quebra-luz, quebra-queixo,
e queijo com goibada.”
Ela propôs ainda analisarem outras palavras compostas, que não as do texto, formadas com a palavra "quebra", como quebra-mola, por exemplo, também tentando fazer as crianças expressarem o que achavam que significa.
Buscar essas definições a partir das próprias crianças é bem legal. Pode também, se ninguém acertar, ver o significado e tentar entender a explicação dessa composição. Em quebra-mola, que mola seria mesmo essa? Por que então aquele abaulado na rua chama-se assim? É um rico trabalho de enriquecimento de vocabulário que, explorando as palavras escritas também pode oportunizar a reflexão sobre a escrita.
Não satisfeita, ela propôs ainda que as crianças inventassem e definissem palavras compostas que não existem e conta que um aluno inventou o "quebra-túnel", dizendo que era um desvio para caminhões muito altos que não conseguem para passar pelo túnel! Muito divertido!
Talvez seja interessante depois listar, separadamente, junto com eles, as construções que existem e as que foram inventadas por eles, e ao fazê-lo levá-los a tentarem ir reconhecendo as palavras para decidir em que lista entra. Talvez assim, diante de tantas palavras compostas que não conheciam, atrapalhem menos essas com as que são inventadas. Talvez seja bobagem minha essa ressalva, gosto de invenções, ainda mais das invenções de linguagem de que as crianças são capazes! Mas como estão trabalhando vocabulário, talvez seja uma boa saída... e ainda permite que tenham que ler as palavras para decidir sobre sua lista e relembrar seu uso (inventado ou existente).
Um modo de formarem palavras inventadas é também misturar várias fichas com as palavras que entram na composição de palavras compostas do universo trabalhado, e ir recombinando-as, criando palavras existentes e não existentes. Em todo caso, sai coisas bem engraçadas. O reconhecimento das palavras também está em jogo aí.
Como eu sugeri no comentário, esse trabalho pode se estender também para outras expressões e palavras compostas, como as com "pé" (ex. pé-de-moleque, pé-de-vento), que são muitas na língua. Um livro muito bacana que trás expressões com "pé" é o livro de Elias José, "Sem pé nem cabeça", da Formato.
A canção Pé com Pé, do Palavras Cantada, é muito legal para explorar esses aspectos também, embora não traga prioritariamente palavras compostas, mas expressões idiomáticas.
Ah, só não me perguntem sobre os hífens da nova ortografia. Ainda estou me batendo com eles...
Pé Com PéSandra Peres / Paulo Tatit
Acordei com o pé esquerdo
Pé com pé, pé com pé, pé com pé
Não me leve ao pé da letra
Vou dar no pé / Pé quente
As expressões idiomáticas, ou frases feitas, são expressões de uso comum cuja interpretação é captada globalmente, pois se caracterizam por não ser possível identificar seu significado através de suas palavras tomadas de modo isolado, individualmente, nem de seu sentido literal. De tão repetidas, viram uma fórmula pronta para expressar uma idéia e passam a integrar o idioma.
Elas são excelentes para brincar com as palavras, enriquecer o uso da língua, perceber as sutilezas das contruções de significado e ampliar a possibilidade de compreensão de textos diversos, que trazem por vezes essas expressões, tão frequentes nas interações verbais da oralidade.
Por ora é isso. Vou postar outras possibilidades de exploração, do mesmo livro, dessa vez com poemas de outras letras. Da letra R pra começar, tá?
E assim vamos...
Beijos,
Lica
Oi,
ResponderExcluirAdorei meu comentário ter inspirado o post.
Bjs,
Cris
Comente mais, mande sempre suas ideias... certamente contribuirão com o blog e me inspirarão outras...
ResponderExcluirBjs,
Lica
Parabéns as duas!
ResponderExcluirQua venha mais e mais trocas e novos posts.
Adoro esse cantinho!
Bjs.
Obrigada, borboletinha francesa!!!
ResponderExcluirTambém adoro essas trocas.
Continue borboleteando por aqui.
Bjs,
Lica