Os textos da tradição oral tem sido uma rica fonte para os autores de
literatura infantil criarem suas obras, sejam narrativas ou poéticas.
Contemporaneamente, a literatura infantil ganhou muito em beber na fonte da
tradição oral no que diz respeito a um ludismo gratuito, à escrita
atravessada pela oralidade e às sonoridades que lhes são próprias. Muitas vezes o diálogo com essas fontes tomam ares de
intertextualidades mais atestadas mesmo, quando parlendas, cantigas, trava-línguas, adivinhas, quadrinhas, acalantos, são retomados de modos diversos nas recriações dos autores. É comum os autores resgatarem brincadeiras orais da cultura popular para as páginas de seus livros ilustrados. Esse é o caso também dos tangolomangos.
É importante, no entanto, saber selecionar bem os bons textos, as
boas reapropriações, pois há igualmente muita produção no mercado editorial que
apenas repetem fórmulas já consagradas, juntando-as a ilustrações por vezes sem
muita qualidade, sem ressignificar e recriar, de fato, esses textos que usam
como fonte, seja com as modificações que introduzem, seja no diálogo que estabelecem com as ilustrações. O bom senso é uma ótima bússola, mas há também que olhar os autores
envolvidos, o cuidado com a edição e ilustração, enfim, uma série de critérios
que possam nos ajudar a separar o que realmente vale à pena.
O tangolomango - ou a sua estrutura versificada, enumerativa
decrescente, essa parlenda mnemônica de contar para trás - é revisitado e utilizado em diversos livros atuais, dentre os
quais indicamos alguns. Os autores aí reinventam a brincadeira tradicional do
tangolomango, cada um ao seu modo. Cada um traz a sua versão, com sua maneira própria
e especial de contar a história desse sumiço gradativo. A palavra tangolomango
pode estar ou não presente nessas parlendas reinventadas. O que vale ressaltar é a presença de elementos básicos desse tipo de estrutura: o número de estrofes, os versos rimados e ritmados, a enumeração decrescente...
É interessante que em muitos desses livros, no final, algo
acontece, de mágico ou não, e os personagens voltam a ser dez...ou mais... Será porque
poderia ser um pouco triste para as crianças terminar com todo mundo
desaparecido? Será que a ideia subtrativa, de sumiço, que remete à morte, ao
vazio, à doença, à solidão, seria considerado muito frustrante para os pequenos? Talvez! É
uma possibilidade que, sendo para crianças, prefira-se apresentar uma redenção,
um recomeço, um desfeitiço, uma volta
populosa dos personagens quase perdidos... Assim como, no geral, nessas
apropriações do tangolomango parte-se de dez, e não de nove, parece que não se quer terminar
em zero...em nenhum... Mas às vezes termina...
Alguns desses textos apresentam motivações tão pouco
próximas aos tangolomangos tradicionais, a sua natureza mágica ou mórbida, que
poderíamos até questionar se podemos nos referir a eles como tangolomangos ou
se são simplesmente textos enumerativos decrescentes... Não sei...Afinal, o
princípio de numeração regressiva está presente em rezas e textos muito diversos,
não necessariamente tangolomangos, mas, por outro lado...os tangolomangos bem podem "esquecer" a sua origem mesmo, como vimos no post anterior, não é?
Bom, mas vamos às sugestões!
Começo com “Chá das dez”,
de Celso Sisto (editora Aletria). O livro conta a história de dez velhinhas,
bem arrumadinhas, que saíram juntas para um chá. Mas, até chegar ao destino,
elas passam por várias situações corriqueiras e... “Dez, nove, oito, sete, seis, cinco,
quatro, três, duas... Só uuuma? Então, que tal tomar um chá, com uma só
velhinha...?” – lê-se na contracapa. O autor não usa a palavra tangolomango,
mas a estrutura é completamente similar aos tangolomangos. No final, como as
situações dos sumiços não eram irreversíveis, as velhinhas voltam a ser dez! Ver site do autor. E você pode ler a história aqui.
No livro “A casa das dez
furunfunfelhas”, de Lenice Gomes (editora Mundo Mirim), a trama já é mais
retrabalhada, pois cada velhinha furunfunfelha, na sua vez, diz um trava-língua
e isso causa o tangolomango nelas. Aqui a palavra tangolomango, de fato,
aparece, bem como o sentido de feitiço que ela evoca. Elas são enfeitiçadas,
uma a uma e, depois, para acordá-las, só com adivinhas. O velho Félix, com seu
fole e suas adivinhas, consegue trazer todas de volta do tangolomango... e
salva as dez irmãs! Assim, além do tangolomango, o livro traz outros gêneros da
tradição oral no texto.
No livro “Dez Sacizinhos”, de
Tatiana Belinky (Dobras da Leitura), os sacis saem da mata e se espalham pela
praça, passam debaixo do arco-íris, nadam na praia e andam de fusca, bem
danadinhos, urbanos, brincalhões. Um a um, vão todos saindo de cena. E se esconde na paisagem (mas não muito) alguém que a gente não sabe se tem a ver com o sumiço ou não. Quem será?
O livro “As dez filhas do seu João”, de Fábio Sombra (Abacatte Editorial), foi
ilustrado pelos tapetes do grupo Costurando Histórias, que também os usam em
suas contações. Olha um aí abaixo:
O autor diz ter revisitado o tangolomango
de origem portuguesa, As Marrafinhas, que na verdade se inicia com 24
Marrafinhas, caem para 12 e daí vai decrescendo uma a uma através do
“tangomango”. Para mim, é um tangolomango como outros...Ver uma versão das Marrafinhas aqui.
O livro “Os dez patinhos”,
escrito e ilustrado por Graça Lima (Companhia das Letrinhas), conta as
estripulias de dez patinhos irmãos que não param quietos. Cada vez um se
distrai com alguma coisa e sai de cena. E no final, quando reaparecem, cadê o
décimo patinho?
É um livro bacana para crianças pequenas, pois além da
linguagem, dos personagens, das motivações dos sumiços dos patinhos, bem
apropriados a crianças menores, mostra uma comparação da quantidade de patinhos
e traz também, no final, um jogo de trilha, de tabuleiro, com os patinhos
disputando para ver quem vai chegar primeiro.
Um livro que traz a expressão tangolomango
é o “Tangolomango da Massa”, de
Aléxia Linke e Tana Halú, livro de produção independente desses autores de Roraima,
que tive a chance de ler e ter, graças a minha amiga Leuda Evangelista, da
Universidade Federal de Roraima, que, sabendo da produção desse post, quando estávamos em um Encontro do
Trilhas aqui na Bahia tinha, por acaso, alguns exemplares em mãos! Que
coincidência, heim? Valeu, Leuda!
Aléxia traz uma adaptação do
tangolomango popular tradicional, mas no fim – como em alguns livros já citados
– a situação se inverte e os personagens voltam de seus tangolomangos intactos!
O diferencial desse livro é que as ilustrações foram todas feitas com massa de
modelar, por Tana Halú.
Um livro que traz essa repetição por subtração própria aos tangolomangos, mas sem ser tangolomango de fato, é o livro “Eram Cinco”, de Ernst Jandl, escritor austríaco, lançado no Brasil pela Cosac Naify. Fala de cinco brinquedos numa sala de espera, cada qual com sua mazela e, de um a um, vão entrando e saído, cada vez um a menos, que restam esperando o atendimento atrás daquela porta de onde sai uma luz...
Outro desse tipo, muito legal, é o "Dez numa Cama", de Penny Dale (Edições Asa, Portugal). Um menino numa cama apertado com um monte de seus bichinhos, vai chegando para lá e cada vez um cai. Baf, tumba, bum, pim, crás, e vão caindo todos os animais. Cada vez que um cai, uma onomatopeia, o que é muito interessante, tanto para dar colorido à leitura da história, quanto para pensar nos sons e sua grafia. No fim, o menino fica só e quer todos de volta na cama... Dica bacana de minha amiga e parceira, fiel escudeira de sempre, Ana Antunes. Valeu, Aninha!
Outro livro que achei recentemente foi o "Todos no Sofá", de Luísa Ducla Soares (Livros Horizonte). Dez amigos bichos estão num sofá, e cada um vai, saltando de lá... e...
Dá para vê-lo aqui:
O Livro "Sete
patinhos na lagoa", de Caio Riter (Biruta), traz um texto menos próximo da
oralidade - como é comum nesses livros de contar e nos tangolomangos - apesar das rimas e estrutura em versos, meio em quadra. A narrativa é mais rebuscada, a linguagem escrita bem trabalhada, com vocabulário mais denso, e traz várias ações entre uma engolida e outra dos patinhos pelo jacaré. Assim, se distancia mais da estrutura de tangolomango, mas continua tendo a ideia de enumeração decrescente. Tem belas imagens, do ilustrador Laurent Cardon.
Da escritora Anna Flora, tem o livro “Cada macaco no seu galho”, da coleção
“Macaco Disse”, com ilustrações de Claudio Martins (Formato). Se cada macaco
tem seu galho, imagine quando os galhos são cortados...o livro não deixa de dar
seu recado nesse sentido ecológico. Além do próprio texto na estrutura de
tangolomango, o livro traz um glossário com diversas espécies de primatas e
páginas com brincadeiras para cortar, colar, montar.
Em “Números Assombrados”, de Flávia Muniz (Girassol), gostei do fato de
os personagens serem da turma dos monstros, do terror. Terror engraçado... Eles
passeiam de trem fantasma e a cada momento vai descendo um, por algum motivo. No
fim, quando restam dois – surpresa! – só lendo para ver, mas o trem fica
lotado!!! Uma saída diferente...
Meu filho ganhou um livro que se chama
“Os dez monstrinhos”. Não é
brasileiro, é inglês, mas foi editado aqui pela Lafonte. É bem infantil e já
desconfio logo, pois não traz o nome do autor, que descobri na internet, Sally Hopgood.
O livro é daqueles que têm furos nas páginas cartonadas e, nesse caso, pelos
furos vemos os olhinhos dos monstros. E a cada virada de página, um se esconde.
Começa assim: “Dez monstrinhos estão escondidos no meu quintal. Eles não sabem
se esconder muito bem, então encontrá-los não será difícil!”. Eles vão
desaparecendo aos poucos, vão sendo vistos sempre um a menos e, no final,
reaparecem num pop-up, como presentes numa caixa. Não tem lá nada de muito
especial, mas me pareceu legal para as crianças bem pequenas, pela linguagem, o
tipo de sumiço e o reaparecimento efusivo do final.
Gente, dia desses vou fazer um post de livros de monstros, é tanta
coisa!!!
Através da pesquisa que fiz desse
livro, descobri que em inglês tem muitos livros assim – e muitos começam com
cinco! São livros de “countdown”, ou seja, de contar de trás
pra frente, de dez ou cinco para zero. Não dá para saber se todos os livros de contagem que vi são
de estrutura enumerativa decrescente, mas já dá para notar que ela também aparece em produções de países anglofones. Há muitos livros desse tipo, de contar de um a dez, de dez a zero, ou para frente e para trás.
Alguns desses foram editados em português,
sempre com esse formato de papel cartonado, furos, os bichinhos se encaixando
nos furos, e terminando em pop-ups – que os pequenos adoram! Como exemplo, cito
os “Eram dez largartas” (ou cinco), “Eram dez girinos” e a versão “Eram cinco girinos”, todos
assinados por Debbie Tarbett (Ciranda Cultural). São para os pequenos. Começam com dez ou cinco, vão sumindo página a página, concretamente, de seus buraquinhos... Ou seja,
parece que, ao menos na Inglaterra, essa estrutura é muito usada em livros
próprios para crianças menores.
Sem contar aquela cançãozinha
enumerativa dos dez indiozinhos, que aprendi na versão em inglês, quando menina
e morava na Inglaterra, que vai de um a dez e depois, decrescente, de dez a um,
como vocês podem ver aqui.
Como essa, com a mesma melodia, tem “Ten red apples” e “Ten little apples”, a canção e vários
livros, e por aí vai...
Falta ainda referir-me a um livro de Ângela
Lago – escritora e ilustradora que aprecia muito os tangolomangos – chamado “A visita dos 10 monstrinhos” (Companhia
das Letrinhas). Monstros, justamente! De novo eles!
Na verdade, não se trata de um
tangolomango, pois não é uma contagem decrescente, mas de algum modo, flerta
com essa estrutura. Os monstrinhos vão chegando, um a um, com rimas e jogos de
palavras: “veio um, paratibum...e dois vieram depois. Chegaram três de uma
vez... e quatro entraram no quarto”. E eles vão fazendo a maior confusão! Na
ilustração, cada algarismo tem dentro de si o número de monstrinhos
correspondente a ele e tem muitas outras sutilezas escondidas entre texto e
imagem. É um livro legal para os pequenos, que estão aprendendo os números. Mas não é tangolomango...
Ah! Aliás, outra de números, mas que também não é
decrescente é a brincadeira cantada da Tumbalacatumba: “tumbalacatumba,
lacatumba laduê”... “Quando o relógio bate à uma...”, também chamada de Dança
das caveiras... Para dicas de outros livros de contar, não necessariamente com estrutura enumerativa decrescente, veja esse post aqui, muito interessante.
Mas voltemos aos tangolomangos...
Bom, como eu disse, e falando nela, Ângela
Lago gosta dos tangolomangos e no seu site propõe um Tangolomango dos ETs. Ela
diz fazer coleção de tangolomangos e pede que quem saiba um, envie para ela! Vejam!
Por fim, vi recentemente uma espécie
de tangolomango no livro “Ciranda
Brasileira”, de Elias José (Paulus), no qual ele traz poemas e cordéis a
partir de xilogravuras de J. Borges. Um deles é “O namorado matuto”, em
estrutura de tangolomango – embora a expressão não apareça. O matuto tinha dez
namoradas e foi perdendo cada uma de um jeito, até restar nenhuma e ficar “chupando
o dedo”. Diferente, porém do que acontece geralmente nos tangolomangos, suas
estrofes não trazem rimas. Mas a repetição de “só fiquei com x namoradas”, a
cada vez, confere um ritmo ao poema.
Para terminar as sugestões, uma
curiosidade, mas aí para vocês, adultos, pois para crianças não dá. Não dá
mesmo, heim?! Trata-se do curta metragem, todo feito em massinha, chamado “Os irmãos Williams”, de Ricardo Dantas,
que participou do Anima Mundi de 2001. Não é para crianças. Ao menos não
deveria ser. Nem mesmo para as que convivem com essas realidades. É bizarrão, com
conteúdo totalmente adulto, violência, drogas, e até meio macabro. Uma sátira
no formato de telejornal, desses que noticiam tragédias. Mas pode ser divertido
para adultos. Cito-o aqui, pois sendo uma espécie de tangolomango serve para mostrar
o tanto de coisa que um tangolomango pode dar!
Se quiser conferir, aqui no site do
Porta Curtas. Mas não digam que não avisei, rsrsrs!!!
Bom, gente, certamente muitos outros
tangolomangos circulam por aí, tradicionais, autorais... Pode ser divertido
ficar atento para reconhecê-los! E rápido, antes que sumam todos!!!
Quem conhecer outros livros, que nos diga aqui, heim? Comentem, contribuam!
No próximo post, trago algumas sugestões de atividades e de material com os
tangolomangos. Aguardem!
Abraço,
Lica
Querida Lica,
ResponderExcluirQuem agradece sou eu, por poder contribuir com Jogos e Materiais para Alfabetização. Seus materiais ajudam nossas professoras(es) a ampliarem seus reportórios de atividades possibilitando um trabalho MARAVILHOSO para o letramento literário.
Um beijo grande
Leuda
Obrigada, Leuda! Inclusive por essa divulgação tão bacana entre seus pares e alunos.
ResponderExcluirE vamos nessa! Tudo para vermos nossas crianças aprendendo mais ativas, mais pensantes, mais felizes!
Beijão!
Lica
Adoro as sugestões de jogos e eles me ajudam bastante. Feliz Natal e um Ano Novo cada vez melhor. Sucesso.
ResponderExcluirObrigada, Sueli,
ResponderExcluirUm ótimo 2013 para vc também.
Lica
Lica,
ResponderExcluirPra variar já conhecia algumas dessas histórias, mas aqui pude aprender mais sobre suas origens e seus usos. Foi uma leitura muito prazerosa. Já comprei alguns desses títulos e pretendo usá-los com meus alunos.
Obrigada pelo ensino e pelas dicas.
Vamos colocar em ação!!!
Beijos!
Pois é, Aninha, a ideia é unir as dicas de livros a um apanhadinho de coisinhas sobre o tipo de estrutura que têm em comum.
ResponderExcluirE aguarde o próximo post com mais dicas de brincar com a leitura, a escrita e a matemática com os tangolomangos de todo tipo!
Bjs,
Lica
Ai, me apaixonei pelos dez sacizinhos!!!!! Que lindo, adorei!
ResponderExcluirEm tempo: Não poderia dar um tangolomango lá em Brasília?
Bjs,
Ana
Rsrsrsrs! Com certeza!
ResponderExcluirSó que apenas dez não daria conta!
Rsrsrsrs...
Bj
Andréa Santos
ResponderExcluirOs gêneros discursivos de tradição oral enriquecem e auxiliam o educador no processo de alfabetização. Confesso que não conhecia os tangolamangos ou que tinham esse nome. Um tangolomango que já li foi "O Caso dos Dez Negrinhos",verdade é um poema que baseado nele Agatha Christie, faz uma dos maiores best-sellers de todos os tempos.
Andréa Santos
ResponderExcluirFalei do poema e não coloquei. Para quem não conhecia é esse ai. Se enquadra?
Dez negrinhos vão jantar enquanto não chove;
Um deles se engasgou, e então ficaram nove.
Nove negrinhos sem dormir: não é biscoito!
Um deles cai no sono, então ficaram oito;
Oito negrinhos vão a Devon em charrete;
Um deles quis ficar, então ficaram sete.
Sete negrinhos vão rachar lenha, mas eis
Que um deles se corta, então ficaram seis;
Seis negrinhos de uma colmeia fazem brinco;
A abelha picou um, e então ficaram cinco,
Cinco negrinhos vão ao fórum, a tomar os ares;
Um deles foi julgado, então ficaram dois pares.
Quatro negrinhos vão ao mar; a um tragou de vez
O arenque defumado, e então ficaram três.
Três negrinhos passeando no zoológico. E depois?
O urso abraçou um, e então ficaram dois.
Dois negrinhos brincando no sol, sem medo algum;
Um deles se queimou, e então ficou só um.
Um negrinho está sozinho, é só um;
Ele se enforcou, e não sobrará nenhum.
DIsponível: https://pt.wikipedia.org/wiki/Ten_Little_Niggers
Sim, Andrea! Claro que se encaixa...
ExcluirSó não sabia da inspiração de Agatha Christie. Curioso...
Muitos textos tem essa estrutura, mesmo estrangeiros. No Brasil, provavelmente por influência africana, mas não 100% garantido, ganhou esse nome, tangolomango. No outro post sobre os tangolomangos fala um pouco disso. Veja lá!
Liane