Lica
terça-feira, 1 de agosto de 2017
Oitava provocação sobre o abecê nordestino
Nas
minhas pesquisas pela internet, vi alguns comentários defendendo o nosso
alfabeto nordestino (alguns, nem um, nem dois), mas sob o argumento de que a origem dos
nomes (ao menos o efe, ele, eme, ene, esse, erre) seria a influência da língua
inglesa, mais contemporaneamente. Nesse argumento, as letras fê, lê, mê, nê,
rê, si, teriam sido substituídas pelas inglesas (ef, el, em, en, er, es)...
E para
completar o argumento, alguns comentários ainda ressaltam que seria tudo culpa
dos brasileiros exaltarem a cultura americana.
Ainda
que esse argumento da exaltação possa fazer sentido em outros assuntos, nada é
mais equivocado do que atribuir essa explicação a uma história que é bem mais
antiga do que isso...
Gente,
o alfabeto latino é a base dos alfabetos usados por todas as línguas europeias, ao menos da Europa Ocidental,
não só as línguas neolatinas, como o português, francês, italiano, espanhol,
etc... mas também o inglês, o alemão, dentre outras...
A raiz
é a mesma: o alfabeto latino (...que veio do grego...que veio do fenício...).
Então não tem isso de ser influência americana em nosso alfabeto, certo? Trazer
a questão para tempos mais próximos de nós, desse jeito, é desconhecer não
apenas a história do alfabeto como a História mesmo, do Brasil, do mundo...
Da
mesma forma que a questão do uso dos dois alfabetos não deve ser posta em
termos de certo e errado, tampouco ajuda usar argumentos equivocados para defender
nosso abecê.
Para
saber mais, que tal essas indicações?:
Lica
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Super interessante a temática, tendo em vista que é um assunto pouco discutido. Percebi duas vertentes na "oitava provocação sobre o abcê nordestino" , a primeira é, apesar das justificativas infundamentadas, até coerente quando trata-se da indignação pelo desleixo com a valorização cultural e extinção de termos léxicos e a outra vertente é em relação a critica da autora, que levanta de forma sucinta e coesa o erro cometido por algumas pessoas e até mesmo linguistas ao caracterizarem como errôneo a utilização de uma variante linguística em desuso pela "norma padrão".
ResponderExcluirRodrigo Tosta EDCB85
Rodrigo,
ResponderExcluirDe fato é uma temática pouco abordada, essa específica do abecê.
Te convido a ler outras partes dessa temática, para irmos além da questão da variedade linguística, pois se, em alguma medida, tem isso, em outra, o que tem é muito desconhecimento a respeito do que é mesmo essa forma de nomear as letras no Nordeste.
Sds,
Liane