domingo, 18 de setembro de 2016

Oficina Eva Furnari

Oi, gente!
No ano passado fiz uma oficina, que chamei de Eva Furnari e a brincadeira com a linguagem oral e escrita, na Ciranda do Brincar, evento da Faculdade de Educação da UFBA, por ocasião da Semana Mundial do Brincar. Postei fotos da oficina no Facebook e Instagram do Blog e, vira e mexe, me perguntam sobre a oficina e sobre as caixinhas com os materiais a partir dos livros de Eva. Pois bem, resolvi contar um pouquinho aqui sobre isso, tá? Mas só um pouquinho, para não perder a graça de quem vai, ainda, participar...pois pretendo, sim, fazer mais vezes. 

Como vocês podem ver, para começar, tento cuidar do clima, arrumando as coisas para remeter ao universo de Eva... Uma toalha de bolinhas ali (mesmo eu de blusa preta de bolinhas brancas...), coisiquinhas, elementos para trazer o universo até a sala de aula da Faced. Espalhei os nomes dos personagens de Eva pela sala toda...um jeito de trazer essas sonoridades e esse universo já na chegada... E é cada nome!!!  


Então...Depois de entrarmos no universo da autora, com seus personagens engraçados e seus nomes cheios de trocadilhos e sonoridades, de nos apresentarmos à moda de Eva, como ela se apresenta em Pandolfo Bereba, com alguns de seus defeitinhos e qualidades - que dialeticamente são os mesmos - nós entramos, enfim, no mundo das narrativas. Fomos conhecendo Pandolfo através do acionamento de estratégias de leitura várias, fomos descobrindo as estratégias narrativas da autora com livros como Umbigo Indiscreto... e passeando por diversos gêneros textuais, que são fonte de brincadeiras em alguns livros dela - como Felpo Filva, Operação Risoto, dentre outros, de forma mais eventual. Para isso Felpo Filva é imbatível! Adoro! E, assim, entrando pelas histórias e seguindo pelos gêneros de texto, chegamos às listas!

E chegamos pela via do livro Listas Fabulosas, que já comentei aqui e aqui.  O livro traz várias listas engraçadas, sempre com sete itens, cada uma sendo a lista de um personagem... Tem lista das profissões mais difíceis do mundo (tipo dentista de jacaré, babá de onça...), de coisas que não sevem para nada, de nomes preferidos de duplas caipiras inventadas, dentre várias outras. Tudo isso é contextualizado em uma narrativa que conta sobre o clube das listas de uma cidade inventada. Inventa é coisa, essa Eva! 
 
Para explorar o livro na oficina, fiz uma caixinha (caixona) que contém as listas (que dei uma para cada dupla ou trio), um dado gigante com os personagens (escolhi só 6, pois dados com mais faces é mais difícil de confeccionar - mas chegarei lá!). E tem também carteirinhas de sócios do clube das listas - aí só firula para ajudar formar os grupos. Pois bem, a ideia é simples, mas correu de forma muito bacana. Pedi que cada grupo (dupla ou trio) produzisse mais um ou dois itens de sua lista e, depois, pedi a um assistente para lançar o dado. O personagem que saísse no dado indicaria a lista que deveria ser lida, pois cada uma delas tem o nome de seu dono-personagem. E assim foi...fomos achando graça das listas - que ainda não tinham sido lidas para o grupo - e das propostas de itens dos colegas. Rimos bastante. E foi um jeito diferente de ler o livro...

Inacreditável! Das listas, passeamos ainda pelos problemas matemáticos...é... teve quem se remexeu na cadeira ou amoitou, matemática sempre parece assustar um pouquinho a quem muito se interessa por literatura. Não, não é a oficina errada, Eva também brinca com a matemática, em seus livros. São eles: Os Problemas da família Gorgonzola e Problemas Boborildos. No fim, estava todo mundo relaxado brincando com operações e situações esdrúxulas a resolver. 

A famosa Bruxinha finalmente chegou com Truks, para apresentar as narrativas sem texto de que Eva muito gosta. Depois de explorar o livro, assistimos a um vídeo em que a autora conta de suas criações e da Bruxinha em especial (aqui). E a bruxinha chegou fazendo muita a-tra-pa-lha-ção! Espalhou as letras e as sílabas por toda a sala... Mas não conto o que a gente fez para catar tudo, senão perde a graça da oficina, ok? Mas garanto que foi uma surpresa só! 

E não é que, de repente, a bruxinha apareceu em pessoa? Ganhei essa Zuzu (quando ela ganhou um nome, era esse...mas continuo preferindo Bruxinha) de uma amiga querida, Ana Lúcia Antunes. Ela não podia faltar, né? Surgiu de repente, também de dentro de uma caixinha...(caixona). E veio fazer parte da brincadeira!

E como a bruxinha tem muitos amigos, trouxe uma caixinha antiga que tenho, do livro O Amigo da bruxinha. É um livro sem texto, com historinhas curtas em imagens, cada qual, na sua maioria, com 6 tiras. Para a caixinha, as tiras foram fatiadas, cada história com sua cor (calma! não cortei o livro, escaneei e imprimi...ou fiz cópia colorida, não lembro mais...). Para cada grupo dei uma história embaralhada, para montar a história. Depois conferimos para ver se ficou diferente da do livro... Tudo isso, pano para muita manga e conversa...

Remontar a história é muito bom para fazer um pouquinho de fumacinha na cabeça pensando na estrutura  da narrativa. É ótimo para depois produzir os textos por escrito, seja com as crianças, seja em outros contextos - eu mesma faço isso às vezes para, depois de fruir das histórias criadas, discutir sobre coesão textual, estrutura da narrativa e sobre a diferença entre história e discurso. Bom, mas nessa oficina, mais vapt vupt, apenas montamos as histórias e brincamos com os enredos, sem escrever.

Daí saímos das narrativas e fomos para a tradição oral e o texto poético...para brincar com as palavras... 


O kit Adivinhe se puder foi feito a partir do livro de mesmo nome e trata-se de um livro de adivinhas da tradição oral, que Eva selecionou e ilustrou. Eva é ilustradora também, vocês sabem, né? O kit conta com as cartelas com as perguntas-adivinhas e as respostas escritas. Um grupo fica com as perguntas, outro com as respostas. Uma folia para descobrir! Sabendo oralmente as respostas a cada uma, mesmo quem não sabe ainda ler com autonomia pode achar as palavras escritas que respondem à adivinha, seja por meio de dicas (começa com a letra A...Tem 5 letras...), seja por meio de indícios, de pesquisa inteligente sobre letras, seus sons, pedaços da palavra... Ver sobre isso aqui nesse post. 


Brincar com as palavras é com Eva mesmo!!! Seus 4 livros mais marcantes nesse sentido, são o Não confunda, o Você troca?, o Assim assado e o Travadinhas. De três deles eu fiz caixinhas, com a proposta para a oficina. São coisinhas simples, mas que quando apresentadas assim, bonitas, guardadinhas, com a surpresa prontinha para sair da caixa, vira festa! Começamos com o Não confunda - o livro que diz o avesso do que diz, porque a coisa mais certa a fazer aí, é confundir para brincar... Ela diz, na verdade: confunda! Confunda para brincar com os sentidos e as sonoridades... Então, aceitamos o desafio! 

Na caixinha Não confunda, forrada com tecido de bolinhas, tem só pares de palavras rimadas e papeizinhos para cada um escrever seu "não confunda"... Para quem conhece o livro, sabe do que eu estou falando. Para quem não conhece, segue um exemplo. No livro diz, por exemplo: "Não confunda...ovelha abelhuda...com abelha orelhuda...". Criar "não confundas" é isso aí mesmo, achar pares de rimas, trocadilhos, graças com as palavras. 

Para dar uma forcinha, a caixinha tem alguns pares de rimas, para ajudar... como: "metida/fedida", "robótico/estrambótico" "amarelado/empinado", "nojenta/briguenta", "remela/janela"...e por aí vai... Mas depois que o sujeito pega o jeito, nem precisa mais das sugestões. A mente já vai logo vasculhando palavras e confundindo-as para criar pares espertinhos de "não confundas"... Experimentem! As crianças amam!!! Com elas, geralmente, se começa com coisas simples, sem cobrar tanta burilação, seja de ritmo, seja na construção da graça. Mas algo que rime. Por exemplo, pode até começar com o nome: "Não confunda Gabriel com pastel". É simples, mas pra fazer com mais graça e burilação, dá trabalho...tem que pensar na coisa que vai trocar e pelo quê, achar algo interessante, pensar no ritmo dos versos e nas sonoridades, achar trocadilhos produtivos. Um trabalho poético e tanto! Exercitem!

O Assim, Assado só fizemos ver...não tem caixinha, por enquanto. O livro é de pequenas situações sapecas... Não achei jeito de provocar uma produção de "assim assados"... Mas uma possibilidade que pensei...mas não fiz ainda...é dar o mote, ou seja, dar o Era uma vez + o personagem...e aí cada um criar sua situação. Exemplos da autora: "Era uma vez, um médico aprendiz...quando operava a paciente, aumentava-lhe o nariz", "Era uma vez, um time da pesada...jogava futebol, com bola quadrada"... 

Agora, o Você Troca?...ah, esse sim, tem caixinha. Colei papeizinhos com linhas e o título Você Troca? em um bloco maior de Post-it e pronto! Tá pronta a caixinha do Você troca?. O livro é isso aí mesmo...coisas engraçadas e rimadas para trocar, uma espécie de classificados poéticos, tipo assim: "Você troca um mamão bichado...por um bichão mimado?". E assim foi. É simples, mas dá trabalho...Como no Não confunda, tem que pensar na coisa que vai trocar e pelo quê, no ritmo dos versos, nos trocadilhos, se for o caso, e nas sonoridades, especialmente as rimas, mas não apenas... Depois da leitura, cada um foi fazer seu "você troca", que montamos em um mural...

É preciso lembrar que as ilustrações dão um sentido a mais e uma graça toda especial aos "não confundas", "você trocas" e "assim assados" nos livros da autora... Não podemos deixar de chamar a atenção a esse elemento ao ler e fruir desses livros. 
Travadinhas...falta esse. Tenho chamego por todos, mas esse gosto há muito tempo, quando eu ainda trabalhava em escola e tinha uma versão diferente do que é editado agora (só acha em sebo, agora). Mas falo disso daqui a pouco. O Travadinhas é um livro com pequenos textos que são verdadeiros trava-línguas, com situações com a graça peculiar de Eva Furnari. Tipo: "O monstro branco tem tromba preta e o monstro preto tem tromba branca", "Chilique de bicho de luxo é um lixo, e chilique de bicho de lixo, é um luxo" - tente falar rápido!!!  Pois é, a caixinha das Travadinhas compõe-se, justamente, desses textinhos da autora, para cada um retirar e ler o mais rápido que conseguir... Não precisa dizer que demos muitas risadas, não é? Simples assim! 

As travadinhas, como os trava-línguas, são isso, né? Travar e destravar a língua, para brincar com as palavras, que, do modo em que estão organizadas nos textos desafiam a pronúncia. Trava-línguas (e as travadinhas, nisso) são ótimos contextos para a reflexão fonológica, no nível dos fonemas e unidades intrasilábicas (como os encontros consonantais, por exemplo), seja no nível epilinguístico (só brincar, sem controle deliberado e consciência plena das unidades fonológicas), seja no nível metalinguístico (refletindo de forma mais consciente e deliberada, observando a relação entre a escrita e o oral: que sons parecem se repetir e desafiam nossa pronúncia? Vamos observar no texto, que letras grafam esses sonzinhos que se repetem?). Os fonemas consonantais são unidades mentais e muito abstratos para uma cabeça não alfabetizada. É difícil pensar neles separados dos sons das vogais, que se ligam a eles na emissão sonora, pois a fala é co-articulada. E um jeito de se prestar atenção a eles é justamente no contexto dos trava-línguas e de textos poéticos que recorrem a essas aliterações (repetições de fonemas consonantais). Sim, gente! É preciso entender um pouquinho de fonologia e do trabalho lúdico com a consciência fonológica para alfabetizar!

Mas voltando ao livro Travadinhas antigo, nesse, os textos eram maiores e usávamos, na escola em que eu trabalhava, para brincar com essas aliterações e para trabalhar com a ortografia. Exemplo de texto: 

Xavier se queixou pro chefe da cozinha:
- Poxa! Chega de chucrute murcho com chuchu! 
Quero churrasco de salsicha 
e bolacha de chocolate com chantilly!
O xucro do chefe trouxe churrasco de chantilly 
e biscoito de salsicha com chuchu.

Viram que os textos são bem maiores? Pois é. Esse dava pra brincar com o fonema /x/, que pode ser grafado com X ou CH, dava uma ótima situação para trabalhar a ortografia.

Pois bem... Depois de brincar com tantos textos e palavras, com sonoridades e ritmos, e depois de falar sobre aprender sobre a língua em situações lúdicas e letradas, não podíamos deixar de lembrar que é preciso não perder de vista o texto literário, quando o tomamos para refletir sobre aspectos linguísticos da apropriação da linguagem escrita. Precisamos discutir sobre a função estética não ser engolida pela função pedagógica. A função primordial da literatura é encantar, fruir, sua natureza é estética, artística. Não podemos abordar pedagogicamente os textos, matando justamente essa natureza literária - tomando o texto como pretexto, como dizem... Mas defendo muito que a análise da língua pode ser - a depender de como fazemos - muito produtiva para ampliar, inclusive, a fruição literária...para durar nos textos...fruir mais amplamente deles... Afinal, as sonoridades, as rimas, as aliterações são matéria da poesia tanto quanto da alfabetização. 

É isso gente! A oficina termina com uma festa da Bruxinha - que nem deu tempo de a gente preparar - mas que deixo como curiosidade para a próxima, ok? Próxima oficina, próxima postagem... 

Espero que tenha dado uma ideia (só uma ideia...) da oficina e inspirado vocês, seja a ler mais Eva Furnari, seja a brincar com seus textos...e, quem sabe, a fazer umas caixinhas...

Um beijo e um queijo,

Lica

terça-feira, 16 de agosto de 2016

Plano de Atividade: PARLENDA Hoje é Domingo


TIPO DE ATIVIDADE: Leitura para todos e escrita para os alunos que já consideram o princípio alfabético (mais ou menos sistematicamente)

CONTEÚDOS:
  • Gênero textual parlenda
  • Estratégias de reconhecimento de palavras e ajuste do falado ao escrito
  • Consciência fonológica de rimas, com e sem presença da escrita
  • Escrita convencional/ortografia

OBJETIVOS:
  • Aprender mais sobre o gênero parlenda e ampliar o repertório de parlendas para brincar
  • Utilizar estratégias diversas de reconhecimento de palavras
  • Ajustar oral ao escrito para reconhecer palavras sem saber ler
  • Utilizar o conhecimento sobre o valor sonoro das letras
  • Refletir sobre as rimas sem e com presença da escrita – consciência fonológica de rimas
  • Pôr em jogo o que sabe para escrever convencionalmente

AGRUPAMENTOS:
Coletivamente: reflexão fonológica
Duplas agrupadas por níveis semelhantes de possibilidade de escrita e leitura

ORIENTAÇÕES DIDÁTICAS:
(essas orientações podem ser desenvolvidas gradativamente, ao longo de mais de uma aula)

Fazer um levantamento dos conhecimentos prévios dos alunos sobre parlendas, os perguntando sobre quais eles conhecem. Solicitar que os alunos falem algumas parlendas desafiando a turma a repetir. Depois das trocas brincantes quanto às parlendas que conhecem, brincar com algumas elas trocando as palavras rimadas, fazendo graça e abordando oralmente a consciência fonológica de rimas: as crianças produzem as rimas a partir das palavras trocadas em parlendas conhecidas. Além de muito divertido, da graça com os nonsenses criados, trabalha-se aí a produção de rimas, capacidade importante de consciência fonológica.
Ex. 
“Hoje é quinta...pé de .... (?)... (ex. cinta)”;
“Rei, capitão, soldado, aprendiz...moço bonito do meu...(nariz)...
“Meio dia, Macaco entorta... Panela no fogo, Barriga... (é ricota)”.

Depois desse momento, pode-se escrever algumas das rimas no quadro e analisar as semelhanças sonoras e gráficas entre os pares com segmentos rimados: quinta/cinta (rima soante paroxítona), aprendiz/nariz (rima soante oxítona), entorta/ricota (rima toante paroxítona)...
Após essa exploração oral, a professora irá recitar uma parlenda de memória, para que os alunos ouçam e repitam, podendo também escolher uma entre as que os alunos já conhecem, como “Hoje é Domingo”. Certificar se os alunos sabem o texto de cor e, se não sabem, brincar de repetir de várias formas, garantindo a memorização, como dizer um verso e eles repetirem; depois dizer um verso e eles dizerem o que vem depois...e assim, sucessivamente; dizer um verso aumentando ou diminuindo a voz quando pronunciar as palavras rimadas etc.
Quando a maioria tiver memorizado o texto, entregar uma cópia da parlenda trabalhada oralmente, fazendo a leitura com o dedo, mostrando que o ritmo dos versos ajuda na leitura, mesmo que eles ainda não saibam ler com autonomia. Depois, recolher os textos e dar o mesmo texto com partes lacunadas, solicitando que os alunos leiam juntamente com a professora, descobrindo as palavras que faltam.
      Para as duplas de crianças que ainda não leem com autonomia, entregar um banco de palavras da parlenda (palavras desordenadas, não na ordem que aparecem no texto). Dependendo das possibilidades das crianças, lacunar apenas uma palavra por verso e, se precisar, ajudar dando dicas sobre letra inicial, letra final, tamanho da palavra. Para as duplas de crianças com que já consideram o valor sonoro das letras, entregar o banco de palavras da parlenda com outras palavras parecidas misturadas, para aumentar o desafio, o grau de dificuldade.
            Para os alunos que já consideram o princípio alfabético, seja de forma sistemática ou ainda assistemática (como os silábico-alfabéticos), entregar o texto lacunado sem o banco de palavras, para que as escrevam refletindo sobre a escrita das palavras, a ortografia. 
      No final pedir para que as duplas confrontem suas respostas com outras duplas.
O mesmo procedimento pode ser feito com outras parlendas, assim como com outros textos da tradição oral.

RECURSOS: Papel, lápis, texto lacunado, 2 tipos de banco de palavras


PARLENDA:

Hoje é domingo

Pé de cachimbo
Cachimbo é de barro
Bate no jarro
O jarro é de ouro
Bate no touro
O touro é valente
Machuca a gente
A gente é fraco
Cai no buraco
Buraco é fundo
Acabou-se o mundo

LACUNADO:
       
Hoje é _______
Pé de ________
__________ é de ______
Bate no ______
_____ é de _____
Bate no touro
O touro é ________
__________ a gente
A gente é ______
Cai no _______

_______ é _______
Acabou-se o _______




As aulas podem seguir abordando novas parlendas, com outros encaminhamentos, explorando tanto a consciência fonológica quanto o reconhecimento de palavras, para que as crianças vão, aos poucos ampliando o repertório de parlendas e aprendendo sobre suas características, usos e tipos (letramento), avançando em suas capacidades de reconhecer palavras por decifração e outras estratégias, articulando o nível textual (consideração do contexto textual para a leitura), lexical (reconhecimento cada vez mais automático das palavras) e sublexical (reconhecimento pela decifração, ampliando a reflexão fonológica com vias a articular, gradativamente, fonemas e grafemas). Outros textos da tradição também podem ser abordados nesse sentido. É fundamental que as crianças vão aprendendo sobre as características, os usos e funções das parlendas, seus diversos tipos, a partir do contato com várias parlendas, brincando com elas, usando-as para o que de fato são (para brincar, pular corda, bater as mãos, escolher quem vai jogar, brincar com as palavras etc...) e não numa aula teórica sobre essas características, usos e tipos. Essa sistematização pode vir depois, após se apropriarem desse gênero sem perder de vista suas funções brincantes e de gênero oral, que precisa, antes, circular na oralidade. E não como introdução à exploração das parlendas.

domingo, 14 de fevereiro de 2016

Oficinas...

Ando com muita, muita saudades das oficinas... Por conta do doutorado, depois do concurso, depois do tanto de coisa que fazemos na Universidade, ainda não consegui retomá-las...Nos últimos tempos têm acontecido apenas de forma pontual, breve, em um ou dois encontros, sem aquele tempo de dedicação que faz toda a diferença... "Uma terapia" diziam os participantes! 


Mas retomarei em breve, no contexto mesmo da UFBA, como Extensão, em diversos formatos.

Seja para os nossos estudantes, atividade ligada aos componentes de Estágios Supervisionados e de Alfabetização e Letramento - estou envolvida em ambos - seja para os estudantes interessados em geral, sejam ainda oficinas abertas ao público em geral, quero fazer esse compromisso comigo mesma e com vocês que me perguntam, escrevem, me provocam nos corredores da Faced...

Além disso, estou elaborando um projeto de pesquisa sobre jogos e materiais para alfabetização, ligada a meu grupo de pesquisa na Faced/UFBA, e articulada a essa pesquisa haverá também ações de Extensão nesse sentido. Falarei mais em breve. Já a apresentei em alguns eventos científicos, falta detalhar as ações e mandar ver!

Por ora serão oficinas presenciais - não há outro jeito para produzir material - mas quem sabe penso depois em um formato para contemplar quem está longe, não é? 

Enfim...o post é só um desabafo, uma promessa, um modo de me comprometer mais em fazer acontecer logo!

Ando muito, muito saudosa das oficinas! 

Abraço,
Lica