itens lexicais podem ser provocadas nessas situações e
mesmo em situações pedagógicas mais controladas, mas sem perder de vista os uso
reais ou lúdicos da linguagem.</span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: 6.0pt; mso-layout-grid-align: none; text-align: justify; text-autospace: none;">
<span style="font-family: "georgia" , "serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">Ou seja, o que precisa
mesmo, meu caro, é que as crianças possam brincar e se relacionar com outros sujeitos na escola, em casa
e em outros grupos sociais, especialmente no caso de famílias com poucas
condições de proporcionar essas interações e brincadeiras. Seja em conversas
sobre livros, histórias, atividades cotidianas, outros textos e sobre os
programas culturais dos quais participam, brincando com a língua, ou nas
vivências da cultura lúdica infantil, tudo isso pode acontecer de modo
significativo, natural, nas experiências de linguagem, e não em situações
artificialmente fabricadas, robotizadas. E se as crianças já têm isso em suas
interações familiares, as orientações artificiais serão meras constatações
frias e vazias de que sabem avaliar a gramaticalidade de uma frase... Coitadas
dessas crianças! Que tédio aprender e/ou interagir com a linguagem assim, toda
fragmentada, toda sem vida, toda maltratada, toda regrada, toda fatiada...<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: 6.0pt; mso-layout-grid-align: none; text-align: justify; text-autospace: none;">
<span style="font-family: "georgia" , "serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">Prefiro brincar de substituições,
inversões e invenções, como “Quem cochicha, o rabo...encurta!”, “Quem cochicha,
o rabo...cochila”, “Quem espicha, o rabo cochicha”; “Foi à cadeira e perdeu a
feira...”; de transgredir cantigas "Atirei um gato no pau..."; de cantar “O meu chapéu tem 3 pontas”; de substituir as palavras em “Quando
digo Digo digo digo, não digo Diogo...” por outros pares, como alto/baixo, por
exemplo: “Quando digo alto, digo alto, não digo baixo...”; e tantas outras situações
que, brincando com as combinações e seleções, os eixos dos sintagmas e
paradigmas, no contexto de brincadeiras orais não regradas ou as ritualizadas
da cultura lúdica infantil, garantem o riso amplo e a aprendizagem sobre a gramaticalidade dos enunciados e a consciência de itens lexicais. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: 6.0pt; mso-layout-grid-align: none; text-align: justify; text-autospace: none;">
<span style="font-family: "georgia" , "serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">Bom, mas vamos aos
outros argumentos. Eles também me impelem a imaginar as barbaridades que pais
sem formação fariam a partir deles...<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: 6.0pt; mso-layout-grid-align: none; text-align: justify; text-autospace: none;">
<span style="font-family: "georgia" , "serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">É fato que a consciência
lexical e a sintática são importantes para a apropriação da língua escrita. Mas
essas atividades metalinguísticas estão longe de ser expressas de forma
simplória como saber “o que é uma frase e, principalmente, que a frase se
compõe de uma sequência de palavras”, como Nadalim abre essa parte. <span style="mso-spacerun: yes;"> </span><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: 6.0pt; mso-layout-grid-align: none; text-align: justify; text-autospace: none;">
<span style="font-family: "georgia" , "serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">A orientação dele para
“ensinar o que é frase” é hilária:<o:p></o:p></span></div>
<blockquote class="tr_bq" style="line-height: 150%; margin-bottom: 6.0pt; mso-layout-grid-align: none; text-align: justify; text-autospace: none;">
<span style="color: #444444; font-family: "times" , "times new roman" , serif;"><span style="font-size: 12pt; line-height: 150%;">“Você pode
definir frase de modo bem simples, dizendo que é uma breve historinha, e
oferecer o seguinte exemplo: “João foi à feira.” Depois de perguntar à criança
se ela entendeu a frase, interrogue-a: “Mas que foi que João fez?”. Seu filho
responderá: “Foi à feira.” Em seguida, faça esta outra pergunta: “Quem foi à
feira mesmo?”. E ele dirá: “João”.<br /> </span><span style="font-size: 12pt; line-height: 150%;">Desse modo a
criança entenderá que a frase conta uma pequena história sobre quem faz e o que
é feito. Aqui se está ensinando, na verdade, a noção de sujeito e de predicado.
Para a pergunta: “Quem fez isto?” ou “O que fez isto?”, a resposta será o
sujeito; e para a pergunta: “Que ele fez?”, a resposta será o predicado. A
criança adquire assim a noção de que a frase é uma história curtinha, geralmente
composta de duas partes” (p. 24). </span></span></blockquote>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: 6.0pt; mso-layout-grid-align: none; text-align: justify; text-autospace: none;">
<span style="font-family: "georgia" , "serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">Ora, ora, caro youtuber, e o
que uma criança pequena quer com a definição de frase, com aprender sujeito e
predicado? Até porque é uma definição parcial, chula, de frase, e em situações sem
nenhuma coerência com o que é, de fato, consciência sintática. A consciência
sintática <span style="mso-spacerun: yes;"> </span>envolve a habilidade de
refletir e manipular mentalmente a estrutura gramatical das sentenças, mas no
Guia essa habilidade é simplificada ao extremo. E que tal falar da consciência
sintática e semântica, que andam muito juntas? Já aí, muitas outras
brincadeiras possíveis... Porque, sinceramente, à “frase” “Mas que foi que João
fez?”, será mesmo que o filho responderá: “Foi à feira.”? E se ele responder: “João
comprou melancia!”, resposta muito mais plausível para um sujeito que está
buscando o sentido da linguagem (porque é o que as crianças buscam, os sentidos
ou a graça com os significantes...) do que preocupado em aprender o conceito de
frase. Aliás, um conceito complicadíssimo o de frase... A consciência sintática em situações orais certamente é fundamental para aprender a língua escrita, mas daí a reduzi-la a "entender" que frase é uma historinha, me poupe, viu? </span><span style="font-family: "georgia" , serif; font-size: 12pt;">A experiência com a linguagem oral, em si mesma,
contribui para desenvolver o senso de gramaticalidade de enunciados, e </span><o:p style="font-family: Georgia, serif; font-size: 12pt;"></o:p><span style="font-family: "georgia" , serif; font-size: 12pt;">o
julgamento mais metalinguístico através de transgressões lúdicas dessa
gramaticalidade não tem preço nesse desenvolvimento. Muito longe dessas
prescrições bobocas desse Guia.</span><br />
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: 0.0001pt;">
<span style="font-family: "georgia" , "serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;"><o:p></o:p></span></div>
</div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: 6.0pt; mso-layout-grid-align: none; text-align: justify; text-autospace: none;">
<span style="font-family: "georgia" , "serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">Daí, das “frases” ele
passa à consciência de palavras, dizendo que “as frases na mente das crianças
estão coarticuladas, uma palavra com outra, de modo tal que elas não conseguem
segmentar as frases”. Bom, em parte, podemos fazer certa concessão a essa
afirmação, mas ela é imprecisa, ainda assim. É a fala que é articulada, que
quer dizer que é segmentável em diversas unidades. Não é a frase num
embaralhamento na mente das crianças, e muito menos nesse modo de dizer quase
infantil. Mas digamos que aceitamos a afirmação, ok, interpretando-a como a realidade
articulada da fala. Ele conclui: “Por isso é importante praticar os exercícios
de tomada de consciência das palavras que compõem as frases”, simplificando
também a consciência lexical ao extremo, identificando-a com contar palavras –
e como as crianças vão saber o que são as palavras, Nadalim? Você mesmo não
disse que elas são “coarticuladas”? <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: 6.0pt; mso-layout-grid-align: none; text-align: justify; text-autospace: none;">
<span style="font-family: "georgia" , "serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">A questão aí é que,
justamente, na corrente contínua da fala, essas unidades “palavras” não são
facilmente identificáveis por sujeitos ainda não alfabetizados, ou seja, os
sons se combinam na enunciação oral, e as palavras se combinam entre si de
forma que não as percebemos como unidades, não saibamos detectar facilmente
suas fronteiras. Experimente saber onde começam e terminam as palavras
enunciadas oralmente numa “frase” em língua estrangeira, que você não
conhece... <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: 6.0pt; mso-layout-grid-align: none; text-align: justify; text-autospace: none;">
<span style="font-family: "georgia" , "serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">A consciência lexical envolve
a habilidade em segmentar a linguagem oral em palavras, seja aquelas com função
semântica (que possuem um significado independente do contexto, tais como os
substantivos, adjetivos, verbos), seja aquelas com função sintático-relacional
(que adquirem significado apenas no interior de sentenças, como as conjunções,
preposições, artigos). Só que para desenvolver a consciência lexical, é
necessário que a criança tenha estabelecido critérios gramaticais de
segmentação da linguagem. Entretanto, segundo pesquisas indicadas por <a href="http://www.scielo.br/pdf/prc/v16n3/v16n3a08.pdf">Barrera e Maluf (2003)</a>, isso só parece ocorrer de modo sistemático por volta dos 7 anos
de idade. As autoras dizem, baseadas em Linnea Ehri – como elas pesquisadora da
ciência cognitiva da leitura –, que antes disso, embora as crianças sejam
capazes de produzir e compreender enunciados, seu conhecimento lexical é
implícito e inconsciente. Ou seja, onde estaria isso de que a consciência
lexical é anterior ao princípio alfabético? Até porque, ele está defendendo o
ensino desse princípio já na Educação Infantil. Contraditório, não é? Pesquisas mostram é que há pouca correlação entre consciência lexical e apropriação do funcionamento alfabético e, quando há, há muitos outros aspectos em jogo. Ademais, a consciência
de unidades menores mais globais como as sílabas contribuem também para o
desenvolvimento da consciência lexical. Além de tudo disso, como podemos aprender a
partir de Gombert (1990), dentre outros – inclusive autores também do campo da
ciência da leitura – as relações entre consciência fonológica, sintática,
semântica, lexical e morfológica são bem mais dinâmicas do que essa hierarquia
rígida que Nadalim coloca, como “etapa precedente” e treino para, magicamente,
adquirir essa “consciência” do que é frase e palavra. Se há certas hierarquias
entre essas capacidades metalinguísticas, muitas pesquisas mostram, no entanto, que elas
mais se “embaralham” do que se enfileiram, como querem os que gostam de
simplificações. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: 6.0pt; mso-layout-grid-align: none; text-align: justify; text-autospace: none;">
<span style="font-family: "georgia" , "serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">É fato que a consciência
lexical e a sintática são importantes para a apropriação da língua escrita, mas
isso não é, necessariamente, prévio à consciência de unidades menores. Várias
pesquisas mostram, justamente, que a consciência explícita da unidade lexical
se dá, justamente, com aprendizagem da escrita, e não previamente. Sim, a fala
é coarticulada e é justamente a escrita que consolida a noção de “palavra”. Não
há isso de ter que ter consciência de todas as palavras para poder aprender o
princípio alfabético. Prova disso é que muitas crianças, mesmo já tendo passado
pelo processo inicial de alfabetização e já considerando o princípio
alfabético, ao escreverem textos aglutinam diversas palavras, especialmente as
sintático-relacionais, que são aglutinadas às que têm função semântica. Ou seja, são
aprendizagens concomitantes e não uma precedente à outra. </span><span style="font-family: "georgia" , serif; font-size: 12pt;">Certos níveis de habilidades metalinguísticas,
seja de ordem lexical ou sintática, certamente precedem a apropriação da
escrita, e podem ser verificadas entre crianças não alfabetizadas, mas a
alfabetização é que as desenvolve, em grande medida, especialmente a consciência lexical.</span><br />
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: 0.0001pt;">
<span style="font-family: "georgia" , "serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;"><o:p></o:p></span></div>
</div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: 6.0pt; mso-layout-grid-align: none; text-align: justify; text-autospace: none;">
<span style="font-family: "georgia" , "serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">Vejam o que dizem
Barrera e Maluf (2003, p. 501), lembrando que Regina Maluf fez, brevemente,
parte da Secretaria da Alfabetização de Nadalim:</span></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhEB0Ifj6gVX6aEebiB1FCMw4lulTuiXx9qW2-3LXxA41GEnvFHw_j1v7xVkhyAh6K84Zd-w1kZrgaoyp7prcHKK1mqgPdBDFbJmDtGzBLTAEZxGzmTOb9jYZdaf8DiGs1xJep1X3taKz_P/s1600/EBOOK+Imagem+2+post+5+-+etapa+3.JPG" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="380" data-original-width="573" height="265" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhEB0Ifj6gVX6aEebiB1FCMw4lulTuiXx9qW2-3LXxA41GEnvFHw_j1v7xVkhyAh6K84Zd-w1kZrgaoyp7prcHKK1mqgPdBDFbJmDtGzBLTAEZxGzmTOb9jYZdaf8DiGs1xJep1X3taKz_P/s400/EBOOK+Imagem+2+post+5+-+etapa+3.JPG" width="400" /></a></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: 6.0pt; mso-layout-grid-align: none; text-align: justify; text-autospace: none;">
<span style="font-family: "georgia" , serif; font-size: 12pt;">Ou seja...o que ele diz
não tem substância nem na perspectiva que ele assume como sua – a da ciência
cognitiva! Vejam, estou referindo a autoras alinhadas ao que ele diz defender,
não aos de outras concepções... Acho que até aquelas teriam vergonha alheia
disso tudo...</span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: 6.0pt; mso-layout-grid-align: none; text-align: justify; text-autospace: none;">
<span style="font-family: "georgia" , "serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">Soma-se a tudo já
discutido, um modo de enunciar nesse Guia que dá a entender que se o pai faz um
pouquinho, o/a menino/a já aprendeu!!! Mágica! Pois...como tá lá, é bem o que
vai acontecer. Quase um ensino da metalinguagem, depois de forçar a barra para
o/a menino/a dar a resposta esperada, como ele mesmo diz: “[...] utilizando
inicialmente frases curtas, você pedirá que seu filho diga quantas palavras há
na frase. Por exemplo: “Paulo pulou” (ao pronunciar, faça uma pequena pausa
entre as palavras). A criança deverá responder: ‘Duas’” (p. 24-25). E se não
responder, Nadalim? (???). Tá preparado para isso? Os pais estarão? (!!!). Ah!
Contam as palavras porque os pais vão falar cada uma bem separadinha ou
ajudados por elementos concretos, para contar menos abstratamente... Affe, me
poupe, viu?! Essa pausa indicada aí – artificializando duplamente a língua – já
dá a resposta, né? Está querendo ensinar a língua ou a contagem??? Fiquei em
dúvida!<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: 6.0pt; mso-layout-grid-align: none; text-align: justify; text-autospace: none;">
<span style="font-family: "georgia" , "serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">A simplificação, que
reduz o que é complexo, rico, amplo a algo fragmentado, técnico, mágico, nesse
passo-a-passo rígido, nessa situação idealizada (em que a criança deverá
responder o esperado), não é apenas uma estratégia para “falar para pais”, é um
total charlatanismo, de quem não conhece nem mesmo o campo ao qual diz se
filiar – a ciência da leitura. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: 6.0pt; mso-layout-grid-align: none; text-align: justify; text-autospace: none;">
<span style="font-family: "georgia" , "serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">É muito, muito
importante aí, nessa discussão, também diferenciar o que é procedimental,
espontâneo, implícito, epilinguístico, do que é declarativo, consciente, explícito,
metalinguístico, no que se refere aos conhecimentos fonológico, lexical e sintático
manifestos pelas crianças. Uma coisa é uma coisa, outra coisa é outra coisa, e
o modo de abordar esses conhecimentos, em diferentes momentos, precisa
considerar a criança! A brincadeira epilinguística e a conscientização metalinguística
gradual dos aspectos formais e estruturais da linguagem oral não têm que ser um
rol de exercícios, de treinos, de estudo enfadonho...<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: 6.0pt; mso-layout-grid-align: none; text-align: justify; text-autospace: none;">
<span style="font-family: "georgia" , "serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">Para terminarmos essa
discussão com refrigério, sugiro assistirem minha fala no <a href="https://www.youtube.com/watch?v=4S2Sxknj3js&t=10s">Ceale Debate</a>, sobre
textos poético-musicais da tradição oral na alfabetização, em que abordo a
reflexão metalinguística de forma significativa, no contexto das práticas
lúdicas infantis.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: 6.0pt; mso-layout-grid-align: none; text-align: justify; text-autospace: none;">
<span style="font-family: "georgia" , serif; font-size: 12pt;">No próximo post, <a href="http://oficinasdealfabetizacao.blogspot.com/2019/08/sobre-o-metodo-de-20-paginas-e-5-passos.html" target="_blank">aqui</a>, vamos
falar das etapas 4 e 5, mais diretamente relacionadas à alfabetização, que é a
consciência silábica e fonêmica...Pensa que vai melhorar?</span></div>
<br />Licahttp://www.blogger.com/profile/13330703422606132370noreply@blogger.com26tag:blogger.com,1999:blog-2765047742547072708.post-66489903126052694742019-05-24T15:57:00.001-07:002019-06-05T13:16:42.611-07:00Alfabetizar em 5 etapas - POST 1<b style="text-align: justify;"><span style="font-family: "georgia" , "serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">Introdução</span></b><br />
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<b><span style="font-family: "georgia" , "serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;"><br /></span></b></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<span style="font-family: "georgia" , "serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">Olá,
minha gente,<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<span style="font-family: "georgia" , serif; font-size: 12pt;">Enquanto
aguardamos a Política Nacional de Alfabetização, sigo analisando o material
proposto por Carlos Nadalim, o Secretário de Alfabetização no MEC. Nas próximas
duas postagens falaremos do E-book de Carlos Nadalim, "</span><span style="font-family: "georgia" , serif; font-size: 12pt;"><a href="http://www.comoeducarseusfilhos.com.br/wp-content/uploads/2015/10/ebook-as-5-etapas-v2.pdf">As 5 Etapas para Alfabetizar seus Filhos em Casa - O Guia Definitivo</a></span><span style="font-family: "georgia" , serif; font-size: 12pt;">", que foi feito para os pais alfabetizarem
seus filhos em casa, apresentado como um guia milagroso, um tesouro revelado. Então,
sigo na minha luta que é partilhar posições com professores e estudantes de
pedagogia, mobilizar o debate com os colegas e trocar conhecimentos, para
contribuir com a discussão na detecção de argumentações distorcidas e
equivocadas que tentam, nessa querela atual no campo da alfabetização, nos
empurrar.</span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<span style="font-family: "georgia" , "serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<span style="font-family: "georgia" , "serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">E porque
vale analisar o E-book de Carlos Nadalim, se não é isso que baseará a Política
Nacional de Alfabetização do MEC? Sim, há gente mais competente na Secretaria
da Alfabetização, embora todos de abordagem fônica. Volto a dizer que importa
entendermos quem está à frente da Secretaria e, embora o E-book seja anterior a
essa gestão, e seja um livro para pais, como o título mesmo já indica, foram
essas “produções” de Nadalim que, junto a sua “fama” de youtuber e o apreço do
guru influenciador do governo, que o alçaram à posição em que está, justamente
por sua visão da alfabetização.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<span style="font-family: "georgia" , "serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<span style="font-family: "georgia" , "serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">Não sei
se temos como esperar ponderações dessa Secretaria, a não ser que as
argumentações e deliberações de especialistas de verdade, ainda que de
perspectiva fônica, se sobreponham às dele e o canal do diálogo não se feche no
obscurantismo. Acho que não será obscurantista, mas será impositivo e reducionista.
Afinal, esses especialistas, embora falem de um lugar fundamentado e não de um
delírio, como é o caso do próprio secretário, eles também trazem perspectivas
que, do ponto de vista de uma outra concepção, são complicadas. Ao se apoiarem
em pesquisas em língua estrangeira e procedimentos metodológicos adotados em
outros países, sem ressalvas, por exemplo, desconsideram o contexto brasileiro,
bem como outras pesquisas nacionais e internacionais não aderentes a esses
argumentos. Mas Nadalim não só desconsidera, ele despreza a pesquisa realizada no
Brasil – seja de pesquisadores da ciência da leitura, seja de outras
perspectivas – e qualquer pesquisa que não seja de seus pares e de natureza
experimental. Distorce, mal intencionadamente, os argumentos e posicionamentos
de pesquisadores e autores que não se alinham a sua perspectiva, e mesmos os
que se alinham, colocando foco apenas nas partes que lhe interessa criticar ou
ressaltar. Desconsidera também as especificidades da língua portuguesa e seu
grau de transparência, que é diverso dessas outras línguas das pesquisas
internacionais e, por isso, nem sempre os mesmos processos são aplicáveis <i style="mso-bidi-font-style: normal;">ipsis literis. </i><span style="mso-bidi-font-style: normal;">Ainda que todas as línguas alfabéticas se baseiem no princípio alfabético, e os processos sejam análogos, é muito diferentes alfabetizar numa língua transparente como o finlandês e em uma língua opaca, de profundidade ortográfica tão intensa quanto o inglês</span>. </span><br />
<span style="font-family: "georgia" , "serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;"><br /></span>
<span style="font-family: "georgia" , "serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">E, por fim, ele tem toda a
retórica de quem “vende” milagre. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<span style="font-family: "georgia" , "serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<span style="font-family: "georgia" , "serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">É
inacreditável já a capa do E-book: diz lá: Guia Definitivo (sic!!!). Nunca vi
tamanha pretensão! Ô povo que tem mania de grandeza esse povo aluno do guru que
também se acha o suprassumo da inteligência,#sqn. É recorrente em seus vídeos e
sua escrita a busca por validar seu ponto de vista, a necessidade de dizer que
está habilitado para defender x ou y, numa evidente e flagrante “conversa” com
contrapalavras dos que sabem que ele, de fato, não está validado para tal (se
tem dúvidas, consulte o texto em vermelho no <a href="http://oficinasdealfabetizacao.blogspot.com/2019/05/letramento-o-vilao-da-alfabetizacao_3.html">POST 4</a> da série que analisa o vídeo
“Letramento, o vilão da alfabetização”).<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<span style="font-family: "georgia" , "serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<span style="font-family: "georgia" , "serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">Eis a
capa:<o:p></o:p></span></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiOo7rc6fDCO2TfysYDl-_MwT50XwukIPFhXNpDCmAVsr6AvIBFjLIk4ySdIf8lU5gJ1J0XOlXBD1KPqh-ePVDfDlbb9dNLfc9gv6j-o5OXI_c-joQcvMfoesbAmOAYREsg-jYFRoxuR5LE/s1600/GUIA+5+passos.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="1024" data-original-width="768" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiOo7rc6fDCO2TfysYDl-_MwT50XwukIPFhXNpDCmAVsr6AvIBFjLIk4ySdIf8lU5gJ1J0XOlXBD1KPqh-ePVDfDlbb9dNLfc9gv6j-o5OXI_c-joQcvMfoesbAmOAYREsg-jYFRoxuR5LE/s320/GUIA+5+passos.jpg" width="240" /></a></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;">
<span style="font-family: "georgia" , "serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">E vamos ao milagroso guia de 5 passos e 20 páginas – sim,
porque fora os pré-textuais iniciais e os depoimentos finais laudatórios ao
blog, ao canal do youtube e aos cursos de Nadalim – são apenas cerca de 20
páginas, e 20 páginas com letras e margens bem grandes, pouquíssimo texto em
cada. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<span style="font-family: "georgia" , "serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<span style="font-family: "georgia" , "serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">O
“livro” se inicia anunciando-se como uma alternativa simples para “livrar os
filhos” da situação terrível da escola e “remediar” essas falhas. Livrar! Ele
realmente se acha o Vingador, o super-herói da alfabetização... O jeito de começar
já diz muito sobre este senhor e sua perspectiva. Depois, ele mesmo valida sua
capacitação para formar leitores hábeis, dizendo de sua experiência (!!!) na
escola de sua mãe, e os depoimentos de pais que “comprovam” sua habilidade.
Conclui ele: “Portanto, conheço o passo a passo para formar um leitor hábil”. <span style="mso-spacerun: yes;"> </span>Não sei se essa gente é só oportunista ou se
têm mesmo transtorno doentio de grandeza.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<span style="font-family: "georgia" , "serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<span style="font-family: "georgia" , "serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">Segue
fazendo questão de afirmar o papel de Olavo de Carvalho em sua quase “missão”,
e vem contando um monte de coisas pessoais e apelando para a religiosidade,
indicando um sinal de Santa Teresinha para justificar sua opção pela escola, em
vez da universidade: “Carlos, retire-se da universidade, porque o seu lugar não
é aí, e vá ao encontro das crianças”. Realmente, só apelando para os santos,
para um pavão justificar não ter condições de uma vida acadêmica. Quanto
ressentimento!<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<span style="font-family: "georgia" , "serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<span style="font-family: "georgia" , "serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">E, então,
confessando não saber NADA de educação, a partir desse sinal foi para a escola
da mamis dele e buscar tutela de Luiz Carlos Faria (logo se entende de onde vem
tanto obscurantismo e animosidade). Passa a contar de seus estudos e sua
aplicação na escola de sua mãe. Afffeee... E, por fim, diz: “Três anos depois,
eu já tinha um método de alfabetização e de pré-alfabetização comprovado,
eficaz, para alfabetizar crianças de 3 a 6 anos”. Noooooossaaaa!!! Que
iluminação!!! E, nisso, já estamos na página 08...<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<span style="font-family: "georgia" , "serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<span style="font-family: "georgia" , "serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">A parte
que se segue a essa introdução pessoalista e espiritual chama-se: “Métodos
ineficazes: conhecendo o inimigo”. Gente, dá vontade de rir...Gregório
Duvivier! Veja, aqui tem piada pronta pra você!!! <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<span style="font-family: "georgia" , "serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<span style="font-family: "georgia" , "serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">De
forma bastante simplória, rasa e valorativa, ele começa a descrever o método
global e, depois, o método silábico, os tais inimigos! Quanto aos globais, a
descrição que ele faz é apenas do global ideovisual, silenciando sobre outras
abordagens analíticas que não tem NADA de leitura pela percepção gráfica do
todo da palavra. Esse silenciamento é, de seu ponto de vista, bastante providencial,
pois lhe serve para desqualificar outras perspectivas, ao associar método
global a letramento, a construtivismo, colocando – como o faz no vídeo que
analisamos – tudo no mesmo saco. Seja equívoco de fazer vergonha, seja
estratagema mesmo, o fato é que a baboseira simplista não tem par. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<span style="font-family: "georgia" , "serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; mso-layout-grid-align: none; text-align: justify; text-autospace: none;">
<span style="font-family: "georgia" , "serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">Quanto
ao método silábico, que, embora reconheça como melhor do que o global, ele taxa
como ineficaz. Bom, lembrando que não se trata aqui de defender o método
silábico tradicional, já que trata-se de um método de base empirista,
associacionista, mecanicista, vou no entanto, questionar os argumentos usados
para a crítica dele ao método. Primeiro, ele confunde método alfabético com
silábico, pois o método que parte do nome das letras como unidade de formação
das sílabas não é o silábico, mas o alfabético, ou o método da soletração –
aquele do bê-a-ba. O método silábico parte das sílabas completas BA-BE-BI-BO-BU
para formar as palavras. Mesmo que se ensine as letras (que método não as
ensinas?), não são elas o ponto de partida, nesse caso. Primeiro equívoco
conceitual. Grande! E mesmo assim ele estampa em negrito o seu erro,
enfatizando-o e repetindo-o: “O erro fundamental do método silábico é
estabelecer essa falsa correspondência entre o nome de uma letra e o seu valor
fonológico, ou seja, o seu som.” O método silábico não é isso e tanto as
pesquisas quanto a empiria mostram que é frequente que as crianças abstraiam os
fonemas a partir das sílabas, que é uma unidade sonora menos abstrata para elas
do que o fonema, que é uma representação mental do som, e não um som. A mínima
emissão sonora é silábica, não fonêmica. E talvez por isso mesmo, os procedimentos
silábicos, especialmente no contexto dos métodos mistos, tenham tido uma longa
história na alfabetização no Brasil, eles aproximam a grafia de sua emissão
sonora de uma forma mais “natural”, menos artificial, pois a consciência
silábica é bastante natural em nossa língua. Já a segmentação fonêmica é o
sistema alfabético que destaca. Os procedimentos silábicos são importantes,
sim, e ele mesmo coloca a consciência silábica em uma das 5 etapas de seu guia.
<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; mso-layout-grid-align: none; text-align: justify; text-autospace: none;">
<span style="font-family: "georgia" , "serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; mso-layout-grid-align: none; text-align: justify; text-autospace: none;">
<span style="font-family: "georgia" , "serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">Ou
seja, aqui nessa parte só vi argumentos críticos que são mais ao método
alfabético, de soletração. Mas voltaremos a essa questão da sílaba quando
falarmos das 5 etapas. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; mso-layout-grid-align: none; text-align: justify; text-autospace: none;">
<span style="font-family: "georgia" , "serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; mso-layout-grid-align: none; text-align: justify; text-autospace: none;">
<span style="font-family: "georgia" , "serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">A parte
seguinte do Guia intitula-se: “Métodos eficazes: dominando o princípio
alfabético”.<span style="mso-spacerun: yes;"> </span>E ele inicia dizendo: “O
núcleo dos métodos mais eficazes de alfabetização é o chamado <i style="mso-bidi-font-style: normal;">domínio do princípio alfabético</i>. O
princípio alfabético é o coração dos métodos fônicos”. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; mso-layout-grid-align: none; text-align: justify; text-autospace: none;">
<span style="font-family: "georgia" , "serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; mso-layout-grid-align: none; text-align: justify; text-autospace: none;">
<span style="font-family: "georgia" , "serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">Bom,
nessa afirmação, aparentemente singela, esconde-se uma premissa completamente
equivocada: parece que ele acredita que só o método fônico aborda o princípio
alfabético. Como já discutido no <a href="http://oficinasdealfabetizacao.blogspot.com/2019/04/letramento-o-vilao-da-alfabetizacao-no_9.html">POST 2</a>, sobre o vídeo de Nadalim, o princípio
alfabético é o princípio que rege nosso sistema de escrita. Não se trata de
exclusividade de um ou de outro método. Diferentes métodos chegam ao princípio
alfabético por diferentes vias. O fônico foca as relações entre fonemas e
grafemas como ponto de partida, mas o princípio alfabético, chave da decifração
do escrito, não é propriedade do método fônico, e nem mesmo da abordagem
fônica, dependendo do que se considere como essa abordagem. Se estratégias
fônicas são as estratégias que levam as crianças a compreenderem as relações
entre fonemas e grafemas, elas podem ser usadas em qualquer outro método,
inclusive o silábico. Ou seja, é uma barbaridade considerar que esse princípio
só está presente e enfatizado no método fônico – é um princípio do sistema! Não
do modo de ensiná-lo. É um princípio, não um procedimento exclusivo de um
método. A questão é que o método fônico toma esse princípio como ponto de
partida e põe grande ênfase na relação fonema/grafema em seus procedimentos,
propondo ensiná-las desde muito cedo e de forma bastante artificial.<span style="mso-spacerun: yes;"> </span><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; mso-layout-grid-align: none; text-align: justify; text-autospace: none;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; mso-layout-grid-align: none; text-align: justify; text-autospace: none;">
<span style="font-family: "georgia" , "serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">Bom,
mas ele segue argumentando que “o princípio alfabético consiste em converter,
conscientemente, grafemas em fonemas. Isso significa que as crianças precisam
converter os sinais gráficos (letras) em seus valores fonológicos (sons)”. E
então ele se pergunta – “E como fazê-lo?” E responde: “Primeiro é necessário
ensinar às crianças os valores fonológicos das letras, ou seja, os seus sons.
Infelizmente no Brasil se faz o contrário: apresenta-se primeiro o alfabeto, o
nome das letras, as formas das letras, e assim por diante”. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; mso-layout-grid-align: none; text-align: justify; text-autospace: none;">
<span style="font-family: "georgia" , "serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">Oxe!
Como é que se ensina os sons das letras, sem que as crianças conheçam as letras
e a metalinguagem para se referir a elas (seus nomes)? E que “som” é esse que
não tem existência concreta na emissão oral? Vamos vendo...<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; mso-layout-grid-align: none; text-align: justify; text-autospace: none;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; mso-layout-grid-align: none; text-align: justify; text-autospace: none;">
<span style="font-family: "georgia" , "serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">E ele
continua, trazendo o maior equívoco de sua argumentação: “Mas pensemos bem:
tanto logicamente, quanto cronologicamente, o som precede a letra que o
representa. A realidade sonora, de fato, é anterior à sua representação
gráfica. Logo, é evidente que devemos obedecer a essa ordem no processo de
alfabetização”. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; mso-layout-grid-align: none; text-align: justify; text-autospace: none;">
<span style="font-family: "georgia" , "serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; mso-layout-grid-align: none; text-align: justify; text-autospace: none;">
<span style="font-family: "georgia" , "serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">Geeeeente,
isso é uma asneira sem tamanho e sem fundamento! Nem na ciência da leitura, nem
nos autores que ele mesmo se apoia, vocês leriam tal afirmação. E ele repete
isso algumas vezes ao longo do Guia. “O som precede a letra que o representa” –
onde isso? O que é “preceder”? Claro que a linguagem oral precede a escrita e
as palavras faladas precedem a sua grafia (e mesmo assim, a escrita reorganiza
a fala, fornece um modelo de análise da fala). Mas o som da letra isolada não
precede à escrita, justamente porque o fonema não é um som, é uma unidade
abstrata, não tem realidade sonora concreta, não tem realidade isolada, nem
mesmo é pronunciável isoladamente (apenas de forma artificial). Até José
Morais, que ele idolatra, insiste nesse ponto. Como já argumentado, a menor
unidade natural de emissão sonora é a sílaba, não o fonema, quando segmentamos
a fala em unidades menores, essa emissão é silábica: MA-CA-CO. E nossa língua é
extremamente silábica – aliás, diferente do inglês. Não existe realidade sonora
do fonema previamente à escrita, o fonema é uma unidade que a estrutura
alfabética é que destaca, que chama a atenção, não estando previamente na mente
do sujeito. É abstrata, uma unidade mental, não sonora, e mesmo o “fone”, esse
som das letras, não é natural. Para Nadalim, por não ser, deve ser treinado,
justo por não ser. <span style="mso-spacerun: yes;"> </span>Tem que meter guela
abaixo, previamente à escrita alfabética interpelar a criança, antes mesmo de tornar-se
uma necessidade. Como pode isso? <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; mso-layout-grid-align: none; text-align: justify; text-autospace: none;">
<span style="font-family: "georgia" , "serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; mso-layout-grid-align: none; text-align: justify; text-autospace: none;">
<span style="font-family: "georgia" , "serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">Como as
unidades sublexicais fonêmicas não são produzidas como unidades isoladas, mas
sim em um fluxo contínuo, está certo que é preciso que tomemos consciência
delas, mas isso de ser uma consciência prévia à escrita, um pré-requisito para
aprender o sistema alfabético, isso já não se sustenta. A despeito dessa ideia
de pré-requisito da consciência fonêmica para se alfabetizar ser uma das
vertentes na análise da relação entre consciência fonêmica e aprendizado da
língua escrita, o que as pesquisas tendem a indicar é que é o processo de
alfabetização que garante a consciência do fonema. A tendência dos
pesquisadores, mesmo da perspectiva cognitiva à qual Nadalim se alinha, é a de
colocar a compreensão do sistema alfabético e a consciência fonêmica como numa
relação de causalidade recíproca, não de pré-requisito, como ele apresenta.
Aliás, a consciência dos fonemas tende mais a ser consequência da alfabetização
do que pré-requisito para ela. A causalidade recíproca significa dizer que há
elementos necessários para se alfabetizar e outros cuja alfabetização é que
permite, um influenciando o outro. Vejam o que diz José Morais, importante
autor no campo da ciência da leitura, guru de Nadalim, </span><span style="font-family: "georgia" , serif; font-size: 16px;">em "A arte de ler":</span><span style="font-family: "georgia" , serif; font-size: 12pt;"> </span></div>
<blockquote class="tr_bq" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; mso-layout-grid-align: none; text-align: justify; text-autospace: none;">
<span style="font-family: "georgia" , "serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">Numa
palavra, a consciência fonêmica e o conhecimento do código alfabético surgem
simultaneamente. Nenhuma é a ‘causa’ da outra. Entretanto, veremos que elas se
influenciam e se reforçam mutuamente. Juntas, elas contribuem para o sucesso da
aprendizagem da leitura e da escrita (MORAIS, 1996, p. 176) <span style="color: red;">(Ver nota 1). </span></span></blockquote>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; mso-layout-grid-align: none; text-align: justify; text-autospace: none;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; mso-layout-grid-align: none; text-align: justify; text-autospace: none;">
<span style="font-family: "georgia" , serif; font-size: 12pt;">Ou
seja, Nadalim está defendendo algo, com tanta firmeza, que nem seu queridinho
José Morais defende!!! </span><span style="font-family: "georgia" , "serif"; font-size: 12pt; line-height: 24px;">Outros tantos autores, como Byrne (1995), por exemplo, insistem nesse ponto, de que a consciência fonêmica e o conhecimento da relação letra-fonema atuam de maneira complementar para a apropriação do</span><span style="font-family: "georgia" , serif; font-size: 16px;"> funcionamento alfabético. </span><span style="font-family: "georgia" , serif; font-size: 12pt;">A conclusão de Nadalim quanto a essa argumentação em seu
E-book é completamente equivocada. Ele conclui: “portanto, em primeiro lugar,
as crianças devem aprender, por meio da experiência auditiva, os sons que
compõem o nosso sistema alfabético”, argumentando, como já referido, ser esse o
caminho natural, lógico e cronológico. O mais natural, lógico e cronológico
seria apresentar os “sons” sem as letras? Previamente às letras? Em abstrato?
Não! E olha, isso aí, que no início é só citado, mais adiante aparece como
orientação proibitiva: “Inicialmente, não ensine às crianças os nomes das
letras e o reconhecimento visual delas, mas os sons das letras”.</span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; mso-layout-grid-align: none; text-align: justify; text-autospace: none;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; mso-layout-grid-align: none; text-align: justify; text-autospace: none;">
<span style="font-family: "georgia" , "serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">José
Morais, dentre outros (cito ele justamente pelo lugar que ele ocupa como
queridinho de Nadalim...), afirma que só tomamos consciência dos fonemas
consonantais – unidade muito abstrata – porque são representados pelas letras
do alfabeto. Ele analisa pesquisas que mostram que a análise fonêmica sem
o respectivo conhecimento das correspondências entre as letras e os “sons” (os
fones) não é tão eficaz e potente quanto quando esses dois elementos vêm
juntos.<span style="mso-spacerun: yes;"> </span>E diz: “[...]<span style="mso-spacerun: yes;"> </span>o treinamento para a análise da fala em
fonemas é pouco eficaz se não tornarmos explícita sua relação com os signos
escritos” (MORAIS, 1996, p. 177). No seu livro “A arte de ler” (MORAIS, 1996,
p. 175-176), bem como em outros textos seus (aliás, ele indica lá um artigo em
inglês que trata especificamente desse argumento), ele argumenta explicitamente
que os adultos iletrados (não alfabetizados) não têm consciência dos fonemas,
pois, ao que parece, a consciência fonêmica não precede a aprendizagem da
leitura, ou melhor, não precede a algum conhecimento, mesmo que parcial, do
“código” que relaciona fonemas e grafemas. Diz ele, mais adiante, que expostas
ao alfabeto é que as crianças interrogam sobre as correspondências fonêmicas
das letras – inclusive nas relações familiares. </span><span style="color: black; font-family: "georgia" , "serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">Outros autores (dentre os quais BRADLEY e
BRYANT, 1983) discutem que há pesquisas de intervenção didática que mostram –
assim como as pesquisas experimentais controladas citadas por Morais – que as
situações de reflexão fonológica, e fonêmica em especial, realizadas
paralelamente à reflexão sobre a notação escrita são mais produtivas do que as
que não fazem tal articulação, investindo na consciência prévia dos fonemas. </span><span style="font-family: "georgia" , "serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">Ora,
isso tudo é, justamente, contrário ao argumento de Nadalim. Percebem?<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; mso-layout-grid-align: none; text-align: justify; text-autospace: none;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; mso-layout-grid-align: none; text-align: justify; text-autospace: none;">
<span style="font-family: "georgia" , "serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">E olha
que aprendizagem mais mecânica essa de aprender primeiro pela experiência
auditiva “sons” que compõem o sistema alfabético! Nadalim, com a indicação
desse procedimento, se filia a um método fônico bem mecânico, bem tradicional, sintético,
que é diferente do que propõe contemporaneamente e cientificamente a ciência da
leitura. Ademais, pesquisas – inclusive de autores da ciência cognitiva da
leitura – mostram que os NOMES das letras dão pistas sobre seus sons e
contribuem, assim, para as crianças descobrirem os seus valores sonoros, na
alfabetização inicial – bem ao contrário do que ele afirma. Uma brasileira,
Claudia Cardoso-Martins, de perspectiva cognitiva, considerada por José Morais,
tem estudos sobre essa questão dos nomes das letras, bem como outros autores
estrangeiros da ciência da leitura. Mas uma pesquisadora, mulher, brasileira,
não teria a atenção dele, né?<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; mso-layout-grid-align: none; text-align: justify; text-autospace: none;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; mso-layout-grid-align: none; text-align: justify; text-autospace: none;">
<span style="font-family: "georgia" , "serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">E mais
ainda, as letras do alfabeto fazem parte das práticas sociais, estão nos
livros, no ambiente, nos jogos, nos imãs de geladeira,<span style="mso-spacerun: yes;"> </span>nos outdoors, nas placas, na mesa do café da
manhã, em seus nomes gravados em seus pertences...estão por todo lado! As
crianças se interessam por elas, querem saber sobre elas, seus nomes, suas
formas. Vamos criar situações artificiais (não sociais) de esconder as letras
ou fugir das curiosidades das crianças, para esperar aprenderem a pronunciar fonemas
isolados a troco de nada? Loucão isso! Situação altamente controlada em
contexto familiar?! Socorro! O natural é fazer de conta que as letras não
existem, para que primeiro se apropriem desses “sons” isolados que, sem as
letras, não fazem nenhum sentido para as crianças???? Qual o propósito de
ensinar o valor sonoro da letra F sem falar em letra, mas “soprando uma vela:
fffffffff” (!!!)? Nadalim, que tal brincar, só brincar, de “Farofa feita
com muita farinha fofa faz uma fofoca feia”? Que tal em vez de falar em
isolar fonemas, chamar a sua atenção pela repetição (aliteração)? E que tal
observar com as crianças que, justamente, esse som que se repete e trava a
língua, aparece no texto escrito também repetido – “Ah, pró! É a letra F!!! Ela
é que faz travar a língua”. Que bobagem isso de não apresentar as letras! Vai
esconder a criança do mundo letrado? Das inúmeras escritas? Fazer cara de
paisagem se elas perguntam? Valha-me! Não só quer que a pesquisa experimental
guie o ensino, sem outros referenciais, como quer fazer virar a espontaneidade
das interações sociais e familiares uma farsa controlada. E depois acusa os
professores de fazerem arremedos de situações de letramento (no vídeo
Letramento, o vilão da alfabetização”)...<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; mso-layout-grid-align: none; text-align: justify; text-autospace: none;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; mso-layout-grid-align: none; text-align: justify; text-autospace: none;">
<span style="font-family: "georgia" , "serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">Que tal
considerar os estudos de Émile Gombert, também da perspectiva cognitiva da
leitura, que articula as atividades epilinguísticas e metalinguísticas? Essa
articulação que ele enfatiza mais recentemente em suas argumentações fornece
inúmeras possibilidades para pensarmos em explorações epilinguística
significativas das sonoridades, explorações essas que chamam a atenção à
dimensão sonora da língua e, que podem, depois, serem provocadas no nível
metalinguístico, inclusive no nível do fonema, numa continuidade muito mais
interessante do que “soprar vela” para fazer o som de um F que nem se sabe o
que é... Vou de Claudemir Belintane aqui, para argumentar que só brincar com os
textos da cultura tradicional, que exploram as sonoridades da língua, tornam
essa língua “altamente alfabetizável” pelas segmentações que provocam em sua
enunciação: “Co-rre co-ti-a na-ca-as-da-ti-a...co-rre-ci-pó na-ca-as-da-vó...”.
Com os trava-línguas, até mesmo os fonemas ganham destaque em sua aliteração,
em situações orais e epilinguísticas. Ver no texto escrito as letras que
provocam essa trava na língua para pronunciar o texto, traz a reflexão para o
nível metalinguístico – e olha que maravilha! Sem artificializar a língua,
muito pelo contrário. Sobre essa discussão, indico meus artigos sobre textos
poético-musicais em que discuto sobre situações orais de exploração
epilinguística no contexto da cultura lúdica infantil, <a href="https://www.blogger.com/%3Chttps://documentcloud.adobe.com/link/track?uri=urn%3Aaaid%3Ascds%3AUS%3A55cffdef-50c3-41b5-a99c-aac2a940887c%3E">aqui</a>, <a href="https://periodicos.fclar.unesp.br/iberoamericana/article/view/9196/6087">aqui</a>, <a href="https://www.slideshare.net/Licaraujo/textos-da-tradio-oral-na-alfabetizao">aqui</a> e, em breve, num outro artigo sobre textos da tradição oral na alfabetização, no prelo. Um outro artigo, só sobre
trava-línguas e a consciência fonêmica e grafofonêmica está no forno...por ora,
apenas no prelo do desejo! <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; mso-layout-grid-align: none; text-align: justify; text-autospace: none;">
<span style="font-family: "georgia" , "serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; mso-layout-grid-align: none; text-align: justify; text-autospace: none;">
<span style="font-family: "georgia" , "serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">Bom,
adiante, Nadalim simplifica ao extremo as explicações linguísticas para
orientar os pais a não apresentarem os sons das letras pela ordem alfabética. O
que ele quer dizer aí (mas diz muito mal amanhadamente) é que há fones consonantais
mais fáceis de serem observados e pronunciados isoladamente das vogais (e
sustentados pelas crianças, ele diz) do que outros, e diz que é por esses que os
pais (!!!) devem iniciar. Entendo que fonologia, para esse público, não é
possível explicar sem simplificações, mas aí já é informação incorreta. Não se
trata de as crianças conseguirem ou não “sustentar por mais tempo” esses sons.
São os fones (sons) que são mais ou menos pronunciáveis, a depender de seu modo
de articulação. Os fricativos são mais “esticáveis” e, portanto, mais
pronunciáveis isolados da vogal: /ffffffff/, /vvvvvvvv/, /xxxxxxx/,
/jjjjjjjjjj/, /ssssss/, /zzzzzz/. Já os oclusivos, não: /p/, /t/, /b/, /d/,
/k/, /g/. Sim, é mais fácil as crianças observarem os fones fricativos e vibrantes
(/R/ e /r/) do que os oclusivos, mas a explicação, ou melhor, a simplificação,
é incorreta, inadequada e desloca a questão para um elemento que não é bem o
que está em jogo. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; mso-layout-grid-align: none; text-align: justify; text-autospace: none;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; mso-layout-grid-align: none; text-align: justify; text-autospace: none;">
<span style="font-family: "georgia" , "serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">Depois
disso, ele dá a tabela com a ordem de facilidade de pronúncia dos fones, sem
discutir porque as vogais são mais fáceis. Ora, são mais fáceis porque são fones
que soam isoladamente – e é por isso que são núcleo das sílabas, enquanto os
fones consonantais “soam com”, por isso “consoantes”. Tampouco aborda que não é
necessário mapear TODOS os fones (sons) para a criança se apropriar do
princípio alfabético. E isso seria importante? Claro! Os pais massacrariam
menos as crianças, nem precisariam chegar nos oclusivos, porque é o fim da
picada ficar pronunciando o impronunciável! O desserviço de fazer parecer que a
escrita é espelho da fala é incomensurável... Já repetidos em um trava-língua,
até os oclusivos são observáveis: “Quando digo Digo, digo Digo, não digo
Diogo...”<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; mso-layout-grid-align: none; text-align: justify; text-autospace: none;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; mso-layout-grid-align: none; text-align: justify; text-autospace: none;">
<span style="color: black; font-family: "georgia" , "serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">Além de não ser necessário
isolar fonemas, muito menos previamente à escrita, nem mapear todos eles, pois
as crianças entendem o princípio alfabético antes de chegar a todas as
correspondência (segundo SNOW e JUEL, 2013, também pesquisadores da ciência
cognitiva da leitura), tampouco é necessário treinar a segmentação fonêmica de
palavras. Artur Gomes de Morais argumenta que a consciência fonêmica é muito
mais do que apenas a capacidade de segmentar fonemas de uma palavra ou
pronunciar os fones isolados das letras. O que esse autor, bem como Magda
Soares, dentre outros nos quais me incluo, defendem, é que a consciência
fonêmica pode ser desenvolvida em presença da escrita, como consciência
grafofonêmica, de forma não artificial. Isso inclui a reflexão sobre palavras,
seus sons iniciais e finais, a comparação de palavras iniciadas pelo mesmo
fonema, ou de palavras semelhantes, que se diferenciam em apenas um fonema. Há
pesquisas que mostram que observar a invariância dos fonemas, ou seja, observar
a identidade dos fonemas em palavras diferentes, e ensinar a segmentação
fonêmica de palavras não garantem a transferência de conhecimento em termos de
consciência fonêmica e da apropriação do princípio alfabético (BYRNE, 1995), e só combinando-as com a correspondência entre letras e "sons" é que surtem algum efeito positivo. Só
que a situação de reflexão sobre a invariância e distintividade do fonema são
infinitamente menos artificiais do que segmentar ou isolar fonemas, como
discuto nesse <a href="http://oficinasdealfabetizacao.blogspot.com/2018/09/e-os-fonemas.html">post</a> </span><span style="font-family: "georgia" , serif; font-size: 12pt; line-height: 150%;"><span style="color: red;">(Ver nota 2)</span>. </span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; mso-layout-grid-align: none; text-align: justify; text-autospace: none;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; mso-layout-grid-align: none; text-align: justify; text-autospace: none;">
<span style="font-family: "georgia" , "serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">No caso
da aproximação das crianças menores com as sonoridades em geral, mais globais,
como a rimas, as sílabas, e com as unidades fonológicas abstratas que
estruturam o sistema, os fonemas – isso pode ser feito de uma forma mais
lúdica, como em jogos e pelos textos poético-musicais, como os trava-línguas,
em atividades epilinguísticas e sem criar situações artificiais de consciência
fonêmica – e no Ensino Fundamental, “puxadas” para as atividades metalinguísticas
no nível do fonema. Pesquisa não é prática pedagógica – na prática, há a
Pedagogia! Outros fatores precisam ser considerados, e o ensino da língua em
contextos significativos, letrados, lúdicos, reflexivos é um valor! Não à toa
andamos muito preocupados com o que vai se tornar a Educação Infantil com essa
tal “pré-alfabetização” que o Nadalim propõe, baseada nesses tantos equívocos e
visão estreita da própria concepção de alfabetização que ele defende. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; mso-layout-grid-align: none; text-align: justify; text-autospace: none;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; mso-layout-grid-align: none; text-align: justify; text-autospace: none;">
<span style="font-family: "georgia" , "serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">Diferente
disso que eu argumento, o que se segue no E-book são orientações para trabalhar
esses “sons” através de uma série de situações artificiais e
descontextualizadas – que Nadalim chama de “dramatizações”. Orientações essas <span style="mso-spacerun: yes;"> </span>que, na forma, se apresentam como mágica. Quer
ver? Veja: “Peça que a criança coloque uma folha sobre a mão e assopre até que
a folha voe, ou que apague uma vela soprando. Ela produzirá o som: f-f-f-f.
Assim a criança aprenderá o valor fonológico da letra f”. Oi? Que afirmação
mágica e irresponsável! Primeiro, emitir um som (fffff) não resulta,
necessariamente em aprender algo. E uma só vez assim, resulta na verdade em
NADA. E também não aprendeu aí o valor fonológico da letra F, porque não tem
letra F na situação descrita... A afirmação é totalmente descabida de lógica,
em um enunciado que chega a ser ingênuo, quase pensamento mágico mesmo. E
quando diz “aprenderá o valor sonoro da letra f” ele mesmo se contradiz, já que
era “sem letra” (é som sem letra, lembram?), e a menção à letra e a própria
letra surgem aí não sei de onde... Ele o diz, mas não diz como faz. Percebe? Assim,
esse aprendizado do valor fonológico das letras fica completamente vago, mágico.
Mas isso deve ser porque, sendo a escrita um código (para ele), deve bastar
dizer: “Viu filho, esse fffff é o som da letra F”. Pronto, aprendeu! Simples
assim. Tão simples que até se dispensa de dizer claramente no seu Guia. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; mso-layout-grid-align: none; text-align: justify; text-autospace: none;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; mso-layout-grid-align: none; text-align: justify; text-autospace: none;">
<span style="font-family: "georgia" , "serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">Depois
de retomar a última orientação, que é “Comece pelos sons mais simples e passe
aos mais complexos, sempre por meio de brincadeiras e dramatizações”, sugerindo
mapear todos os sons, ele emenda: “Quando o seu filho tiver dominado o
princípio alfabético, estabelecendo a correlação entre grafemas e fonemas,
sinais gráficos e valores fonológicos, letras e sons, será capaz de ler
palavras simples, como a palavra ‘uva’”. Proooonto! Mágica, que ele não diz
como acontece essa apropriação do princípio alfabético – mas é isso, a chave do
funcionamento do sistema é só um monte de informação técnica. Depois de 26
zoadas soltas no ar, eis o menino alfabetizado! #sqn. Será que o exemplo
com<span style="mso-spacerun: yes;"> </span>“uva” foi um ato falho que retoma o
“Ivo viu a uva”? é um <i style="mso-bidi-font-style: normal;">clin d’oeil</i>,
né? Se não foi, fica sendo, na minha visão da sua argumentação...<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; mso-layout-grid-align: none; text-align: justify; text-autospace: none;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; mso-layout-grid-align: none; text-align: justify; text-autospace: none;">
<span style="font-family: "georgia" , "serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">Se a
escrita fosse esse código tão simplório, não teria tanta celeuma em torno da
alfabetização, né? Mas...pelo que vem depois, é simples assim mesmo, mas é um
segredo que a escola guarda a 7 chaves!!! <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; mso-layout-grid-align: none; text-align: justify; text-autospace: none;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; mso-layout-grid-align: none; text-align: justify; text-autospace: none;">
<span style="font-family: "georgia" , "serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">Gente,
e isso tudo aí ele sugere para a Educação Infantil, a partir de 3 anos, viu? É
uma etapa da “pré-alfabetização”! Socorro! <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; mso-layout-grid-align: none; text-align: justify; text-autospace: none;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; mso-layout-grid-align: none; text-align: justify; text-autospace: none;">
<span style="font-family: "georgia" , "serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">Ele
termina essa parte (página 18!) com uma revelação que é de rir, para não
chorar! Eis a pérola: “Por fim, <u>quero agora contar-lhe um segredo, que as
escolas costumam cobrar caro para revelar</u>. Antes de ensinar às crianças o princípio
alfabético, é necessário conduzi-las por 5 etapas. É sobre esse assunto que
passarei a tratar no próximo capítulo”. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; mso-layout-grid-align: none; text-align: justify; text-autospace: none;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; mso-layout-grid-align: none; text-align: justify; text-autospace: none;">
<span style="font-family: "georgia" , "serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">Gente! Eu
li isso mesmo? Seria hilário, não fosse trágico. Ele é o salvador da pátria da
alfabetização, vai revelar um segredo de estado que as escolas guardam a 7
chaves – escondem para quê? Para não se tornarem dispensáveis? A insinuação
deve ser essa, né? Oxe, mas se têm esse segredo mágico, porque é mesmo que não
alfabetizam, como ele insiste em dizer? Para se autoboicotarem? E aliás, os
próprios professores não sabem, segundo ele. É um segredo de estado dos donos
das escolas ou dos gestores das escolas públicas, sabe-se lá para proteger o quê.
Realmente, fica difícil imaginar porque as escolas guardam esse segredo e
cobram (para quem?) por isso... Não faz o mínimo sentido, e é um enunciado
valorativo, gratuito, sem nexo, sem lógica, sem substância, só para fazer fita.
Enunciado-bombástico-fake-delírio. Enunciado-fita, enunciado-lacre! É de uma
irresponsabilidade sem tamanho! Bom, mas ele, como o salvador dos filhos dos
brasileiros, vai revelar para os pais esse segredo...Estou tão curiosa!!! <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; mso-layout-grid-align: none; text-align: justify; text-autospace: none;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; mso-layout-grid-align: none; text-align: justify; text-autospace: none;">
<span style="font-family: "georgia" , "serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">E o
texto que se segue – que ele chama<span style="mso-spacerun: yes;"> </span>de “o
caminho das pedras” e constitui o segredo das escolas malvadas – apresenta as
tais 5 etapas. Vamos a elas! Ainda temos estômago?<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; mso-layout-grid-align: none; text-align: justify; text-autospace: none;">
<span style="font-family: "georgia" , "serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">No
próximo post, falarei das 5 etapas. Inté já!<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; mso-layout-grid-align: none; text-align: justify; text-autospace: none;">
<span style="font-family: "georgia" , "serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">Postado <a href="https://oficinasdealfabetizacao.blogspot.com/2019/06/sobre-o-metodo-de-20-paginas-e-5-passos.html">aqui</a>.</span></div>
<blockquote class="tr_bq" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; mso-layout-grid-align: none; text-align: justify; text-autospace: none;">
<span style="line-height: 150%;"><b><span style="font-family: "verdana" , sans-serif;">Notas</span></b></span> </blockquote>
<blockquote class="tr_bq" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; mso-layout-grid-align: none; text-align: justify; text-autospace: none;">
<span style="line-height: 150%;"><b><span style="font-family: "verdana" , sans-serif; font-size: x-small;"></span></b></span><span style="font-family: "verdana" , sans-serif;"><span style="line-height: 150%;"><span style="font-size: x-small;"><b>1.</b>A</span></span><span style="font-size: x-small;">tenção à tradução do original do livro em francês, em que conhecimento/<i>connaissance</i> é feminino, ou do artigo referido, em inglês, sendo os termos para “conhecimento” em geral, também femininos. Em português, não, “conhecimento” é masculino, havendo aí, me parece, um problema de concordância.</span></span></blockquote>
<blockquote class="tr_bq" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; mso-layout-grid-align: none; text-align: justify; text-autospace: none;">
<span style="font-family: "verdana" , sans-serif; font-size: x-small;"><b>2.</b><span style="line-height: 24px;">Convém lembrar que essas pesquisas não levam em conta como as crianças estão pensando sobre a escrita alfabética e, portanto, seus resultados mostram apenas a relação entre o que se ensinou e o que ficou e foi passível de transferência e generalização.</span></span></blockquote>
<br />Licahttp://www.blogger.com/profile/13330703422606132370noreply@blogger.com21tag:blogger.com,1999:blog-2765047742547072708.post-70280980961156761132019-05-24T05:53:00.000-07:002019-05-24T05:53:35.923-07:00LETRAMENTO, O VILÃO DA ALFABETIZAÇÃO NO BRASIL? – Post 5<br />
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;">
<span style="color: #c00000; font-family: "georgia" , "serif"; font-size: 12.0pt;">Post 5 – Fechando e algumas considerações sobre o
construtivismo, a didática construtivista; a linguagem viva e
as abordagens dialógicas e discursivas; leitura e escrita como interação,
produção de sentidos, de discursos; os diálogos em um campo de conflitos e a
prática pedagógica.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;">
<span style="color: #c00000; font-family: "georgia" , "serif"; font-size: 12.0pt;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;">
<span style="color: #990000; font-size: large;"><span style="font-family: "georgia" , serif;"><b>EM BREVE</b></span> </span></div>
<br />Licahttp://www.blogger.com/profile/13330703422606132370noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2765047742547072708.post-88328632260281036172019-05-09T13:25:00.000-07:002019-05-14T07:38:09.988-07:00LETRAMENTO, VILÃO DA ALFABETIZAÇÃO? - POST 4, Parte 3<br />
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<b><span style="color: #c00000; font-family: "times new roman" , "serif"; font-size: 14.0pt; line-height: 150%;">4.3. Políticas de
formação de professores e homeschooling</span></b></div>
<br />
<br />
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: 6.0pt; text-align: justify;">
<span style="font-size: 12pt; line-height: 150%;"><span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;">Diante
dos conflitos e disputas no campo da alfabetização, é claro que muito ainda
precisa, de fato chegar às escolas. Na dinâmica entre tematizações,
normatizações e concretizações da qual fala Mortatti (2000), a apropriação,
pelas práticas, das teorias, e mesmo das políticas, não é algo direto e
imediato. Assim, podemos relativizar muito a suposta responsabilidade do “construtivismo”
e do “letramento” pela situação atual da alfabetização, já que, em grande
medida, muito dessas perspectivas nem chegaram de fato às escolas, como indicam
muitas pesquisas. Ressonâncias do PNAIC tampouco são ainda sentidas amplamente,
embora, onde o programa teve força, resultados positivos são constatados, no
sentido da ampliação das possibilidades de uma abordagem mais produtiva de
articulação entre as dimensões sociocultural, interativa e linguística da
apropriação da linguagem escrita. Precisamos prestar atenção a tais
indicativos, sem deixar, no entanto, de considerar que ainda há muito, sim, a
avançar em todas essas dimensões – não apenas na faceta linguística, mas também
na interativa (que podemos, dizer, talvez, corresponde, em muito ao tal
conceito de literacia defendido por José Morais, pois remete ao letramento na dimensão das habilidades individuais), e na sociocultural. Há
abordagens do letramento que, didatizadas inadequadamente, focam aspectos
estruturais deixando de lado ou minimizando as funções sociais e discursivas
dos diversos gêneros textuais; há,
ainda, pouco investimento, de fato, na compreensão leitora, e muito menos nos
procedimentos de produção textual; há pouquíssima ressonância de uma
perspectiva discursiva, tal qual defendida por Smolka, Goulart, e mesmo da
perspectiva de Geraldi e Mortatti. Sim, há muito ainda a avançar na instância
das práticas...<o:p></o:p></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: 6.0pt; text-align: justify;">
<span style="font-size: 12pt; line-height: 150%;"><span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;">É
fato também que a formação inicial de professores precisa, sim, considerar mais
os conhecimentos didáticos e uma perspectiva explícita de abordagem dos
aspectos notacionais e fonológicos da escrita, no contexto mais amplo das
práticas de leitura e escrita. É preciso, sim, fazer esse debate. Muitas vezes
o foco dos cursos de formação inicial é nos fundamentos conceituais,
epistemológicos, e numa abordagem mais psicológica ou social da alfabetização –
também necessárias – mas pouco foco na didática da alfabetização e no seu
aspecto linguístico. Ainda há mesmo pouco conhecimento do papel da dimensão
fonológica na alfabetização e, muito menos, de metodologias para abordá-la de
forma não mecânica, em contextos reflexivos e letrados, em como alfabetizar
letrando, de fato, de forma indissociável. Muito pouco! Menos ainda em como
alfabetizar no âmbito de práticas discursivas referenciadas em uma perspectiva
de linguagem viva e dinâmica. Mas reconhecer essas lacunas não implica em desdenhar
– como Nadalim faz – a formação docente. Se a formação precisa de melhorias,
vamos investir nisso, não explodi-la! Não implica tampouco em propalar e assumir
um método fônico, sintético, como alternativa única, muito menos essa vertente
carregada de sectarismos. A abordagem do funcionamento alfabético – como já
discuti em posts anteriores – não é exclusividade do método fônico. Ponto! E a
alfabetização, em um sentido amplo, não se reduz a isso.<o:p></o:p></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: 6.0pt; text-align: justify;">
<span style="font-size: 12pt; line-height: 150%;"><span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;">Trago
essa discussão porque Nadalim, falando de formação de professores, critica essa
formação nas instituições superiores não pelo fato de carecer de uma abordagem
mais contundente de conhecimentos didáticos e linguísticos – o que eu
concordaria, como Magda também concorda, como o vídeo mostra. E claro, muito
menos por carecer de uma visão sociocultural e discursiva mais potente – essa
parte é, justamente, a que eles querem banir do ensino. Ele critica essa
formação por trabalharem com autores como Paulo Freire, Vygotsky, Magda Soares,
Emília Ferreiro!!!!!!!!! É risível, não fosse trágico. E pior, como já discutido
inúmera vezes aqui – e fica patente no vídeo – ele elege Magda Soares, em
especial, para ser seu “saco de pancadas”, bode expiatório para todas as suas
insatisfações, vomitando críticas, ironias e arrogância, exaustivamente
repetidas, num total desrespeito a uma autora consagrada no campo da
alfabetização, com uma obra reconhecida mesmo por pesquisadores de concepções
diferentes da dela. E mias, concentra-se nela todas as críticas, atiradas para
todos os lados. Uma coisa feia, muito feia. Deselegante ao extremo para um
discurso que se diz científico.<o:p></o:p></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: 6.0pt; text-align: justify;">
<span style="font-size: 12pt; line-height: 150%;"><span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;">Nadalim
cola, de forma fraudulenta, uma fala de Magda sobre Paulo Freire numa fala do
próprio Freire referindo-se a Marx, com intenções explícitas de desqualificar a
autora, num falseamento quase criminoso, numa retórica para beneficiar suas
assertivas agressivas e mal-amanhadas. Não fosse a agressividade e o mau
caratismo, se assemelharia a uma birrinha de Playgroud. Tão satisfeito se
mostra ao fazer esse “achado” com essa “colagem”. Quanto desrespeito! Deve
precisar apelar mesmo para tentar desbancar autores da qualidade de Paulo
Freire – já bastante atacado nesse governo – e Magda Soares, diante de pais
leigos e professores desavisados ou embrutecidos, que podem mesmo acreditar que
ele tem bagagem para isso! Não tem! Olha, e a falta de conhecimento dele salvou
Bakhtin, importantíssimo autor no campo da linguagem e base da concepção
dialógica e discursiva de linguagem como interação social. Imagina se ele não
iria colocar Bakhtin no mesmo saco! Claro que sim! Talvez até esquecesse um
pouco de Freire! <o:p></o:p></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: 6.0pt; text-align: justify;">
<span style="font-size: 12pt; line-height: 150%;"><span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;">Sobre
a formação de professores, ele fecha textualmente seguinte forma pretensiosa: <o:p></o:p></span></span></div>
<blockquote class="tr_bq" style="line-height: 150%; margin-bottom: 6.0pt; margin-left: 2.0cm; margin-right: 0cm; margin-top: 0cm; text-align: justify;">
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;">“<u>E a conclusão é uma só</u>: a maioria de nossos
pedagogos e profissionais da área da educação é formada para construir
edifícios sem fundação sólida. Há tanta <u>preocupação em fomentar a
socialização e em promover uma visão crítica</u> na criança, que resta pouco
tempo e pouco investimento <u>para ensinar o básico, o fundamental</u>”. <span style="mso-spacerun: yes;"> </span><i style="mso-bidi-font-style: normal;">(grifos
meu)<o:p></o:p></i></span></blockquote>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: 6.0pt; text-align: justify;">
<span style="font-size: 12pt; line-height: 150%;"><span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;">Só
uma criatura como essa para fazer, num período com três orações, três
aberrações: <o:p></o:p></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: 6.0pt; text-align: justify;">
<span style="font-size: 12pt; line-height: 150%;"><span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;">1)
Quem ele acha que é para ser portador da verdade última sobre o que é
fundamental e sobre o que os professores estão fazendo, de fato? Esse “e a
conclusão é uma só” me diz mais dele mesmo do que do tema que ele comenta.
Quanta arrogância! O campo da alfabetização, das definições quanto ao que,
como, por que e para que ensinamos quando ensinamos a ler e escrever é um campo
de divergências, conflitos, confrontos, diálogos e complementaridades, seja no
âmbito teórico, político ou didático. Bem vindo ao time, querido! Você não é
portador de uma verdade! Está faltando humildade para se reconhecer como
defensor de uma concepção de alfabetização e não como o arauto da verdade
última, única solução legítima para os problemas da alfabetização no
Brasil. Falta a ele, como a outros de outras perspectivas também
(inclusive construtivistas), saber-se concepção e não colocar-se,
arrogantemente, como o portador da verdade única, última e definitiva. Além
disso, o que você sabe sobre como os profissionais da educação estão sendo
formados e o que os professores estão fazendo? Pesquisou? Fez pesquisa pelos
cursos nas Universidades? Nas escolas? Não, né? <o:p></o:p></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: 6.0pt; text-align: justify;">
<span style="font-size: 12pt; line-height: 150%;"><span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;">2)
Diante dos argumentos sobre o campo complexo das concepções de alfabetização,
só podemos concluir que diferentes perspectivas contam com diferentes fundações
sólidas! Quem é você para decidir o que é fundação sólida?<o:p></o:p></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: 6.0pt; text-align: justify;">
<span style="font-size: 12pt; line-height: 150%;"><span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;">3)
Quem decide sobre o que é básico e fundamental? Você? Quem arbitra sobre o
lugar da educação em formar a visão crítica e promover a socialização? Você? Os
seus? Vá estudar, meu senhor! Você não é da educação e quer arbitrar sobre o
que é educação?<o:p></o:p></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: 6.0pt; text-align: justify;">
<span style="font-size: 12pt; line-height: 150%;"><span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;">Olha,
eu jurei para mim mesma que não entraria nessa baixaria de puxar certos
argumentos para combater esses descalabros, mas diante da situação, dos estratagemas
tão sórdidos, não me contive. Vão ver o Lattes do cara! Vão ver o único artigo
que ele tem, falsamente, publicado, vão ver sua “produção acadêmica”...e
julguem vocês mesmos se ele tem condições de se colocar nesse lugar de tais “conclusões
definitivas”. E por essa minha indignação, faço um parêntese, em outra cor:<o:p></o:p></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: 6.0pt; text-align: justify;">
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%;">
<span style="color: #c00000; font-family: "georgia" , "serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">Como um cara, formado em direito, com especialização em
filosofia e mestrado em educação, que apresenta em seu Lattes uma única <a href="http://web.unifil.br/docs/revista_eletronica/educacao/Artigo_01.pdf" target="_blank">produção “científica”</a> (uma só em
qualquer área!), em revista sem qualificação no mundo acadêmico, se acha
em condição de questionar todo um campo de discussões complexas que ele não
alcança, desrespeitar autoras e autor importantes do campo? É uma revista de
faculdade particular, UNIFil – onde ele leciona ou lecionou (o Lattes
dele é sem nenhuma confiança), que não consta na plataforma Sucupira avaliada
em nenhuma área entre 2013 e 2016 (na área de educação foi qualificada
como C no triênio 2010-2012, mas sem classificação em 2013-2016, e antes de
2010, quando ele "publicou", não era qualificada). É uma publicação sem
reconhecimento acadêmico. Mas não para por aí... Até essa publicação chinfrim
pode também ser farsa, pois não há referências suficientes para identificá-la. O </span><span style="font-family: "georgia" , "serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;"><a href="https://www.unifil.br/portal/images/pdf/documentos/revistas/revista-eletronica/educacao/jul-dez-2007.pdf" style="font-family: georgia, "times new roman", serif; font-size: 12pt;">número</a><span style="color: #c00000;"> da revista que ele indica na referência do artigo
NÃO traz o seu artigo, traz outros. No Google, o título do artigo aparece
APENAS no Escavador/Lattes do próprio Nadalim. Suspeito, não? Muito suspeito.
Mas o artigo existe, está disponível na internet...Só que não na revista
indicada, não em revista nenhuma...Seria fake o aceite da revista? Ele
submeteu e ele mesmo considerou aceito? Aliás, o aceite indicado no artigo em
relação à data de submissão é recorde! Como editora de revista séria, questiono
essa rapidez. Alguma obscuridade há...ou muitas. No site das <a href="https://www.unifil.br/portal/pesquisa/revistas-cientificas">revistas</a> da
UNIFil consta como regra editorial a apreciação por parte do Conselho Editorial
e dos pareceres emitido por “Consultores”. Pelo visto não há avaliação por
pares, às cegas, como uma publicação científica qualificada. Tudo muito
estranho e suspeito...Mas, no fim, o pior é que o artigo nem consta no
número indicado da revista. Não é um sinal de fraude? Não será a primeira nesse
governo. A estratégia apareceu até mesmo no Lattes de ministros! </span><o:p></o:p></span></div>
</div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: 6.0pt; text-align: justify;">
<span style="color: #c00000; font-size: 12pt; line-height: 150%;"><span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;">Passando os olhos no artigo, a sensação é que é fraudulento do
início ao fim...uma sucessão de clichês que aspiram a ter ares de filosofia,
com uma linguagem rasa. Tem mais cara de aluno formado no curso online de
Filosofia de Olavo de Carvalho – que “completou” sua formação filosófica – do
que aluno de uma Universidade. Vergonha alheia. Como pode um cara desses, sem
nenhum reconhecimento acadêmico em nenhuma área, inclusive educação, querer ter
razão, querer dizer o que é prioridade em educação, querer desbancar autores
como Magda Soares, Emilia Ferreiro, Paulo Freire, sem nenhum conhecimento
sólido sobre nada? Tudo o que ele diz é de segunda mão. Nem a perspectiva que
ele abraça, ele, de fato, conhece. Não vou perder meu tempo lendo sua
<a href="http://livros01.livrosgratis.com.br/cp129490.pdf" target="_blank">dissertação</a> de mestrado em educação (!!!), tampouco sou qualificada para
avaliar pertinência conceitual e argumentativa nos campos da filosofia e do
cinema (sou exigente comigo, diferente de alguns que se acham), mas já passei o
olho na introdução e vi: eivada de juízos de valor; comprometida com a
ideologia que defende com unhas e dentes, sobre a escola; indicações de desqualificação do professor.
Não duvido ser tudo uma aberração, afinal, o cara, típico “olavete”, atira para
todo lado: direito, educação, alfabetização, filosofia, cinema, arte, música...
E se ele não tem o brilho de quem até pode e sabe fazer tudo isso com maestria,
bem capaz de ser fraude em tudo, tão ruim quanto é em educação e alfabetização,
campos dos quais posso falar. E aí, já viu o que achamos, futucando seus
argumentos, não é? Ao menos nos ajuda a desfazer mais ainda a farsa dos argumentos baseados em estratagemas fraudulentos e as premissas equivocadas. <o:p></o:p></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: 6.0pt; text-align: justify;">
<span style="font-size: 12pt; line-height: 150%;"><span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;">Mas
voltemos aos argumentos do vídeo...e o papo agora é a questão da homeschooling (educação
domiciliar), ligada, em seu próprio discurso, à questão da formação de
professores.<o:p></o:p></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: 6.0pt; text-align: justify;">
<span style="font-size: 12pt; line-height: 150%;"><span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;">Diante
dos inúmeros problemas que contribuem para as questões de educação e de
alfabetização no Brasil, inclusive da formação docente, mas igualmente de
valorização profissional, temos que lutar para melhorar a situação (ainda mais
ele, no lugar que agora ocupa no MEC), e não fazer disso justificativa para
defender o homeschooling, ou supor que seja os pais que estão qualificados para
alfabetizar, ainda que em complemento ao trabalho escolar. Mas essa é, sim,
para ele, a solução, pois o que ele quer é dar substância a sua desqualificação
da escola, do professor e da universidade que os forma, e justificar seu
trabalho de youtuber e blogueiro que fala para pais e vende seus cursos. É isso
que temos como indicado para uma secretaria do MEC. É de chorar! Não posso nem
dizer: Espero que diante de seu cargo, ele veja que não pode seguir nessa linha
de argumentação. Foi escolhido justo porque tem essa linha, não?<o:p></o:p></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: 6.0pt; text-align: justify;">
<span style="font-size: 12pt; line-height: 150%;"><span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;">O
problema de<span style="mso-spacerun: yes;"> </span>Nadalim não é só a falta de
base no campo da alfabetização, mas no campo da educação em geral e da formação
docente. Ele propala em seus vídeos, a exemplo <a href="https://www.youtube.com/watch?v=yedCad3Q9Q0" target="_blank">deste</a>, que não é preciso ser
especialista para ensinar, que a instrução é uma coisa prática, técnica – e afirma
que isso (que esse segredo, né?), as instituições de formação de professores
não dizem (sic!!!). Genteeee! Temos um segredo que não contamos pra ninguém,
que se contássemos, resolveria o problema da alfabetização!!! Que coisa!!!
Porque será, heim? Para ele (claro) qualquer pai bem conduzido (por ele, né?),
pode aplicar a “instrução”. Nesse outro <a href="https://www.youtube.com/watch?v=enc92JTlq0c" target="_blank">vídeo</a>, ele defende, claramente que os
pais devam ser responsáveis pela educação formal, associando as mazelas da
educação escolar aos métodos adotados – e o único método eficaz é o fônico. E
indaga: “Sabendo de tudo isso, você ainda quer confiar a alfabetização formal
de seus filhos às escolas?”. E aí convida os pais para sua “jornada da
alfabetização em casa”, no qual ele irá transmitir dicas simples para
alfabetizar.<o:p></o:p></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: 6.0pt; text-align: justify;">
<span style="font-size: 12pt; line-height: 150%;"><span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;">Com
essas falas, palhaçada, ele nega a Pedagogia, nega o professor como
profissional docente, nega a função distintiva da profissão docente – como pode
um cara desses cuidar de políticas públicas para a educação? Quem quiser saber
mais a quantas andam as discussões sobre a profissão docente e sua
desvalorização crescente, sugiro a leitura desse <a href="http://www.scielo.br/pdf/cp/v47n166/1980-5314-cp-47-166-1134.pdf" target="_blank">artigo</a> de Maria do Céu Roldão,
que, dentre muitos outros autores e autoras, é especialista nessa temática. <o:p></o:p></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: 6.0pt; text-align: justify;">
<span style="font-size: 12pt; line-height: 150%;"><span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;">Com
Roldão (2017, p. 1148), eu digo que o que precisamos é ressignificar e afirmar
a “profissionalidade” docente (que implica em valorização de diversas
naturezas), esse agente que, além de sua função intransferível, é essencial “ao
futuro de uma democracia real”. E com Cagliari (2007, p. 71) digo: “tudo na
escola depende do professor!”. Agora, de um professor, com tamanha
desvalorização social, que ainda por cima precisa “se virar nos 30” para dar
conta de condições péssimas de exercício docente, vamos esperar o quê? E olha,
muitos fazem, apesar de..., viu? Você está mal informado... Temos que melhorar
muita coisa, sim. A formação precisa dar conta dos fundamentos e da didática
(sim, precisa de fundamentos, viu? Educar não é aplicar receitinha...), os
cursos de formação inicial precisam ser constantemente reformulados e, no caso
da alfabetização, é fato que é preciso investir mais nos saberes sobre o objeto
de conhecimento (o funcionamento alfabético do sistema, mas não apenas isso,
tudo o mais que a escrita e a leitura demandam) e o conhecimento didático. Mas
isso se faz não é explodindo as Universidades públicas, dando receitinhas em
faculdades privadas, tornando a formação tecnicista, retirando as crianças das
escolas e desvalorizando ainda mais os professores, já tão desvalorizados
socialmente, transformando-os em meros aplicadores de receitas, de sistemas
fechados, de materiais pré-fabricados nesse enorme mercado da educação.
Precisar afirmar a profissão docente para um cara que está no MEC é
inacreditável!<o:p></o:p></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: 6.0pt; text-align: justify;">
<span style="font-size: 12pt; line-height: 150%;"><span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;">Já
ele, tosco e contra o professor, a escola e a Pedagogia, termina essa
argumentação sobre formação de professores, perguntando a seus interlocutores
preferenciais: “E aí? Você quer confiar seus filhos a esses educadores? Ou
prefere que eles tenham uma fundação sólida em sua educação?” E aí, claro vai
se apresentar como portador da solução mágica, e olha a pretensão: ele tem o
segredo da fundação sólida! Quem, em sã consciência, argumentaria que pais sem
formação específica para a função docente estão mais qualificados do que
professores, até mesmo mal formados? Só a parte interessada, não é? Caso dele.
Ele tem o antídoto! Ele resolverá tudo! Siga e descubra o segredo! Que vá
resolver a alfabetização de quem acha que a família é um comercial de margarina
e a educação uma fábrica de robôs, mas para ser Secretário no MEC é um
descalabro!<o:p></o:p></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: 6.0pt; text-align: justify;">
<span style="font-size: 12pt; line-height: 150%;"><span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;">Mas
claro, ele não podia fazer esse argumento sem antes atacar, novamente, Magda
Soares, não é? Pois é...não cansou, não. Para defender sua perspectiva de
convocação dos pais a alfabetizarem seus filhos, novamente traz a autora para
confrontá-la quanto à afirmação de que essa tarefa não cabe aos pais. E ela diz
isso, evidentemente, porque não concebe o ensino como um passo a passo
instrumental que qualquer um poderia seguir, como ele concebe. Porque não
concebe a notação da língua como um código de transcrição da língua falada,
porque não desqualifica os professores. Porque reconhece a especificidade da
função docente. Porque valoriza a escola e seu papel, apesar de suas mazelas,
contradições e ajustes necessários. Mas esse cenário complexo não cabe nos
binarismos desses “cabeça de planilha” mercantilizados. Ele, malandramente,
aponta a suposta contradição da autora ao ela assumir, por um lado, as falhas
na formação docente e sua defesa, por outro, do ensino como responsabilidade da
escola – ele quase se regozija com seu “feito”, como se tivesse pego a
adversária com “calças curtas”. Claro, para quem só funciona na base do
binarismo, qualquer complexidade é contradição; para uma “cabeça de planilha’,
argumento é 0 ou 1. Mas o argumento dela não se constrói, como o dele, na
lógica do se “a escola não está cumprindo o seu papel, elimina a escola. Os professores
são mal formados? Elimina os professores.” Como ele mesmo iniciou o vídeo
dizendo, a questão da alfabetização é complexa e os problemas são inúmeros, mas
até aqui, Nadalim, seu problema, ao que parece, é Magda Soares.<span style="mso-spacerun: yes;"> </span>Está muito “bandeiroso” isso, viu? Mas minha
hipótese sobre essa fixação em Magda Soares, isso eu não falo! <o:p></o:p></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: 6.0pt; text-align: justify;">
<span style="font-size: 12pt; line-height: 150%;"><span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;">E
para dar ares científicos a esse argumento da formação precária dos professores
(que, no fim, é o que embasa seu canal no youtube), ele recorre, novamente e de
forma bem forçada, a José Morais – alegando seu reconhecimento internacional –
para rebater Magda (como se fosse só ela...como se ela fosse a representante
desse argumento) e justificar sua perspectiva dos pais alfabetizarem seus
filhos em casa (sempre essa babaquice de achar que trazendo a voz autorizada, a
tutela estrangeira, vai fazer suas baboseiras parecerem científicas). Novamente,
ele traz um trecho descontextualizado, e novamente, enfatizando apenas o que
ele quer destacar – e, nesse caso, ele quer destacar a frase final do parágrafo:<o:p></o:p></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: 6.0pt; text-align: justify;">
<!--[if gte vml 1]><v:shapetype id="_x0000_t75" coordsize="21600,21600"
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<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj32eJokv_wvXQhPz6CU5aj5PVDjrQFaJSVB8w4M9_WtJtFXayjwD8UmkdMWfMX3PZwrSc05oPdgymZ5Oitb8LTOuKDKe7MVTg9y5PeQ0CC6xNR3JUe0anWXSA_2gjPK4H7B3tPM-3w8nf-/s1600/jOS%25C3%2589+mORAIS.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;"><img border="0" data-original-height="585" data-original-width="792" height="236" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj32eJokv_wvXQhPz6CU5aj5PVDjrQFaJSVB8w4M9_WtJtFXayjwD8UmkdMWfMX3PZwrSc05oPdgymZ5Oitb8LTOuKDKe7MVTg9y5PeQ0CC6xNR3JUe0anWXSA_2gjPK4H7B3tPM-3w8nf-/s320/jOS%25C3%2589+mORAIS.jpg" width="320" /></span></a></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: 6.0pt; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: 6.0pt; text-align: justify;">
<span style="font-size: 12pt;"><span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;">Ele
deve ter achado que o “pais adequadamente informados e instruídos” coube
certinho para ele, foi escrito para ele! Tanto que repetiu isso com gozo.</span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: 6.0pt; text-align: justify;">
<span style="font-size: 12pt; line-height: 150%;"><span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;">Sim,
a família é uma agência de letramento importantíssima, porta de entrada
riquíssima para a cultura escrita, quando se trata de famílias letradas (e
atenção aí...nem todas o são...e dependem da escola para ampliar suas oportunidades
de convívio com as práticas letradas). Os pais contribuem para a inserção das
crianças na cultura escrita, no contexto letrado, no convívio com gêneros de
textos nas situações comunicativas do dia a dia, programas culturais, lendo
histórias... E tudo isso relaciona-se ao letramento (preste atenção!) das
crianças no contexto familiar. Mas contribuem por oportunizar o convívio com
práticas de leitura e escrita que são comuns nas famílias, não por esses pais se
colocarem no lugar de ensinar deliberadamente, como professores, conteúdos
escolares, mas só por serem (quando são)<span style="mso-spacerun: yes;">
</span>uma família letrada. Ângela Kleiman (1985) diz que a família é a agência
de letramento mais poderosa justamente por oportunizar essas práticas discursivas
em situações reais de interação social, e não em práticas escolares, didatizadas,
por vezes, inclusive, mais artificiais (o que a perspectiva discursiva e a do
letramento defendem que sejam o mais próximas possíveis das interações reais).
E ele quer artificializar as interações familiares! Tutelar as práticas
familiares...escolarizar as interações familiares...<o:p></o:p></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: 6.0pt; text-align: justify;">
<span style="font-size: 12pt; line-height: 150%;"><span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;">É
evidente que os pais contribuem também com aprendizagens linguísticas, como,
por exemplo, dos sinais gráficos da escrita, seus nomes, porque letras circulam,
nas casas, em <span style="mso-spacerun: yes;"> </span>livros, nos bilhetes,
listas, receitas, manuscritos diversos, e são, frequentemente “recortadas” como
objeto de atenção das crianças em seus eventos de letramento, nas práticas
cotidianas em que as letras circulam. Também aparecem para as crianças marcando
coisas, e são disponibilizadas em jogos, imãs de geladeira, alfabetos móveis. A
curiosidade pelas letras, palavras, e os aprendizados linguísticos, também
circulam nas casas das crianças, são conhecimentos sociais, convencionais, que
envolvem práticas socioculturais, também vividas na família. Uma coisa é isso,
outra é os pais serem professores dos filhos, sem conhecimentos didáticos para
tal. <span style="mso-spacerun: yes;"> </span><o:p></o:p></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: 6.0pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;"><span style="font-size: 12pt; line-height: 150%;">Ou
seja, sim, os pais podem, se têm condições, contribuir muito (e se não têm,
maior a responsabilidade da escola!). Mas daí a minimizar a escola...é bem
diferente. Há, claramente, nessa defesa do ensino domiciliar por parte dele (seja
paralelo à escola ou substitutivo), um desconhecimento da educação pública e
nenhum compromisso com as crianças e famílias das classes menos favorecidas,
com poucas oportunidades de convívio com práticas letradas... Como é que,
justamente para essas crianças, o método fônico bem mecânico seria a solução?
Como, se antes da faca e do queijo, das ferramentas, precisam da fome? A fome
de saber, a fome de querer saber, a fome de querer participar da cultura
escrita... </span></span><span style="font-family: "georgia" , serif; font-size: 12pt;">Adélia Prado é quem diz: “Não quero faca nem queijo;
quero é fome”, queremos a faca, queremos o queijo, queremos a escrita,
queremos a chave para ler e escrever com autonomia, mas a fome é que nos move a
querer todo o resto. Querem dar a faca para as crianças...sem nem saber para
quê... É perverso, muito perverso, defender que o que vai resolver a leitura e
escrita competentes de crianças de famílias pouco letradas é aprender, primeiramente,
as relações entre fonemas e grafemas, e que esse é o conhecimento fundamental e
básico em suas vidas.</span></div>
<br />
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;">
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif; font-size: 12pt;">Homeschooling
é matéria de debate, ok, os argumentos pro e contra são muitos, mas, nesse contexto,
nesse governo, sabemos que essa discussão está firmada, essencialmente, em
motivos políticos e religiosos. Nesse contexto, a preocupação de fundo é evitar
a socialização, o convívio com a diferença, evitar a apropriação de cultura e o
livre pensamento, além dos inúmeros interesses mercantis e privatistas (sim, já
pensou nos inúmeros materiais didáticos para os pais usarem em casa?). Quiçá,
também não se configura como instrumento de propaganda, pois quem vai controlar
esse ensino domiciliar – pois, sim, terá controle, não ficará na mão dos pais,
para fazer de qualquer jeito – será o governo federal, e não os Estados e
municípios, como é no caso da educação escolar.</span></div>
<br />
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: 6.0pt; text-align: justify;">
<span style="font-size: 12pt; line-height: 150%;"><span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;">Nadalim
destaca e enfatiza a tal frase de Morais: “desde que devidamente informados e
instruídos” os pais podem sim ensinar a seus filhos, justo para emendar nessa
ênfase a insinuação de que é esse o papel dele. Ele é que vai ensiná-los e
instruí-los! Nos seus “guias práticos”: seu canal, seu blog, seu e-book, seus
cursos, sua “Jornada da alfabetização em casa”, e livros que fez em parceria
com outros. E mais, nem ocorre pensar para <u>que</u> pais ele está falando,
não é? Que pais são esses que estão em condições de compreender os processos
didáticos, ainda que simplificados ao extremo e instrumentalizados, como é o
caso de seus vídeos e e-book? Que pais são esses que terão tempo de fazê-lo?
Certamente ele não só fala para pais (e não para professores), como fala para “certos”
pais... Não é para quem precisa trabalhar dois turnos e cuidar dos filhos no
terceiro turno, não é para a mãe-professora que trabalha dando aulas na escola
para compensar seu baixo salário, e que a noite e no final de semana ainda tem
planejamentos e correções de trabalhos a fazer. Pais ideais, para crianças
ideais, para um ensino “ideal”, para os privilegiados. Para pais que não se
importam se seus filhos precisam de um espaço sem seu controle absoluto, pois
defendem essa infância totalmente administrada pela família, em que a escola,
lugar de diversidade, de trocas com outras crianças e com outros adultos, é
vista com maus olhos. Como um cara desses vai cuidar da alfabetização das
crianças do nosso país, e pior, das crianças de classes populares, da escola
pública, que nem conhece? <o:p></o:p></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: 6.0pt; text-align: justify;">
<span style="font-size: 12pt; line-height: 150%;"><span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;">Só
no mundo onde o ensino de reduz a um passo a passo instrumental, o professor um
mero aplicador desse passo a passo supostamente eficaz que qualquer um pode
aplicar, e a língua reduzida a um código, os pais serão os alfabetizadores
ideais (e olhe lá! Porque há outros aspectos a considerar ainda). Só num mundo
onde se desqualifica a escola, os professores, os formadores de professores e
as instituições formadoras, bem como todos os especialistas que não se afinam a
uma determinada concepção, pode-se achar que a solução para todos os problemas
é o ensino domiciliar. Só num mundo onde as disputas de interesses editoriais e
políticos são disfarçadas de divergências teóricas e didáticas, pode haver
tanta animosidade com os autores de outras perspectivas e tanta mediocridade
discursiva disfarçada de novidade e panaceia para os males da alfabetização no
nosso país.<o:p></o:p></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: 6.0pt; text-align: justify;">
<span style="font-size: 12pt; line-height: 150%;"><span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;">O
vídeo, claro, termina com o “conte comigo” para assumir a tarefa que a escola
não estaria cumprindo, e “livrar” os filhos de seus interlocutores do
analfabetismo funcional (de novo isso, e erroneamente compreendido, com
certeza, pois esse conceito tem relação com a baixa habilidade de uso efetivo
da escrita, dos textos, ou seja, falta de letramento). Convida, no final os
professores que queiram também melhorar sua prática através de uma
alfabetização eficaz – os que só ele pode salvar! Para fechar “com chave de
ouro”,<span style="mso-spacerun: yes;"> </span>bem próprio aos vaidosos, traz um
post laudatório a “seu” “método” – aqui com bastante aspas, porque não é dele
(é um requentado e mal fundamentado método fônico), e não chega nem a ser
propriamente um método, mas um passo a passo bem genérico...e equivocado. Fecha
com convites próprios a um youtuber, para os pais participarem da tal “jornada
da alfabetização em casa”!</span></span><br />
<span style="font-size: 12pt; line-height: 150%;"><span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;">A posição desse senhor quantos aos professores e a sua formação, por si só, o desqualificaria para esse cargo no MEC. Se você não está convencido, veja o que ele diz, e como diz, sobre os pedagogos e professores nesse outro <a href="https://www.facebook.com/gazetadopovo/videos/ao-vivo-carlos-nadalim-da-p%C3%A1gina-como-educar-seus-filhos-conversa-conosco-sobre-/10157481775759572/">vídeo</a>, a partir dos 10m45s mais ou menos, e o que conclui "diante disso". Isso é lá solução digna de um secretário do MEC? É de um youtuber que não tem lastro nenhum para fazer essa discussão. O blog dele, acessando os pais, diz ele, rompe "essa burocracia" estatal, para chegar diretamente na criança (!!!). Só em um MEC como esse, num governo como esse, em que a regra é o obscurantismo, a ignorância e o desrespeito reinam, um cara desses poderia ser indicado ao cargo de secretário da alfabetização. É vergonhoso. Mas, como estamos vendo, a questão não é com a alfabetização, está em todo o campo da educação, o problema está em TODAS as áreas da sociedade, o desmonte e obscurantismo é geral. </span></span><br />
<span style="font-size: 12pt; line-height: 150%;"><span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;"><br /></span></span>
<br />
<div style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 6pt;">
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;">Ressalto, aliás, que nesse vídeo indicado acima, ele diz que alfabetização
e letramento é uma proposta nefasta, uma praga alastrada por "esse
pessoal" socioconstrutivista (já também igualando construtivismo e
socioconstrutivismo, letramento, tudo, como lhe é de praxe). Além de vilão, é
praga nefasta...Praga que deve ser retirada dos currículos escolares. E Emilia
Ferreiro - apesar de Paulo Freire ter sua culpa, diz ele - é a maior
responsável por essa tragédia na alfabetização do país. Pelo visto, ele ainda
não tinha sido apresentado a Magda Soares nessa época... Nota também para as
perguntas enviesadas do entrevistador. </span><o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: 6.0pt;">
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif; font-size: 12pt;">É isso, gente...de início, era a análise de um só vídeo, mas gerou tantas reflexões...que puxam outros vídeos, outros textos, outras tantas reflexões...Como
fiz algumas considerações críticas, que julgo importantes, à didática
construtivista, na próxima postagem, vou esclarecer um pouco mais sobre o que
penso, entre o reconhecimento e as ressalvas a essa perspectiva. Faz parte
ainda, por isso, dessa série de posts referentes ao vídeo de Nadalim.</span></div>
</div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: 6.0pt; text-align: justify;">
<span style="font-size: 12pt; line-height: 150%;"><span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;">Enfim...já
cansada de tudo isso...deixo-os com outro vídeo, dessa vez para rir. O <a href="https://www.youtube.com/watch?v=SnAiSqkNPr8&feature=youtu.be&fbclid=IwAR0jg2n452hGZLbFsEqiCnTjEZ6DvUVZgpmMO0MU6OqH4a0OECO53KuGwWs" target="_blank">Greg News</a>
falando do circo de horrores no MEC e, inclusive, desse senhor secretário da
alfabetização. <o:p></o:p></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: 6.0pt; text-align: justify;">
<span style="font-size: 12pt; line-height: 150%;"><span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;">Haja
paciência, minha gente...vamos ver se o “<a href="https://www.youtube.com/watch?v=PqDzlCQnx7Y" target="_blank">pote da calma</a>” dele dá certo? Ao menos
isso devia dar, né? <span style="mso-tab-count: 1;"> Estamos precisando... Mas também não é invenção dele, viu, minha gente? É Maria Montessori.</span></span></span></div>
Licahttp://www.blogger.com/profile/13330703422606132370noreply@blogger.com11tag:blogger.com,1999:blog-2765047742547072708.post-47092169390240392222019-05-03T12:52:00.000-07:002019-07-07T08:52:07.177-07:00LETRAMENTO, O VILÃO DA ALFABETIZAÇÃO? POST 4, Parte 2<b style="text-align: justify;"><span style="color: #c00000; font-family: "times new roman" , "serif"; font-size: 14.0pt; line-height: 150%;">4.2. Ciência
cognitiva, prática pedagógica, os cegos e o elefante</span></b><br />
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<span style="font-family: "times new roman" , "serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">Parte 2 do POST 4, conforme o <a href="https://oficinasdealfabetizacao.blogspot.com/2019/04/serie-politicas-publicas-de.html" target="_blank">sumário</a></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<span style="font-family: "times new roman" , "serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;"> ...e
voltando aos aspectos linguísticos também (não me largam!)<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<span style="font-family: "times new roman" , "serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<span style="font-family: "times new roman" , "serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">Bom,
mas após o desabafo acima (<a href="http://oficinasdealfabetizacao.blogspot.com/2019/05/letramento-o-vilao-da-alfabetizacao.html" target="_blank">Parte 1 do POST 4</a>), voltemos ao vídeo, no qual ele continua seu
argumento dizendo que, por outro lado, falta a esses documentos do MEC,
propostas baseadas em “evidências científicas” atualizadas e comprovadas... Vou
fazer uma postagem só sobre esse negócio de “evidências” adiante. Por ora,
comento que, com essa afirmação, novamente ele demonstra desconhecer a obra da
professora Magda Soares, a perspectiva de vários pesquisadores e centros de
pesquisa no campo da alfabetização, como o Ceale e do CEEL, que consideram sim
estudos advindos da psicologia cognitiva da leitura (ou ciência da leitura) em
suas propostas, que vêm abordando há tempos questões como consciência fonológica
e fonêmica, bem como sistematizando estratégias didáticas para abordar esses
aspectos, e insistindo, justamente, na importância do componente fonológico e
fônico na alfabetização. Mas, não, ele só contrapõe sua perspectiva a uma
didática que, supostamente, negligencia esses aspectos, borrando as fronteiras
entre diferentes perspectivas que ele ataca como uma só e achatando a
complexidade do campo – como já discutido em outros posts dessa série. Não são
todas as concepções/didáticas de alfabetização hoje que defendem aprender sobre
o funcionamento e as regras do sistema de escrita de modo mais natural,
incidental e implícito. Diversos autores/pesquisadores no país estão defendendo
a abordagem da dimensão sonora da língua e o ensino explícito do sistema. Só
que essas perspectivas não defendem a abordagem fônica como única preocupação
na alfabetização, nem a faceta linguística como a única a ser abordada, e
abordar o sistema de um modo transmissivo, como código, passando por cima dos
processos de aprendizagem das crianças. <b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><o:p></o:p></b></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<span style="font-family: "times new roman" , "serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<span style="font-family: "times new roman" , "serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">Magda
– a mais atacada de todas – embora já aborde isso há tempos, sistematizou essa abordagem
da faceta linguística, mas nessa perspectiva mais conciliadora, no seu livro “Alfabetização:
a questão dos métodos”, de 2016, que Nadalim, por suas crítica, demonstra
claramente que não leu, e despreza, porque não interessa o diálogo, não
interessa perspectivas que não reduzam a língua a um código, não interessa se
não for 100% como ele acha que deveria ser, só importa a imposição de uma
perspectiva única, só importa de o foco for só na fônica, e só se for nessa
visão dele, porque se for silábico, também não serve (falaremos sobre isso
quando da análise do E-book). A discordância verdadeira entre os defensores dos
métodos fônicos e os que não o defendem é quanto a COMO ensinar o princípio
alfabético. Querer fazer parecer que a discordância é entre tomar isso como um
objeto importante ou não de ensino é desonestidade intelectual! Fazer parecer
que fora os defensores do método fônico, todos os outros defendem alfabetizar
pela leitura de palavras globalmente como figuras, por reconhecimento da forma
visual, aí já é mau-caratismo mesmo. E ele faz isso no vídeo inteirinho,
querendo fazer parecer que é isso que Magda defende: o não ensino ou o ensino
incidental e implícito do funcionamento alfabético. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<span style="font-family: "times new roman" , "serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<span style="font-family: "times new roman" , "serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">Ele
demonstra também desconhecer que o PNAIC trouxe essa visão conciliadora,
preocupada com o letramento, mas com foco também na dimensão fonológica e do
ensino explícito do funcionamento alfabético da língua escrita. Mas,
referindo-se à BNCC lembra do que ele falou? Que a Base faz algumas
“concessões” à abordagem fônica (sic!!!), porque só lhe interessa o pacote
inteiro – método fônico sintético, bem mecânico, e banimento do letramento. Nem
seus pares acham isso do PNAIC e da BNCC, ver <a href="http://portal.mec.gov.br/component/content/article?id=74761%20http://portal.mec.gov.br/component/content/article?id=74761" target="_blank">aqui</a> o que diz Renan Sargiani,
coordenador-geral de Neurociência Cognitiva e Linguística do MEC, ligado à
Secretaria da Alfabetização que, lógico, é um dos que têm que estar lá
respondendo pela fundamentação da Política Nacional de Alfabetização (PNA) do
governo, e “salvar” um pouco o nível da discussão desse obscurantismo de
Nadalim. Ainda que eu não concorde com coisas que Sargiani defende,<span style="mso-spacerun: yes;"> </span>ele tem base, fundamentos, e é um pouco mais
ponderado quanto a essas polarizações, reconhecendo, inclusive, que a eficácia
de um determinado método depende também de vários outros fatores. Sectarismo
nunca ajudou ninguém nem nenhuma causa, de lado nenhum. O ensino da fônica
(ensino da relação entre fonemas e grafemas) de forma sintética (ensino dos
“sons” das letras e de como se juntam para formar as palavras), por exemplo, é
um ponto de discordância, porque penso que ensinar sons isolados das letras
artificializa a língua. A consciência fonêmica não implica, necessariamente,
pronunciar isoladamente os fones, nem separar os fones em uma palavra, como
Artur Gomes de Morais discute. Em situações de reflexão muito mais
contextualizadas, tanto a invariância do fonema quanto sua natureza como
unidade distintiva podem ser “observadas” metalinguisticamente pelas crianças.
Como a que discuto nesse <a href="https://oficinasdealfabetizacao.blogspot.com/2018/09/e-os-fonemas.html" target="_blank">post</a>, por exemplo. As operações de análise e síntese acontecem
nesse processo de refletir sobre as sonoridades (silábicas, fônicas, etc) no
contexto das palavras inteiras apenas. Não concordo também que, pelo fato de o
sistema alfabético representar a fala no nível dos fonemas, para que se possa
ler e escrever, deve-se PRIMEIRO conhecer o princípio alfabético, pois ao se
enunciar isso, se deixa de fora todas as aproximações e entendimentos parciais
que as crianças vão fazendo em suas tentativas de compreender o funcionamento
da escrita. Além de se reduzir o ler e escrever apenas a decifrar e a grafar
alfabeticamente. No momento certo, sim, é preciso sistematizar esse
funcionamento pelo princípio alfabético, mas temo pelos pequenos, que serão
treinados desde muito antes de poderem de fato dar conta disso, a associarem
“sons” isolados a letras. É desse jeito que Nadalim entende essa assertiva de
Sargiani, do campo cognitivo, percebe?<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<span style="font-family: "times new roman" , "serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<span style="font-family: "times new roman" , "serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">Como
já venho defendendo não é de hoje, e como a própria Magda o faz (o que mostra
que ele fez uma leitura superficial da autora), bem como outros autores, SIM, o
referencial das ciências cognitivas da leitura contribui muito para pensarmos a
alfabetização, em seus aspectos linguísticos e metalinguísticos, seja em
relação à consciência fonológica, seja em relação a outras habilidades
metalinguísticas, seja o conhecimento grafofonêmico (= fônica, que também a
própria linguística aborda), seja em relação às rotas de leitura e ao
processamento leitor e sua relação com a ortografia e a fluência da leitura,
dentre outros aspectos. Temos sim que estabelecer os diálogos com a ciência
cognitiva, considerar os resultados de pesquisas – e sem sectarismos políticos
de ambos os lados. Mas colocar esse referencial como única ciência válida (e
supostamente a única neutra), e seus resultados como suficientes para validar
reducionismos nas metodologias para a alfabetização, é uma imposição que
desconsidera a Pedagogia. Esse referencial de pesquisa precisa passar por
interpretação pedagógica e ser ressignificado no âmbito de uma concepção outra
de linguagem e de seu ensino, ou renunciaremos aos valores caros que, para nós,
unem linguagem e educação, linguagem e sociedade, linguagem e sujeito, linguagem
e vida. Há muitas pesquisas em várias áreas das ciências cognitivas que
precisam ser consideradas, mas elas não podem se confundir com prática
pedagógica, na qual é preciso dar conta de diversos aspectos. E não assim,
reduzindo a língua escrita a um código, a um código neutro, esvaziado de
sentido e, pior, associando o ensino a técnicas que qualquer um pode seguir. E
ainda por cima, desqualificando a escola, os professores, os especialistas que
não sejam aqueles alinhados a sua concepção. Constatar que as crianças aprendem
os fones correspondentes às letras se treinadas a pronunciá-los e
identificá-los isoladamente não se reverte diretamente e necessariamente em uma
metodologia na qual as crianças vão ficar pronunciando /ffffffffffff/,
/aaaaaaaaa/, para formar FA, numa repetição de práticas altamente mecânicas e
descontextualizadas que foram questionadas no passado, e que tampouco
resolveram os problemas de alfabetização. Nesse sentido, por que essa birra com
a reflexão linguística no contexto de práticas de leitura e escrita? Ensino explícito
e sistemático não precisa ser mecânico nem descontextualizado. Por que não valem
as situações didáticas que, além de propor práticas sociais lúdicas e letradas,
podem também ser contexto para a reflexão fonológica e fonêmica, e para o
ensino do funcionamento alfabético? Por que ao lado disso, não pode haver
também as situações de convívio e de reflexão sobre as funções da escrita e dos
diversos gêneros? Vê que não faz sentido esse reducionismo, essa defesa
impermeável quanto a propostas mais nuançadas – que ele chama de “concessões”?
Por outro lado, ele lançou dois livros de cantigas, especialmente para serem
contextos para a alfabetização...e tem vídeos indicando a leitura literárias
para as crianças desde cedo. Vê a contradição? Vê que tem um componente
birrento? Vê que tem uma indisposição para o diálogo? E lógico, como o que vem de
lá é reducionismo e chumbo grosso, ninguém que está num lado mais conciliador
nem do outro lado, se dispõe tampouco a dialogar, ouvir...E desse modo, tendo o
referencial das ciências cognitivas chegado ao Brasil pela via desses
defensores sectários do método fônico, polarizou-se o debate, fechou-se o
diálogo. Perdemos todos. Perdem as crianças.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<span style="font-family: "times new roman" , "serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<span style="font-family: "times new roman" , "serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">Agora,
ninguém, e “evidência” nenhuma, vai me convencer que o caminho sintético e
mecânico é o mais efetivo para alfabetizar as crianças, ainda mais aquelas de
classes menos favorecidas, sem oportunidades mais amplas de experiências com a
cultura escrita. Isso é um argumento altamente pernicioso... Estamos labutando
aí com diferentes concepções de alfabetização – que para nós não é algo só
técnico, é também sociopolítico, e não se separa do processo de letramento.
Argumentar que o letramento e as orientações construtivistas servem para
crianças de famílias letradas e que o método fônico é mais indicado para essas
crianças que não têm tais oportunidades, justamente porque não têm, é
negar-lhes, justamente, o direito de tê-las! Quando o letramento emergente,
familiar, não dá conta, aí é justamente quando a escola precisa dar. Ou supõem
que, para as classes desprestigiadas, basta uma leitura e escrita rasa? É isso,
né? E depois, não é ideológico! Meu deus! E ainda invertem a questão – as
crianças de famílias letradas são ensinadas a decifrar em casa, por isso se
alfabetizam aparentemente pelos métodos “globais”, então, concluem que as
crianças não letradas devem aprender a decifrar e a grafar ortograficamente na
escola, e se letrar ONDE????? Ou julgam que uma vez alfabetizados, vão se
tornar bons leitores e produtores de textos automaticamente? Me poupe, viu? Mas
a questão aí é outra...De fato, trabalhar sistematicamente essa dimensão fônica
nas situações contextualizadas de reflexão sobre palavras, não se presta bem à
sistematicidade controlada e instrumentalizada que interessa para criar
materiais didáticos com um passo a passo bem objetivo e restritivo. Custa mais,
muito mais, formar bons professores, para, sabendo o trabalho que têm que
fazer, possam fazê-lo em situações diversas de leitura, escrita e análise
linguística na sala de aula. Mas custa muito menos um receituário asséptico do
que bancar uma alfabetização rica, com mil trajetos possíveis, porque são
diversas as experiências discursivas de cada turma. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<span style="font-family: "times new roman" , "serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<span style="font-family: "times new roman" , "serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">Percebem
também que tanto Nadalim, como esses caras todos, também abordam pouco a
consciência fonológica mais global, de rimas, sílabas, por exemplo? Que
poderiam ser tão ricamente exploradas a partir da cultura lúdica, de jogos, da
tradição oral, da poesia e da música? Não, a ênfase é no fonema – e esse peso
no fonema é, de fato, um ponto de discordância em relação ao que todos esses
autores discutem, mas também a muitos outros da própria ciência cognitiva.
Ainda que a unidade que estrutura o sistema seja o fonema, outras unidades de
reflexão fonológica são importantes para chamar a atenção das crianças para a
dimensão sonora da língua. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<span style="font-family: "times new roman" , "serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<span style="font-family: "times new roman" , "serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">Ao
colocar ênfase na habilidade de prestar atenção, de identificar e manipular,
individualmente, os menores sons da fala, e concluir que são os fonemas, há aí
um equívoco porque as menores unidades da emissão sonora são as sílabas, não os
fonemas (abstratos). Ao reconhecerem que a dimensão do fonema não se aprende
naturalmente, justamente por isso, concluem que, então, ensinar as relações das
letras com os fonema precisa ser prévio a tudo, desde a Educação Infantil. Ou
seja, joga-se fora todas as outras coisas... Concordo que não haja discussão
quanto à necessidade de ter que aprender as relações entre fonemas e grafemas
para se alfabetizar, mas sobre ao modo de fazê-lo! Justamente. E aí é que está
a discordância verdadeira entre os defensores dos métodos fônicos e os que não
o defendem. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<span style="font-family: "times new roman" , "serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<span style="font-family: "times new roman" , "serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">A
nossa resistência – no que me concerne – é a de reduzir as práticas
alfabetizadoras ao que alguns achados de pesquisa experimentais apontam, pois eles focam
apenas parte da questão...e silenciam sobre outras. Pesquisas indicam um
monte de coisa, mas não dizem que essa ditadura do fonema vai resolver nada. Precisam
ser consideradas, mas não são os únicos elementos que importa considerar. A
alfabetização é um processo complexo, não pode se reduzir a isso. Evidências científicas precisam ser consideradas, mas muito cabe à Pedagogia, à pesquisa pedagógica e à prática concreta das situações singulares, para definir como conduzir o trabalho, que caminhos tomar, como ajudar cada turma e cada aluno em suas especificidades. Cada compo científico, cada concepção de alfabetização foca em determinadas facetas, mas a Pedagogia lida com todas elas!<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<span style="font-family: "times new roman" , "serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<span style="font-family: "times new roman" , "serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">Sabe
a fábula hindu dos cegos e do elefante? <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<span style="font-family: "times new roman" , "serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<span style="font-family: "times new roman" , "serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">Vamos
ouvir a história “<a href="https://www.youtube.com/watch?v=Fw_WIp0kx70" target="_blank">Sete camundongos cegos</a>”, de Ed Young, que uma das
versões dessa fábula, para ilustrar meu ponto de vista.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<span style="font-family: "times new roman" , "serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: center;">
<span style="background-color: white; font-family: "times new roman" , serif;"><iframe allow="accelerometer; autoplay; encrypted-media; gyroscope; picture-in-picture" allowfullscreen="" frameborder="0" height="204" src="https://www.youtube.com/embed/Fw_WIp0kx70" width="350"></iframe></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<span style="font-family: "times new roman" , "serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">Pois,
percebem? Cada perspectiva vê uma parte da questão. A perspectiva
construtivista nos interpela para lembrarmos do foco na aprendizagem, e não só no
ensino, e a não descuidarmos de que as crianças pensam e<span style="mso-spacerun: yes;"> </span>fazem hipóteses sobre os objetos de
conhecimento, mesmo antes de dominá-los. A perspectiva sociointeracionista e
discursiva nos lembram de que há uma dimensão muito mais ampla na apropriação
da escrita do que o dimensão concreta da língua. A abordagem fônica foca nas
relações entre fonemas e grafemas – necessária, claro – mas não apenas e não necessariamente de forma associacionista e com exclusividade de atenção ao fonema. A
questão é o peso que cada uma coloca em que parte desse todo que é a linguagem.
<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<span style="font-family: "times new roman" , "serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<span style="font-family: "times new roman" , "serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">Com
isso, não estou querendo, de forma simplória, dizer se resolve tal complexidade
fazendo uma mistureba de todas as abordagens que, muitas vezes, têm
perspectivas epistemológicas muito diversas. Não podemos, no entanto,
desconsiderar que as contribuições dos diversos campos ora se combinam para dar
conta de um objeto de conhecimento multifacetado, ora se apresentam em disputa,
havendo tendências e tensões. Assim, ainda que alertas quanto ao “ecletismo
teórico-conceitual” e ao silenciamento das tensões no campo, que Mortatti
(2015) denuncia, como a “tentativa de imposição de falso consenso, por meio da
homogeneização de pluralidade de pontos de vista e posições teóricas e
políticas, sabidamente em disputa”, me parece, por outro lado, que preciso
atentar também, como afirma Belintane (2006), à necessidade de consensos mais
amplos e diversificados, ao que completo, menos reducionistas e sectários. Diz
ele que <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<span style="font-family: "times new roman" , "serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="line-height: normal; margin-bottom: 6.0pt; margin-left: 4.0cm; margin-right: 0cm; margin-top: 0cm; mso-add-space: auto; mso-layout-grid-align: none; text-align: justify; text-autospace: none;">
<span style="font-family: "times new roman" , "serif";">Se
um consenso científico é necessário para que os educadores e gestores possam
contar com sugestões de programas e currículos em um esforço coletivo de
enfrentar as complexas demandas brasileiras, é fundamental que ele se dê a
partir de uma articulação mais ampla que considere o movimento dialético típico
do conhecimento científico contemporâneo que, salvo raras exceções, cultua a interdisciplinaridade,
respeita a heterogeneidade e a complexidade dos processos e das diversidades
culturais (BELINTANE, 2006, p.273).<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<span style="font-family: "times new roman" , "serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">O
que quero dizer é que, pensar a alfabetização, hoje, exige atenção a diferentes
perspectivas, que são advindas, muitas vezes, de diversas áreas do
conhecimento, diferentes campos de estudos, com suas contribuições específicas.
Determinada perspectiva, qual seja, embora possa ser considerada fundamental ao
campo, não dá conta de todas as facetas da apropriação da linguagem escrita,
como discute Soares (2003), demandando que o campo pedagógico possa articular
diferentes perspectivas de modo coerente e produtivo. O que quero dizer é que,
na prática, o professor tem que fazer o todo, montar o elefante!<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<span style="font-family: "times new roman" , "serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<span style="font-family: "times new roman" , "serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">Mas
quanto a Nadalim, digo ainda mais, ele parece também não ter lido (de verdade!)
autores da própria ciência cognitiva da leitura, pois mesmo nesse campo, como
já referi, ele comete vários equívocos – e voltaremos a esse argumento quando
comentarmos sobre seu e-book com sua proposta metodológica para alfabetizar. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<span style="font-family: "times new roman" , "serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<span style="font-family: "times new roman" , "serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">Mas vamos ainda à Parte 3 do POST 4, depois ao POST 5, último sobre esse vídeo infame.</span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<br /></div>
<blockquote class="tr_bq" style="line-height: 150%; tab-stops: 171.8pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: "times new roman" , "serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;"><span style="color: #660000;"><b>Nota
sobre a ciência da leitura</b>: a Ciência Cognitiva da Leitura consiste em um
conjunto de resultados envolvendo a leitura, advindos de pesquisas produzidas
em áreas como a Psicologia Cognitiva, a Neurociência Cognitiva, dentre outras.</span></span></blockquote>
<br />Licahttp://www.blogger.com/profile/13330703422606132370noreply@blogger.com4tag:blogger.com,1999:blog-2765047742547072708.post-11031356000193722512019-05-01T13:28:00.000-07:002019-05-01T13:28:14.124-07:00LETRAMENTO, O VILÃO DA ALFABETIZAÇÃO? POST 4, Parte1<br />
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 6.0pt; text-align: justify;">
<span style="color: #c00000; font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt;">Post 4 – Para além do sistema alfabético: um desabafo; sobre a formação professores e o
homeschooling; o letramento emergente e a família.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 6.0pt; text-align: justify;">
<span style="color: #c00000; font-family: "Times New Roman","serif";"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: 6.0pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">Como
prometido, vamos continuar com a análise do vídeo “<b>Letramento, o vilão da alfabetização no Brasil</b>”, de Carlos Nadalim,
que, hoje, é o secretário da alfabetização no MEC. Pensa que acabou? Não, ainda
tem mais. Embora ele não esteja sozinho elaborando a Política Nacional de
Alfabetização (PNA), tendo, evidentemente, para isso, juntado a sua equipe
outros pesquisadores mais qualificados, a análise desse vídeo ainda me é uma
tarefa cara, na medida em que sua nomeação é uma afronta ao campo da
alfabetização.<o:p></o:p></span></div>
<br />
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: 6.0pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">Como
aqui vou falar de diversos outros aspectos explanados no vídeo, para além das
questões metodológica e linguística – exploradas nos outros posts, – vou
separar minhas considerações em partes diferentes, três mini-posts, a saber:</span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: 6.0pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif";"> 4.1. Sociedade
democrática? Onde está a sua ideologia?<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: 6.0pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif";"> 4.2. Ciência
cognitiva, prática pedagógica, os cegos e o elefante<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: 6.0pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">
</span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: 6.0pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif";"> 4.3 Políticas
de formação de professores e homeschooling.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: 6.0pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">
</span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: 6.0pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: "11,5","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%; mso-bidi-font-family: "Times New Roman";"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: 6.0pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">
</span></div>
<br />
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: 6.0pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;"><o:p> </o:p></span><b><span style="color: #c00000; font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 14.0pt; line-height: 115%; mso-ansi-language: PT-BR; mso-bidi-language: AR-SA; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR; mso-fareast-theme-font: minor-fareast;">4.</span></b><b><span style="color: #c00000; font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 14.0pt; line-height: 150%;">1.
Sociedade democrática? Onde está a sua ideologia?</span></b></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: 6.0pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">A
argumentação mais chocante desse vídeo, ainda nem são essas (dos
posts anteriores). Creiam! Reparem: ele critica os documentos do MEC (de
governos anteriores), inclusive a BNCC, por uma “preocupação exagerada com a
construção de uma sociedade igualitária, democrática e pluralista, em formar
leitores críticos, engajados e conscientes, em acabar com os preconceitos e
discriminações de todo tipo” (sic!!!!). Como tem coragem de dizer um
despropério desses? Nesse momento, dá pena, nojo, escárnio, sei lá o quê...mas
o que esperar de um governo que condena Paulo Freire e exalta Olavo de
Carvalho, não é? <span style="mso-spacerun: yes;"> </span>Quem diria! A BNCC, com
todas as críticas que podemos fazer a ela, hoje nos protege, de alguma forma!<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: 6.0pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">A
linguagem, bem como a alfabetização, não se dá no vácuo social, os textos –
orais ou escritos – veiculam discursos, eles não têm valor em si mesmos, mas
articulados aos interlocutores, que são sempre situados no mundo social,
histórico e político. Desconsiderar isso e tratar a língua de modo neutro, instrumental, é um retrocesso sem precedentes no campo de estudos da linguagem. Não dá nem para comentar,
desenvolver...Preguiça e desânimo de ter que argumentar sobre isso a uma altura
dessas... Convoco a força bakhtiniana para nos socorrer de tamanho
obscurantismo no campo da linguagem e no campo social.<o:p></o:p></span></div>
<br />
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">Nessa
mesma linha, ele usa a fala contundente de Emilia Ferreiro sobre a variação
linguística para dizer que essa é uma preocupação secundária e ideológica.
Claro, ele acha que língua é neutra, que o sistema é transparente, e toma uma
fala “ideal” como parâmetro no estabelecimento de relação com a escrita, não é?
E esse “ideal”, marcado socialmente pelos falares de sujeitos socialmente e
linguisticamente privilegiados. Linguagem é poder, Nadalim! É fenômeno
ideológico por natureza, como insistem tantos autores, como Bakhtin, Maurizio
Gnerre... O método fônico, tal qual ele defende, não só desconsidera, como
passa por cima, que nem trator, das variedades linguísticas de menos prestígio
ao enfatizar, exageradamente, os sons das letras, sejam isoladas ou no contexto
das palavras. Passa por cima dos falares diversos do nosso povo,
com um desdém típico de quem se importa só com seus pares privilegiados. Seria,
então, um método só para crianças da classe favorecida, cuja linguagem se
aproxima mais da variedade legitimada socialmente? E eu disse "se
aproxima", porque nunca é espelho da fala. Ou seja, tratar da questão
sem considerar as variações linguísticas, não só é um absurdo social como
conceitual. E então, essa perspectiva não é ideológica? Oi? Ao mesmo
tempo, em alguns casos, mesmo isso parecendo clichê, defende-se essas coisas,
justo para formar robôs acríticos para o mercado de trabalho e o consumo... Em
tempos sombrios como os que estamos vivendo, em que educação virou ameaça e não
promessa, essa formulação pode não ser mesmo descabida. Quanta ideologia, né?<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;"></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: 6.0pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">Como
ponto de partida, a premissa. Qualquer proposta de alfabetização tem
subjacentes perspectivas epistemológicas e sociopolíticas. Mesmo o tecnicismo
aparentemente mais neutro. A linguagem e a alfabetização não existem
desvinculadas da vida social. Colocar-se “fora” da ideologia pressupõe ocupar
um lugar discursivo de verdade única e absoluta, pois esse lugar neutro não
existe. Mas o tecnicismo defendido pelo “seu método” é também ideológico e
casa-se bem com a perspectiva do governo ao que ora você se alinha e se agrega,
não é? A própria não-preocupação com
essas questões, Nadalim, sinto muito, é também uma posição altamente ideológica
– mas só vale a sua ideologia elitista, não é? E fala dessas coisas com tanta
ironia e arrogância que dá nojo. Quanto a isso, Paulo Freire já dizia que
ideologia sempre há, a questão é se sua ideologia é inclusiva ou excludente...
O governo que quer combater ideologias é o mais ideológico já visto!<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
E volta a Magda!!!!</div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<br /></div>
<br />
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: 6.0pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">Ao tratar da variação linguística, com muito desrespeito também a Emilia Ferreiro, volta
a fazer ironia com o livro de Magda Soares, “Linguagem e escola: uma
perspectiva social”. Nadalim, Magda não inventou a variação linguística, nem a
defesa das variedades diversas. Esse é um conhecimento que, desde os anos 70
vem sendo amplamente estudado e desmistificado. O campo da sociolinguística é vasto e
considerá-lo no processo da alfabetização, que atende crianças, jovens e
adultos de camadas diversas da sociedade, é um imperativo para não excluirmos da
escrita, logo na entrada, a grande maioria das crianças. Porque isso de colocar
tudo na conta de Magda? (que raivinha incrustada, não é? Por que será? Estou
aqui matutando umas coisas...). Fazendo isso você atesta ignorância quanto ao campo da sociolinguística, a uma pá de autores consagrados nessa área, uma
tradição dos estudos linguísticos. Acha que é tão poderoso assim, é? Que costas
quentes, heim? Porque fundamentos você não tem! <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: 6.0pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">Como
quem me segue sabe, defendo a abordagem intencional dos aspectos fonológicos da
língua e de sua apropriação, levo em conta estudos das ciências da leitura –
que venho estudando desde que morei na França – mas, por isso mesmo, sei o
quanto é preciso cuidar de não desconsiderar a variação linguística, bem como o
fato de que, para falantes de qualquer variedade, a escrita não é espelho da
fala. Por isso o sistema não é código. Você, se dizendo especialista em
alfabetização, ignorar isso é quase uma heresia. Nadalim, pesquisas precisam
passar por interpretação pedagógica e contextualização social. Em um país como
o nosso, com certas condições sociais e linguísticas, é impossível
desconsiderar esses aspectos.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: 6.0pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">Bom,
mas sabemos qual é o problema ideológico por trás da crítica às ideologias, não
é? <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: 6.0pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">Aliás,
em estratagema muito do mal amanhado, ele tenta desqualificar a questão da
variação linguística trazendo a situação para o “absurdo”, reduzindo-a, com
muita ironia e arrogância, a uma questão de tempo pedagógico para “dar conta”
de tantos desafios – ele finge que não está entendendo ou de fato não está?
Qualquer resposta me parece grave. O privilégio do instrumental em detrimento
do sociolinguístico mostra bem o tipo de “educador” que é. O que ele prioriza e
como prioriza diz muito sobre sua ideologia. <o:p></o:p></span></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
</div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: 6.0pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">Da
mesma forma, ele descontextualiza a fala da professora Magda quanto aos gêneros
textuais, e chega às raias da imbecilidade querendo achatar uma discussão
complexa com situações e exemplos chulos, afirmando, inclusive, se tratar de
arremedo de interação social (sic!!!). Meu deus! Quanta ignorância! Quanta
falta de leitura! Quanta falta de conhecimento das discussões do campo, de
autores, de fundamentos! Quanta falta de empatia com o profissional docente! Quanta
falta faz ser, de fato, um educador!!! Arremedo de interação social é o que ele
deve saber fazer. </span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: 6.0pt; text-align: justify;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi6fn8KXNrnoE84XqTVwMzjcS2PigqZqdI5MhyzAycwC-adTjDxXwMMxxIJxSblqt9l0xaMLZ5Y4AUu7L7t7fWOCFWKFBmptfZtGK5YgYoTkhQ8GVgPcKVKNJlpJSbUhYVuOGQdh8WwuBhp/s1600/Shopenhauer.jpg" imageanchor="1" style="clear: right; float: right; margin-bottom: 1em; margin-left: 1em;"><img border="0" data-original-height="352" data-original-width="201" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi6fn8KXNrnoE84XqTVwMzjcS2PigqZqdI5MhyzAycwC-adTjDxXwMMxxIJxSblqt9l0xaMLZ5Y4AUu7L7t7fWOCFWKFBmptfZtGK5YgYoTkhQ8GVgPcKVKNJlpJSbUhYVuOGQdh8WwuBhp/s320/Shopenhauer.jpg" width="181" /></a><span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">Mas na verdade, para mim, mais do que ignorância, é
estratagema. Mistura de ignorância com estratagema. Estratagema que faz, justamente, parecer um discurso fundamentado. Esses caras estudam para isso
– convencer sem ter razão. Aliás, quanto a isso, agradeço a minha colega
Giselly Lima, que lembrou do livro de Schopenhauer, intitulado “Como vencer um
debate sem precisar ter razão”, que tem, em uma de suas edições, o prefácio de
Olavo de Carvalho, que o chama de tratado de patifaria intelectual!<span style="mso-spacerun: yes;"> </span>Precisa dizer mais? Estão ficando PhD em criticar o que exercem como ninguém!</span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: 6.0pt; text-align: justify;">
</div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: 6.0pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">Quanto
a essa ideia de “arremedo de interação”, é interessante sublinhar que, no seu
E-book e em outros vídeos, aliás, Nadalim dá dicas de situações altamente
artificializadas para os pais, de aspectos que não precisam ser abordados com
esse artificialismo, ainda mais nas interações familiares. Falarei em outra
oportunidade desse E-book, mas tratam-se de prescrições que tiram toda a
naturalidade das interações entre as crianças e seus pais, porque os colocam
numa posição de aplicadores de técnicas, em vez de estarem imersos nas
experiências linguísticas e letradas naturalmente com seus filhos. Um horror! Socorro,
Ângela Kleiman! Socorro Ana Luiza Smolka! Socorro Cecília Goulart!!! <span style="mso-spacerun: yes;"> </span><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: 6.0pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">Mas
como vamos falar de uma perspectiva dialógica de linguagem como interação
social, para quem a considera um mero código neutro, instrumental, não é? Como
fazer entender a complexidade da linguagem e de seu ensino, para alguém que
acha que a complexidade dos processos cognitivos e linguísticos, dificilmente
tão controláveis, se resolvem com um passo-a-passo universal e pré-determinado,
em práticas artificiais, reducionistas e autoritárias, que tomam a linguagem
como objeto escolar e não um objeto cultural complexo, multifacetado, heim? Nadalim,
você não é educador, não é linguista, formou-se em direito com uma pós
discutível em filosofia, e quer ter a última palavra no campo da educação e da
linguagem. Não tem vergonha, não?<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: 6.0pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">Não
Nadalim, não se está falando tudo disso para propor <i style="mso-bidi-font-style: normal;">ipis literis</i> uma alfabetização sem foco na aprendizagem do sistema
alfabético, que é o que permite ampliar as interações com a cultura escrita.
Trata-se dos princípios mais amplos do ensino da língua. Você não entendeu
isso, não? Evidentemente que a alfabetização inicial exige esforços focados na
apropriação da notação da língua – quem está negando isso? Se coloque em pé de
igualdade, em termos de conhecimento, com seus interlocutores especialistas,
para poder vir dar pitaco no que não entende! Ah, esqueci, você tem seus especialistas
de plantão...Olavo de Carvalho, Capovilla, Luis Faria...Sei...<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: 6.0pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">Vale
enfatizar o que já referi antes, o agora Secretário da Alfabetização traz falas de pesquisadores aos quais
é atribuído o papel de fontes experts, que deteriam o conhecimento definitivo,
capaz de fundamentar suas afirmações fragmentadas e, em alguns casos, fontes
estrangeiras, que teriam o poder de tutelar suas argumentos de forma
incontestável. Entretanto, sem contar as referências farsescas – as quais nem
vale a pena comentar –, as ideias desses pesquisadores, ele também não
parece conhecer a fundo, pois “recorta” de suas falas apenas o que lhe
interessa, silenciando sobre outros aspectos que, inclusive, podem contradizer
suas afirmações. Bem ao gosto dos apegados a estratagemas patifes que deve ter
aprendido, como qualquer olavete, com seu mestre mor.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: 6.0pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">Gente,
desculpa o tom, os argumentos quase <i style="mso-bidi-font-style: normal;">ad
hominen</i>, mas não tenho sangue de barata!<span style="mso-spacerun: yes;">
</span>Só que se o ataque parece ser a ele, pessoalmente, na verdade é ao que
ele diz e como ele diz. Estou tentando desmistificar argumentos, só não estou
conseguindo fazê-lo sem “paixões”. Não dá. Os ataques, a todo momento, todo
dia, à educação, não permitem que mantenhamos sempre uma postura de análise
fleumática, sem juízos, puramente acadêmica. Aqui eu me permito, certo? E,
aliás, analisar não só o dito, mas o próprio dizer, faz parte das preocupações do campo
da linguagem, do estudo a enunciação. <span style="mso-spacerun: yes;"> </span>Como diz Bakhtin, a palavra (discurso) é um signo neutro
no sentido de que ela pode assumir diferentes funções ideológicas em
decorrência de como é empregada em um enunciado concreto (com todas as suas
condições de produção). Então, ele toma a palavra de lá, eu tomo de cá! Eles
bradam de lá, nós resistimos e bradamos de cá. É duro, mas necessário, nesse
momento, desmontarmos as premissas falsas e outros estratagemas aos quais esse
governo vem lançando mão diariamente – como mais um estratagema de nos enganar, nos cansar,
de tornar nossa indignação flácida, de tão solicitada... Mas vamos lá! Nos
cansar é também um estratagema!<o:p></o:p></span></div>
<br /><br />
Licahttp://www.blogger.com/profile/13330703422606132370noreply@blogger.com11tag:blogger.com,1999:blog-2765047742547072708.post-3211950747798337222019-04-28T16:34:00.000-07:002019-08-04T12:47:53.809-07:00LETRAMENTO, O VILÃO DA ALFABETIZAÇÃO NO BRASIL? POST 3 – Para aprofundar... <br />
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<span style="color: #c00000; line-height: 150%;"><span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;">Post 3 – O que dizem mesmo os experts; Predição ou decifração OU
predição e decifração?; ler é decifrar? Ler é compreender? Ler e compreender? Leitura:
conceito polissêmico; modelos de processamento da leitura. </span><span style="font-family: "georgia" , serif; font-size: 12pt;"><o:p></o:p></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<span style="color: black; font-family: "georgia" , "serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">Esse post é um crocotó, um apêndice, uma barriga,
um adendo, um “a mais”, que continua o post anterior, o <a href="http://oficinasdealfabetizacao.blogspot.com/2019/04/letramento-o-vilao-da-alfabetizacao-no_9.html" target="_blank">POST 2</a>, e é meio
pretensioso, eu confesso. Mas não resisto a fazer esses comentários
elucidativos, que reforçam os equívocos conceituais do vídeo. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<span style="color: black; font-family: "georgia" , "serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<span style="color: black; font-family: "georgia" , "serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">No vídeo “Letramento, o vilão da
alfabetização”, além de igualar letramento e construtivismo, e essa
“dobradinha” à <i style="mso-bidi-font-style: normal;">whole language</i>, Nadalim
iguala tudo isso também a método global, a método ideovisual, forçando caber na
perspectiva do letramento a ideia de leitura por predição e do “jogo
psicolinguístico de adivinhações”, procedimentos defendidos pelo aporte da
whole language (um dos principais teóricos da estratégia de predição é Goodman
em “<i>Reading: a Psycholinguistic Guessing Game</i>”, 1985). Quando chegamos a essa
parte do vídeo, vemos que a mistureira é sem fim. E o saco está ficando grande
demais, não acham, não? Nada mais equivocado...pra variar. Isso tudo se configura,
no entanto, como uma estratégia bem montada de generalizar bem o lado do
adversário, cabendo tudo ali, para, então, apresentar o seu antídoto. Aliás mais
do que uma estratégia, é um estratagema, por seus componentes: astúcia,
subterfúgio, ardil, sabotagem.</span><o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<span style="color: black; font-family: "georgia" , "serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">No <a href="http://oficinasdealfabetizacao.blogspot.com/2019/03/o-campo-da-alfabetizacao-no-brasil.html" target="_blank">post 0</a> argumentei sobre isso das propostas
atuais de alfabetização em contexto letrado não ter nada a ver com método
global, muito menos com propor que o reconhecimento de palavras se dê por sua
configuração, seu desenho gráfico, sua identificação ideovisual. Mas não
bastasse isso, mais adiante no vídeo, voltando a esse amalgama mal amanhado de
construtivismo-letramento (e multiletramento ele inclui aí também) com a
perspectiva da whole language, ele diz que “um dos grandes erros dessa
perspectiva é acreditar que as crianças podem aprender a ler e a escrever por
meio de um ‘jogo psicolinguístico de adivinhações’, a partir do levantamento de
hipóteses e predições sobre os textos, estabelecendo elas mesmas,
autonomamente, as relações entre grafemas e fonemas, descobrindo os significados
das palavras por meio do contexto”. Volto a dizer que, se isso poderia até ser
atribuído a algumas estratégias defendidas pela didática construtivista, que
investe na leitura por predição, sem considerar intervenções intencionais e
planejadas sobre unidades sublexicais (unidades menores, fonológicas e
gráficas, constitutivas das palavras, como morfemas, sílabas, fonemas, letras...),
não tem, no entanto, nada a ver com o letramento, como já argumentado<span style="mso-spacerun: yes;"> </span>– e é ele que é atacado como vilão da
alfabetização (“invenção do construtivismo”, lembram?). <span style="mso-spacerun: yes;"> </span>E a didática construtivista, como argumentei
no post anterior, de fato se aproximou da perspectiva da <i>whole language</i>...<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<span style="color: black; font-family: "georgia" , "serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<span style="color: black; font-family: "georgia" , "serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">Mas de todo modo, nem a didática
construtivista ignora as reflexões sobre as relações entre partes do oral e do
escrito. Não as aborda de modo sistemático no ensino, mas pressupõe que as
crianças usem seus conhecimentos sobre a escrita para tentar decifrar e
escrever. É importante ressaltar que as situações de pesquisa inteligente das
crianças sobre o escrito, suas reflexões a partir da análise de diversos
aspectos do texto e das palavras, não podem ser vistas como da ordem da
adivinhação. E, desde que entre nessa pesquisa inteligente também as
informações sublexicais, rumo à crescente possibilidade de decifração precisa
das palavras, esse “ler sem ainda saber ler”, usando informações contextuais,
fazendo predições e usando, ao mesmo tempo, informações sublexicais para
decifrar as palavras e partes das palavras, pode ser produtivo, sim. Produtivo
para os aspectos textuais, a compreensão do texto, os processos descendentes
(<i>top-down</i>) da leitura. </span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<span style="color: black; font-family: "georgia" , "serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<span style="color: black; font-family: "georgia" , "serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;"></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<span style="font-family: "georgia" , serif; font-size: 12pt; line-height: 150%;">Mas é fato: não podemos deixar de considerar
que as informações fonológicas, fonográficas e ortográficas têm um papel preponderante
na leitura propriamente dita. A leitura por predição, ou seja, o uso do
contexto do texto, da semântica, para ler, ajuda no desenvolvimento da capacidade
de inferência, de construção de sentidos, mas para a identificação das
palavras, os processos sublexicais, as informações gráficas e sua relação com a
pauta sonora da língua são imprescindíveis. O que diversas pesquisas mostram
hoje é que para o reconhecimento e identificação de palavras na alfabetização
inicial, a predição é um procedimento não produtivo. Mas não quer dizer que não
seja produtivo de todo tampouco. A leitura precisa, fluente e autônoma de
textos não é precisamente um processo de predição contínuo e de elaboração de
hipóteses sobre as palavras que o compõem. Envolve o processamento das letras e
das unidades da estrutura fono-ortográfica de cada palavra, que conduz ao seu
reconhecimento ou à sua identificação e, depois torna-se um processo automático
complexo. A decifração é um passo importante na conquista da identificação
automática das palavras que é, sim, necessária à meta de ler de forma fluente,
automática, por via lexical, ortográfica, sem decifrar letra por letra, ao lado
dos processos mais amplos de compreensão textual.</span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<span style="font-family: "georgia" , serif; font-size: 12pt;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<span style="font-family: "georgia" , serif; font-size: 12pt; line-height: 150%;">A leitura lexical, ou seja o reconhecimento
ortográfico que permite a automatização da leitura, ou seja, a leitura
eficiente sem ter que decifrar letra por letra, no entanto, depende da leitura
pela rota fonológica, no aprendizado inicial da escrita alfabética, em um
processo ainda bem misterioso para os pesquisadores da ciência cognitiva. Ou
seja, para ler de forma automática, pelo reconhecimento ortográfico das
palavras é preciso passar, na aprendizagem, pela decifração, pela rota fonológica.
Esse domínio não vem pela predição sobre a escrita das palavras na
alfabetização inicial. Ler e aprender a ler são dois processos diferentes, se
ler envolve reconhecimento automático, aprender a ler envolve também a
decifração. Penso que esses são aspectos da ciência cognitiva que, sim, é
preciso levarmos em consideração para pensar nas propostas alfabetizadoras. Então,
nem tanto, nem tão pouco. </span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<span style="font-family: "georgia" , serif; font-size: 12pt;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<span style="font-family: "georgia" , serif; font-size: 12pt; line-height: 150%;">A fluência da leitura será alcançado por meio
da prática frequente da leitura, após vencer essa etapa fonológica, que
promoverá o reconhecimento automático, e possibilitará a leitura eficiente, que
implica o jogo entre processos ascendentes e descendentes e entre as duas rotas
de leitura – fonológica (para palavras desconhecidas ou pouco frequentes) e
lexical (para as já firmadas no léxico mental). <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<span style="font-family: "georgia" , serif; font-size: 12pt;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<span style="font-family: "georgia" , serif; font-size: 12pt; line-height: 150%;">Agora, não podemos aceitar que associem a defesa
da exposição das crianças aos textos a um ensino por predição. Além da
justificativa do letramento, colocar as crianças na alfabetização inicial, bem
no início da sua formação leitora e escritora, em contato com a leitura e
escrita de textos, antes mesmo de chegarem a ler com autonomia e escrever de
forma convencional, tem relação com o fato de que a se considera a
alfabetização como um processo que vai além do ensino da decifração do sistema
alfabético. Aposta-se que as crianças se perguntam sobre a escrita – desde que
tenham oportunidade para tal – e vão formulando hipóteses sobre seu
funcionamento, argumentando sobre suas ideias, mesmo que ainda distantes da leitura
autônoma e da escrita convencional. É isso e não exatamente e necessariamente,
porque creem que a leitura por predição e a imersão na cultura escrita bastam
para, efetivamente, se alfabetizar. Isso
porque olham pelo ponto de vista da aprendizagem e não apenas do ensino, apostando
no pensamento das crianças, em sua capacidade de indagar ativamente o objeto de
conhecimento. E aqui é uma diferença epistemológica de base em relação à
perspectiva que só considera o objeto e o ensino, sendo a aprendizagem apenas
um resultado desse ensino. E essa é uma lição do construtivismo e do
socioconstrutivismo (ou sociointeracionismo) que é inegociável.<o:p></o:p></span></div>
<br />
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<span style="color: black; font-family: "georgia" , "serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">Mas, dito isto, precisamos reconhecer o que
nisso tudo dá brecha a essas interpretações equivocadas. A questão é que a,
ainda que a didática construtivista preveja princípios e estratégias para
provocar a reflexão sobre o princípio alfabético,<span style="mso-spacerun: yes;"> </span>apostam muito alto na leitura por predição
(sem incluir nessa pesquisa os elementos sublexicais de forma sistemática) e negligenciam
as reflexões sistematizadas e provocadas coletivamente pelo professor, sobre a
dimensão sonora da escrita. E isso por acreditar que as próprias crianças
constroem os procedimentos de análise necessários para que a alfabetização se
realize, deixando a mediação docente um tanto casual nesse aspecto. Tanto é que
Telma Weisz (2016, p. 17) afirma que “nas atividades de ‘leitura’, o aluno
precisa analisar todos os indicadores disponíveis para descobrir o significado
do texto e poder decidir o que está escrito (e onde)”. E isso, conforme a
autora, pode ser feito de duas formas: pelo ajuste dos segmentos do texto
falado, memorizado, aos segmentos escritos, e por estratégias de antecipação
pelo contexto verbal ou extraverbal. Não nego nada disso. Mas esses
procedimentos não devem implicar em negligenciar a decifração, e nem se opõem a
ela, como tentarei argumentar mais adiante. Decifração, consciência fonológica,
fonema, sílaba, por vezes são termos quase proibitivos a essa didática – como
já argumentado. Eis a porta que se fecha, também aí, para dialogar mais
produtivamente com a perspectiva da ciência da leitura. Diálogos, no entanto,
apesar de epistemologias diversas, são possíveis, saindo, em ambos os casos,
das perspectivas polarizadas, sectárias. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<span style="color: black; font-family: "georgia" , "serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<span style="color: black; font-family: "georgia" , "serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">Uma coisa é opor completamente decifração a
predição pelo contexto, como se só houvesse a possibilidade de um ou outro
processo, outra é reconhecer a leitura como um processo cognitivo complexo, que
envolve processos ascendentes (ou <i>botton-up</i>, foco na decifração) e descendentes
(ou <i>top-down</i>, foco na produção de significados, na compreensão, na formulação
de hipóteses sobre o texto, inferências, antecipações, predições). A leitura
eficiente envolve procedimentos textuais, lexicais e sublexicais. Um modelo
interativo, também teorizado nesse campo de pesquisas cognitivas, prevê um
papel importante, mas diferenciado, de ambos os processos. Nem tanto ao mar,
nem tanto à terra! <span style="mso-spacerun: yes;"> </span><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<span style="color: black; font-family: "georgia" , "serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;"><span style="mso-spacerun: yes;"><br /></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<span style="color: black; font-family: "georgia" , "serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">O simples convívio com textos escritos e a
leitura por predição não garante a apropriação do princípio alfabético – ao
menos Magda nunca defendeu que garante. Ler é também decifrar. <span style="mso-spacerun: yes;"> </span>Esse é um procedimento fundamental, mas não é
só decifrar, haja visto que decifrar não garante a compreensão do que se lê, os
processos inferenciais que o texto exige, a apropriação dos discursos em suas
complexidades diversas. Ler é um termo polissêmico e, essa leitura que permite
a interação plena com o escrito, não é só decifrar. Isso já sabemos, aliás, o
analfabetismo funcional é justo isso – a falta de competência de uso do
conhecimento da decifração e do domínio da escrita alfabética e ortográfica para
compreender e produzir textos, interagindo na cultura escrita. Agora, a leitura
que garante a autonomia em relação à notação alfabética é, sim, sobretudo,
decifrar o escrito. E isso Magda mesma fala, apesar de ser a ela dirigida a
crítica do vídeo, não a outros que, inclusive, dão menos ênfase à decifração do
que ela. Ou seja, essa briga sobre se ler é decifrar ou não, se é decifrar ou
compreender, é contraproducente, pois se fala aí de sentidos diferentes de
leitura. O próprio campo da ciência da leitura conclui essa querela, defendendo,
em geral, um modelo interativo que envolve ambos os processos – ascendentes e
descendentes – ou ao menos boa parte dos autores desse campo. O modelo
interativo de leitura é mais amplamente aceito na comunidade científica do que
o modelo ascendente que Nadalim defende. Novamente, precisamos ressaltar que, nem
com o campo que ele mesmo abraça, ele dialoga bem para fundamentar seus argumentos.
Pelo visto, nem ao menos as obras clássicas da ciência cognitiva da leitura,
perspectiva à qual ele diz se filiar, ele de fato leu. Existem pesquisas, nesse
campo, que indicam a importância tanto dos processos ascendentes quanto
descendentes na aprendizagem da leitura, e que coadunam com a ideia da
importância de ler em busca do significado, em práticas e textos significativos
e reais. Para uma visão mais nuançada e lúcida da perspectiva da ciência da
leitura, ver Snow e Juel (2013). Mas eles silenciam sobre isso, não é? Porque
não interessa abrir brechas para o diálogo, interessa tensionar ao extremo! E
porque? Em nome da ciência é que não é – essa é mais uma falácia! <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<span style="color: black; font-family: "georgia" , "serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<span style="color: black; font-family: "georgia" , "serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">Nesse campo, encontramos também autores
ponderados, que discutem no nível científico e acadêmico sobre suas
divergências, achados e interpretações diferentes, pois sabem que a ciência tem
também perspectivas – não é ciência exata aqui. E autores que sabem que
pesquisa não se aplica diretamente às práticas pedagógicas, que têm, essas, de
dar conta de exigências diversas, diversos fatores intervenientes. Mas o
problema é que Nadalim se baseia em autores sectários, cujos argumentos são
também carregados de viés ideológico e posicionamentos inflamados. Essas
posições, mais dogmáticas do que propriamente científicas, que criam
estratagemas para fechar o diálogo com outras perspectivas, revelam também o
enorme interesse editorial com investimentos do dinheiro público – ficarão felizes
quando essa concepção basear os documentos oficiais, não é? Só isso consegue
explicar a tomada de um partido tão radical e “cego”, sem ponderações no campo
das teorias, ciências de diversas perspectivas, e diferentes concepções de
alfabetização. <o:p></o:p></span><br />
<span style="color: black; font-family: "georgia" , "serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;"><br /></span>
<span style="color: black; font-family: "georgia" , "serif"; line-height: 150%;">Afinal, não nos esqueçamos, tampouco, que a compreensão leitora, nessa perspectiva, toma a decifração pela via fonológica e a posterior automatização do reconhecimento lexical como elementos fundamentais para a posterior compreensão de textos. Ora, está certo que ao automatizar o processo de ler palavras, o sujeito fica com a atenção liberada para os processos superiores de compreensão. Até aí, tudo bem. Só que os processos de compreensão não decorrem apenas de uma boa decifração ou da leitura automática das palavras do texto, exigem muito mais, exigem processos cognitivos complexos e relação com conhecimentos que vão para além do texto concreto. Assim, aguardar o domínio da leitura, em seu sentido mais restrito, para trabalhar a leitura em seu sentido mais amplo, achando que isso é que vai resolver o problema de alfabetização e letramento (de literacia funcional, eles dizem na PNA) é dar um tiro no pé. Por isso, cuidado com cair na argumentação de que a compreensão leitora não existe antes de ler propriamente, pois as estratégias, procedimentos e comportamentos leitores que contribuem muito na compreensão leitora, quando as crianças tiverem autonomia de leitura lexical, podem e devem ser trabalhadas desde sempre, e não apenas ao já se saber ler. Isso é, de longe, a ideia mais perigosa e ideológica dessa perspectiva: esperar as crianças aprenderem a ler para investir na compreensão de textos. Por isso, insistamos no letramento antes da alfabetização! Nas facetas sociocultural e interativa do letramento, que inclui também os processos leitores e produtores de textos.</span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<span style="color: black; font-family: "georgia" , "serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<span style="color: black; font-family: "georgia" , "serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">De todo modo, também quanto a essa história
do reconhecimento das palavras nos textos, a birra de Nadalim, embora ele não saiba, continua sendo com a
didática construtivista, não tanto com a perspectiva do letramento – ah, esqueci que
para ele é tudo a mesma coisa! Mas é Magda, ela mesma, que é atacada e, já que
são ataques destituídos de argumentos sólidos, são ataques “<i>ad hominen</i>”...Aliás...ataques
a uma mulher, não é? Só por isso deve merecer todo esse desrespeito, mesmo
descabido, de quem não se deu nem ao trabalho de estudar suas obras. Ora,
bolas, mas para quem só liga para as tutelas estrangeiras, pra que ler autoras
tupiniquins, não é? <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<span style="color: black; font-family: "georgia" , "serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<span style="color: black; font-family: "georgia" , "serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">Bom, gente, é certo que essa polêmica sobre
ler ser decifrar ou compreender é vasta, não daria aqui para explorar essa
seara aprofundadamente, e sei também que algumas perspectivas, de fato,
enfatizam apenas o pólo da compreensão – o que para mim, também é equivocado –
assim como a abordagem à qual Nadalim é afiliado enfatiza apenas a decifração. Compreender,
diz ele, é algo para depois, é a finalidade da leitura, não leitura. Mas nem
todos estão situados nesses pólos extremos, como já discutido anteriormente.
Tudo depende do conceito de leitura que se considera.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<span style="color: black; font-family: "georgia" , "serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<span style="color: black; font-family: "georgia" , "serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">Nadalim tem outro <a href="https://www.youtube.com/watch?v=Ms_rAEyDvSA" target="_blank">vídeo</a> em seu canal que
fala, justamente, sobre isso. É um vídeo curto, vale a pena assistir para
continuar a discussão.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<span style="color: black; font-family: "georgia" , "serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<span style="line-height: 150%;"><span style="font-family: "georgia" , serif;"><iframe allow="accelerometer; autoplay; encrypted-media; gyroscope; picture-in-picture" allowfullscreen="" frameborder="0" height="225" src="https://www.youtube.com/embed/Ms_rAEyDvSA" width="386"></iframe></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<span style="font-family: "georgia" , serif; font-size: 12pt; line-height: 150%;">Quanto a esse vídeo, ele segue a argumentação
capciosa, polarizando dois componentes da leitura, separando-os, e prioriza
apenas a decifração no processo complexo de leitura. <o:p></o:p></span></div>
<br />
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<span style="font-family: "georgia" , serif; font-size: 12pt; line-height: 150%;">Afirmar que as crianças só se apropriam da
leitura se for de forma mecânica é uma afirmação irresponsável. Além disso,
diferente dele, não queremos formar apenas leitores hábeis, mas leitores inteligentes,
críticos, sagazes.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<span style="font-family: "georgia" , serif; font-size: 12pt; line-height: 150%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
</div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<span style="font-family: "georgia" , serif; font-size: 12pt; line-height: 150%;">Sobre sobrecarga cognitiva – será que sabe
mesmo o que é? Duvido muito. Afinal, dizer que tem experiência nesse ramo: quá
quá quá...é tudo que tenho pra dizer.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<span style="font-family: "georgia" , serif; font-size: 12pt; line-height: 150%;">Mas vamos comentar, mesmo assim. Entendo que quando se fala que ler é
compreender refere-se a esse sentido
mais amplo de ler, não à capacidade de transformar a notação em sentido, via
reconhecimento das palavras (por via fonológica ou lexical), porque é óbvio que
é possível ler (decifrar) sem compreender (analfabetismo funcional é bem esse
caso), e compreender sem ler (no sentido de decifrar), como no caso de
compreender uma história lida por outro ou qualquer outra situação. Trata-se aí
da leitura como um processo interativo, reflexivo, ativo, em que o leitor não é
mero receptor das informações linguísticas do texto. Trata-se de um leitor ativo
que constrói sentidos na interação com o texto. Ângela Kleiman, Ingedore Koch, Isabel
Solé, e tantos outros autores e autoras já nos deram régua e compasso nesse
departamento aí... É dessa leitura mais ampla, que envolve a compreensão, a
produção de sentidos, o processo inferencial, de que se trata. Ler é
polissêmico! Mas – e isso é que importa sublinhar – também é equivocado dizer
que compreender é apenas a finalidade de ler, porque se fosse assim, bastava
decifrar bem para compreender os textos, e a realidade nos mostra que isso não
é assim, não é? Leitura (decifração) literal não garante a leitura
(compreensão). Há diferentes habilidades envolvidas na leitura, não apenas a
decifração. É esse entendimento que estamos tentando defender diante dos rumos
das propostas do MEC quanto às políticas de alfabetização. E não defender que
ler seja prever o escrito. Essa é mais uma argumentação falaciosa que, repetida
à exaustão, se pretende tornar verdade. Não deixemos! E aliás, essas diversas habilidades
não precisam ser abordadas sequencialmente, uma depois da outra, mas sim
simultaneamente. Até porque, aprender a ler sem pensar no sentido, sem compreensão é muito chato! Subestima-se as
crianças achar que não dão conta e, a língua sem vida torna a aprendizagem mecânica,
sem sentido para elas. Nem sempre o que é bom no âmbito da ciência é bom no âmbito
social e, nesse caso, no âmbito das práticas pedagógicas, que precisam dar
conta de um objeto de conhecimento que é multifacetado. Num país que as
crianças, aliás, não têm garantidas as ricas experiências com o mundo letrado,
é até perverso sentenciá-las a um ensino instrumental (ou é isso mesmo que
querem, né?). <o:p></o:p></span><span style="font-family: "georgia" , serif; font-size: 16px;">Como argumenta Magda Soares (2016) e </span><a href="https://periodicos.ufsm.br/reveducacao/article/view/658/469" style="font-family: Georgia, serif; font-size: 16px;" target="_blank">Isabel Frade</a><span style="font-family: "georgia" , serif; font-size: 16px;"> (2007), as várias aprendizagens que envolvem a apropriação da leitura e da escrita exigem diferentes metodologias. </span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<span style="color: black; font-family: "georgia" , "serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<span style="color: black; font-family: "georgia" , "serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">Rebatendo outro argumento do vídeo, afirmar,
peremptoriamente, que o convívio com textos não permite que as crianças
construam hipóteses sobre o funcionamento da escrita, que pesquisem
inteligentemente sobre como a escrita funciona, sobre como se lê ou escreve uma
palavra, sobre o que diz um verso, um texto, está baseado em quê? Ele fez
pesquisas quanto a isso? Citou alguma? De novo ele mistura coisas diversas. Uma
coisa é fazer hipóteses sobre o funcionamento da escrita – e muitas pesquisas,
mesmos de perspectivas da psicologia cognitiva da leitura que ele assume,
indicam, assim como outras tantas pesquisas, de outras perspectivas, também
válidas. Outra coisa é fazer hipóteses e predições no reconhecimento de
palavras no texto. Ele <span style="mso-spacerun: yes;"> </span>parece misturar
isso tudo numa coisa só, alertando quanto ao perigo dessa perspectiva. Perigo de
as crianças refletirem sobre a língua? Perigo de pensarem sobre os textos mesmo
sem saber ler? Perigo de pensarem? É isso?<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<span style="color: black; font-family: "georgia" , "serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj8sKS1dHuEemdhxzSx3Blz9WDYvbuCgZScanPJPaGRqGv9iA5sLIhwCQlRK-cEYCZQdjnD7RF-Cui9hl0b-EzUpx4zKz4GtVNWAA_8SRR989H9wOgJUGGxYHYY_05IbO0yhtA5HopE7-Ob/s1600/capa_alfabetizacao_web.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="503" data-original-width="350" height="200" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj8sKS1dHuEemdhxzSx3Blz9WDYvbuCgZScanPJPaGRqGv9iA5sLIhwCQlRK-cEYCZQdjnD7RF-Cui9hl0b-EzUpx4zKz4GtVNWAA_8SRR989H9wOgJUGGxYHYY_05IbO0yhtA5HopE7-Ob/s200/capa_alfabetizacao_web.jpg" width="138" /></a><span style="color: black; font-family: "georgia" , "serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">Bom, mas sei que tudo isso é muito complexo, não
cabe, em um post, entrar em detalhes sobre essas questões. Mas são temas a
estudar, a debater, a trazer para essa discussão, contribuições do campo da ciência
cognitiva da leitura das quais devemos nos apoderar e passar pelo crivo da
interpretação pedagógica. Mas, para quem quiser se aventurar nesse estudo,
sugiro para começar o <a href="https://editoracontexto.com.br/downloads/dl/file/id/1483/alfabetizac_o_primeiro_capitulo.pdf" target="_blank">capítulo</a> do livro de Micotti, de 2012 (minha versão é 2017), com um resumo dessa
questão. Para aprofundar mais, podem consultar o capítulo introdutório do livro "Aprendizagem da leitura e da escrita: o papel das habilidades metalinguísticas", de Sandra Regina Kirchner Guimarães.</span><br />
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<span style="color: black; font-family: "georgia" , "serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">Deixo, entretanto, registrado o achatamento –
mais um achatamento – da questão, quando Nadalim silencia, ou melhor, elimina,
outras perspectivas, para colocar de forma impositiva – postura nada científica
– a sua própria posição. O que importa é que o nosso secretário da
alfabetização coloca sua posição unilateral como verdade última e fechada,
enquanto o campo da ciência da leitura – o campo que ele mesmo valida –
diferente desse sectarismo, segue debatendo, pesquisando, ponderando,
divergindo – nem eles fecham questão assim. Ao atribui um caráter incontestável
às pesquisas cognitivas em leitura, silenciando sobre discordâncias nesse
próprio campo, negando cunho científico às perspectivas científicas de outras
linhas, atribuindo-lhes o valor de ideologias, e desconsiderando a necessária
interpretação pedagógica dos resultados de pesquisa (já que na prática, o que
temos que dar conta é de um objeto multifacetado e de realidades não
consideradas), Nadalim – como outros dessa vertente mais sectária – fecha o
debate.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<span style="color: black; font-family: "georgia" , "serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<span style="color: black; font-family: "georgia" , "serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">Toda a complexidade do campo se esvai em
fórmulas simplificadas e binárias frequentes em seus vídeos. Ou seja, o que
podemos concluir aí é que seus argumentos de ataque, aparentemente bem
construídos, escondem uma miscelânea de diferentes perspectivas atacadas malandramente
como se fossem uma coisa só e a adesão a uma única perspectiva como se fosse a
única válida no campo científico – o que não é verdade – reduzindo um campo
complexo a um binarismo simplório. Engodo para os pais e para os professores
desavisados. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<span style="color: black; font-family: "georgia" , "serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<span style="color: black; font-family: "georgia" , "serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">Se defender o convívio com a cultura letrada
e aprender o sistema no contexto do uso da língua nas práticas de leitura e
escrita, tem aproximações com o que a marcha analítica defendia, confundir isso
com método analítico e com leitura por adivinhação, colocando o letramento como
vilão, é muita má fé. Mas é fato que esse não é um equívoco só dele. Vários
comentadores, que se acham “educadores” de última hora, divulgam suas opiniões
na mídia baseados em premissas equivocadas, tratando da atual querela como se
fosse a velha querela entre método sintético (fônico) X método global,
analítico – que associam ao que há hoje nas políticas de alfabetização. E os
jornalistas que escrevem as matérias, ainda que trazendo as duas visões, ainda
que, por vezes, bem intencionados e mesmo críticos da perspectiva do governo,
partem também dessas premissas equivocadas, que é o modo deles (de Nadalim, de
muitos defensores do método fônico) de colocar a questão (ver <a href="https://lunetas.com.br/metodos-de-alfabetizacao/?fbclid=IwAR3iCRqRoOItnGvmUhabCJW9BmuYGgwlZVLb_BY13PfrkYkMiaqewIi0_vE" target="_blank">aqui</a>, <a href="https://gauchazh.clicrbs.com.br/educacao-e-emprego/noticia/2019/02/os-planos-do-governo-bolsonaro-para-a-alfabetizacao-dos-brasileiros-cjrwovztr027i01tdxrc7ria2.html?fbclid=IwAR1UZd3MoSFkk5qK9MLb6CgBbJ3vq3TtSkFQAB0UVdtZSmW0kec9TBISWAU" target="_blank">aqui</a> e <a href="https://www1.folha.uol.com.br/educacao/2019/03/mec-prioriza-metodo-fonico-em-projeto-para-alfabetizacao.shtml?fbclid=IwAR3AkOgaIJ_UZSGTxVJMaI68N8jBAaqrKmy3DsPwVoxqBeR3NMCA2Xd4Fjs" target="_blank">aqui</a>, exemplos). Quanto a isso, ver também o post
0, com o panorama sobre o campo da alfabetização no Brasil, e as duas
entrevistas que já indiquei, com Magda Soares, a esse propósito, <a href="https://novaescola.org.br/conteudo/15004/vivi-o-estado-novo-e-passei-pela-ditadura-mas-nunca-vi-um-periodo-tao-assustador-como-este-na-educacao" target="_blank">aqui</a> e <a href="http://www.cartaeducacao.com.br/entrevistas/pensar-que-se-resolve-a-alfabetizacao-com-o-metodo-fonico-e-uma-ignorancia/" target="_blank">aqui</a>.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<span style="color: black; font-family: "georgia" , "serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<span style="color: black; font-family: "georgia" , "serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">Vamos dar uma pausa para o refrigério, mas
ainda tem mais a analisar nesse vídeo. Na próxima postagem, seguirei apontando
e discutindo sobre equívocos conceituais e afirmações que não se sustentam, mas
em posts mais breves, já que o essencial já foi discutido. Comentarei absurdos
que extrapolam as questões relativas ao processo linguístico de alfabetização,
sobre ideologia, fazendo, também, algumas considerações sobre os argumentos de
Nadalim quanto à formação de professores e o homeschooling.<span style="mso-spacerun: yes;"> </span>Sim, tem mais...Em breve...</span><br />
<span style="color: black; font-family: "georgia" , "serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;"><br /></span>
<span style="color: black; font-family: "georgia" , "serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">Por ora, lembro que no meu acervo de jogos e materiais há muitas propostas que implicam em reconhecimento de palavras quando ainda não se sabe ler decifrando. Quero lembrar que, embora baseadas em propostas caras à didática construtivista, minha visão sobre elas é de que precisam incluir - nessa pesquisa inteligente que as crianças fazem sobre a escrita das palavras - os aspectos sublexicais de forma menos casual. Ou seja, trata-se de provocar as crianças, explicita e intencionalmente, a considerarem em suas reflexões também os aspectos sonoros: sons iniciais de sílabas ou fonemas salientes, rimas, relação entre as letras e os fonemas vocálicos que, por soarem, e seus nomes coincidirem com seus sons, facilitam a identificação das palavras. Fatiados, lacunados, textos enigmáticos (como os provérbios e Trava-línguas do acervo), as <a href="http://oficinasdealfabetizacao.blogspot.com/2010/03/kit-adivinhas.html">Adivinhas 4 opções</a> ou o Minhas Adivinhas, são kits com essa proposta. Não se trata de contar apenas com a predição, com o que sabem oralmente sobre os textos e com estabelecimentos casuais de relação entre a dimensão sonora e gráfica. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<span style="color: black; font-family: "georgia" , "serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<span style="color: black; font-family: "georgia" , serif; line-height: 150%;"><span style="font-size: x-small;"><b>Nota de esclarecimento</b>: a Ciência Cognitiva
da Leitura consiste em um conjunto de pesquisas produzidas em áreas diversas,
tais que a Psicologia Cognitiva, a Neurociência Cognitiva e a Linguística
Cognitiva.<o:p></o:p></span></span></div>
<br />Licahttp://www.blogger.com/profile/13330703422606132370noreply@blogger.com3tag:blogger.com,1999:blog-2765047742547072708.post-5171396055248031722019-04-09T10:41:00.001-07:002019-10-03T08:55:18.736-07:00LETRAMENTO, O VILÃO DA ALFABETIZAÇÃO NO BRASIL? – POST 2 <br />
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; text-align: justify;">
<span style="color: #660000;">Post 2 – Miscelânea conceitual: letramento,
construtivismo, whole language, método global, ideovisual ... tudo num saco só?
Letramento e/ou literacia? Consciência fonêmica: pré-requisito e/ou
consequência?</span><span style="font-size: 12pt;"><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; text-align: justify;">
<b>Introdução</b></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; text-align: justify;">
<b><br /></b></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<span style="line-height: 150%;">Aos desavisados, que possam reclamar
do textão, volto a esclarecer: trata-se de textos para estudo, cujos
interlocutores são, em geral, estudantes, professores do ensino básico,
buscando relacionar os estudos do campo da alfabetização ao panorama atual das
políticas públicas em nosso país, e especialistas, aos quais junto minha voz para
contribuir com esse debate – propósitos enunciados no início da série.
Portanto, o texto é “explicudo”, tem glosas necessárias ao estudo, ao
aprofundamento necessário para compreender a seriedade das distorções perpetradas
pelos que atacam concepções sem fundamento e com muita desonestidade
intelectual. E, por vezes, tem também alguns juízos quanto ao que se diz, ao
como se diz e a quem – de que lugar – diz, para rebater juízos que não se sustentam,
o que revela minhas indignações, indignações que cabem nesse gênero de texto –
postagem de blog. De todo modo é contrapondo-se a argumentos, não à pessoa,
embora, por vezes, seja difícil mesmo separar isso, nesse momento, não é? Ademais,
refletir não apenas sobre o que se diz, mas como se diz e o próprio processo de
dizer do enunciador e as condições de sua produção, também faz parte do campo
de estudos da linguagem. Aqui é um blog, não um periódico científico, nos qual
teço minhas considerações a partir de outras organizações discursivas e linhas
argumentativas. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<span style="line-height: 150%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<span style="line-height: 150%;">Lê quem quer e quem precisa. Se você quer
comentários mais breves, sínteses e estudar não é bem o que procura, o lugar é
o <a href="https://www.facebook.com/jogosdealfabetizacao/" target="_blank">Facebook</a>, lá teço minhas considerações também. Aqui sou eu, indignada,
perplexa, em luta! E o estudo compartilhado é um modo de lutar! Porque por trás dos discursos há um problema de fundo que diz respeito aos usos do dinheiro público para livros e materiais didáticos, e todo o movimento de mercantilização da educação. Desconstruir esses discursos nos ajudam a pactuar com o que realmente importa!<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<span style="line-height: 150%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<span style="line-height: 150%;">Vamos lá, continuando e
aprofundando...<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<span style="line-height: 150%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; mso-layout-grid-align: none; text-align: justify; text-autospace: none;">
<span style="line-height: 150%;">1<b style="mso-bidi-font-weight: normal;">.
Miscelânea conceitual<o:p></o:p></b></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; mso-layout-grid-align: none; text-align: justify; text-autospace: none;">
Continuando...vamos seguir na
argumentação sobre o vídeo “Letramento é o vilão da alfabetização”, iniciada no
<a href="http://oficinasdealfabetizacao.blogspot.com/2019/04/letramento-o-vilao-da-alfabetizacao-no.html" target="_blank">Post 1</a> dessa série que discute o vídeo. Os argumentos de Nadalim, nesse vídeo,
seguem com outros tantos equívocos conceituais. Falaremos, nesse post, de
outros equívocos relacionados aos já enunciados. São tantos, que só textão mesmo
para dar conta!</div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; mso-layout-grid-align: none; text-align: justify; text-autospace: none;">
<span style="line-height: 150%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; mso-layout-grid-align: none; text-align: justify; text-autospace: none;">
<span style="line-height: 150%;">Como ele confunde letramento e
construtivismo, colocando tudo no mesmo saco – ou acredita que<span style="mso-spacerun: yes;"> </span>o letramento é a aplicação da teoria
construtivista na alfabetização (sic!!!), como discutimos no post anterior –
ele acha, igualmente, que “o letramento é também uma espécie de ambientação
latino-americana, especialmente brasileira, do <i style="mso-bidi-font-style: normal;">whole language</i>” – nas palavras dele. Nada mais incorreto! O <i style="mso-bidi-font-style: normal;">whole language</i>, ou linguagem integral, é uma perspectiva
psicolinguística holística dos anos 1970, cujos representantes são Ken Goodman e Frank Smith, e faz parte das querelas dos métodos nos Estados Unidos, se contrapondo
à perspectiva fônica. </span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; mso-layout-grid-align: none; text-align: justify; text-autospace: none;">
<span style="line-height: 150%;"><br /></span></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgin0e5M9c88V2nZB-jFlTclv0xyToZxOzoKh3YSjROwOn-V1VLh4jtcZ9gPebsmSBm0ZzFTKRCBbxHKBgfgo0i-xuvqeOBIF7uY8KSXbQVDhIvJ-OYhI2H06wxazqHKVFanDFJakPcYNtY/s1600/Goodman.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="500" data-original-width="347" height="200" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgin0e5M9c88V2nZB-jFlTclv0xyToZxOzoKh3YSjROwOn-V1VLh4jtcZ9gPebsmSBm0ZzFTKRCBbxHKBgfgo0i-xuvqeOBIF7uY8KSXbQVDhIvJ-OYhI2H06wxazqHKVFanDFJakPcYNtY/s200/Goodman.jpg" width="138" /></a></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; mso-layout-grid-align: none; text-align: justify; text-autospace: none;">
O <i>whole language</i>
gerou, nos EUA, propostas pedagógicas em que as relações fonema–grafema não são
objeto de ensino direto e explícito, sua aprendizagem decorreria de forma
natural da interação com a língua escrita, com os textos. A aprendizagem sobre
a notação da língua se dá, nessa perspectiva, na imersão na linguagem escrita,
sem investimento no ensino sistemático do funcionamento alfabético da notação
da língua. A decifração era evitada ou adiada. Embora vejamos hoje os limites dessa proposta, ela também traz uma importante contribuição no sentido de cuidarmos de, na abordagem das unidades que estruturam o sistema para aprender sobre seu funcionamento, não nos descuidarmos da linguagem significativa, das próprias particularidades sonoras quando se analisa os fonemas no contexto das palavras, das variedades linguísticas - aspectos muito importantes, dentre outros, que Goodman sinaliza.</div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; mso-layout-grid-align: none; text-align: justify; text-autospace: none;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; mso-layout-grid-align: none; text-align: justify; text-autospace: none;">
<span style="line-height: 150%;">Agora, a pergunta é: onde é que a perspectiva do letramento, defendendo
a interação com as práticas letradas, implica em não ensinar a notação
alfabética? Onde é que falar em inserir as criança na cultura letrada implica
em ensinar a ler pelo todo sem abordar o funcionamento do sistema, sem ensinar
os procedimentos de decifração? Onde ele viu isso? Em que livro de Magda
Soares? Esse “livro” não existe!!! A perspectiva do letramento, ainda mais a de
Magda, que é diretamente atacada no vídeo, enfatiza tanto a faceta
sociocultural e interativa da língua e de sua apropriação, quanto as
aprendizagens relativas ao sistema de escrita alfabética. Não há negligência
com essa faceta linguística, referente à notação alfabética da língua, sua base
fonológica, os procedimentos de decifração. Não necessariamente e, categoricamente,
não na perspectiva da autora que ele critica abertamente no vídeo. Aliás, é
justamente a isso que Magda Soares se refere quando fala de alfabetizar letrando
e letrar alfabetizando, defendendo a especificidade da aprendizagem do
funcionamento alfabético na apropriação da língua escrita. É o que ela chamou
de “reinvenção da alfabetização”, em um <a href="http://www.gestaoescolar.diaadia.pr.gov.br/arquivos/File/programa_aceleracao_estudos/reivencao_alfabetizacao.pdf" target="_blank">artigo</a> de 2003!!! Mais de 15 anos! Então...o
que você acha? Ele leu Magda Soares? Reinventar a alfabetização é, segundo a
autora, justamente voltar a colocar foco nessa especificidade do processo de
alfabetização, do ensino do funcionamento alfabético, que foi um tanto
negligenciada pelo foco nos aspectos psicogenéticos e socioculturais da
apropriação da escrita – que ela denominou de “desinvenção da alfabetização”.
Justo ela – que embora seja uma voz importante no campo dos estudos do
letramento, defende tanto esse ensino explícito do sistema – sendo atacada por
algo completamente dissonante em relação ao que defende. Ele com certeza não
leu Magda Soares! Letramento não tem nada a ver com <i style="mso-bidi-font-style: normal;">whole language</i>, Sr. Nadalim!!! <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; mso-layout-grid-align: none; text-align: justify; text-autospace: none;">
<span style="line-height: 150%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<span style="line-height: 150%;">Numa postagem no </span><a href="http://comoeducarseusfilhos.com.br/blog/" target="_blank">blog</a> de Nadalim, há
um <a href="http://comoeducarseusfilhos.com.br/blog/o-que-raios-e-o-construtivismo/" target="_blank">texto</a> de um professor, Luiz Carlos Faria da Silva, adepto do homeschooling, que, após juntar
Vygotsky, Luria e a neuropisicologia, também nesse mesmo saco, diz: “Aprender a
ler com base em textos, aprender a ler privilegiando as habilidades cognitivas
superiores, aprender a ler do todo para a parte, aprender a ler dando valor à
função social da linguagem, tudo isso <i>é whole
language</i>, tudo isso é construtivismo aplicado à alfabetização, tudo isso é
letramento” – atestando, ele também, a sua miscelânea completa. Quanta asneira!
Quanta desconsideração por tantos campos de conhecimento! E Vygotsky, diga-se
de passagem, entrou de gaiato no saco apenas por defender o óbvio, de que o
ensino da língua deve se dar no uso vivo da linguagem – coisa que até hoje,
ainda nem conseguimos, de verdade, garantir. Na certa, para esse professor,
validado por Nadalim, construtivismo também é uma etiqueta que cobre a
perspectiva histórico-cultural, sociointeracionista, e um monte de coisa mais. Dizem
que “construtivismo” é vago, porque há tantos conceitos de construtivismo
quanto autores que o defendem (segundo Luiz Faria, no Blog
Como educar seus filhos), mas eles mesmos fazem uma mistureira sem fim. Sim, o
construtivismo terminou por agregar diversas referências e ajustes são
necessários para entender as nuances entre teorias e discurso pedagógico e
político-pedagógicos. Mas daí a desqualificar as perspectivas contrárias aos
ideais deles e igualá-las todas é muita desonestidade... Em outro <a href="http://comoeducarseusfilhos.com.br/blog/respondendo-a-objecoes-o-que-raios-e-o-construtivismo/" target="_blank">texto</a>, esse
mesmo professor diz: “aplicado ao ensino de leitura e escrita, o construtivismo
ganhou no Brasil o nome de letramento”. Então, finalmente, entendi de onde
Nadalim tira essas afirmações esdrúxulas e a empáfia de dizê-las com tanta
convicção. Esses caras são loucos!</div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<span style="line-height: 150%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<span style="line-height: 150%;">Agora, para não ficar apenas na
perplexidade, vamos tentar entender... É fato que essa perspectiva do <i style="mso-bidi-font-style: normal;">whole language</i> se aproxima de como, no
Brasil, o construtivismo foi didatizado na alfabetização (o construtivismo, não
o letramento. Lembram? Não é a mesma coisa!).... E isso a própria Magda Soares
<a href="http://www.scielo.br/pdf/rbedu/n25/n25a01.pdf" target="_blank">afirma</a>, reconhecendo as aproximações. As próprias Emilia Ferreiro e Ana
Teberosky (1985) abordaram, em seu livro sobre a pesquisa psicogenética, os
princípios de Goodman e Smith, se alinhando a eles e abrindo a brecha para tal
aproximação. A didática de cunho construtivista, no Brasil – estabelecida na
alfabetização, principalmente, com o PROFA no início dos anos 2000, a partir dos
PCNs, segue fundamentando projetos municipais e é bastante presente no discurso
pedagógico, com propostas didáticas que se aproximam daquelas do whole language.
A hegemonia do discurso pedagógico construtivista e suas concepções sedutoras
quanto à aprendizagem das crianças, de fato favoreceu o tensionamento com a
perspectiva fônica, pois, bem ao contrário da ênfase exagerada na relação
fonema-grafema no método fônico, a didática construtivista é pouco intencional
e efetiva quanto às estratégias didáticas de ensino explícito do sistema
alfabético. E, de fato, adota-se aí princípios e procedimentos (como </span>a leitura por predição), que
se aproximam muito de princípios ose procedimentos da perspectiva do <i>whole language</i>, que julga produtiva a leitura por predição e não
por decifração. Propondo um ensino do funcionamento alfabético mais casual,
incidental, deu espaço para se pensar que as crianças devem descobrir quase que
por si mesmas o princípio alfabético, as relações fonema–grafema, na interação
com material escrito em diversas práticas de leitura e de escrita.</div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<span style="line-height: 150%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<span style="line-height: 150%;">Ao defender que a criança é capaz de
descobrir por si mesma as relações fonema–grafema, na interação com o material
escrito e nas práticas de leitura e de escrita, sem investir nos procedimentos
de decifração, é como se, então, priorizasse o que se denomina como letramento.
Ah...o letramento... E aqui chegamos a um ponto importante. Talvez seja por isso
que Nadalim e seus gurus se acham no direito de colocar esses conceitos –
letramento e construtivismo – no mesmo saco. Percebem? Só que precisa forçar
bem a barra para concluir, então, que o letramento é o mesmo que whole language.
E também para jogar fora, de forma desrespeitosa e autoritária, toda a
perspectiva construtivista, em função de certos equívocos que sua didatização e
hegemonia nos discursos e políticas operaram no campo da alfabetização. A sabedoria
de aparência de Nadalim é quase sofismática. Como lembra Artur Gomes de Morais
(2006), o debate já se originou, no Brasil, de forma inadequada, pois importou
a antiga discussão entre “método global” e “método fônico”, ‘<i style="mso-bidi-font-style: normal;">whole language</i>’ e ‘<i style="mso-bidi-font-style: normal;">phonics’</i> em outros países, tomando a premissa equivocada dos
partidários do método fônico de que a didática construtivista de alfabetização
se igualaria ao método global. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<span style="line-height: 150%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<span style="line-height: 150%;">Mas continuando... Sabemos que Emilia
Ferreiro, ela mesma, não criou nenhuma didática, apenas estabeleceu princípios
a partir da pesquisa e da teoria, que foram didatizados com pouca ênfase no
ensino do funcionamento alfabético. Nem na perspectiva psicogenética, nem na
perspectiva do <i style="mso-bidi-font-style: normal;">whole language</i>, nem na
</span><span style="line-height: 150%;">didatização<span style="mso-spacerun: yes;"> </span>do
construtivismo</span><span style="line-height: 150%;">, no
entanto, ignora-se os aspectos fonológicos e notacionais da escrita alfabética.
A própria Telma Weisz (2004), representante maior dessa didática no Brasil<span style="mso-spacerun: yes;"> </span><a href="https://www.fe.unicamp.br/alle/textos-eventos/TW-Didatica_da_leitura_e_da_escrita.pdf" target="_blank">afirma</a> – assim como Goodman (1997) – que não
se pode negar o processo de tomada de consciência dos aspectos fonológicos da
língua no processo de alfabetização. Goodman (1997) afirma que essa abordagem não ignora a fônica, apenas a coloca na perspectiva da leitura e escrita reais. Mas é fato que as propostas baseadas nessa abordagem não se ocupam e até negligenciam aos procedimentos didáticos sistemáticos de tais
aspectos, dando margem à polarização em relação à perspectiva fônica. Embora</span><span style="line-height: 150%;">
a didática dita construtivista não ignore as relações da escrita com a pauta
sonora da língua falada – inclusive, nem poderia, já que a perspectiva
psicogenética busca, justamente, compreender como as crianças vão construindo
essas relações – as aprendizagens nesse sentido, especialmente no que se refere
à apropriação do princípio alfabético, são mais incidentais do que resultado do
ensino sistemático e explícito do funcionamento da notação da língua. </span><span style="line-height: 150%;">Como a própria Telma Weisz (2016, p.
18) afirma, “desde que haja informação disponível e espaço/condições para a
reflexão sobre o sistema de escrita, os alunos constroem os procedimentos de
análise necessários para que a alfabetização se realize”. Ao professor, nessa
perspectiva, cabe organizar a atividade e agrupamentos produtivos, colocar as
“boas perguntas” nos pequenos grupos ou duplas, que orientem as análises das
crianças, orientar a busca por fontes de pesquisa (ex. modelos estáveis de
escrita convencional, como os nomes próprios), oferecendo informações
específicas apenas quando necessário. Ora, precisamos mais do que isso. E esse
“mais do que isso” não precisa ser, necessariamente mecânico, desconsiderando
como a criança pensa, como alguns defensores também sectários dessa didática
argumentam por aí também.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<span style="line-height: 150%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<span style="line-height: 150%;">Ou seja, da perspectiva de
alfabetização à qual me alinho, a crítica de Nadalim, sobre o <i style="mso-bidi-font-style: normal;">whole language</i>, teria algum sentido se
direcionada a esse aspecto da didática construtivista – crítica que eu também
faço. Mas não, ele direciona sua crítica à dobradinha construtivismo-letramento,
ao construtivismo em geral e ao letramento como sinônimo de construtivismo no
Brasil. E, ao que parece, o faz “fundamentado” (com aspas mesmo!) nesse Luiz Faria
– e, com uma ênfase ainda maior no letramento e em Magda Soares. A birra maior
dele parece ser o letramento, Magda, tudo volta para isso, com distorções
argumentativas. E justo ela que não pertence a uma perspectiva de letramento
que se ocupa mais da imersão na cultura letrada do que dos processos de
alfabetização propriamente dita. Justo ela, que, como já dito, fala na
necessidade de recolocar foco na especificidade das aprendizagens relativas ao
funcionamento alfabético do da notação da língua e sua relação com a base
fonológica da língua falada. Justo ela que escreveu o último livro justamente
sobre a especificidade da alfabetização. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<span style="line-height: 150%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<span style="line-height: 150%;">Nadalim aproxima construtivismo e
letramento da abordagem do <i style="mso-bidi-font-style: normal;">whole language</i>
devido a essa perspectiva se preocupar com as práticas reais de leitura e
escrita, mas desconsidera completamente o que de fato está em jogo na discussão
sobre letramento (não sabe o que, lembram?) e ignora desonestamente o fato de
que, na perspectiva da alfabetização em contexto de letramento da qual fala
Magda, não há a negligência com o ensino do sistema de escrita alfabética –
muito pelo contrário!<span style="mso-spacerun: yes;"> </span>Ou seja, ou ele
parece ignorar completamente a perspectiva da autora, pois a critica por falta
de algo que ela, justamente, faz tão bem, ou ele é muito má fé mesmo! Ou os
dois, provavelmente os dois. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<span style="line-height: 150%;">Além da má fé, mostra desconhecimento
mesmo, deve se basear em discussões de segunda ou terceira mão. Mesmo sem
conhecer a obra da autora, sua perspectiva, se arvora a criticá-la e de modo
tão tosco e fraudulento. Ele não sabe o que é letramento e se arvora a misturar
tudo numa argumentação frágil com ares de sabido que teria descoberto a falha
do outro, distorcendo, mal intencionadamente, a perspectiva da autora, para
caber em sua argumentação raivosa, arrogante e desrespeitosa, para validar sua
retórica e “vender”</span> a sua própria perspectiva, o seu “milagre”, em cima de uma
grande desonestidade intelectual <span style="line-height: 24px;">(e vender aí também no sentido literal, seu curso </span>on-line "Ensine seus Filhos a Ler - Pré-Alfabetização" custa quase 3 mil reais!!!). Mal sabe ele que os defensores mais sectários
da didática construtivista – que, inclusive, associam procedimentos fonológicos
a perspectivas epistemológicas positivistas e posições políticas conservadoras
– criticam Magda e a abordagem da consciência fonológica (com premissas
equivocadas também), e atribuem quase um valor de “palavrão” a unidades da
língua como fonemas e sílabas, associando-as a procedimentos, necessariamente,
mecânicos e não significativos. Ou seja, tão sectários quanto, criticam Magda
justamente pelo contrário do que Nadalim critica: por ela defender aspectos
que, ele, por outros caminhos e com outras ênfases, defende. Curioso não é? Muito
curioso...</div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<span style="line-height: 150%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<span style="line-height: 150%;"><b>2. Letramento, práticas sociais e literacia</b></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<span style="line-height: 150%;">Há, visivelmente, nesse vídeo, um
birra com o letramento. Outras perspectivas também relativizam a necessidade
desse conceito, inclusive a própria Emilia Ferreiro, mas num outro tipo de
argumentação. A questão é se há necessidade dessa separação entre letramento e
alfabetização e o que estaria implicado nisso. Mas nenhuma dessas perspectivas
desconsideram a escrita como uma prática social, seja referindo-se a
letramento, seja referindo-se a cultura escrita ou a alfabetização como
englobando tanto isso quanto o sistema notacional. Mas reparem que, nesse
governo, vão tentar abolir das políticas públicas o termo letramento. Tanto nos
<a href="https://g1.globo.com/google/amp/educacao/noticia/2019/04/04/mec-estuda-priorizar-a-alfabetizacao-no-1o-e-nao-mais-no-2o-ano-do-ensino-fundamental.ghtml?fbclid=IwAR1Rwm7fUXG-0t0gdm36VOWZrCtAbMxKPrG3nf_TzZx3uSRMqNupc8nS3pY" target="_blank">anúncios</a> da mídia sobre os planos do governo, quanto no próprio <a href="http://www.in.gov.br/materia/-/asset_publisher/Kujrw0TZC2Mb/content/id/57633286" target="_blank">Decreto n.9.465</a> de 2 de janeiro de 2019 do MEC, nos artigos 28 a 31, que tratam da instituição
da Secretaria de Alfabetização e das três diretorias que ela engloba, observa-se
o uso do termo <i style="mso-bidi-font-style: normal;">literacia</i> em vez de
“letramento”, ambos importados do termo <i style="mso-bidi-font-style: normal;">literacy</i>,
usado em referências anglo-saxônicas. Usam aqui literacia – como em Portugal –,
para não usar o termo letramento em uso no Brasil – o que diz muito sobre as
rusgas com o campo e os rumos do que pretendem. O pesquisador da ciência da
leitura e neurocientista português, professor emérito da Universidade livre de
Bruxelas, <a href="http://srvd.grupoa.com.br/uploads/imagensExtra/legado/M/MORAIS_Jose/Alfabetizar_Para_Democracia/Lib/Cap_01.pdf" target="_blank">José Morais</a>, usa preferencialmente esse termo, mesmo referindo-se ao
Brasil, e um de seus argumentos é que letramento traz uma dimensão social nem
sempre existente nos textos que circulam – como diários íntimos! Ao que remeto
a minha argumentação no primeiro <a href="http://oficinasdealfabetizacao.blogspot.com/2019/03/o-campo-da-alfabetizacao-no-brasil.html" target="_blank">post</a> da série. Outro argumento que já ouvi a
esse respeito é de que letramento seria mais a apropriação inicial, enquanto
literacia não – argumento que não se sustenta. Essa aprendizagem inicial é
referida por eles como <i style="mso-bidi-font-style: normal;">reading
acquisition, reading instruction, beginning litteracy</i>, enquanto literacia
seria, segundo José Morais (2013, p. 4), o “conjunto das habilidades da leitura
e da escrita (identificação das palavras escritas, conhecimento da ortografia
das palavras, aplicação aos textos dos processos linguísticos e cognitivos de
compreensão).” Ou seja, a dimensão sociocultural é que parece ser problemático
para eles, que focam apenas a dimensão individual, autônoma, da <i style="mso-bidi-font-style: normal;">literacy</i>/literacia/letramento, e não sua
dimensão social. Enfim...Brian Street neles! Agora, percebam que o que eu ressalto aqui não é o uso do termo, em si, pois se usassem "letramento" nesse sentido restrito aí, de habilidades cognitivas, escolares, seria pior ainda. Seria reduzir o letramento ao letramento "autônomo", como nos ensina Street. Assim, nesse caso, usar outro termo, como literacia, é até mais coerente. A despeito de nem literacia, em Portugal, nem literacy terem um único sentido, também sendo usado (menos) em sua perspectiva mais sociocultural, "literacia" combina melhor com essa visão da PNA. A questão é, para onde jogaram o letramento? E essa é uma escolha motivada, nada neutra.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<span style="line-height: 150%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<span style="line-height: 150%;">No blog “Como educar seus filhos”,
de Carlos Nadalim, o professor Luiz Faria <a href="http://comoeducarseusfilhos.com.br/blog/o-que-raios-e-o-construtivismo/" target="_blank">diz</a>, com a mesma empáfia e equívoco
que “o termo “letramento” foi inventado no Brasil e tem sido empregado como
substituto do termo ‘literacia’”. Ora, tanto “<i style="mso-bidi-font-style: normal;">literacia</i>” quanto “letramento” são termos que derivaram do inglês “<i style="mso-bidi-font-style: normal;">literacy</i>”, neologismos que surgiram em
função de necessidades de ampliações conceituais no campo e, como é normal em
toda língua e todo campo científico, novos termos podem ser criados e, por
vezes, a partir de termos usados em outras línguas. Mas o professor comete
nessa breve oração dois pressupostos equivocado e eivado de preconceitos.
Primeiro, quando usa o termo “invenção”, como se o termo letramento não fosse
válido, por ter sido “inventado”, e pelo fato de ter sido inventado no Brasil –
porque, se é assim, “literacia” também foi “inventado”. Só que por ter sido
inventado na Europa (Portugal usa “literacia” para “<i style="mso-bidi-font-style: normal;">literacy</i>”) tem valor, não é? O fato de sonoramente se assemelhar mais importa? É tão bandeiroso que diz que usamos
“letramento” como SUBSTITUTO de “literacia”!!! Não, querido, ambos os termos foram
gerados do termo <i style="mso-bidi-font-style: normal;">literacy </i><span style="mso-bidi-font-style: normal;">e,</span><span style="mso-bidi-font-style: normal;"> no campo das teorizações conceituais, tomaram conceitos diferentes</span>. Quanta
síndrome de colonizado, de vira-latismo, <i style="mso-bidi-font-style: normal;">my god</i>! Na verdade, tem ainda isso: o termo <i>literacy, </i>usado com referência a um letramento autônomo (Brian Street), escolar, teve uma tradução brasileira como alfabetismo. O termo letramento, no Brasil, ganhou um sentido mais amplo, vinculado aos estudos dos <i>New literacy studies</i>, que expandem esse conceito para os aspectos sociais, os letramentos críticos, letramento no plural! E nesse caso, se usar letramento com esse sentido expandido de <i>literacy</i> fosse invenção do Brasil, que bom seria, não é? Nosso crédito!<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<span style="line-height: 150%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<span style="line-height: 150%;">Mas ainda além disso, como já mencionei, o termo literacia também tem,
em Portugal, diferentes sentidos, a depender da perspectiva considerada. Também
lá, como no Brasil, o conceito está em processo de construção no campo, e é
heterogêneo, múltiplo, plural, embora haja a tendência ao seu uso mais restrito, ligado a perspectivas da educação mercantilizada, da testagem, das habilidades cognitivas - já que esse é um movimento mundial, não brasileiro. Mas é fato que o campo de estudo das culturas escritas é complexo e não unificado, como já argumentaram Maurizio Gnerre (1985) e o próprio Brian Street (2014). Faz parte da pluralidade de áreas do conhecimento, ver os conceitos sob óticas diversas. Mesmo o fato de ser ainda impreciso e controverso, tem
relação com a dinâmica do campo. A imprecisão conceitual do termo letramento
referida por esse professor no blog “Como educar seus filhos” existe também em
outros lugares, porque faz parte do processo de constituição de novos
conceitos, porque implica os usos diferentes que são dados a eles em diferentes
perspectivas, diferentes visões de mundo e, aliás, porque é da dinâmica da própria linguagem. Como podemos
ler no <a href="http://www.ceale.fae.ufmg.br/app/webroot/files/uploads/revista%20lingua%20escrita/LinguaEscrita_4.pdf" target="_blank">editorial</a> da revista Escrita, do Ceale/UFMG, a apropriação do termo
literacy, na França, tem se deu por meio de três formas: littéracie,
littératie, litéracie. Alguns autores parece que resolveram adotar os três,
justamente em função das diferenças conceituais entre eles. Percebe? Outros autores, da perspectiva de alfabetização como processo discursivo, a exemplo de Cecília Goulart, problematizam o conceito justamente por motivos opostos, por enfatizar a dimensão social e discursiva da própria alfabetização. Vale a pena a leitura de <a href="http://www.scielo.br/pdf/bak/v9n2/a04v9n2.pdf" target="_blank">artigo</a> da autora nesse sentido. Os conceitos estão sempre submetidos a serem esgaçados, ampliados, reduzidos, reconfigurados, isso não é obra de desarranjos tupiniquins, não, certo? É produção de conhecimento! Além disso, depende também da perspectiva que se adote: antropológica, linguística, psicológica, pedagógica. </span>Não é coisa do Brasil, não, Luiz Faria! Desonestidade é querer fazer parecer que aqui é tudo mal-amanhado e que só a perspectiva de vocês é que vai salvar o campo dessa “bagunça”. Tem dó! <span style="line-height: 24px;">A necessidade do conceito pode até ser circunstancial, negociável, como podemos ver no próprio <a href="http://ceale.fae.ufmg.br/app/webroot/glossarioceale/verbetes/letramento" target="_blank">Glossário Ceale</a>, </span>mas não pelos argumentos postos pelos senhores. </div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<span style="line-height: 150%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<span style="line-height: 150%;"><o:p></o:p></span><span style="line-height: 150%;">Em Portugal, tampouco todos o
conceituam literacia como José Morais, pelo contrário, há pesquisadores que o conceituam
muito mais próximo do conceito brasileiro de letramento – inclusive os
processos que engendraram tal conceito – enfatizando um significado mais amplo,
que se refere à capacidade de utilização da língua escrita em contextos
sociais. Aliás, também lá há instabilidade no uso do conceito, uns o associam
às competências de leitura e escrita, outros a sua utilização social. Mas é
enorme a capacidade desses caras de serem desonestos a ponto de achatar também
os usos dos conceitos e todo o campo científico estrangeiro, além do
brasileiro... Se quiser ver um panorama histórico do conceito de literacia, em
um <a href="https://comum.rcaap.pt/bitstream/10400.26/11315/1/SALI_BENTO.pdf" target="_blank">trabalho</a> acadêmico de mestrado na Escola Superior de Educação de Coimbra,
fique à vontade. Nas páginas 21 a 24. Nessa <a href="https://periodicos.ufsc.br/index.php/perspectiva/article/view/1635/1376">entrevista</a> esse conceito também aparece aproximado do que entendemos como letramento.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<span style="line-height: 150%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<span style="line-height: 150%;">A simplificação da linguagem, para
esses caras, que parecem não saber que os conceitos são historicamente
determinados (é muita ideologia para eles isso, né? Ironia localizada), que não
dão conta da linguagem viva, com seus conceitos que ganham novos sentidos a
depender do contexto de uso, reduz a dinâmica dos sentidos, dos usos dos termos
da língua a um dicionário onde só se encontrasse palavras com uso objetivo,
literal, denotativo. Eita mundo chato! <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<span style="line-height: 150%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<span style="line-height: 150%;"><b>3. Considerações sobre a consciência fonêmica</b></span></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<span style="line-height: 150%;">Mas sigamos com os problemas
conceituais presentes no vídeo, saído do letramento e indo à especificidade do
sistema de escrita e do papel da consciência fonêmica nessa apropriação. A
certa altura do vídeo, Nadalim usa uma citação do pesquisador José Morais para
“provar” (sic!!!) que a tomada de consciência dos fonemas não é automática, que
depende do ensino explícito do “código” (sic!) alfabético. E ele cita o trecho
abaixo do livro “Os neurônios da leitura”, de Stanislas Dehaene, da Artmed. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="line-height: 150%; tab-stops: 188.2pt; text-align: justify;">
<span style="line-height: 150%;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<span style="line-height: 150%;"><!--[if gte vml 1]><v:shapetype
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</v:shape><![endif]--><!--[if !vml]--><!--[endif]--></span><span style="line-height: 150%;"><o:p></o:p></span></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiyYY0LhXmzpCP3Z4_06HntqCxzoBm3BvGPiO4Cl50ABNsMAR1zfMRnSeBXqVwc2ScKmaBjRmAgK_B8oXrgZ9Gjxl-lcsy-kzpkCQLCZjLtfiEWiinI__ltFRjRbQmJeMa61y7TdxjlvWvU/s1600/1.+Figura+1+leitura.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="259" data-original-width="950" height="108" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiyYY0LhXmzpCP3Z4_06HntqCxzoBm3BvGPiO4Cl50ABNsMAR1zfMRnSeBXqVwc2ScKmaBjRmAgK_B8oXrgZ9Gjxl-lcsy-kzpkCQLCZjLtfiEWiinI__ltFRjRbQmJeMa61y7TdxjlvWvU/s400/1.+Figura+1+leitura.jpg" width="400" /></a></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<span style="line-height: 150%;">Ora, é isso mesmo que afirmam vários
autores e, pasmem, inclusive Emília Ferreiro diz algo semelhante. Embora a
autora, adequadamente, não chame o sistema alfabético de “código”, ela defende
que a consciência fonêmica se dá, justamente, a partir da compreensão do
funcionamento alfabético. Ela, inclusive, usa esse argumento para criticar que
se deva trabalhar com os fonemas na oralidade, previamente à escrita, já que
são unidades altamente abstratas, sem realidade sonora. Para ela, uma vez que
vão aprendendo o funcionamento alfabético, no contexto de palavras que se põem
a ler e a escrever, e não a partir de relações soltas de grafemas e fonemas, é
que a consciência fonêmica se desenvolve. Essa aliás, é uma perspectiva quanto
à relação entre consciência fonêmica e leitura. Há quem pense, como Nadalim,
que a consciência fonêmica é pré-requisito à leitura, há quem pense, como
Emilia Ferreiro, que é uma consequência de ter aprendido a escrita alfabética
(ou seja, a consciência fonêmica não é automática, ela depende da compreensão
do sistema, como diz Morais aí – a diferença é que Emilia coloca foco na
aprendizagem, não no ensino), e há que pense, numa via em meio termo, que há
uma causalidade recíproca, alguns aspectos da consciência fonêmica (que não é
um bloco homogêneo, mas composta de várias habilidades) são necessários para
compreender a escrita alfabética e outras habilidades se desenvolvem com a
compreensão do princípio alfabético. Essa perspectiva interativa é a que José
Morais (2013) admite hoje aceitar. E mesmo antes disso, enfatizava que a
consciência fonêmica se desenvolve com a apropriação da escrita alfabética –
exatamente como defende Ferreiro –, incluindo-se aí a apresentação das letras e
a descoberta do que elas notam. </span>Embora eu ache que o contexto das palavras seja importante na consciência dos fonemas (e não de letras isoladas), vale lembrar que, em seu livro "A arte de ler", José Morais afirma que a análise da fala em fonemas é pouco eficaz sem que sejam tornadas explícitas as suas relações com os signos escritos, que a consciência fonêmica não precede a aprendizagem do funcionamento, ainda que parcial, do sistema alfabético. Ou seja, surgem simultaneamente - o que revela a ideia da causalidade recíproca e não da consciência fonêmica como pre-requisito para aprender o sistema. Ele cita, inclusive, um estudo em que o autor diz que os fonemas se tornam "audíveis" apenas com o alfabeto, a consciência do fonema se dá quando assumem uma forma visível, nas letras. E Nadalim, em seu Ebook fala de apresentar os
fonemas antes das letras, pasmem! Conclusão: já sabem, né? José Morais é tido
por Nadalim como uma referência...mas... Acho até que dá sim para brincar com fonemas - os fricativos, por exemplo, que podemos esticar e os oclusivos em sua repetição em trava-línguas - chamando a atenção para esses sons menores em atividades epilinguísticas, que podem se desdobrar em atividades metalinguísticas, mas é no confronto com as palavras escritas que as crianças tomam verdadeiramente consciência dos fonemas como unidade distintiva. Para discutir mais sobre isso, ver <a href="https://oficinasdealfabetizacao.blogspot.com/2018/09/e-os-fonemas.html" target="_blank">post</a> aqui no blog.</div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<span style="line-height: 150%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<span style="line-height: 150%;">Todas essas três perspectivas têm
defensores e detratores, mas, ao que parece, nosso secretário só conhece e
admite uma delas, ou melhor, nem sabe o que defende, pois se contradiz. Parece
que nem entende bem o que José Morais argumenta aí, pois, em seu e-book, Nadalim fala
claramente em treinar as crianças nos sons isolados das letras previamente à
apresentação das letras, da escrita, que é uma perspectiva didática que supõe
que a consciência fonêmica é pré-requisito para aprender o princípio
alfabético. Percebem a contradição em relação ao que defende José Morais? Pois
é! Nem os autores que ele refere como pares nas suas argumentações, ele parece,
de fato, conhecer. Pega trechos descontextualizados de livros, de vídeos, sem
consideração do todo da obra dos autores, dá nisso! <span style="background: yellow; mso-highlight: yellow;"><o:p></o:p></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<span style="line-height: 150%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<span style="line-height: 150%;">Ou seja...quem é mesmo que acha que a
consciência dos fonemas se dá de forma automática? Está dialogando com Smith e
Goodman? Certamente não é com Emilia Ferreiro, nem com Magda Soares, que enfatiza,
inclusive, a natureza grafo-fonônica da consciência fonêmica, preferindo,
inclusive, falar em consciência grafo-fonêmica, justo porque as vê de modo
integrado, não os fonemas previamente às letras, às palavras. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<span style="line-height: 150%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<span style="line-height: 150%;">Isso para vermos o tanto de equívocos,
de desconhecimento dos autores que ataca e mesmo dos autores aos quais se
alinha. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<span style="line-height: 150%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<span style="line-height: 150%;">Bom, </span>na continuidade da conversa sobre decifração e predição abordada aqui, <span style="line-height: 150%;">seguiremos no POST 3</span>, falando um pouco mais sobre o processamento da leitura. Esse assunto tem um crocotó, um apêndice, uma barriga, um adendo, um “a mais”, que não podia ficar de fora dessa análise. Então, s<span style="line-height: 150%;">e você quiser encarar um pouco
mais de aprofundamento no assunto das misturas e imprecisões conceituais de
Nadalim e seus pares, siga adiante... Assunto árido...mas completa esse estudo. Ficou
grande...por isso, fiz o crocotó...o POST 3! </span><span style="font-family: "wingdings"; line-height: 150%;">J</span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<br /></div>
<br />
<span style="text-align: justify;"><b>Referências</b></span><br />
<span style="text-align: justify;">Obs.: As referências bibliográficas usadas em todas essas postagens da série, salvo os artigos indicados nos links, virão ao final do estudo.</span>Licahttp://www.blogger.com/profile/13330703422606132370noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-2765047742547072708.post-50058947604598933402019-04-01T15:17:00.000-07:002019-04-28T15:17:14.238-07:00LETRAMENTO, O VILÃO DA ALFABETIZAÇÃO NO BRASIL? – POST 1<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<span style="color: #660000; line-height: 150%;">POST 1 - <b>Introdução</b> - análise inicial das premissas do vídeo; concepção de letramento, de funções sociais e práticas letradas; letramento é uma invenção do construtivismo?</span><br />
<span style="color: #660000; line-height: 150%;"><br /></span>
<br />
<span style="line-height: 150%;">O ponto de partida dessa
e das próximas postagens, que fazem parte da série sobre a situação das
políticas de alfabetização nesse governo, é a análise do vídeo do canal de
Youtube “<a href="https://www.youtube.com/channel/UCdJ0tILQf6PUrGp5b-jYyhA" target="_blank">Como educar seus filhos</a>”, de Carlos Nadalim, o nosso atual secretário
de alfabetização no MEC, que tem como título “Letramento, o vilão da
alfabetização no Brasil”. Essa é a primeira postagem da série, após a de
contextualização, que chamei de <a href="http://oficinasdealfabetizacao.blogspot.com/2019/03/o-campo-da-alfabetizacao-no-brasil.html" target="_blank">POST 0</a>. Há um post com o "<a href="http://oficinasdealfabetizacao.blogspot.com/2019/04/serie-politicas-publicas-de.html" target="_blank">sumário</a>"
dessa série, para ajudar a "se achar" nos textos. Pode procurar
também no marcador "Políticas públicas de alfabetização". Todas as
postagens dessa série estarão lá. Para saber mais sobre Carlos Nadalim, ver <a href="https://novaescola.org.br/conteudo/16065/quem-e-e-o-que-pensa-carlos-nadalim-o-novo-secretario-de-alfabetizacao-do-mec" target="_blank">aqui</a>.</span></div>
<br />
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<span style="line-height: 150%;">Mas vamos ao vídeo. O título do
vídeo, afirmativo – diferente do título dessa postagem, interrogativa –, já
causa bastante estranheza...estranheza essa que se confirma ao assisti-lo.
Claro que o vídeo é anterior a seu posto na pasta do Ministério e ele fala aí
de outro lugar, teremos que esperar para ver o que e como ele falará e
encaminhará as questões, efetivamente, como secretário no MEC. Mas é importante
entendermos o que ele pensa, o chão que ele pisa, para vislumbrarmos o que
esperar dessa gestão na secretaria. Por outro lado, essa postagem não se reduz
a analisar e criticar o vídeo, é também uma oportunidade de discutirmos
diversas questões envolvendo o campo da alfabetização e prepararmo-nos para
esse enfrentamento, seja na Universidade, formando professores, seja nas redes
dos municípios, que, por conta dos financiamentos da educação, talvez sejam
tentadas a “comprar” essas políticas federais. Assim, a crítica ao vídeo é
também oportunidade de discutirmos questões que são importantes enfrentarmos,
bem como minha contribuição para desmistificar assertivas que não se sustentam
nas argumentações que, possivelmente, vão vir de lá. Vejo comentários
favoráveis e cheios de elogio a Nadalim, sempre baseados em premissas errôneas
e avaliações leigas de sua qualificação. Nós, professores e futuros
professores, não podemos cair nessa! Como bem disse minha colega na Faced
e forte aliada nas lutas no campo da educação e linguagem, Giselly Lima, além
das premissas equivocadas, das falácias, da desonestidade intelectual, que irei comentar aqui, é revoltante a edição do
vídeo, a retórica para beneficiar suas assertivas mal-amanhadas, os exemplos fraudulentos, pois fora de contexto, as
falsas relações de causa e efeito, que ele força parecerem naturais... Se analisarmos bem, tem sofismas, deduções falsas, tudo levando, certamente, a um argumento bastante autoritário. Como disse Giselly, ele força interpretações do que é dito para reforçar, por vezes, o
oposto do que é dito, e dou, como exemplo, enfatizar e encaminhar a seu favor, falas descontextualizadas de José Morais, e distorcer falas de Magda Soares. Só isso já merecia mais do que as respostas dela na mídia, a manifestação da ABAlf, e nossas indignações todas. Merece
denúncia! Esse vídeo merecia, inclusive, uma análise de discurso. Quem se habilita?</span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%;">
<span style="line-height: 150%;"><o:p></o:p></span></div>
</div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<span style="line-height: 150%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<span style="line-height: 150%;">Agora, como há aspectos do campo teórico e
didático que, de fato, contribuem para o engendramento desses discursos
críticos à alfabetização proposta nas políticas públicas e nos discursos
pedagógicos até aqui, vamos nos dedicar a analisar as premissas, as argumentações, para além do mau caratismo. Precisamos enfrentá-las! Por isso, sem defesas cegas, vou
analisar também as limitações que dão brechas à defesa de que a solução para os
problemas de alfabetização seja a questão dos métodos e que o método fônico é a
alternativa única a uma didática que negligencia o ensino sistemático do
sistema alfabético.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<span style="line-height: 150%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<span style="line-height: 150%;">Assim, esse será mesmo um textão! Por
isso, de dividi-lo em várias postagens, numeradas e linkadas, para facilitar a
leitura sequenciada (ou não), vou também tentar dividi-lo em partes, quando achar necessário. Mas é
textão, aviso logo. Inclusive, montei meu componente de Alfabetização e
letramento, da graduação em pedagogia na UFBA, esse semestre, em torno dessa
discussão, e é material de estudo com os estudantes. Ou seja, é um post de
estudo, de esclarecimento, de luta – não me cobrem concisão! Combinado? Para
resumos, posts rápidos e com maior circulação – fan page do blog no Facebook!
Lá tenho também divulgado esses posicionamentos.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<span style="line-height: 150%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<span style="line-height: 150%;">1. <b style="mso-bidi-font-weight: normal;">Para começar...<o:p></o:p></b></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<span style="line-height: 150%;">O vídeo já começa com esse título
inadmissível: letramento = vilão. Mas vamos por partes, desmisturando o que
está aí misturado, desmistificando certezas, premissas postas, falácias. <o:p></o:p></span><br />
<span style="line-height: 150%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<span style="line-height: 150%;">Na chamada do vídeo afirma-se: “No
Brasil, sobra letramento, mas ler e compreender textos bem é raridade. Conheça
um dos graves problemas educacionais que impede nossas crianças de aprender a
ler com eficácia”. Já aí aparece a incompreensão do conceito de letramento, de
sua amplitude, e de que ler e compreender textos faz parte desse processo. É
como se ler e compreender não fizesse parte do letramento. O vídeo contém, ele
mesmo, inúmeros equívocos conceituais, como esse. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<br />
<span style="line-height: 150%;">Mas, primeiro, assistam ao <a href="https://www.youtube.com/watch?v=_9JEhWtlRKg&t=130s" target="_blank">vídeo</a>, se
já não assistiram. E tem a <a href="http://comoeducarseusfilhos.com.br/blog/letramento-o-vilao-da-alfabetizacao-no-brasil/" target="_blank">postagem</a> no blog dele também.</span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<span style="line-height: 150%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<iframe allow="accelerometer; autoplay; encrypted-media; gyroscope; picture-in-picture" allowfullscreen="" frameborder="0" height="260" src="https://www.youtube.com/embed/_9JEhWtlRKg" width="420"></iframe></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<span style="line-height: 150%;">O vídeo começa falando de informar e
instruir os pais para a tarefa de “livrar seus filhos do analfabetismo
funcional”. Ora, à parte a desqualificação da escola nessa fala, que comentarei
depois, o uso de tal conceito – analfabetismo funcional – parece inadequado aí.
Analfabetismo funcional refere-se, justamente, a quem tem algum domínio da
técnica de decifração e codificação do escrito, mas que não consegue
interpretar e produzir textos simples, ou seja, fazer uso desse conhecimento
técnico – conhecimento técnico que é o foco do método que ele defende. Analfabetismo
funcional equivale justamente a um baixo grau de letramento, não a não saber
decifrar. E se ele acha letramento vilão, há contradição aí...Mas não é
contradição, é desconhecimento mesmo! Ou seja, novamente sua fala denuncia a
incompreensão conceitual que reina em suas argumentações. Se o pressuposto está
equivocado, não tem como todo o resto não estar.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<span style="line-height: 150%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<span style="line-height: 150%;">Embora, no video, Nadalim reconheça
que a questão da alfabetização é complexa e envolve problemas de diversas
ordens – que “estamos cansados de saber”, segundo ele diz com certo desdém –
enfatiza a questão dos métodos, dos procedimentos de alfabetização que
considera ineficazes, e a formação dos professores baseadas em teóricos e
práticas que ele julga, enfaticamente, como ineficazes, responsabilizando-os,
de algum modo, pelos fracassos da alfabetização das crianças (e aqui não entram
os outros problemas mais amplos, que ele deixa para trás...não se fala em
investimentos na estrutura das escolas, em valorização do profissional docente,
etc...). <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<span style="line-height: 150%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%;">
<span style="line-height: 150%;">Nem vou comentar sobre
sua vaidade exposta, quando se apresenta como o portador do <a href="https://www2.camara.leg.br/atividade-legislativa/comissoes/comissoes-permanentes/ce/documentos-1/relatorio-de-atividades/Relat_Final.pdf" target="_blank">Relatório</a> do grupo de trabalho
sobre alfabetização infantil, em 2017, ao deputado federal Diego Garcia, membro
da comissão de educação, talvez já costurando sua possibilidade de estar
contemplado com alguma pasta no governo (note-se que esse relatório foi
apresentado,</span><span style="color: red; line-height: 150%;"> </span><span style="line-height: 150%;">em 2003, à Câmara dos
Deputados, evidenciando a
polarização, referenciada, equivocadamente, como construtivismo X
método fônico); quando mostra “para quem não sabe” (!!!) o Diploma de Mérito
dado pela comissão de educação (o próprio deputado Diego Garcia é que foi a
Londrina entregar!!!), por ter sido indicado ao prêmio Darcy Ribeiro de
Educação 2016, prêmio que é realizado anualmente pela Comissão de Educação e
pela Mesa Diretora da Câmara dos Deputados (indicado por quem mesmo?); e quando
indica as entrevistas com especialistas (de uma perspectiva única) que
entrevistou no seu blog, tudo isso como trunfos prévios para qualificar e
validar suas afirmações posteriores....e muitas costuras com intenções à
frente! Mas preciso indicar que prestem atenção como ele fala dos autores/pesquisadores que traz para supostamente validar sua perspectiva, principalmente José Morais, revelando seu complexo de vira-lata colonizado que precisa de tutelas teóricas estrangeiras, e elas têm, sempre, a última palavra. Nenhuma referência de identidade nossa (porque as nossas não prestam?), nenhum contraditório que nuance suas certezas inabaláveis...</span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%;">
<span style="line-height: 150%;"><br /></span></div>
</div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<span style="line-height: 150%;">Ao criticar a BNCC por continuar
propondo uma perspectiva construtivista (veremos adiante as inúmeras confusões
que faz em torno disso), diz ironicamente que o documento fez algumas CONCESSÕES
(sic!!!) à abordagem fônica, mas, segundo afirma, de forma muito confusa.
Concessões? Com isso, ele pressupõe que apenas a abordagem fônica assume a
importância da apropriação do princípio alfabético do sistema de escrita pelas
crianças, o que é uma visão completamente equivocada. Em seu e-book reaparece
essa ideia de que o método fônico visa o princípio alfabético, como se nenhum
outro visasse. A sua abordagem, o seu método fônico sintético, não é “dono” da
abordagem do sistema alfabético, não é o único que visa à apropriação do princípio
alfabético pelas crianças, nem mesmo da abordagem do <i style="mso-bidi-font-style: normal;">phonics </i>que, no Brasil, tem sido associado diretamente ao método
fônico, usado erroneamente como sinônimo daquele método.</span><br />
<br />
Ele critica também a visão de que a
alfabetização só exista no contexto do letramento. E quando explica, a partir
de pergunta retórica irônica “o que é letramento?”, recorrendo à fala de Magda
Soares – uma das “mães do letramento”, como ele diz com risinho irônico no
canto da boca – se apega na expressão “funções sociais”, para arrogantemente
debochar da autora, aparentemente “concordando” com ela, mas deixando nas
entrelinhas a insinuação de que isso não é o importante, e forjando uma relação
dessa expressão com uma suposta ideologização... Compreender a expressão
“funções sociais” como algo necessariamente ideologizado é outra grande
incompreensão conceitual. Funções sociais diz respeito a que funções a
escrita/os gêneros de texto têm em diversas práticas/situações comunicativas da
sociedade em que circulam. Nesse sentido, a fruição estética da literatura; a
função instrucional, injuntiva, e de registro da memória implicadas em uma
receita de bolo; a função injuntiva de um manual de instrução; a função lúdica
de um trava-línguas infantil; a função informativa, argumentativa, de uma
reportagem ou artigo de opinião em jornal; tudo isso envolve funções sociais
desses gêneros. Até mesmo escritas pessoais, como um diário íntimo, que
escrevemos para nós mesmos, tem função social – escrevê-los é uma prática em
nossa sociedade, mesmo que não seja para interação com outros sujeitos. O
diário é um texto que tem um quem escreve, para quem, para que, um quando dizer
o que diz e um como dizer, tem características discursivas socialmente
estabelecidas, é regulado socialmente (sabemos que é íntimo, lê-lo sem
consentimento é, a depender da situação, violá-lo), quando publicizados, também
sua recepção é estabelecida - sabemos as características do gênero. O fato de
um texto concreto não mediar uma interação concreta com outro indivíduo,
não tenha uma resposta concreta de um outro, não significa que o gênero textual
não se constitua socialmente e não tenha função social. Enfim...é uma
prática social, com funções sociais. Bem como uma lista de compras para si
mesma, anotações na agenda... Todas essas práticas são sociais, mediadas por
gêneros com funções sociais, com objetivos no âmbito da situação comunicativa,
ainda que para si mesma. Uma lista de compras para nós mesmos serve para não
esquecermos de nada – somos nós mesmos o destinatário daquele texto, cuja
função social é registrar algo para lembrar – a função de registro é uma função
social da escrita. É impressionante como até mesmo autores de peso fazem essa
confusão de achar que função social diz respeito apenas a textos engajados ou
de comunicação funcional com outros sujeitos. E se é assim, o que esperar de
Nadalim, não é? E quando se quer ver cabelo em ovo...se implanta cabelo em ovo.
Sua argumentação, em um momento do vídeo, desemboca na constatação de que há
uma insistência nessas “práticas sociais” de leitura e escrita, como se essa
expressão – insisto – tivesse um teor ideológico necessariamente nefasto. E
ironiza novamente. Em suma, ele não sabe o que significam práticas sociais,
função social, por isso, não sabe o que significa letramento.<br />
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%;">
<span style="line-height: 150%;">Agora, um adendo: argumentar isso não
significa retirar a força sociopolítica do conceito de letramento, não. Afinal
de contas, como aprendemos com Bakhtin, a linguagem não acontece em um vácuo
social, os textos – sejam eles orais ou escritos – não têm valor fechado em si
mesmos, mas articulados aos interlocutores situados no mundo social, histórico
e político. </span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%;">
<span style="line-height: 150%;"><br /></span></div>
</div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<span style="line-height: 150%;">O argumento de Nadalim, falando sobre as crianças, segue na lógica do “se
não sabem o básico” – para ele, o funcionamento alfabético – como vão se ocupar
de funções sociais? Ou seja, vê a alfabetização propriamente dita como
pré-requisito para o letramento, coisa que inúmeros autores – não apenas Magda
Soares – relativizam. Ele pergunta: “Como é que elas vão ainda compreender e
interpretar textos (...)”, como vão compreender a função social de algum
gênero, se ainda não sabem relacionar grafemas e fonemas? Pois é, seu
Secretário...você não entendeu o conceito de letramento, você não sabe o que é
alfabetizar em contexto de letramento, você não sabe que as crianças estão
inseridas – se têm oportunidade para tal – no contexto de letramento, muito
antes de se alfabetizarem. Você subestima as crianças, que muito querem saber
sobre os textos e a língua se tem oportunidades de conviver amplamente com a
cultura escrita. E desde muito pequenas! Muitos autores discutem sobre os eventos de letramento ligados a práticas sociais letradas, que envolvem crianças pequenas e adultos não alfabetizados. Mas basta observar as crianças - elas mesmas confirmam isso!<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<span style="line-height: 150%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<span style="line-height: 150%;">O curioso nisso tudo é que Magda Soares, da qual ele debocha, sem
nenhum respeito, tem sido uma voz importante no campo da alfabetização, para,
justamente, não só defender o letramento, quanto defender a importância do
ensino explícito e sistemático do funcionamento alfabético, ao lado da inserção
das crianças na cultura escrita. Mas, sinceramente, ele não parece ter lido a
autora, e ainda assim, se julga em posição de criticá-la. O livro que empunha,
como bandeira, no vídeo, é um dos mais antigos da autora, de 1986 (!!!), <span style="color: black; mso-themecolor: text1;">“Linguagem e escola: uma perspectiva
social”, </span>importante, mas que centra a discussão nas relações entre
linguagem, escola e sociedade e, especialmente, na variação linguística, para
compreender a questão do fracasso escolar de sujeitos das classes
desfavorecidas, no ensino de Língua Portuguesa – temática mais específica do
que as que a autora aborda hoje. Mas claro que ele ia escolher esse para
empunhar, não é? Lá, quando a análise do fracasso escolar e sua relação com a
variação linguística era uma questão premente, ela afirma que é “inadmissível
deixar de vincular o ensino da língua materna às condições sociais e econômicas
de uma sociedade” (SOARES, 1991, p.78). Ele recorta o que quer, para
validar suas críticas. Porque não empunhou o livro de 2016, último da autora?
Porque lá tem muitas coisas com as quais ele mesmo teria que concordar, não
fosse tão sectário. Secretário sectário!<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<span style="line-height: 150%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<span style="line-height: 150%;">Só alguém que não entende os conceitos
e não conhece a realidade de crianças tentando interagir com a escrita pode
subestimar a tal ponto as crianças, para afirmar que elas só conseguirão
aprender o sistema alfabético se for de forma instrumental, descontextualizada.
Sim, é preciso planejar situações de aprendizagem e estratégias didáticas
específicas para refletir sobre a notação da língua e sua base fonológica. Quando
Magda defende que a alfabetização se dá ao mesmo tempo que o letramento, está
falando de aprender o sistema como objeto cultural que se aprende nos processos
reflexivos, cognitivos, mediados pelos professores, no contexto da linguagem
viva, das práticas sociais significativas de leitura e escrita – aprende o
sistema para ampliar a participação nas práticas letradas. E isso porque
concebe a linguagem como interação social e o funcionamento da escrita
alfabética não como pré-requisito ou instrumento para a aprendizagem, mas como
um objeto de ensino efetivo, que é a escrita alfabética, usada para comunicar
os diversos textos, de diversos gêneros, em diversas situações comunicativas,
para interagir através da linguagem escrita. Mas essa visão de linguagem não
parece preocupá-lo, não é? É uma visão de linguagem perigosa para os que querem
que as camadas menos favorecidas fiquem restritas à língua como um código. Sim,
eles precisam ter acesso ao funcionamento da notação da língua, mas precisam
ter acesso a muito, muito mais!<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<span style="line-height: 150%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<span style="line-height: 150%;">2. <b style="mso-bidi-font-weight: normal;">Para continuar...<o:p></o:p></b></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<span style="line-height: 150%;">Bom, mas vamos lá, ainda tem muito. Vamos
analisar a afirmação que o youtuber faz nesse vídeo de que “no fundo, o
letramento nada mais é do que uma reinvenção construtivista da alfabetização”
e, mais adiante “o letramento é, em suma, a aplicação do construtivismo no
ensino de leitura e escrita. Ponto final. É uma reinvenção construtivista da alfabetização”.
Quanto descalabro! E quanto autoritarismo nesse “ponto final!”. É certo que, no
campo dos debates acadêmicos, há divergências conceituais e, embora, no geral
todas as perspectivas estejam atentas aos aspectos socioculturais da escrita,
os conceitos de alfabetização e de letramento não são sempre os mesmos nos
diferentes aportes teóricos. Nem todas as perspectivas assumem o letramento
como um conceito necessário, preferindo falar em alfabetização mesmo, abarcando
tanto as questões relativas ao sistema quanto à cultura escrita. Mas a despeito
dessas divergências, nenhuma perspectiva – salvo a que Nadalim traz – vê de
forma negativa esse aspecto sociocultural da escrita e de seu ensino, que pode
ser referido como letramento por uns, como cultura escrita por outros, como
alfabetização por outros. Ele coloca essa visada sociocultural da escrita como
o vilão da alfabetização! <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<span style="line-height: 150%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<span style="line-height: 150%;">Além disso, não há nada mais
equivocado do que dizer que o letramento é um conceito do construtivismo. Trata-se
aí de uma incompreensão gigantesca do campo das teorias que embasam as
concepções de alfabetização. Os estudos do letramento colocam foco nos aspectos
socioculturais da escrita. O construtivismo é, originalmente, uma teoria sobre
o processo de aprendizagem, relativa à epistemologia piagetiana. Depois,
agregou outros aportes, mas é, essencialmente, isso. A própria Emilia Ferreiro
– que desenvolveu sua pesquisa psicogenética sob o aporte do construtivismo
piagetiano – prefere não usar o termo letramento. O que ela refere como cultura
escrita é similar, quando defende a alfabetização no contexto das práticas de
leitura e escrita que circulam na cultura. O uso do termo “construtivismo” se
ampliou para abarcar outros aportes e é fato que terminou por constituir um
conceito vago, para o qual conflui diversos princípios, inclusive a questão de
aprender a ler e escrever no contexto das práticas de leitura e escrita. É
certo também que, no discurso pedagógico e em propostas das políticas públicas,
esses aportes – os estudos do letramento e a perspectiva construtivista – vieram,
muitas vezes, relacionados, complementando-se. Nos PCNs, por exemplo, há,
inclusive, certo apagamento da especificidade dos estudos do letramento e sobre
os gêneros discursivos, tudo isso sendo colocado na conta do construtivismo.
Mas justificar colocar tudo no mesmo saco pelos usos diversos de um conceito e satisfazer-se
com essa miscelânea para falar sobre o campo da alfabetização é uma
irresponsabilidade. Ainda que Nadalim fale para pais, leigos, essa distorção é
de má fé.<span style="mso-spacerun: yes;"> </span>Em vez de esclarecer,
obscurece, distorce, simplifica.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<span style="line-height: 150%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<span style="line-height: 150%;">Atacar essas diferentes perspectivas –
a perspectiva do letramento e a perspectiva construtivista – como se fossem uma
coisa só, contrapondo-as, em conjunto, ao método fônico, é uma aberração
teórica, uma total imprecisão conceitual, e um modo altamente simplório de ver o
campo da alfabetização hoje, que conta com diferentes concepções em conflito ou
em diálogo. Confundindo numa coisa só concepções diversas, ele achata um campo
complexo reduzindo-o a uma disputa binária – todas elas, igualadas e
polarizadas, em conjunto, ao método fônico, apresentado como uma farcesca
novidade. Mesmo em diálogo (nem sempre, mas frequentemente), essas perspectivas
que ele ataca, amalgamadas, não são equivalentes, e a serem colocados no mesmo
saco. Há grandes diferenças. Um <a href="http://www.scielo.br/pdf/rbedu/v15n44/v15n44a09.pdf" target="_blank">artigo</a> de Mortatti, de 2010, aborda isso muito
bem. Porque, sim, essa reedição da defesa do método fônico não começou com
Nadalim, com esse governo, há uma tentativa antiga, desde o início dos anos
2000, de enfrentamento da perspectiva fônica em relação à hegemonia do
construtivismo nas políticas públicas. Esse enfrentamento, por vezes chama ao
diálogo com pesquisadores que colocam foco na perspectiva fônica – e temos
mesmo que debater –, mas, na maioria das vezes, associando-se a fônica
exclusivamente ao método fônico, chama ao confronto polarizado e desrespeitoso
com os pesquisadores de outras perspectivas. Como já era, antes, com João Batista Araújo e Oliveira (Instituto Alfa e Beto) e os Capovilla - e aqui, nesse outro <a href="http://www.revistas.usp.br/reaa/article/view/11509/13277" target="_blank">artigo</a>, de 2008, Mortatti aborda essa questão, analisando a proposta de Capovilla. E é desse lado que está o
secretário, insuflando, como nenhum outro, a animosidade. E sem argumentos sólidos, sem conhecimento de causa, sem estudo próprio...<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<span style="line-height: 150%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; mso-layout-grid-align: none; text-align: justify; text-autospace: none;">
<span style="line-height: 150%;">A despeito de esclarecimentos
recorrentes de autores consagrados no campo, inclusive especialistas da
história dos métodos e concepções de alfabetização, no vídeo, Nadalim mistura
construtivismo e letramento a todo momento, como se fossem sinônimos. Os
estudos do letramento são estudos que não vieram associados à teoria
construtivista nem à didática de cunho construtivista. Há uma tradição
internacional e nacional de estudos sobre o letramento, como estudos de Brian
Street, Shirley Heath, do <i style="mso-bidi-font-style: normal;">New London
Group</i>, dentre outros, e os estudos brasileiros de Ângela Kleiman, Leda
Tfouni, Silvia Terzi,<span style="mso-spacerun: yes;"> </span>Roxane Rojo, e
outros tantos autores, que em nada se aproximam da perspectiva construtivista. Letramento
diz respeito às práticas sociais de leitura e escrita, às situações comunicativas
e aos gêneros discursivos de diversas esferas da<span style="mso-spacerun: yes;"> </span>comunicação humana e relaciona-se a uma
concepção de linguagem como interação social. Desde cedo, crianças que têm
oportunidade para tal se relacionam com muitas práticas letradas e aprendem
muito sobre os usos e funções da escrita em diversos gêneros de texto, podem
produzir discurso escrito, ainda que via oralidade, via escriba, e podem
compreender o discurso escrito, para além da decifração do escrito. Ignorar
essas aprendizagens é negar às crianças o acesso à cultura escrita, da qual
elas fazem parte, com a qual interagem, mais ou menos, a depender das
oportunidades familiares, sociais e escolares que têm para tal. Argumentar que
esse contexto é menos importante ou atrapalha a alfabetização é querer reduzir,
novamente, a linguagem a algo técnico, instrumental, neutro – bem ao gosto dos
interesses de quem não quer formar sujeitos conscientes e críticos, capazes de
ler, interpretar, compreender e se posicionar sobre os textos e sobre o mundo.
É importante ressaltar, no entanto, que não é o phonics que é, em si mesma, uma
perspectiva conservadora, necessariamente, ou até uma espécie de “complô da
direita”, mas<span style="mso-spacerun: yes;"> </span>sim o modo como essa
ênfase na fônica se dá, sob que organização discursiva e, sobretudo, ao ser alçada
não apenas a assunto educacional, mas a assunto político e religioso, como é o
caso (o e-book de Nadalim, de 2015, refere, na introdução, a um suposto recebimento
de sinal de Santa Teresinha do Menino Jesus que o iluminou a seguir o caminho
que seguiu na educação. E além de todas as motivações políticas e editoriais
que envolve, é digno que nota que ele refere, igualmente, ao “Curso Online de
Filosofia”, de Olavo de Carvalho, que, no cenário político atual, o indicou ao
MEC).<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; mso-layout-grid-align: none; text-align: justify; text-autospace: none;">
<span style="line-height: 150%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; mso-layout-grid-align: none; text-align: justify; text-autospace: none;">
<span style="line-height: 150%;">Ou seja, gente, está difícil de
engolir essa forçação de barra para letramento virar sinônimo de construtivismo.
No próximo post, continuação deste, analisaremos mais a fundo essa confusão de
letramento e construtivismo, pois é uma premissa equivocada básica para o
letramento ser tachado como o vilão da alfabetização. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; mso-layout-grid-align: none; text-align: justify; text-autospace: none;">
<span style="line-height: 150%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; mso-layout-grid-align: none; text-align: justify; text-autospace: none;">
<span style="line-height: 150%;">A continuar...</span></div>
<br />Licahttp://www.blogger.com/profile/13330703422606132370noreply@blogger.com27tag:blogger.com,1999:blog-2765047742547072708.post-70376538828669901602019-04-01T14:24:00.001-07:002019-06-13T12:15:04.584-07:00Série Políticas públicas de alfabetização<div style="line-height: 115%; margin-bottom: .0001pt; margin: 0cm; text-align: justify;">
<div style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 0.0001pt;">
Como explicitado na postagem anterior, estou empenhada em
discutir sobre o campo da alfabetização no Brasil e suas políticas públicas
nesse governo, juntando artigos, vídeos, matérias de jornal e revistas on-line,
e diversas outras referências, a minhas próprias argumentações e
posicionamentos. É o meu modo de contribuir para entendermos o que está se
desenhando no MEC, mais especificamente quanto a esse campo. Como serão muitas
postagens, indico aqui uma organização mínima, para facilitar a pesquisa e a
leitura sequenciada, para os que assim quiserem. Essa organização é provisória,
pois ainda estou escrevendo. </div>
<div style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 0.0001pt;">
<br /></div>
<div style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 0.0001pt;">
<b><a href="http://oficinasdealfabetizacao.blogspot.com/2019/03/o-campo-da-alfabetizacao-no-brasil.html" target="_blank">POST 0</a></b> – Contextualização: O campo da alfabetização no
Brasil, breve panorama. <o:p></o:p></div>
<div style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 0.0001pt;">
<br /></div>
<div style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 0.0001pt;">
<b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span style="color: #660000;">Postagens sobre o vídeo Letramento é o vilão da
alfabetização</span></b><o:p></o:p></div>
<div style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 0.0001pt;">
<br /></div>
<div style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 0.0001pt;">
<b><a href="http://oficinasdealfabetizacao.blogspot.com/2019/04/letramento-o-vilao-da-alfabetizacao-no.html" target="_blank">POST 1</a></b> – Introdução e análise inicial das premissas do
vídeo; concepção de letramento, de funções sociais e práticas letradas;
letramento é uma invenção do construtivismo?<o:p></o:p></div>
<div style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 0.0001pt;">
<br /></div>
<div style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 0.0001pt;">
<b><a href="http://oficinasdealfabetizacao.blogspot.com/2019/04/letramento-o-vilao-da-alfabetizacao-no_9.html" target="_blank">POST 2</a></b> –
Miscelânea conceitual: letramento, construtivismo, whole language, método
global, ideovisual ... tudo num saco só?; Letramento e/ou literacia? Consciência
fonêmica: pré-requisito e/ou consequência?<o:p></o:p></div>
<div style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 0.0001pt;">
<br /></div>
<div style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 0.0001pt;">
<b><a href="http://oficinasdealfabetizacao.blogspot.com/2019/04/letramento-o-vilao-da-alfabetizacao-no_28.html" target="_blank">POST 3</a></b> – <o:p></o:p>O
que dizem mesmo os experts; Predição ou decifração OU predição e decifração?;
ler é decifrar? Ler é compreender? Ler e compreender? Leitura: conceito
polissêmico; modelos de processamento da leitura. <o:p></o:p></div>
<div style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 0.0001pt;">
<br /></div>
<div style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 0.0001pt;">
<b>POST 4</b> – <o:p></o:p>Para
além do sistema alfabético: um desabafo; sobre a formação professores e o
homeschooling; o letramento emergente e a família. (Esse post é composto de 3 mini-posts)<o:p></o:p><br />
<blockquote class="tr_bq">
<a href="http://oficinasdealfabetizacao.blogspot.com/2019/05/letramento-o-vilao-da-alfabetizacao.html" target="_blank">4.1.</a> Sociedade democrática? Onde está a sua ideologia?</blockquote>
<blockquote class="tr_bq">
<a href="http://oficinasdealfabetizacao.blogspot.com/2019/05/letramento-o-vilao-da-alfabetizacao_3.html">4.2.</a> Ciência cognitiva, prática pedagógica, os cegos e o elefante</blockquote>
<blockquote class="tr_bq">
<a href="http://oficinasdealfabetizacao.blogspot.com/2019/05/letramento-vilao-da-alfabetizacao-post.html">4.3</a> Políticas de formação de professores e homeschooling</blockquote>
</div>
<div style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 0.0001pt;">
<b>POST 5</b> – Fechando
e algumas considerações sobre o construtivismo, a didática construtivista; a
linguagem viva e as abordagens dialógicas e discursivas; leitura e escrita como interação, produção de sentidos, de discursos; os diálogos em um
campo de conflitos e a prática pedagógica.</div>
<div style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 0.0001pt;">
<o:p></o:p></div>
<div style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 0.0001pt;">
<br /></div>
<div style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 0.0001pt;">
<b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span style="color: #660000;">Postagens sobre o e-book “As 5 etapas para alfabetizar
seus filhos em casa” e dos livros de canções para alfabetizar da autoria de Nadalim</span></b><o:p></o:p><br />
<b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span style="color: #660000;"><span style="color: black; font-weight: 400;">A ver ainda a divisão...em breve...</span></span></b><br />
<b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span style="color: #660000;"><br /></span></b>
<b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span style="color: #660000;">Análise do Decreto que institui a PNA...ou a próprio PNA...</span></b></div>
<div style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 0.0001pt;">
<br /></div>
<div style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 0.0001pt;">
Vamos lá!</div>
</div>
Licahttp://www.blogger.com/profile/13330703422606132370noreply@blogger.com4tag:blogger.com,1999:blog-2765047742547072708.post-50264390385129136582019-03-20T08:19:00.000-07:002020-07-31T14:46:19.944-07:00O campo da alfabetização no Brasil, breve panorama - POST 0<div style="text-align: justify;">
A tendência do <a href="https://www1.folha.uol.com.br/educacao/2019/03/mec-prioriza-metodo-fonico-em-projeto-para-alfabetizacao.shtml?fbclid=IwAR3C_KpKiQdJke6ciSa8Y056EoZRb1vfpBe0BRJl-vp_sabn526qmih7WKg" target="_blank">MEC</a> será o de recomendar o método fônico como metodologia única ou prioritária de alfabetização, a despeito do posicionamento de diversos especialistas e pesquisadores do campo, pois, ao que parece, estão considerando apenas os especialistas da perspectiva que elegeram, supostamente única validada pelas “evidências” – discutiremos sobre essa questão em outro momento, mas, por ora, indico a leitura desse <a href="http://www.revistas.usp.br/reaa/article/view/11509/13277?fbclid=IwAR3dS-E4NbHGZ6y8VGW8hVAy53n2cvYLCiibQmPAxpoe7pYpKrYcdoUSZEg" target="_blank">artigo</a> fundamental de Mortatti, que aborda bem essa questão, bem como discute sobre o método fônico se apresentando como novidade salvacionista. Com o intuito de compreendermos melhor o campo de disputas e discussões referentes ao rumo das políticas públicas de alfabetização e sua relação com o campo da alfabetização no Brasil, vou fazer uma série de postagens, iniciando por essa, de contextualização da discussão. Independentemente do que virá, sinto-me impelida a contribuir com a reflexão sobre essa situação toda, para além dos posts breves que já venho fazendo. Por isso decidi fazer postagens mais longas sobre essa temática. Mas essas postagens dialogam com outros textos, sejam artigos, sejam textos diversos que estão circulando na internet e que, para adensar a discussão, é fundamental conhecê-los. Por isso marquei, e irei marcando no decorrer das postagens, os links desses outros textos (ou vídeos). Ou seja, trata-se de postagens emaranhadas com esse hipertexto maior, de muitas vozes.<br />
<div style="text-align: justify;">
</div>
</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Embora a proposta de adoção do método fônico como solução para os problemas de alfabetização do Brasil não seja nova (o artigo referido de Mortatti bem retrata essa situação), os novos acontecimentos no cenário das políticas do MEC nesse novo governo atualizam e dão uma concretude maior a essa questão. Em afinação com as condutas do governo federal de indicar nomes desqualificados – mas calculados – para cargos no MEC (e em outras pastas também), e da atmosfera de mediocridade instituída e representada que estamos vivendo atualmente no Brasil, no início de janeiro de 2019 Carlos Nadalim foi nomeado para secretário, na recém criada Secretaria da Alfabetização do MEC. Lógico que ele não vai trabalhar sozinho – em 25 de janeiro a professora Maria Regina Maluf já foi <a href="http://cienciaparaeducacao.org/blog/2019/02/25/maria-maluf-mec/?fbclid=IwAR0Ycc7U7zRDQsoK-7t6eNPQKdolE1iha8CWe56b58mmHnLboPVQds_hseM" target="_blank">nomeada</a> para exercer o cargo de “Diretora de Alfabetização Baseada em Evidência”, dessa Secretaria de Alfabetização. A professora é pesquisadora do campo, na perspectiva da ciência cognitiva da leitura e fala de um lugar qualificado e fundamentado, no âmbito da concepção de alfabetização que defende. Podemos concordar, discordar, debater, ponderar, encaminhar junto a ela um debate científico, ainda que dissonante. Mas não com ele.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Nadalim é, além de queridinho do guru fake desse governo fake, Olavo de Carvalho, uma espécie de youtuber que fala de alfabetização sobretudo, para os pais, em um canal e um blog intitulados “<a href="https://www.youtube.com/channel/UCdJ0tILQf6PUrGp5b-jYyhA" target="_blank">Como educar seus filhos</a>” – título que já dá notícia de sua perspectiva prescritiva, prometendo soluções simples e instrumentais para alfabetizar os filhos em casa. Dá pistas também de seu posicionamento quanto à escola e aos professores, pois a todo momento minimiza o papel da escola, já que os pais podem se informar do passo a passo “infalível” (do método e dicas dele) para seus filhos terem sucesso na alfabetização. </div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Desde a ocasião dessa indicação e de anúncios de que o método fônico defendido por ele seria adotado como metodologia do MEC, autores (como Magda Soares, diretamente atacada por Nadalim em um de seus vídeos) e grupos de instituições diversas têm vindo a público manifestar-se a esse respeito. Eu mesma, tenho me manifestado, seja nas redes sociais (Facebook, Instagram), seja comentando em sites ou páginas institucionais no Facebook, seja em outras mídias, como um texto recente que foi publicado no <a href="http://oficinasdealfabetizacao.blogspot.com/2019/02/alfabetizacao-ameacada.html" target="_blank">jornal A Tarde</a>. Como professora da Faculdade de Educação da Universidade Federal da Bahia, pesquisadora da área de alfabetização, sinto-me comprometida em contribuir, com minha voz, para divulgar essa discussão em todos os canais possíveis: artigos, eventos, mídias, mas também nas redes sociais e nesse blog de trabalho.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
A secretaria está silenciosa por enquanto, sabe-se lá tramando o que...dizem que preparando o programa de alfabetização. Já prevendo nossas reações – já que o posicionamento inicial anunciado gerou mobilização e contra argumentações de muitos (como o <a href="http://abalf.org.br/?page_id=69" target="_blank">Manifesto da ABAlf</a> e outras instituições, com <a href="https://secure.avaaz.org/po/community_petitions/ABAlf_Associacao_Brasileira_de_Alfabetizacao_Adesao_a_manifestacao_publica_da_ABAlf_e_outras_entidades_ao_ministro_da_Ed_1/details/" target="_blank">petição</a> aberta a assinaturas) – podem estar, igualmente, “estudando” as estratégias para conseguir adesão, ou avaliando como vão articular os interesses dos que lá estão com as vozes, que serão resistência, de defesa das conquistas do campo. OU como vão passar por cima dessas vozes. Uma manifestação que julgo interessante e bem alinhada ao que penso também é a de Claudemir Belintane, nessa <a href="https://educacaointegral.org.br/reportagens/encaminhar-uma-politica-educacao-nao-e-mera-questao-de-trocar-metodo-diz-especialista-alfabetizacao/" target="_blank">entrevista</a>. A própria Magda Soares, citada em vídeo do secretário, foi procurada pela mídia e também se manifestou, brilhantemente, quanto à questão, <a href="https://www.cartacapital.com.br/educacao/pensar-que-se-resolve-a-alfabetizacao-com-o-metodo-fonico-e-uma-ignorancia/" target="_blank">aqui</a> e <a href="https://novaescola.org.br/conteudo/15004/vivi-o-estado-novo-e-passei-pela-ditadura-mas-nunca-vi-um-periodo-tao-assustador-como-este-na-educacao" target="_blank">aqui</a>. </div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Além de trazer uma contextualização à temática e alguns argumentos que julgo fundamentais para discutirmos a questão, pretendo aqui fazer duas coisas, em especial: comentar o <a href="https://www.youtube.com/watch?v=_9JEhWtlRKg" target="_blank">vídeo</a> de Nadalim em que ele atribui ao letramento os problemas da alfabetização no país e a desconstruir o “seu” suposto método milagroso para alfabetizar as crianças. Essa postagem faz parte de uma série sobre políticas públicas de alfabetização. Essa contextualização constitui o POST 0. A postagem comentando o vídeo e o e-book serão desmembradas em várias. Muitas coisas a comentar. O assunto é longo, rende, e eu sou espalhada na escrita, certo?<br />
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Gostaria de dizer, de cara, também, que a discussão sobre melhor método é antiga e contraproducente, e o que tem por trás disso são outras muitas coisas. Mas como eles usam esses discursos para fundamentar seus argumentos equivocados, e esses terão consequências nas políticas do MEC, na produção e distribuição de material, e em uso do dinheiro público, faz parte da resistência desconstruir esses argumentos até que se chegue ao que realmente importa. Embora o MEC não possa impor um método às secretarias, às escolas, aos professores, o apoio às redes de ensino, a produção de material didático, as formações continuadas, tudo isso terá impacto da linha adotada pelo MEC. <a href="https://desafiosdaeducacao.com.br/magda-soares-alfabetizacao-saeb/" target="_blank">Nessa entrevista</a> Magda Soares argumenta sobre a relatividade do verbo "recomendar" (usado no lugar de "impor" um método), revelando sua inconsistência quando atrelada a esses outros aspectos.</div>
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Comecemos pelo contexto.<span style="white-space: pre;"> </span></div>
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No seu livro “Os sentidos da alfabetização” Maria do Rosário Longo Mortatti (2000) apresenta, de forma brilhante, a dinâmica das mudanças e continuidades, permanências e rupturas, que operam, simultaneamente, no campo da história da alfabetização, articulando teorizações, concretizações na prática pedagógica e as normatizações das leis e políticas públicas. O campo da alfabetização sempre foi, e segue sendo, um campo de conflitos e disputas de concepções sobre o que é e como alfabetizar, da dialética entre novo e antigo, tradicional e inovador, o novo tornando-se antigo e o inovador, tradicional, nos discursos que se sucedem. Magda Soares (2016) também comenta a alternância histórica das propostas metodológicas para a alfabetização, e não apenas no Brasil.</div>
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Em meados do século XIX, os métodos sintéticos (que partem das partes para o todo), em especial o da soletração, usado desde o Império, e o fônico e, depois, o silábico, eram os métodos vigentes, que passaram a ser questionados, no final do século, pelos métodos analíticos (que partem do todo para as partes), sendo esses também de diversos tipos, a depender desse “todo” considerado. Essa disputa entre métodos sintéticos e analíticos centrava-se, basicamente, nas unidades de partida de ensino da escrita, as “partes”: o nome das letras, os fonemas representados pelas letras, ou as sílabas (métodos sintéticos, respectivamente soletração, fônico e silábico), ou o “todo”: as palavras, as sentenças ou pequenos textos (métodos analíticos de palavração, sentenciação e globais a partir de pequenos textos). Em meados da década de 1920, essa disputa dá lugar à disputa entre métodos analíticos ou métodos mistos (que unem a análise e a síntese), pois a marcha sintética, que parte de unidades sem significado, foi amplamente questionada. Os métodos analíticos analisavam as palavras em seus constituintes menores, sejam as sílabas ou os fonemas. </div>
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Apenas um dos métodos analíticos, o <a href="http://ceale.fae.ufmg.br/app/webroot/glossarioceale/verbetes/metodo-global" target="_blank">global</a> ideovisual, não investia sistematicamente na análise dessas unidades menores, focando sua atenção no todo da palavra, ou seja, a aprendizagem da linguagem escrita se daria pela identificação visual das palavras. Nos outros, como a palavração ou sentenciação, partia-se de palavras e sentenças, mas chegava-se a sílabas ou fonemas, analisando-se as palavras em suas unidades menores. No caso do método ideovisual – que foi apresentado por Decroly – não havia esse investimento, pois partia-se da ideia de que a criança aprende a ler e escrever por imersão na linguagem escrita, associando diretamente as palavras a seus significados. Tal perspectiva buscou fundamentos, depois, na psicologia da Gestalt, que pressupõe que o todo é maior que a soma das partes. Aplicada à alfabetização, esse pressuposto supunha que a forma global das palavras forneceria dicas importantes aos leitores iniciantes e, assim, a leitura das palavras se daria por reconhecimento de seu todo gráfico, e a sua distinção pela observação de semelhanças e diferenças entre elas. A análise de sílabas de letras poderia até ser feita ao final, mas esse não era o foco da abordagem, as correspondências letra-som seriam aprendidas naturalmente pelas crianças, nessa imersão, após o reconhecimento total da palavra estar bem estabelecido. </div>
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Todos os outros métodos analíticos, no entanto, investiam sistematicamente na observação das unidades menores que as palavras, seja com foco na grafia ou nos sons, sendo a análise em sílabas o procedimento mais difundido e adotado nas cartilhas de alfabetização – talvez por ser a menor unidade de emissão sonora e não ser artificial como o fonema (voltaremos a isso adiante). A adoção preferencial dos métodos analíticos ou mistos a partir do século XX, que parte de unidades significativas, não significa, entretanto, que a operação de síntese estivesse banida, ela sobreviveu nos métodos mistos, que operam, ao mesmo tempo, com análises e sínteses. Mas o ponto de partida do ensino do sistema deixou de ser as unidades isoladas, não significativas. Para um ótimo resumo da história dos métodos, sugiro as obras (artigos, materiais) de Isabel Frade, do Ceale/UFMG, e sua <a href="https://www.cenpec.org.br/tematicas/disputa-ou-dialogo-entre-metodos" target="_blank">entrevista</a> ao CENPEC (inclusão posterior ao texto), já no contexto da discussão sobre a PNA. Relembro, de toda sorte, que a articulação entre significado e significante na abordagem do signo linguístico - como faz os métodos analíticos -, deve somar-se ainda a dimensão das práticas letradas, que também não era ainda uma preocupação tão direta desses métodos, que, aliás, muitas vezes se utilizavam de pseudotextos para alfabetizar. O foco era o sistema de escrita, a identificação de palavras, a decodificação, ainda que a entrada se desse por unidades de sentido – palavras, frases, textos. </div>
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Historicamente, a alfabetização foi considerada por muito tempo como o ensino da escrita tomada como um código de transcrição da fala a ser memorizado, tendo seu foco, exclusivamente, no ensino do funcionamento alfabético. Mesmo os métodos analíticos, que partiam de unidades significativas, preocupados com o sentido, focavam a decodificação. Por isso a preocupação maior era com o método que seria mais adequado para alfabetizar. Acreditava-se que, uma vez que o professor seguisse os procedimentos tais que apresentados no método – seja ele sintético, analítico ou misto – a aprendizagem de todos seria garantida, já que esta era vista como um acúmulo de informações adquiridas de modo mais ou menos passivo pelo sujeito que aprende. </div>
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Nos anos 1980, a partir de contribuições de campos diversos, novas concepções de linguagem, tomada como interação social, e de ensino e de aprendizagem, que colocam foco em como os sujeitos aprendem, de forma ativa, sobre os objetos complexos de conhecimento, favoreceram mudanças consideráveis nas concepções de alfabetização, que, a despeito de suas diferenças, passaram a tomar a língua escrita como uma prática sociocultural e a escrita alfabética como um sistema complexo de notação da língua. </div>
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Essa virada no campo da alfabetização coloca a questão dos métodos tradicionais de alfabetização em outro patamar, esvaziando-se essa querela, com a tendência crescente a relativizar a importância do método. Todos esses métodos – analíticos, sintéticos ou mistos –, a despeito de suas diferenças e especificidades, possuem características comuns questionadas pelas novas concepções de alfabetização, dentre as quais se destacam: a) foco na escrita como código de transcrição da fala; b) não se ocupam da dimensão da cultura escrita, das práticas letradas, do uso da linguagem escrita; c) a concepção de ensino e aprendizagem subjacente a todos eles é de base empirista, mecanicista, associacionista. Registre-se: TODOS ELES! O artificialismo das cartilhas e sua falta de relação com as experiências reais de linguagem foram amplamente questionadas. </div>
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E cada um dos métodos tem também suas especificidades que podem ser analisadas e discutidas nesse sentido. Quantos aos sintéticos, o método de soletração, por exemplo, que é o do bê-a-ba, revelou-se inadequado há muito tempo; o fônico, pensando no método de natureza sintética, artificializa a língua, pois os "sons" das letras isoladas não são unidades sonoras com existência concreta; o silábico, por abordar uma unidade natural de segmentação das palavras na nossa língua, a despeito do artificialismo do ensino pelas famílias silábicas, teve uma sobrevida nos métodos mistos, nas operações de síntese. Quanto aos analíticos, embora partam do todo, de de unidades significativas (palavras, frases ou pequenos textos), nem sempre o contexto das palavras e o texto eram, de fato, significativos. Textos cartilhados e palavras soltas eram comuns nessas cartilhas.</div>
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Mas, a despeito das críticas, os métodos tradicionais podem alfabetizar? Podem, claro! Alfabetizaram muitos – mas convém lembrar, que se tratava, antigamente, de crianças que tinham acesso à escola, já amplamente inseridas em famílias letradas, pois com a democratização e universalização do ensino básico, novos desafios se colocam à alfabetização. Assim, o problema desses métodos – eles tomados como conjuntos de procedimentos estruturados de ensino – é justamente esses: sua base associacionista, mecanicista, que ignora o sujeito de aprendizagem e de linguagem; a escrita tomada como um mero código de transcrição da fala; o fato de que não consideram os aspectos socioculturais da linguagem escrita, de não trazerem a linguagem em sua dinâmica viva, comunicativa e significativa. Caso é que esses métodos permanecem e precisamos também ponderar, como faz <a href="https://periodicos.ufsm.br/reveducacao/article/view/658/469" target="_blank">Isabel Frade</a>, se essa permanência é uma questão de conservadorismo ou estaria ligada à natureza de um dos conteúdos da alfabetização, um de seus componentes, que precisam ser abordados, referentes às unidades menores da língua e sua relação com o sistema alfabético. </div>
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Evidentemente, também não é o caso de “desmetodizar” a alfabetização, como foi por um tempo pensado, pois seguir procedimentos para alcançar um fim faz parte da didática da alfabetização. Método é um caminho, direção que conduz a um fim determinado, são os procedimentos para ordenar a atividade. Não podemos, evidentemente, “jogar o bebê fora com a água do banho”. Não se trata de “jogar fora” a questão dos métodos na alfabetização. Método, em alfabetização, é o conjunto de procedimentos sistemáticos que possibilitam o ensino e a aprendizagem da leitura e da escrita. Magda Soares, em seu livro mais recente “Alfabetização: a questão dos métodos” trata bem disso. Houve, de fato, uma má interpretação, quando do questionamento desses métodos mecanicistas, quanto ao lugar do método no processo de alfabetização, como se as novas perspectivas socioculturais e construtivistas não combinassem com métodos. Mas essa questão já foi revisitada. A questão é que, hoje, essa discussão sobre métodos não tem o mesmo teor que tinha antigamente – a partir de querelas dicotomizadas sobre qual a unidade de partida para o ensino do sistema alfabético e que operação (análise ou síntese) é mais produtiva. Essas discussões tornaram-se menor a partir de diversos entendimentos tanto relativos às aprendizagens sobre o uso efetivo desse sistema – antes desconsiderado pelas metodologias de alfabetização – quanto relativos à própria apropriação da escrita alfabética, tomada como uma sistema complexo cujo funcionamento exige a compreensão de diversas propriedades e construções e não como um código a ser memorizado.</div>
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Há, no campo atual da alfabetização, concepções diversas sobre a apropriação da linguagem escrita, que ora se distanciam, ora dialogam e se articulam. No campo teórico, a perspectiva de base construtivista ora dialoga, ora se distancia de perspectivas de base sociointeracionista ou histórico-cultural, como o interacionismo linguístico, da perspectiva de alfabetização como processo discursivo e mesmo da perspectiva de alfabetização em contexto de letramento, que envolve diversos aspectos e facetas. Embora tenham pontos em comum, essas perspectivas não se recobrem totalmente, não são a mesma coisa, muito embora também possam dialogar. Por vezes trazem diferenças significativas em suas abordagens. Já no campo da didática da alfabetização, propostas baseadas nessas perspectivas podem aparecer em conflito ou diálogo, muito frequentemente há conflitos quanto ao modo como o construtivismo foi didatizado. Lembramos também que o construtivismo, bem como outras concepções, não são métodos, mas teorias – no caso, teoria sobre como o sujeito aprende. O construtivismo tampouco é uma concepção do processo de alfabetização. Baseada no construtivismo piagetiano, que concebe um sujeito que constrói conhecimentos de forma ativa, é a didática dita construtivista que se desenvolveu a partir desse referencial - e de outros - que pode ser analisada no âmbito de seus procedimentos metodológicos, mas não o construtivismo em si mesmo. Voltaremos a isso adiante.<br />
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Dentre essas perspectivas referidas, há também aquelas que defendem o ensino mais sistemático do funcionamento da escrita alfabética, das correspondências entre letra e som no sistema e as que não investem, por outro lado, nesse aspecto da apropriação da língua, defendendo uma menor ênfase na decifração da escrita. Dentre essas últimas, ora enfatizam mais as situações de leitura e escrita, o uso dos textos nas situações comunicativas, mas sem negligenciar o ensino do sistema alfabético, ora investem na questão da utilização de informações contextuais no ensino da leitura e da escrita, em detrimento da decifração. No campo didático, hoje, há uma perspectiva construtivista mais sectária quanto à não abordagem explícita e sistemática do funcionamento alfabético, mas há perspectivas mais conciliadoras de alfabetização em contexto de letramento, que não negligenciam o aspecto fônico, defendendo as aprendizagens referentes ao sistema de escrita e sua base fonológica, ao lado e articuladas às aprendizagens mais amplas referentes às práticas letradas de leitura/compreensão de textos.<br />
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Ou seja, trata-se de perspectivas diversas e não um bloco único que se oporia, em massa, à perspectiva do método fônico. Por tudo isso que não é possível colocá-las, todas elas, no “mesmo saco”, para opô-las, em conjunto, à perspectiva fônica, como faz o nosso secretário da alfabetização, e como a mídia tem repetido por aí, reduzindo a complexidade do campo a uma disputa binária e que iguala diferentes perspectivas, tal qual veremos mais adiante. E essas perspectivas não têm nada a ver com métodos analíticos ou globais. É outro tempo, outros desafios, outras propostas. Reduzi-las ao método analítico é uma estupidez sem tamanho, repetida a quatro cantos pelos defensores do método fônico. E a perspectiva fônica, por sua vez, outra concepção que circula atualmente, ora se apresenta em sua vertente sintética mais tradicional, como "método fônico", ora aparece como uma perspectiva fônica fundamentada na psicologia cognitiva da leitura, não necessariamente sintética, que, de fato, tem muito a nos ensinar sobre alfabetização. Mas, como todo arcabouço, esse referencial da ciência cognitiva da leitura não trata de TODOS os aspectos do ensino da língua, de TODAS as facetas importantes no processo de alfabetização e letramento, outros aspectos precisam ser considerados, em especial aqueles ligados às facetas interativa e sociocultural de que fala Magda Soares (2016). A ciência da leitura não é um conhecimento de propriedade do método fônico. Isso é fundamental entender. O <i>fonics</i>, ou a "fônica" - frequentemente traduzida como "método fônico", mas sem um termo equivalente em português - não é necessariamente sinônimo de método fônico sintético. Diz respeito à abordagem da dimensão fonológica da escrita e, em especial, o estabelecimento de relações entre fonemas e grafemas na compreensão do funcionamento alfabético da escrita. Abordar as relações entre fonemas e grafemas, refletir sobre os sons da língua, não são exclusividade dos métodos fônicos - é nisso que precisamos insistir! E essa ênfase no <i>fonics </i>pode ser de diferentes graus, desde um grau mais incidental até o ensino explícito, assim como o modo de propor a reflexão sobre esse aspecto bastante diversa, reflexiva ou mecânica, de treinamento fonêmico. Mas voltaremos a essas questões em breve, quando da análise do vídeo e da proposta fônica do E-book de Nadalim e no seguimento de nossas conversas sobre isso. </div>
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Dito isto, cabe esclarecer que conhecer, minimamente, a história dos métodos de alfabetização, os discursos e dialéticas em torno das rupturas e continuidades que são operadas nessa história (como discute MORTATTI, 2000), e esse campo de concepções teóricas em jogo nesse cenário, é fundamental para compreender o modo discursivo com que as novas querelas no campo da alfabetização são postas. É preciso conhecer esse campo para não associar as querelas atuais diretamente e de modo equivocado às velhas querelas da época da “guerra dos métodos”, do final do século XIX e início do XX, em que o foco de preocupação era “qual o melhor método?”. Mortatti bem sublinha, nesse cenário, as disputas pela hegemonia de projetos político-educacionais e os interesses editoriais envolvidos no discurso persuasivo de validação de um método único como solução para o país. Ou seja, não é exclusividade da querela atual a retórica da eficiência de um único método sobre os outros, sem que se considere os limites internos de cada um, e o discurso de que aspecto seria o preponderante. Na história da alfabetização, como bem nos insistem Mortatti e Frade, cada discurso, de cada método, foi sempre baseado em apontar os problemas dos métodos que o precedem - e que sempre pode ser algo antigo requentado. E enquanto isso, as crianças precisam ser provocadas em diversos aspectos. Por isso, aposto nos professores na sala de aula, e em nós, que queremos ajudá-los a fundamentar seus discursos e didáticas, para sair desse reducionismo...</div>
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Considerando tudo isso, enunciar que a situação atual nas políticas públicas, como a mídia vem anunciando, que se trata de "substituição do método global pelo método fônico" é assumir que o que temos hoje é o método global. Confundir letramento e mesmo a perspectiva construtivista como um todo com método global é um equívoco que precisamos não reforçar. Precisamos desmistificar, primeiro, esse equívoco que se apresenta como premissa, e sair dessa linha argumentativa deles. Precisamos rebater e argumentar com outros argumentos, e não voltando a velhas querelas como se a querela atual fosse uma versão requentada da mesma de antigamente. Não é bem assim. Ainda que possamos falar em procedimentos semelhantes aos procedimentos da marcha analítica, fazer equivaler método analítico ou global a construtivismo - e pior, a letramento, é um equívoco usado insistentemente como premissa. Está certo que a didática de cunho construtivista que, baseada não apenas na psicogênese, mas também em Goodman e Smith e na perspectiva da whole language (voltaremos a isso no próximo post), terminou por reforçar esse equívoco ao negligenciar o ensino do funcionamento alfabético da notação da língua. Mas não podemos confundir nem aceitar que confundam, espertamente, letramento e mesmo construtivismo, com método global. Nem que seja isso o que temos hoje. Cartilhas de método analítico podem partir de palavras, de sentenças e de pequenos textos, inclusive pseudotextos bem cartilhados, e podem propor a análise em sílabas ou fonemas de modo bem mecânico, como o ba-be-bi-bo-bu tão famoso. Isso não tem nada a ver com ocupar-se das práticas letradas no ensino da língua escrita e refletir sobre o sistema nesse contexto, como um sistema que amplia a possibilidade de participação letrada. Magda Soares já desmistificou essa questão em um <a href="http://www.scielo.br/pdf/rbedu/n25/n25a01.pdf" target="_blank">artigo </a>de 2004!!! E estamos em 2019 ainda colocando as coisas em termos de fônico x global??? Não vamos entrar nisso de tornar simplórias as coisas que são complexas e reproduzir esse binarismo. </div>
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O ensino explícito do sistema de escrita e sua base fonológica não é exclusividade do método fônico, bem como abordar procedimentos fônicos não significa adotar um método fônico sintético. Trabalhar a consciência metalinguística - metacognitiva -, a consciência fonológica de rimas, sílabas, fonemas não é, necessariamente, aplicar o método fônico ou silábico. A consciência fonêmica não se reduz a propostas de segmentação de palavras em fonemas e muito menos de pronunciar fones isoladamente - algo artificial e impossível, pois a fala é co-articulada. O fonema, por sua vez, não é som, mas uma unidade fonológica abstrata, mental. Do mesmo modo, ensinar o sistema alfabético no contexto das práticas sociais de leitura e escrita não significa adotar método global e, certamente, não o global ideovisual. Nada mais equivocado! Outro aspecto muito repetido é que usar procedimentos vários, silábicos, fônicos, etc, significa "misturar métodos". Não se trata disso! A língua pode ser segmentada em várias unidades fonológicas, dentre as quais, sílabas e fonemas (mas não só), todas elas são importantes no processo de alfabetização, por diferentes motivos, em diferentes momentos. Abordá-las não é equivalente a adotar um método, nem abordá-las em conjunto é “misturar métodos”. Esse é um modo extremamente simplório que não cabe a especialistas no campo, apenas ao discurso dos medíocres, que a mídia toma como ponto de partida equivocado, a partir da voz deles. Prefiro falar em uso de diferentes procedimentos - que são procedimentos metodológicos, metodologias - em vez de dizer que se pode/deve usar vários métodos ou misturar métodos – considerando que ao referir a "métodos", geralmente remetemos aos métodos tradicionais, esses que se critica por terem características bem diversas dos procedimentos silábicos ou fônicos que se propõe hoje como reflexão metalinguística sobre a escrita e sua base fonológica. Estamos muito distantes desse modo simplório de ver os conflitos de concepções do campo da alfabetização hoje. As propostas muitos autores e pesquisadores da área não se encaixam nessa lógica. Precisamos sair desse modo discursivo que reforça o que queremos questionar. Artur Gomes de Morais já discutia isso em 2006 (!!), em um <a href="http://portal.mec.gov.br/seb/arquivos/pdf/Ensfund/alf_moarisconcpmetodalf.pdf" target="_blank">artigo</a> que vale a leitura nesse momento. Por outro lado, recentemente, referindo-se à polêmica brasileira atual tanto quanto às readings wars nos EUA, Catherine Snow, pesquisadora alinhada à perspectiva da ciência da leitura, disse, muito ponderada, que o posicionamento de uma perspectiva em contraposição total ao outra apresenta-se como uma discussão “supervalorizada” e “contraproducente”, já que é preciso investir tanto no sistema alfabético quanto nas práticas significativas, reais e as ricas experiências com a linguagem, e associá-las a perspectivas políticas é prejudicial para a aprendizagem das crianças. Diz ela nessa <a href="http://www.revistaeducacao.com.br/mec-alfabetizacao-2/?fbclid=IwAR0ootNFvdEWww8vUAD0QmRHXH2k1MNbEZzTOGvMqFKPDCKLPAsa9swNTm8" target="_blank">entrevista</a>: "Quando a disputa se torna política, as pessoas se alinham de um lado, por paixão, e deixam de perceber e de apreciar o que há de valor científico ou metodológico na posição do outro. E aí a questão técnica e o reconhecimento das verdadeiras necessidades das crianças são abandonados ou ficam desequilibrados" - e ela é do campo da ciência da leitura, certo?<br />
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Bom, de todo modo, diante de tudo o que foi discutido, reafirmo que letramento não tem nada a ver com método silábico, global, whole language, jogo psicolinguístico de adivinhação – só o nosso secretário para repetir uma asneira dessa, sem tamanho, associando letramento e construtivismo como se também fosse uma coisa só. O segundo post dessa série vai, justamente, comentar o vídeo em que ele faz essa miscelânea toda, atacando, de modo irresponsável e desrespeitoso uma autora fundamental no campo da alfabetização, reconhecida e respeitada, nesse campo, mesmo por autores de diferentes perspectivas – Magda Soares. Logo ela que defende muito pertinentemente a importância da consciência fonológica e do ensino sistemático do funcionamento alfabético. </div>
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Aprender o funcionamento do sistema alfabético da notação da língua é fundamental para se alfabetizar e poder ler e escrever com autonomia e fluência. Quanto a isso, no geral, as diferentes concepções atuais de alfabetização estão de acordo, o que varia é o peso que dão ao ensino explícito e sistemático desse funcionamento, indo de uma perspectiva com foco maior na imersão a uma perspectiva de treinamento fônico. Retomaremos essa questão, que é essencial no nosso argumento sobre as querelas atuais no campo da alfabetização.</div>
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Fato é que essa aprendizagem do funcionamento alfabético não garante, entretanto, a leitura e escrita competentes de textos de diversos gêneros, a compreensão leitora, os procedimentos de escrita e, muito menos a função social da linguagem que circula na cultura escrita. Assim, é preciso investir nessas diversas facetas (como diz Magda Soares), para formar leitores e produtores de textos. A alfabetização, assim – no sentido amplo – não se constitui em um aprendizado meramente técnico e nem mesmo procedimental. Quando se propõe o termo letramento é, justamente, pensando em abarcar as questões mais amplas relativas às capacidades de interagir com cultura escrita, reservando o termo “alfabetização” para o processo de apropriação do sistema de escrita, mas isso, no sentido de ampliar a participação nas práticas letradas, a partir da competência de decifração da escrita alfabética – ou seja, essa aprendizagem é também parte do processo de letrar-se. O processo de apropriação do funcionamento da notação alfabética, no entanto – a alfabetização propriamente dita – pode ser conduzido de forma reflexiva, metacognitiva, e não mecânica, associacionista, artificializando a língua como faz o método fônico sintético, que toma a perspectiva do conteúdo e do adulto sobre a estrutura da língua, não considerando a perspectiva da criança que aprende. </div>
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Construir metodologias de alfabetização para dar conta da especificidade da alfabetização no contexto da linguagem viva e dinâmica e dos sujeitos que com ela interagem, bem como metodologias para abarcar as diversas facetas da linguagem e de seu ensino, é um desafio que precisamos enfrentar para não negligenciar os aspectos linguísticos nem tomá-los de modo mecânico, a partir de metodologias mecanicistas, mantendo ou voltando aos velhos métodos. A formação de professores precisa mesmo investir mais no conhecimento didático sem sectarismos em relação a concepções e métodos de alfabetização. Por isso que hoje se diz que a questão principal não é mais, exatamente, sobre decidir-se sobre que método é melhor, mas discutir todos os procedimentos que são necessários para se apropriar de todas as facetas da língua escrita e, em cada faceta, suas especificidades. Na faceta propriamente linguística há a possibilidade de abordar as diversas unidades da língua, como palavras, sílabas, fonemas, unidades maiores e menores que as sílabas, e isso não significa adotar tal ou tal método, ou misturar métodos, como já referido.</div>
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Essa síntese, que não traz nenhuma novidade, mas tem o propósito de contextualizar as questões que vamos discutir sobre as políticas públicas de alfabetização. E, em especial, prepara as próximas postagens: a análise do vídeo “Letramento, o VILÃO da Alfabetização no Brasil”, de Nadalim, que argumenta de forma desrespeitosa sobre o letramento e o construtivismo, para justificar a validação do método fônico como panaceia para todos os problemas de alfabetização no Brasil, e o tal E-book de sua autoria, com o passo a passo aplicacionista que garantiria a alfabetização das crianças. Esses serão os próximos posts, começando pela análise do vídeo.<br />
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Vamos que vamos!<br />
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<b><span style="font-size: x-small;">Referências</span></b><br />
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<span style="font-family: "times" , "times new roman" , serif; font-size: x-small;">MORAIS, Arthur. Concepções e Metodologias de Alfabetização: Por que é preciso ir além da discussão sobre velhos métodos? Brasília, DF: Secretaria de Educação Básica. (Trabalho apresentado no <b>Seminário Alfabetização e Letramento em Debate</b>), </span><span style="font-family: "times" , "times new roman" , serif; font-size: x-small;">2006.</span><br />
<span style="font-family: "times" , "times new roman" , serif; font-size: x-small;"><br /></span>
<span style="font-family: "times" , "times new roman" , serif; font-size: x-small;">MORTATTI, Maria do Rosário Longo. A “querela dos métodos” de alfabetização no Brasil: contribuições para metodizar o debate. <b>Revista Eletrônica Acolhendo a Alfabetização nos Países de Língua Portuguesa</b>, v.8, n 14, 2014.</span><br />
<span style="font-family: "times" , "times new roman" , serif; font-size: x-small;"><br /></span>
<span style="font-family: "times" , "times new roman" , serif; font-size: x-small;">MORTATTI, Maria do Rosário Longo. <b>Os sentidos da alfabetização </b>(São Paulo 1876-1994). Editora UNESP: COMPED, 2000.</span><br />
<span style="font-family: "times" , "times new roman" , serif; font-size: x-small;"><br /></span>
<span style="font-family: "times" , "times new roman" , serif; font-size: x-small;">SOARES, Magda. <b>Alfabetização</b>: a questão dos métodos. São Paulo: Contexto, 2016.</span><br />
<span style="font-family: "times" , "times new roman" , serif; font-size: x-small;"><br /></span>
<span style="font-family: "times" , "times new roman" , serif; font-size: x-small;">SOARES, Magda. Letramento e Alfabetização: as muitas facetas. <b>Revista Brasileira de Educação</b>. Minas Gerais, n. 25, jan/fev/mar./abr, 2004. </span><br />
<span style="font-family: "times" , "times new roman" , serif; font-size: x-small;"><br /></span>
</div>
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