quarta-feira, 20 de março de 2019

O campo da alfabetização no Brasil, breve panorama - POST 0

A tendência do MEC será o de recomendar o método fônico como metodologia única ou prioritária de alfabetização, a despeito do posicionamento de diversos especialistas e pesquisadores do campo, pois, ao que parece, estão considerando apenas os especialistas da perspectiva que elegeram, supostamente única validada pelas “evidências” – discutiremos sobre essa questão em outro momento, mas, por ora, indico a leitura desse artigo fundamental de Mortatti, que aborda bem essa questão, bem como discute sobre o método fônico se apresentando como novidade salvacionista. Com o intuito de compreendermos melhor o campo de disputas e discussões referentes ao rumo das políticas públicas de alfabetização e sua relação com o campo da alfabetização no Brasil, vou fazer uma série de postagens, iniciando por essa, de contextualização da discussão. Independentemente do que virá, sinto-me impelida a contribuir com a reflexão sobre essa situação toda, para além dos posts breves que já venho fazendo. Por isso decidi fazer postagens mais longas sobre essa temática. Mas essas postagens dialogam com outros textos, sejam artigos, sejam textos diversos que estão circulando na internet e que, para adensar a discussão, é fundamental conhecê-los. Por isso marquei, e irei marcando no decorrer das postagens, os links desses outros textos (ou vídeos). Ou seja, trata-se de postagens emaranhadas com esse hipertexto maior, de muitas vozes.

Embora a proposta de adoção do método fônico como solução para os problemas de alfabetização do Brasil não seja nova (o artigo referido de Mortatti bem retrata essa situação), os novos acontecimentos no cenário das políticas do MEC nesse novo governo atualizam e dão uma concretude maior a essa questão. Em afinação com as condutas do governo federal de indicar nomes desqualificados – mas calculados – para cargos no MEC (e em outras pastas também), e da atmosfera de mediocridade instituída e representada que estamos vivendo atualmente no Brasil, no início de janeiro de 2019 Carlos Nadalim foi nomeado para secretário, na recém criada Secretaria da Alfabetização do MEC. Lógico que ele não vai trabalhar sozinho – em 25 de janeiro a professora Maria Regina Maluf  já foi nomeada para exercer o cargo de “Diretora de Alfabetização Baseada em Evidência”, dessa Secretaria de Alfabetização. A professora é pesquisadora do campo, na perspectiva da ciência cognitiva da leitura e fala de um lugar qualificado e fundamentado, no âmbito da concepção de alfabetização que defende. Podemos concordar, discordar, debater, ponderar, encaminhar junto a ela um debate científico, ainda que dissonante. Mas não com ele.

Nadalim é, além de queridinho do guru fake desse governo fake, Olavo de Carvalho, uma espécie de youtuber que fala de alfabetização sobretudo, para os pais, em um canal  e um blog intitulados “Como educar seus filhos” – título que já dá notícia de sua perspectiva prescritiva, prometendo soluções simples e instrumentais para alfabetizar os filhos em casa. Dá pistas também de seu posicionamento quanto à escola e aos professores, pois a todo momento minimiza o papel da escola, já que os pais podem se informar do passo a passo “infalível” (do método e dicas dele) para seus filhos terem sucesso na alfabetização.  

Desde a ocasião dessa indicação e de anúncios de que o método fônico defendido por ele seria adotado como metodologia do MEC, autores (como Magda Soares, diretamente atacada por Nadalim em um de seus vídeos) e grupos de instituições diversas têm vindo a público manifestar-se a esse respeito. Eu mesma, tenho me manifestado, seja nas redes sociais (Facebook, Instagram), seja comentando em sites ou páginas institucionais no Facebook, seja em outras mídias, como um texto recente que foi publicado no jornal A Tarde. Como professora da Faculdade de Educação da Universidade Federal da Bahia, pesquisadora da área de alfabetização, sinto-me comprometida em  contribuir, com minha voz, para divulgar essa discussão em todos os canais possíveis: artigos, eventos, mídias, mas também nas redes sociais e nesse blog de trabalho.

A secretaria está silenciosa por enquanto, sabe-se lá tramando o que...dizem que preparando o programa de alfabetização. Já prevendo nossas reações – já que o posicionamento inicial anunciado gerou mobilização e contra argumentações de muitos (como o Manifesto da ABAlf e outras instituições, com petição aberta a assinaturas) – podem estar, igualmente, “estudando” as estratégias para conseguir adesão, ou avaliando como vão articular os interesses dos que lá estão com as vozes, que serão resistência, de defesa das conquistas do campo. OU como vão passar por cima dessas vozes. Uma manifestação  que julgo interessante e bem alinhada ao que penso também é a de Claudemir Belintane, nessa entrevista. A própria Magda Soares, citada em vídeo do secretário, foi procurada pela mídia e também se manifestou, brilhantemente, quanto à questão, aqui e aqui

Além de trazer uma contextualização à temática e alguns argumentos que julgo fundamentais para discutirmos a questão, pretendo aqui fazer duas coisas, em especial: comentar o vídeo de Nadalim em que ele atribui ao letramento os problemas da alfabetização no país e a desconstruir o “seu” suposto método milagroso para alfabetizar as crianças. Essa postagem faz parte de uma série sobre políticas públicas de alfabetização. Essa contextualização constitui o POST 0. A postagem comentando o vídeo e o e-book serão desmembradas em várias. Muitas coisas a comentar. O assunto é longo, rende, e eu sou espalhada na escrita, certo?

Gostaria de dizer, de cara, também, que a discussão sobre melhor método é antiga e contraproducente, e o que tem por trás disso são outras muitas coisas. Mas como eles usam esses discursos para fundamentar seus argumentos equivocados, e esses terão consequências nas políticas do MEC, na produção e distribuição de material, e em uso do dinheiro público, faz parte da resistência desconstruir esses argumentos até que se chegue ao que realmente importa. Embora o MEC não possa impor um método às secretarias, às escolas, aos professores, o apoio às redes de ensino, a produção de material didático, as formações continuadas, tudo isso terá impacto da linha adotada pelo MEC. Nessa entrevista Magda Soares argumenta sobre a relatividade do verbo "recomendar" (usado no lugar de "impor" um método), revelando sua inconsistência quando atrelada a esses outros aspectos.

Comecemos pelo contexto.

No seu livro “Os sentidos da alfabetização” Maria do Rosário Longo Mortatti (2000) apresenta, de forma brilhante, a dinâmica das mudanças e continuidades, permanências e rupturas, que operam, simultaneamente, no campo da história da alfabetização, articulando teorizações, concretizações na prática pedagógica e as normatizações das leis e políticas públicas. O campo da  alfabetização sempre foi, e segue sendo, um campo de conflitos e disputas de concepções sobre o que é e como alfabetizar, da dialética entre novo e antigo, tradicional e inovador, o novo tornando-se antigo e o inovador, tradicional, nos discursos que se sucedem. Magda Soares (2016) também comenta a alternância histórica das propostas metodológicas para a alfabetização, e não apenas no Brasil.

Em meados do século XIX, os métodos sintéticos (que partem das partes para o todo), em especial o da soletração, usado desde o Império, e o fônico e, depois, o silábico, eram os métodos vigentes,  que passaram a ser questionados, no final do século, pelos métodos analíticos (que partem do todo para as partes), sendo esses também de diversos tipos, a depender desse “todo” considerado. Essa disputa entre métodos sintéticos e analíticos centrava-se, basicamente, nas unidades de partida de ensino da escrita, as “partes”: o nome das letras, os fonemas representados pelas letras, ou as sílabas (métodos sintéticos, respectivamente soletração, fônico e silábico), ou o “todo”: as palavras, as sentenças ou pequenos textos (métodos analíticos de palavração, sentenciação e globais a partir de pequenos textos). Em meados da década de 1920, essa disputa dá lugar à disputa entre métodos analíticos ou métodos mistos (que unem a análise e a síntese), pois a marcha sintética, que parte de unidades sem significado, foi amplamente questionada. Os métodos analíticos analisavam as palavras em seus constituintes menores, sejam as sílabas ou os fonemas. 

Apenas um dos métodos analíticos, o global ideovisual, não investia sistematicamente na análise dessas unidades menores, focando sua atenção no todo da palavra, ou seja,  a aprendizagem da linguagem escrita se daria pela identificação visual das palavras. Nos outros, como a palavração ou sentenciação, partia-se de palavras e sentenças, mas chegava-se a sílabas ou fonemas, analisando-se as palavras em suas unidades menores. No caso do método ideovisual – que foi apresentado por Decroly  – não havia esse investimento, pois partia-se da ideia de que a criança aprende a ler e escrever por imersão na linguagem escrita, associando diretamente as palavras a seus significados. Tal perspectiva buscou fundamentos, depois, na psicologia da Gestalt, que pressupõe que o todo é maior que a soma das partes. Aplicada à alfabetização, esse pressuposto supunha que a forma global das palavras forneceria dicas importantes aos leitores iniciantes e, assim, a leitura das palavras se daria por reconhecimento de seu todo gráfico, e a sua distinção pela observação de semelhanças e diferenças entre elas. A análise de sílabas de letras poderia até ser feita ao final, mas esse não era o foco da abordagem, as correspondências letra-som seriam aprendidas naturalmente pelas crianças, nessa imersão, após o reconhecimento total da palavra estar bem estabelecido. 

Todos os outros métodos analíticos, no entanto, investiam sistematicamente na observação das unidades menores que as palavras, seja com foco na grafia ou nos sons, sendo a análise em sílabas o procedimento mais difundido e adotado nas cartilhas de alfabetização – talvez por ser a menor unidade de emissão sonora e não ser artificial como o fonema (voltaremos a isso adiante). A adoção preferencial dos métodos analíticos ou mistos a partir do século XX, que parte de unidades significativas, não significa, entretanto, que a operação de síntese estivesse banida, ela sobreviveu nos métodos mistos, que operam, ao mesmo tempo, com análises e sínteses. Mas o ponto de partida do ensino do sistema deixou de ser as unidades isoladas, não significativas. Para um ótimo resumo da história dos métodos, sugiro as obras (artigos, materiais) de Isabel Frade, do Ceale/UFMG, e sua entrevista ao CENPEC (inclusão posterior ao texto), já no contexto da discussão sobre a PNA. Relembro, de toda sorte, que a articulação entre significado e significante na abordagem do signo linguístico - como faz os métodos analíticos -, deve somar-se ainda a dimensão das práticas letradas, que também não era ainda uma preocupação tão direta desses métodos, que, aliás, muitas vezes se utilizavam de pseudotextos para alfabetizar. O foco era o sistema de escrita, a identificação de palavras, a decodificação, ainda que a entrada se desse por unidades de sentido – palavras, frases, textos. 

Historicamente, a alfabetização foi considerada por muito tempo como o ensino da escrita tomada como um código de transcrição da fala a ser memorizado, tendo seu foco, exclusivamente, no ensino do funcionamento alfabético. Mesmo os métodos analíticos, que partiam de unidades significativas, preocupados com o sentido, focavam a decodificação. Por isso a preocupação maior era com o método que seria mais adequado para alfabetizar. Acreditava-se que, uma vez que o professor seguisse os procedimentos tais que apresentados no método – seja ele sintético, analítico ou misto – a aprendizagem de todos seria garantida, já que esta era vista como um acúmulo de informações adquiridas de modo mais ou menos passivo pelo sujeito que aprende. 

Nos anos 1980, a partir de contribuições de campos diversos, novas concepções de linguagem, tomada como interação social, e de ensino e de aprendizagem, que colocam foco em como os sujeitos aprendem, de forma ativa, sobre os objetos complexos de conhecimento, favoreceram mudanças consideráveis nas concepções de alfabetização, que, a despeito de suas diferenças, passaram a tomar a língua escrita como uma prática sociocultural e a escrita alfabética como um sistema complexo de notação da língua. 

Essa virada no campo da alfabetização coloca a questão dos métodos tradicionais de alfabetização em outro patamar, esvaziando-se essa querela, com a tendência crescente a relativizar a importância do método. Todos esses métodos – analíticos, sintéticos ou mistos –, a despeito de suas diferenças e especificidades, possuem características comuns questionadas pelas novas concepções de alfabetização, dentre as quais se destacam: a) foco na escrita como código de transcrição da fala; b) não se ocupam da dimensão da cultura escrita, das práticas letradas, do uso da linguagem escrita; c) a concepção de ensino e aprendizagem subjacente a todos eles é de base empirista, mecanicista, associacionista. Registre-se: TODOS ELES! O artificialismo das cartilhas e sua falta de relação com as experiências reais de linguagem foram amplamente questionadas. 

E cada um dos métodos tem também suas especificidades que podem ser analisadas e discutidas nesse sentido. Quantos aos sintéticos, o método de soletração, por exemplo, que é o do bê-a-ba, revelou-se inadequado há muito tempo; o fônico, pensando no método de natureza sintética, artificializa a língua, pois os "sons" das letras isoladas não são unidades sonoras com existência concreta; o silábico, por abordar uma unidade natural de segmentação das palavras na nossa língua, a despeito do artificialismo do ensino pelas famílias silábicas, teve uma sobrevida nos métodos mistos, nas operações de síntese. Quanto aos analíticos, embora partam do todo, de de unidades significativas (palavras, frases ou pequenos textos), nem sempre o contexto das palavras e o texto eram, de fato, significativos. Textos cartilhados e palavras soltas eram comuns nessas cartilhas.

Mas, a despeito das críticas, os métodos tradicionais podem alfabetizar? Podem, claro! Alfabetizaram muitos – mas convém lembrar, que se tratava, antigamente, de crianças que tinham acesso à escola, já amplamente inseridas em famílias letradas, pois com a democratização e universalização do ensino básico, novos desafios se colocam à alfabetização. Assim, o problema desses métodos – eles tomados como conjuntos de procedimentos estruturados de ensino – é justamente esses: sua base associacionista, mecanicista, que ignora o sujeito de aprendizagem e de linguagem; a escrita tomada como um mero código de transcrição da fala; o fato de que não consideram os aspectos socioculturais da linguagem escrita, de não trazerem a linguagem em sua dinâmica viva, comunicativa e significativa. Caso é que esses métodos permanecem e precisamos também ponderar, como faz Isabel Frade, se essa permanência é uma questão de conservadorismo ou estaria ligada à natureza de um dos conteúdos da alfabetização, um de seus componentes, que precisam ser abordados, referentes às unidades menores da língua e sua relação com o sistema alfabético. 

Evidentemente, também não é o caso de “desmetodizar” a alfabetização, como foi por um tempo pensado, pois seguir procedimentos para alcançar um fim faz parte da didática da alfabetização. Método é um caminho, direção que conduz a um fim determinado, são os procedimentos para ordenar a atividade. Não podemos, evidentemente, “jogar o bebê fora com a água do banho”. Não se trata de “jogar fora” a questão dos métodos na alfabetização. Método, em alfabetização, é o conjunto de procedimentos sistemáticos que possibilitam o ensino e a aprendizagem da leitura e da escrita. Magda Soares, em seu livro mais recente “Alfabetização: a questão dos métodos” trata bem disso. Houve, de fato, uma má interpretação, quando do questionamento desses métodos mecanicistas, quanto ao lugar do método no processo de alfabetização, como se as novas perspectivas socioculturais e construtivistas não combinassem com métodos. Mas essa questão já foi revisitada. A questão é que, hoje, essa discussão sobre métodos não tem o mesmo teor que tinha antigamente – a partir de querelas dicotomizadas sobre qual a unidade de partida para o ensino do sistema alfabético e que operação (análise ou síntese) é mais produtiva. Essas discussões tornaram-se menor a partir de diversos entendimentos tanto relativos às aprendizagens sobre o uso efetivo desse sistema – antes desconsiderado pelas metodologias de alfabetização – quanto relativos à própria apropriação da escrita alfabética, tomada como uma sistema complexo cujo funcionamento exige a compreensão de diversas propriedades e construções e não como um código a ser memorizado.

Há, no campo atual da alfabetização, concepções diversas sobre a apropriação da linguagem  escrita, que ora se distanciam, ora dialogam e se articulam. No campo teórico, a perspectiva de base construtivista ora dialoga, ora se distancia de perspectivas de base sociointeracionista ou histórico-cultural, como o interacionismo linguístico, da perspectiva de alfabetização como processo discursivo e mesmo da perspectiva de alfabetização em contexto de letramento, que envolve diversos aspectos e facetas. Embora tenham pontos em comum, essas perspectivas não se recobrem totalmente, não são a mesma coisa, muito embora também possam dialogar. Por vezes trazem diferenças significativas em suas abordagens. Já no campo da didática da alfabetização, propostas baseadas nessas perspectivas podem aparecer em conflito ou diálogo, muito frequentemente há conflitos quanto ao modo como o construtivismo foi didatizado. Lembramos também que o construtivismo, bem como outras concepções, não são métodos, mas teorias – no caso, teoria sobre como o sujeito aprende. O construtivismo tampouco é uma concepção do processo de alfabetização. Baseada no construtivismo piagetiano, que concebe um sujeito que constrói conhecimentos de forma ativa, é a didática dita construtivista que se desenvolveu a partir desse referencial - e de outros - que pode ser analisada no âmbito de seus  procedimentos metodológicos, mas não o construtivismo em si mesmo. Voltaremos a isso adiante.

Dentre essas perspectivas referidas, há também aquelas que defendem o ensino mais sistemático do funcionamento da escrita alfabética, das correspondências entre letra e som no sistema e as que não investem, por outro lado, nesse aspecto da apropriação da língua, defendendo uma menor ênfase na decifração da escrita. Dentre essas últimas, ora enfatizam mais as situações de leitura e escrita, o uso dos textos nas situações comunicativas, mas sem negligenciar o ensino do sistema alfabético, ora investem na questão da utilização de informações contextuais no ensino da leitura e da escrita, em detrimento da decifração. No campo didático, hoje, há uma perspectiva construtivista mais sectária quanto à não abordagem explícita e sistemática do funcionamento alfabético, mas há perspectivas mais conciliadoras de alfabetização em contexto de letramento, que não negligenciam o aspecto fônico, defendendo as aprendizagens referentes ao sistema de escrita e sua base fonológica, ao lado e articuladas às aprendizagens mais amplas referentes às práticas letradas de leitura/compreensão de textos.

Ou seja, trata-se de perspectivas diversas e não um bloco único que se oporia, em massa, à perspectiva do método fônico. Por tudo isso que não é possível colocá-las, todas elas, no “mesmo saco”, para opô-las, em conjunto, à perspectiva fônica, como faz o nosso secretário da alfabetização, e como a mídia tem repetido por aí, reduzindo a complexidade do campo a uma disputa binária e que iguala diferentes perspectivas, tal qual veremos mais adiante. E essas perspectivas não têm nada a ver com métodos analíticos ou globais. É outro tempo, outros desafios, outras propostas. Reduzi-las ao método analítico é uma estupidez sem tamanho, repetida a quatro cantos pelos defensores do método fônico. E a perspectiva fônica, por sua vez, outra concepção que circula atualmente, ora se apresenta em sua vertente sintética mais tradicional, como "método fônico", ora aparece como uma perspectiva fônica fundamentada na psicologia cognitiva da leitura, não necessariamente sintética, que, de fato, tem muito a nos ensinar sobre alfabetização. Mas, como todo arcabouço, esse referencial da ciência  cognitiva da leitura não trata de TODOS os aspectos do ensino da língua, de TODAS as facetas importantes no processo de alfabetização e letramento, outros aspectos precisam ser considerados, em especial aqueles ligados às facetas interativa e sociocultural de que fala Magda Soares (2016). A ciência da leitura não é um conhecimento de propriedade do método fônico. Isso é fundamental entender. O fonics, ou a "fônica" - frequentemente traduzida como "método fônico", mas sem um termo equivalente em português - não é necessariamente sinônimo de método fônico sintético. Diz respeito à abordagem da dimensão fonológica da escrita e, em especial, o estabelecimento de relações entre fonemas e grafemas na compreensão do funcionamento alfabético da escrita. Abordar as relações entre fonemas e grafemas, refletir sobre os sons da língua, não são exclusividade dos métodos fônicos - é nisso que precisamos insistir! E essa ênfase no fonics pode ser de diferentes graus, desde um grau mais incidental até o ensino explícito, assim como o modo de propor a reflexão sobre esse aspecto bastante diversa, reflexiva ou mecânica, de treinamento fonêmico. Mas voltaremos a essas questões em breve, quando da análise do vídeo e da proposta fônica do E-book de Nadalim e no seguimento de nossas conversas sobre isso. 

Dito isto, cabe esclarecer que conhecer, minimamente, a história dos métodos de alfabetização, os discursos e dialéticas em torno das rupturas e continuidades que são operadas nessa história (como discute MORTATTI, 2000), e esse campo de concepções teóricas em jogo nesse cenário, é fundamental  para compreender o modo discursivo com que as novas querelas no campo da alfabetização são postas. É preciso conhecer esse campo para não associar as querelas atuais diretamente e de modo equivocado às velhas querelas da época da “guerra dos métodos”, do final do século XIX e início do XX, em que o foco de preocupação era “qual o melhor método?”.  Mortatti bem sublinha, nesse cenário, as disputas pela hegemonia de projetos político-educacionais e os interesses editoriais envolvidos no discurso persuasivo de validação de um método único como solução para o país. Ou seja, não é exclusividade da querela atual a retórica da eficiência de um único método sobre os outros, sem que se considere os limites internos de cada um, e o discurso de que aspecto seria o preponderante. Na história da alfabetização, como bem nos insistem Mortatti e Frade, cada discurso, de cada método, foi sempre baseado em apontar os problemas dos métodos que o precedem - e que sempre pode ser algo antigo requentado. E enquanto isso, as crianças precisam ser provocadas em diversos aspectos. Por isso, aposto nos professores na sala de aula, e em nós, que queremos ajudá-los a fundamentar seus discursos e didáticas, para sair desse reducionismo...

Considerando tudo isso, enunciar que a situação atual nas políticas públicas, como a mídia vem anunciando, que se trata de "substituição do método global pelo método fônico" é assumir que o que temos hoje é o método global. Confundir letramento e mesmo a perspectiva construtivista como um todo com método global é um equívoco que precisamos não reforçar. Precisamos desmistificar, primeiro, esse equívoco que se apresenta como premissa, e sair dessa linha argumentativa deles. Precisamos rebater e argumentar com outros argumentos, e não voltando a velhas querelas como se a querela atual fosse uma versão requentada da mesma de antigamente. Não é bem assim. Ainda que possamos falar em procedimentos semelhantes aos procedimentos da marcha analítica, fazer equivaler método analítico ou global a construtivismo - e pior, a letramento, é um equívoco usado insistentemente como premissa. Está certo que a didática de cunho construtivista que, baseada não apenas na psicogênese, mas também em Goodman e Smith e na perspectiva da whole language (voltaremos a isso no próximo post), terminou por reforçar esse equívoco ao negligenciar o ensino do funcionamento alfabético da notação da língua. Mas não podemos confundir nem aceitar que confundam, espertamente, letramento e mesmo construtivismo, com método global. Nem que seja isso o que temos hoje. Cartilhas de método analítico podem partir de palavras, de sentenças e de pequenos textos, inclusive pseudotextos bem cartilhados, e podem propor a análise em sílabas ou fonemas de modo bem mecânico, como o ba-be-bi-bo-bu tão famoso. Isso não tem nada a ver com ocupar-se das práticas letradas no ensino da língua escrita e refletir sobre o sistema nesse contexto, como um sistema que amplia a possibilidade de participação letrada. Magda Soares já desmistificou essa questão em um artigo de 2004!!! E estamos em 2019 ainda colocando as coisas em termos de fônico x global??? Não vamos entrar nisso de tornar simplórias as coisas que são complexas e reproduzir esse binarismo. 

O ensino explícito do sistema de escrita e sua base fonológica não é exclusividade do método fônico, bem como abordar procedimentos fônicos não significa adotar um método fônico sintético. Trabalhar a consciência metalinguística - metacognitiva -, a consciência fonológica de rimas, sílabas, fonemas não é, necessariamente, aplicar o método fônico ou silábico. A consciência fonêmica não se reduz a propostas de segmentação de palavras em fonemas e muito menos de pronunciar fones isoladamente - algo artificial e impossível, pois a fala é co-articulada. O fonema, por sua vez, não é som, mas uma unidade fonológica abstrata, mental. Do mesmo modo, ensinar o sistema alfabético no contexto das práticas sociais de leitura e escrita não significa adotar método global e, certamente, não o global ideovisual. Nada mais equivocado! Outro aspecto muito repetido é que usar procedimentos vários, silábicos, fônicos, etc, significa "misturar métodos". Não se trata disso! A língua pode ser segmentada em várias unidades fonológicas, dentre as quais, sílabas e fonemas (mas não só), todas elas são importantes no processo de alfabetização, por diferentes motivos, em diferentes momentos. Abordá-las não é equivalente a adotar um método, nem abordá-las em conjunto é “misturar métodos”. Esse é um modo extremamente simplório que não cabe a especialistas no campo, apenas ao discurso dos medíocres, que a mídia toma como ponto de partida equivocado, a partir da voz deles. Prefiro falar em uso de diferentes procedimentos - que são procedimentos metodológicos, metodologias - em vez de dizer que se pode/deve usar vários métodos ou misturar métodos – considerando que ao referir a "métodos", geralmente remetemos aos métodos tradicionais, esses que se critica por terem características bem diversas dos procedimentos silábicos ou fônicos que se propõe hoje como reflexão metalinguística sobre a escrita e sua base fonológica. Estamos muito distantes desse modo simplório de ver os conflitos de concepções do campo da alfabetização hoje. As propostas muitos autores e pesquisadores da área não se encaixam nessa lógica. Precisamos sair desse modo discursivo que reforça o que queremos questionar. Artur Gomes  de Morais já discutia isso em 2006 (!!), em um artigo que vale a leitura nesse momento. Por outro lado, recentemente, referindo-se à polêmica brasileira atual tanto quanto às readings wars nos EUA, Catherine Snow, pesquisadora alinhada à perspectiva da ciência da leitura, disse, muito ponderada, que o posicionamento de uma perspectiva em contraposição total ao outra apresenta-se como uma discussão “supervalorizada” e “contraproducente”, já que é preciso investir tanto no sistema alfabético quanto nas práticas significativas, reais e as ricas experiências com a linguagem, e associá-las a perspectivas políticas é prejudicial para a aprendizagem das crianças. Diz ela nessa entrevista: "Quando a disputa se torna política, as pessoas se alinham de um lado, por paixão, e deixam de perceber e de apreciar o que há de valor científico ou metodológico na posição do outro. E aí a questão técnica e o reconhecimento das verdadeiras necessidades das crianças são abandonados ou ficam desequilibrados" - e ela é do campo da ciência da leitura, certo?

Bom, de todo modo, diante de tudo o que foi discutido, reafirmo que letramento não tem nada a ver com método silábico, global, whole language, jogo psicolinguístico de adivinhação – só o nosso secretário para repetir uma asneira dessa, sem tamanho, associando letramento e construtivismo como se também fosse uma coisa só. O segundo post dessa série vai, justamente, comentar o vídeo em que ele faz essa miscelânea toda, atacando, de modo irresponsável e desrespeitoso uma autora fundamental no campo da alfabetização, reconhecida e respeitada, nesse campo, mesmo por autores de diferentes perspectivas – Magda Soares. Logo ela que defende muito pertinentemente a importância da consciência fonológica e do ensino sistemático do funcionamento alfabético. 

Aprender o funcionamento do sistema alfabético da notação da língua é fundamental para se alfabetizar e poder ler e escrever com autonomia e fluência. Quanto a isso, no geral, as diferentes concepções atuais de alfabetização estão de acordo, o que varia é o peso que dão ao ensino explícito e sistemático desse funcionamento, indo de uma perspectiva com foco maior na imersão a uma perspectiva de treinamento fônico. Retomaremos essa questão, que é essencial no nosso argumento sobre as querelas atuais no campo da alfabetização.

Fato é que essa aprendizagem do funcionamento alfabético não garante, entretanto,  a leitura e escrita competentes de textos de diversos gêneros, a compreensão leitora, os procedimentos de escrita e, muito menos a função social da linguagem que circula na cultura escrita. Assim, é preciso investir nessas diversas facetas (como diz Magda Soares), para formar leitores e produtores de textos. A alfabetização, assim – no sentido amplo – não se constitui em um aprendizado meramente técnico e nem mesmo procedimental. Quando se propõe o termo letramento é, justamente, pensando em abarcar as questões mais amplas relativas às capacidades de interagir com cultura escrita, reservando o termo “alfabetização” para o processo de apropriação do sistema de escrita, mas isso, no sentido de ampliar a participação nas práticas letradas, a partir da competência de decifração da escrita alfabética – ou seja, essa aprendizagem é também parte do processo de letrar-se. O processo de apropriação do funcionamento da notação alfabética, no entanto – a alfabetização propriamente dita – pode ser conduzido de forma reflexiva, metacognitiva, e não mecânica, associacionista, artificializando a língua como faz o método fônico sintético, que toma a perspectiva do conteúdo e do adulto sobre a estrutura da língua, não considerando a perspectiva da criança que aprende. 

Construir metodologias de alfabetização para dar conta da especificidade da alfabetização no contexto da linguagem viva e dinâmica e dos sujeitos que com ela interagem, bem como metodologias para abarcar as diversas facetas da linguagem e de seu ensino, é um desafio que precisamos enfrentar para não negligenciar os aspectos linguísticos nem tomá-los de modo mecânico, a partir de metodologias mecanicistas, mantendo ou voltando aos velhos métodos. A formação de professores precisa mesmo investir mais no conhecimento didático sem sectarismos em relação a concepções e métodos de alfabetização. Por isso que hoje se diz que a questão principal não é mais, exatamente, sobre decidir-se sobre que método é melhor, mas discutir todos os procedimentos que são necessários para se apropriar de todas as facetas da língua escrita e, em cada faceta, suas especificidades. Na faceta propriamente linguística há a possibilidade de abordar as diversas unidades da língua, como palavras, sílabas, fonemas, unidades maiores e menores que as sílabas, e isso não significa adotar tal ou tal método, ou misturar métodos, como já referido.

Essa síntese, que não traz nenhuma novidade, mas tem o propósito de contextualizar as questões que vamos discutir sobre as políticas públicas de alfabetização. E, em especial, prepara as próximas postagens: a análise do vídeo “Letramento, o VILÃO da Alfabetização no Brasil”, de Nadalim, que argumenta de forma desrespeitosa sobre o letramento e o construtivismo, para justificar a validação do método fônico como panaceia para todos os problemas de alfabetização no Brasil, e o tal E-book de sua autoria, com o passo a passo aplicacionista que garantiria a alfabetização das crianças. Esses serão os próximos posts, começando pela análise do vídeo.

Vamos que vamos!


Referências

MORAIS, Arthur. Concepções e Metodologias de Alfabetização: Por que é preciso ir além da discussão sobre velhos métodos? Brasília, DF: Secretaria de Educação Básica. (Trabalho apresentado no Seminário Alfabetização e Letramento em Debate), 2006.

MORTATTI, Maria do Rosário Longo. A “querela dos métodos” de alfabetização no Brasil: contribuições para metodizar o debate. Revista Eletrônica Acolhendo a Alfabetização nos Países de Língua Portuguesa, v.8, n 14, 2014.

MORTATTI, Maria do Rosário Longo. Os sentidos da alfabetização (São Paulo 1876-1994). Editora UNESP: COMPED, 2000.

SOARES, Magda. Alfabetização: a questão dos métodos. São Paulo: Contexto, 2016.

SOARES, Magda. Letramento e Alfabetização: as muitas facetas. Revista Brasileira de Educação. Minas Gerais, n. 25, jan/fev/mar./abr, 2004. 

111 comentários:

  1. Adorei a síntese, e ainda por cima é articulada às questões atuais.
    Aguardando os próximos textos!
    Obrigada,
    Estela

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  2. Em breve, Estela, em breve!
    Já escrevendo...
    É urgente!

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  3. Olá Professora Liane,

    Gostei muito de seu texto fazendo referencia ao texto de Mortatti A "querela" dos métodos. Eu acredito que a alfabetização deve ser conduzida de forma reflexiva e não apenas mecânica, Acreditar que um determinado método possa dar conta da complexidade do tema é de certa forma ingênuo e mostra a superficialidade do falante sobre o assunto.Temos que considerar que a criança tem muitos atributos que precisam ser estimulados para que ela consiga se alfabetizar.É um processo longo e também depende de como o professor encara o problema. O papel da escola não pode ser minimizado, como muitos querem. O papel da família é importante, mas nessa fase de alfabetização, o papel da escola é essencial, pois é um local adequado com professores qualificados, que apresentam variadas soluções, caminhos, para o problema da alfabetização. Reduzir a complexidade da alfabetização a um método que promete reinventar a roda é caminhar para traz sem sequer revisitar as experiências vividas anteriormente. Lamentável os rumos que estão querendo traçar para o complexo processo de alfabetização.... EBCB85 Alfabetização e Letramento –Noturno- Natália Carneiro Monte

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    1. Isso mesmo, Natália!
      Se ao menos eles assumissem que cuidam apenas de um aspecto da alfabetização, tivessem a humildade de dizer que vêm só uma parte do "elefante" e deixassem outros pesquisadores verem as outras partes do elefante, ainda ia...(referência à fábula hindu dos cegos e o elefante). Mas querer ter a última palavra e ser panaceia para resolver todos os problemas da alfabetização - isso não dá para engolir!
      Nós pedagogos temos que formar o todo do elefante, essas pesquisas todas, de diversas concepções, precisam passar por nossa interpretação pedagógica...pesquisa é pesquisa, sala de aula é sala de aula!

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  4. O Texto é bastante abrangente e discute esse campo tão vasto de disputas e entendimentos vários e até onde vai o processo de alfabetização e qual melhor forma de estruturá-lo em todos os seus aspectos, em busca de alcançar dos aprendentes a sua maior capacitação possível, de forma ampla e eficaz no seu desenvolvimento integral e como pontua Magda Soares, na entrevista "Letrar é mais que alfabetizar" ao Jornal do Brasil de 26/11/2000, diante das sociedades do mundo inteiro que estão cada vez mais centradas na escrita, saber ler e escrever tem se revelado condição insuficiente para responder adequadamente às demandas contemporâneas sendo necessário apropriar-se da função social dessas duas práticas. Cazildete Barbosa EDCB85 - Noturno

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    1. Cazildete,
      Acho que entendi seus ponto de vista...mas sabe, merecia rever o texto, usar pontuação, para favorecer o entendimento das nuances de seus argumentos.
      Queria ver você se colocar mais também.

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  5. Obrigada por trazer luz à essa questão. De fato, o vídeo de Nadalim, sua fala é repleta de equívocos, deveras artificial e sem profundidade. Precisamos combater essa falácia.

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    1. Isso! Meu jeito de combater tem sido esse - ao estudo! Divulgando a discussão nas redes...rebatendo argumentos equivocados, compartilhando e querendo que compartilhem...
      Obrigada pelo reconhecimento!

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  6. Professora Liane,
    Fico grata por ser oportunizada em ler o seu texto, que nos traz um panorama reflexivo sobre a discussão do atual governo relacionada a alfabetização, contextualizando com as disputas ao longo do tempo em torno da alfabetização e dos métodos para alfabetizar. Percebo atualmente um projeto governamental de desvalorização do profissional de Educação seja na fala de Carlos Nadalin, ou de outros que defendem o HomeSchool e a Escola sem partido. E o mais interessante é como eles tratam a alfabetização como algo simples e tecnicista como se a criança não fosse um sujeito ativo. Já a entrevista de Magda Soares nos faz refletir sobre esse lugar de pensar a criança como um sujeito ativo que deve ser inserida no mundo letrado, uma alfabetização contextualizada. EBCB85 Alfabetização e Letramento- Noturno- Juliana Paiva

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    1. Pois é, Juliana...
      E eles criticam Magda, justo ela, que considera SIM o campo da ciência da leitura em sua perspectiva. Ela defende a importância da consciência fonológica, do ensino das letras, do ensino do funcionamento do sistema alfabético.
      Mas eles ignoram... Preferem colocar no mesmo saco e atribuir também a ela a não abordagem do princípio alfabético. É muita cara de pau!!!
      Entre desconhecimento, mau caratismo e, de fato, nenhuma disposição de diálogo com outras perspectivas, para eles, só vale se for do jeitinho que eles querem - bem sintático, bem mecânico, bem instrumental, bem focado no processo cognitivo (e mesmo assim, focado na instrução, não considerando a construção ativa da crianças), deixando fora da linguagem sua natureza sociocultural.
      É muito triste!

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  7. Olá, professora!
    Adorei o seu texto. Me trouxe um certo alívio após ter assistido o vídeo do Nadalim. O vídeo traz um discurso contraditório e enviesado. Penso que é um perigo a perspectiva para alfabetização apresentada por ele, que artificializa a educação, reproduz e fortalece o modelo educacional mecanizado e excludente que é imposto, sobretudo para as grandes massas das escolas públicas brasileiras.

    Espero ler mais sobre isso aqui e torço para que tenhamos boas notícias para as nossas crianças e adultos que serão alfabetizadas e para nós enquanto educadores que fazemos parte deste processo.

    EDCB85 Alfabetização e Letramento –Noturno- Josyane Lima de Assis Santos

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    1. Pois é, Josiane...
      Por ora, estou desconstruindo as falácias desse cara aí, mas ele não trabalha sozinho (nem poderia, com esse nível de conhecimento e animosidade para debater seriamente sobre o tema), estão com eles pesquisadores sérios, mas, não sei se ajudará muito, pois, com certeza, a PNA (política Nacional de Alfabetização) será melhor que isso, mas se tem só pesquisadores da perspectiva da ciência cognitiva envolvidos, não dá para ter muita esperança. Não só o foco será no código e no processo individual - varrido toda a perspectiva sociocultural do letramento - como estará fora o debate com outras concepções.
      É desolador...
      Criaram um inimigo que não existe - construtivismo, letramento - atribuindo a essas vertentes premissas que não se sustentam e, como isso, fecha-se o debate.
      Há perspectivas mais conciliadoras, que levam em conta SIM a ciência da leitura, só que eles silenciam sobre isso ao jogar TODOS no mesmo saco das críticas que fazem. É que não interessa a eles - eles querem impor uma forma apenas, sem nenhum diálogo com outras concepções.
      A PNA certamente não será tosca como as ideias desse vídeo, mas...
      Quando chegar a hora, postarei as críticas sobre isso também...
      Vamos que vamos!

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  8. Bom dia Professora,

    Não é espantoso que diante desse cenário político, retrógrado e incerto, quererem estabelecer um método de alfabetização também retrógrado e inconsistente. E ainda tentando clamufar como inovador e certeiro.

    A língua portuguesa é bastante complexa, mutável e acredito que a cada um tenha uma maneira de aprender. E além de observar esses aspectos da língua e do próprio ser humano, acredito ser um equívoco tornar esse método como dominante, e menosprezar os outros.

    Sobre o interesse incisivo em atacar e tentar encontrar o ideal perfeito para acabar com o nível de analfabetismo no Brasil, existem muitos outros aspectos que também contribui para esse baixo índice, como por exemplo, a precariedade das escolas, a má formação e falta de assistências e de condições dignas de trabalho para os profissionais da área.

    Como Mortatti esclarece no seu texto "Querela dos Métodos" é falácia, acreditar que esse método (fônico) é inovador e solucionador do analfabetismo.

    Também é um equívoco pedagógico pensar num ensino da língua sem pensar nas práticas de letramento, pois todos nós estamos inseridos em um contexto e a própria criança aprende melhor quando percebe que existe uma apropriação da sua língua. Ensinos voltados para sua realidade não desconectada á sua vivência.

    Aline do Prado
    EDCB85 - Alfabetização e Letramento

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  9. Isso mesmo, Aline.
    E diferente do que eles propalam, não é o construtivismo, nem o letramento, que estão mais fortes na escola, supostamente sendo entrave na alfabetização.
    Pesquisas mostram que, muito frequentemente, o que se vê nas escolas é a continuidade de práticas mecânicas, de uso de procedimentos dos métodos tradicionais de alfabetização, justapostos a práticas de letramento.

    Com certeza, "o buraco é mais embaixo" e o que carece em nossas escolas é antes de tudo condições, valorização docente e também formação conceitual didática para abordar os aspectos linguísticos da alfabetização. Mas o método fônico não é a única alternativa para tal, muito menos nessa versão sintética, mecânica, que varre as questões socioculturais da linguagem e da alfabetização para debaixo do tapete.

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  10. Boa tarde!
    Este post me permitiu refletir sobre alguns aspectos que não tinha me atentado antes. Dentre eles, o fato de não rejeitar métodos, pois o método em si é o planejamento, o procedimento utilizado para se atingir determinado objetivo. A questão é entender em que se fundamenta cada método utilizado e não escolher um em detrimento de outro, mas identificar as vantagens e desvantagens de cada um, e combinar vários deles para que o indivíduo possa adquirir os diversos elementos que permitem a aprendizagem da leitura e da escrita. Além disto, a importância da teoria construtivista (desvalorizada por alguns) como forma de valorizar a curiosidade e estimulando a proatividade do aprendiz no processo de alfabetização e principalmente na aquisição das habilidades na função social da língua, no que chamamos de letramento.

    Naiara Santana Santos (EDCB85 2019.2)

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    1. Oi, Naiara,
      Pois é, bons entendimentos para começar...
      Agora veja, prefiro falar em lançarmos mão de vários procedimentos em vez de misturar vários métodos. Porque o método, em si, propõe uma série de passos, tem uma gama de princípios, que nem sempre é os que a gente defende. Eles podem apresentar certa ênfase em certos procedimentos, e a gente pode ter alguns desses procedimentos no nosso repertório de estratégias didáticas, mas isso é diferente de misturar métodos, entende?
      A teoria construtivista tem um princípio essencial importantíssimo, que é o fato de que o sujeito que aprende pensa, constrói ativamente os conhecimentos. Agora, a didática construtivista que foi estabelecida no campo da alfabetização tem muitos aspectos que podemos problematizar, ponderar, questionar...
      Continue lendo, estudando... O entendimento do camp ovem assim, mais e mais, das leituras quer vamos fazendo...

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  11. Olá professora. Um texto muito rico e importante para entender essas loucuras que estão sendo vendidas pelo governo. Um ponto do texto que chamou minha atenção foi os vídeos sobre alfabetizar os filhos em casa. A HomeSchool como um todo é uma proposta que ganha muita força e muitos parecem não ver o grande abismo que isso promove. Uma total desvalorização do trabalho docente e da escola, desviando o foco dos verdadeiros problemas. Eu fico refletindo como combater essas propostas e acho importante nesse momento mostrar ou relembrar a importância da escola. Se não há material necessário em diversas escolas, imagine nas famílias, onde muitas não tem nem a formação básica ou os recursos metodológicos e materiais. Claro que o processo de alfabetização também se estende a família, porém não há como retirar a importância da escola, principalmente pela formação dos profissionais. Quais são as sugestões que a senhora pensa nesse momento para contrapor esse quadro?
    Vitor Rafael Ribeiro
    EDCB85 - 2019.2

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    1. Sim, Vitor! A família é uma agência de letramento poderosíssima! Mas isso nas interações cotidianas em torno da cultura escrita, das práticas que envolve ler, escrever e pensar sobre essas práticas e sobre a notação da língua. Isso acontece nas famílias. Outra coisa é o homeschooling, que defende os pais ensinarem formalmente os filhos em casa.
      Precisamos, nós professores (e futuros também), defender nossa função docente, nossa competência teórico-metodológica e científica intransferível!!!
      Todo mundo quer achar que pode exercer a especifidade de nossa função profissional...agora, se um engenheiro disser que não pode derrubar uma pilastra que a casa cai, você vai derrubar? Pois é... Nossa profissão sofre um assalto constante e, nesses tempos sombrios, ainda mais!
      Sigamos estudando e lutando! Botando a boca no trombone!!!
      Estamos vivendo um processo predatório de mercantilização da educação, e tudo tem relação com isso...O poder empresarial é forte, não sei te dizer se teremos força contra isso. Mas certamente, com um Estado "colado" nessa lógica mercantil de forma tão agressiva, tá ficando bem complicado...
      Mas sigamos!

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  12. Boa tarde.
    A educação não é neutra, nossas escolhas não são imparciais e sendo a escola um ambiente político, o movimento de pensar a alfabetização não se daria sem conflitos e confronto de ideologias, mas mesmo com discordâncias o debate científico é importante. Contudo, em meio a tantos avanços conquistados, perceber um nome desqualificado assumindo um cargo de extrema importância na Secretaria da Alfabetização e vendo uma proposta de um método refutado e criticado por especialistas sendo posto como novo e salvacionista é enxergar o retrocesso. Além disso, torna-se transparente a quem serve essa educação e essa alfabetização do retrocesso que está sendo discutida, uma alfabetização que demonstra total descaso com os sujeitos, suas diversas formas e tempos de aprendizagem e suas especificidades individuais e socioculturais.
    O texto provocou a reflexão sobre como a escolha do método de alfabetização, que é um ato político, pode selecionar, classificar e excluir alunos por não estarem dentro de um padrão esperado, sem proporcionar equidade, uma vez que, a escola ainda atua como reprodutora de valores e concepções de uma ideologia dominante que legitima desigualdades. Assim, como foi exposto, métodos tradicionais podem alfabetizar, mas eles não são adequados a realidade da escola da atualidade, já não era no passado. Esses métodos não consideram, por exemplo, a realidade das crianças que adentram a escola com um contato bastante reduzido com a cultura escrita e tantos outros fatores que possuem significância no processo de alfabetizar.

    Danielle Queirós
    EDCB85 - 2019.2

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    1. Perfeita sua colocação, Danielle!
      Veja este vídeo, acho que pode gostar e ampliar suas reflexões, muito boas, por sinal!
      https://www.youtube.com/watch?v=PbKVCOKdjWg&fbclid=IwAR2y6XTn20-1bTYQlfjqFHJOTdGes3Ky04tO2VI14s0xnORTEAfkXA9uZuo

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  13. Acredito que a criação de uma Secretaria destina a cuidar da alfabetização deveria representar um avanço no âmbito educacional, entretanto o discurso político, ideológico, filosófico e teórico, que comanda as determinações no seio da Secretaria de Educação do MEC, está tomado pelo positivismo e pelo neoconservadorismo, culminando na adoção do método fônico de alfabetização. Na minha concepção, a primazia isolada do supracitado método nas escolas, poderá contribuir para a redução do processo de alfabetização a uma prática mecanizada (memorização) e indiferente as práticas socioculturais (bem como alheia a complexidade da sociedade contemporânea) de leitura e escrita, sobretudo para as crianças oriundas das classes desprivilegiadas. Ademais, acredito que este modelo de alfabetização não considera as singularidades de cada criança no decorrer do processo de ensino e aprendizagem.

    Mariana Pereira de Santana Santos.
    EDCB85-2019.2 (diurno)

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    1. Exatamente, Mariana!
      Uma Secretaria de Alfabetização, não fosse o seu teor excludente e sem respeito à diversidade de concepções do campo, seria algo a se comemorar.
      Mas ela já nasceu "matando" outras agendas, e com esse teor.
      Escolhas teórico-epistemológicas e metodológicas são sempre motivadas politicamente, mesmo quando apresentadas assim, com aura de neutralidade. E, mesmo que fossem escolhas não ideológicas, o tipo de discurso engendrado por essa abordagem combina muito bem com os anseios neoliberais, meritocráticos, e à tendência de destruir o sujeito social crítico, a diversidade dos sujeitos e a natureza sociocultural e sociopolítica inerente à linguagem!

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  14. Olá professora Liane!!! Acho fundamental o professor/educador compreender os meandros que perpassam pela apropriação do aluno da aquisição da leitura, leitura de textos, leitura do mundo. Ainda acho confuso todos esses diferentes métodos. Em meu achismo e procuras superficiais de métodos da rede, de fato dão tanta ênfase ao método fônico, que até eu achei interessante. Então para mim é muito importante ler seus textos para meu aprimoramento e reconstrução de percepção do processo de alfabetização. Estou ansiosa para ler os próximos posts. Rose Gomes. Aluna de Pedagogia, em Alfabetização e letramento, 2019.2, diurno.

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    1. Já tem muitos posts aí, depois desse Rose!
      Continue lendo...
      O campo é um campo de conflitos de concepções, só bem fundamentados podemos, de fato, fazer boas escolhas e, dentro delas, achar também os diálogos possíveis com outros procedimentos e estratégias.

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  15. Acredito que não existe uma receita pronta transcendental para se alfabetizar, levando em conta que as necessidades e exigências de cada sociedade mudam de acordo com o tempo e por isso, não me parece saudável apegar-nos apenas a um método de ensino ou acreditar que um método, como o fônico por exemplo, irá solucionar todos os problemas do analfabetismo.

    Assim sendo, é essencial incentivar discussões entre pesquisadores experientes com dados e fatos atuais para tentar chegar a um consenso mas, já sabendo que mesmo que o foco esteja no lugar certo ( que na minha opinião seria dar mais peso à como o sujeito aprende do que no método em sí), e mesmo que funcione com a maioria dos estudantes agora, pode não funcionar no futuro. Esse tipo de discursão, quando bem fundamentada e atualizada, leva ao progresso e aprimoramento das técnicas de ensino-aprendizagem, trazendo novas perspectivas de como as pessoas aprendem e ensinam, por entender como esse processo ocorre. O post 0, traz uma síntese de como esse debate aconteceu ao longo das décadas e a influência das conclusões na educação em cada período.

    Talvez esta fosse a ideia inicial quando deram voz à Carlos Nadalim: atualizar a forma como vemos o processo de alfabetização. Entretanto, basta assistir ao vídeo “Letramento, o vilão da alfabetização”, para notarmos a falta de profissionalismo e desrespeito do mesmo em relação a outros pesquisadores que ele julga como ultrapassados e até à Escola, minimizando a importância dessa instituição.

    Por parte acredito que todos temos o direito de nos expressar e um debate não é enriquecedor se for realizado apenas com pessoas que tenham a mesma opinião. Não é como se o método fônico não alfabetizasse. Felizmente, o post traz essa visão equilibrada.

    Acho muito legal a professora ter se disposto a detalhar um pouco do que está acontecendo na educação brasileira e apesar de não ter lido todos os posts ainda, estes aparentam oferecer alicerces para a compreensão da Conferência Nacional de Alfabetização Baseada em Evidências (Conabe) que ocorrerá mês que vem. Espero conseguir ler tudinho até lá. ;D

    Leilane Elisabete Santa Clara

    EDCB85-2019.2 (diurno)

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    1. Olá, Leilane,
      Boa análise!
      Pontuo duas coisas aí. Uma é que acho bem improvável que dar voz a Nadalim tenha sido com o intuito de atualizar a forma de ver a alfabetização, posto que isso exigiria, como você mesma valoriza, a consideração de uma diversidade de perspectivas e não uma única e como verdade última.
      Sim, poder se expressar e debater é essencial, mas lembre, escolhas epistemológicas não são neutras, e o problema é que essa perspectiva, tal qual está sendo articulada pelo governo, traz em seu bojo uma ideologia mercantil, neoliberal e meritocrática. Não se trata apenas de método e de ciência.
      Prezo pelo esclarecimento sobre o campo de conflitos e disputas que é o campo das concepções de alfabetização, das políticas públicas e do currículo...e em ponderar sobre os diversos lados da questão, sempre. Mas se é um campo de conflitos e diálogos, também tenho minha trincheira, meus pares e as vozes que procuro problematizar, e vocês também, através do estudo, da fundamentação não sectária, devem poder ir construindo seus próprios caminhos nesse cenário.

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  16. Em meio a um cenário político -e, dentro disso, também educacional- tão cheio de incertezas e falácias sendo espalhadas, podemos acessar conteúdos como esse do blog e das referências utilizadas.
    Estou na minha primeira graduação, no BI de Humanidades da UFBa, caminhando para a aérea da educação,e por vezes já me deparo com um cenário de desesperança geral. Mas esse post nos incentiva e nos instrumentaliza para entender o contexto em que estamos inseridos e lutar, de alguma forma, pela educação, em especial para a área da alfabetização e do letramento, campo de inúmeras "querelas", como citado por Liane.

    Uma das questões que acho interessante sobre esse campo da alfabetização e do letramento são as diversas possibilidades e métodos, como o sintético, o analítico e o misto. No entanto, quando um método é "eleito" ou imposto como único, universal e é tratado como método salvífico da educação, como trazido por você, Liane, confere-se a tentativa de fechamento das possibilidades de discussão no âmbito educacional e isso é repugnante.
    Me parece que há uma tentativa de diminuir a importância da escola e da educação, sendo isso apoiado com falas como a do vídeo, que é estarrecedor e tal cheio de equívocos.

    Enfim... Esse texto me fez pensar sobre as disputas e sobre o projeto de Brasil nesse contexto político atual, em que o aprendizado de fato é pouco levado em consideração. Há muito mais a ser digerido, pensado e pesquisado. Muito obrigada por me apresentar a esse tema, tanto com os posts do blog quanto das discussões em sala de aula, Liane.

    Ivine Andrade,
    EDCB85 - 2019.2 (DIURNO)

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    1. Oi, Ivine!
      Pois é... os tempos estão sombrios e, para a educação, particularmente desesperançoso. Mas seguimos lutando pelo que acreditamos. E uma das coisas que, no nível da Universidade ainda acreditamos, é em formar vocês para uma visão mais ampla da educação em seu sentido essencial e não restrita a essa lógica mercantil, que, no fim, é um pilar que define muito o que estamos vivendo hoje.
      Siga estudando, problematizando as certezas e perspectivas únicas, supostamente neutras e universais, se fundamentando de modo não sectário, pois esse sim é um capital - cultural - valoroso nessa nossa profissão.
      Sugiro que dê uma espiadinha nesse vídeo, que complementa bem essas preocupações:
      E sigamos!
      https://www.youtube.com/watch?v=PbKVCOKdjWg&fbclid=IwAR0VlDmGJ3r_YdFy9kO-PwaBUWWcSEfT2euXPjSx6OQgkBxvWBlzn5xAaIs

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  17. EDCB85 - Diana Bispo Ribeiro da Silva

    A leitura desse post me instigou a refletir a respeito do quanto as mudanças se fazem tão fortes e presentes, na medida em que o conhecimento se é produzido e investigado, mas ao mesmo tempo há uma linha tênue que pode prender esse conhecimento e fazer com que ao invés de ir rumo a um progresso, vá rumo ao retrocesso. Pensar na adoção única de metodologias de alfabetização que sejam de cunho estritamente mecânico, como a metodologia do método fônico por exemplo, é pensar numa ideia reducionista, é negar parte do processo de construção de conhecimento do sujeito. E esse post só fomenta a necessidade de discussão a respeito das metodologias de alfabetização, sobretudo, discussão a respeito do que pode ser mudado, e acrescentado. Afinal, como bem foi abordado no post, não há apenas uma única metodologia a qual pode ser seguida a risca e cuja funcionará com todas e todos, mas sim há processos de construção do conhecimento.

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    1. Oi, Diana,
      Sigamos estudando, nos fundamentando, resistindo, problematizando, divulgando essas discussões.
      Eles prendem o conhecimento de lá, nós o libertamos de cá...Sigamos falando disso enquanto ainda podemos...

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  18. Algo que despertou a minha atenção neste texto foi o posicionamento muito lúcido de que o método fônico - proclamado aos quatro cantos, como única possibilidade redentora para o problema da alfabetização no Brasil e aliado a outras propostas tão insuficientes quanto essa - não é completamente dispensável, que podemos lançar mão dos procedimentos metodológicos de diferentes correntes teóricas, sem dar prevalência a nenhuma em específico, pois o processo educativo depende muito do contexto. E mais especificamente, importante ressaltar um trecho que afirma que a situação de aprendizagem hoje é bastante diferente do passado, no qual as crianças conviviam em ambiente letrado. Isto, por si só, já requer do educador uma postura séria e investigativa, que busca atender os alunos conforme suas necessidades. Penso que uma única abordagem não pode ser suficiente para dar conta destas novas demandas, nas quais a escola tem papel central e prioritário na formação dos sujeitos. Cada realidade necessita de um planejamento estratégico em particular para se desenvolver. Deste modo, a proposta de substituir uma coisa por outra, no mínimo, tem um caráter presunçoso e manipulador.

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    1. É muita presunção achar que uma abordagem super técnica do processo de alfabetização resolverá, e sozinha, os problemas da alfabetização no Brasil, não é, Tamires?
      O sistema alfabético se estrutura pela relação fonemas e grafemas - embora isso não seja suficiente, pois, em verdade, o sistema é regido pela ortografia, por convenções quanto a essas correspondências. A alfabetização, envolve, assim, também a compreensão desse funcionamento alfabético, fônico. As unidades fonológica são o que são, a questão é COMO e quanto abordá-las.
      Mas não se trata de adotar TAMBÉM o método fônico (que enfatiza ESSE aspecto) em si mesmo, já que a forma de abordagem dessas unidades vai de encontro a como se defende em outras concepções.
      Ou seja, não se trata de jogar fora a dimensão fonológica e fônica, mas também não se trata de adotar o método fônico junto a outros métodos e procedimentos.
      Temos que lembrar que esses métodos definem um passo a passo, que nem sempre coincide com o modo de abordagem dessas unidades que eles focam, em outras perspectivas. Precisamos ter em mente os diálogos mas também os conflitos e tensões nos campo das concepções de alfabetização, e não reduzir essa complexidade a uma "mistura de métodos", a um ecletismo desavisado.
      É possível, sim, ter uma concepção, desde que se saiba que é uma concepção, e que, dentro dela, lançar mão de alguns diálogos com outras concepções. Mas por vezes, não é possível, as tensões precisam ser assumidas, pois envolvem diferentes perspectivas epistemológicas e políticas.
      De todo modo, a PNA extrapola essa discussão, já que se coloca como verdade única e última, e não como concepção.

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  19. Primeiramente gostaria de lhe parabenizar pelo texto, professora Liane, ele é necessário,riquíssimo e bastante formativo.
    Acho importante essa desmistifição de que as perspectivas construtivista e de letramento são o mesmo que o método global, isso nos ajuda a ter um panorama de que as discussões que estamos tendo atualmente não são uma disputa dicotômica entre dois métodos, o global e o fônico, mas sim de concepções e de diferentes visões sobre a alfabetização.
    Outra questão que me chamou atenção nesta síntese é a defesa de que o fato das perspectivas construtivistas e de letramento criticarem o método fônico não significa ques estas teorias não considerem,não trabalhem e não valorizem a unidade fonêmica da língua, e sim que estas buscam valorizar todas as unidades da língua, que são necessárias para o processo de alfabetização.
    Por fim, a cada dia mais, venho percebendo que o campo da alfabetização é complexo e que essa complexidade serve para comprovar que não existe uma solução mágica para a alfabetização, um único método que possa dar conta de tudo e de contemplar as necessidades de todos os estudantes que passam por esse processo e que são individuos diversos, com ritmos e bagagens diferente.


    EDCB85- Celly da Hora Damasceno.

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    1. Mas, fazendo esse misturê que eles fizeram, garantiram generalizar tudo e dizer que nenhuma outra perspectiva considera a dimensão fonêmica.
      A didatização do construtivismo, em uma de suas vertentes, terminou por colocar a abordagem intencional da base fonológica do sistema como algo negativo, como se fosse percepção e não cognição e operando um tratamento casual e disfarçado disso a partir das próprias crianças. A "briga" com essa perspectiva é pertinente, mas nenhum dos dois polos dessa polarização parece razoável.
      Mas colocando tudo no mesmo saco, se permitiram silenciar sobre o fato de que há outras correntes que incluem, sim, a reflexão fonológica e outros aspectos que a ciência cognitiva indica como importantes, como Magda, Artur, o próprio PNAIC. Mas é como eu disse, só serve o pacote todo. Só serve se for a perspectiva fônica como um todo e unicamente, e a mais sectária e instrumental dentre elas.
      O apagamento que fazem, por trás dessa mistura toda, é muito covarde ou revela - também é possível - a total ignorância deles sobre as discussões no campo da alfabetização.

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  20. É sempre válido ler em relação às atuais discussões presentes no campo da alfabetização, da mesma forma é necessário entender seu passado para compreender seu presente momento. Mesmo que seja uma síntese, como você mesma apresentou professora Liane; é algo muito rico e pertinente trazer informações que podem/vão influenciar na futura atuação dos professores na alfabetização. Ver toda essa discussão sobre os métodos, tanto no âmbito das teorias como também nas políticas é muito interessante. Em se tratando do campo das políticas públicas, infelizmente parecem querer desfragmentar um campo que a muito é atacado e desvalorizado, só me faz pensar no porque disso tudo. Porque a alfabetização algo tão importante na autonomia e formação do sujeito como ser social é tão atacada? Qual a real intenção com essas políticas públicas de alfabetização?

    Em minha opinião, é justamente desqualificar e minar todo o trabalho e estudo que pessoas como Magda Soares empenharam a vida toda. E principalmente inviabilizar cada vez mais os avanços tão necessários na alfabetização no Brasil.

    Fazendo essa leitura e pensando em relação à alfabetização, me lembrei de um texto que li recentemente no componente Metodologia do ensino da Geografia, onde fala da necessidade das crianças aprenderem a ler o mundo, uma alfabetização no sentido de ler e escrever sobre os espaços ao seu redor como também os distantes, sendo apresentado no entendimento de a criança como ser participativo e atuante na sua aprendizagem; da mesma forma, a alfabetização no caráter da linguagem e na aquisição das ferramentas presentes na escrita deve ser pautada na aprendizagem de cada educando e não no sentido de seguir em prontidão um método específico. Isso se relaciona com a questão dos métodos tradicionais de alfabetização, tão pautados na memorização e mecanização do ensino, devemos evitar em nossa futura atuação esse ensino sem real reflexão, ampliação dos sentidos.

    Obrigado pró, parabéns pela clareza e criticidade em falar de um assunto tão necessário em tempos tão conturbados que vivemos.

    EDCB85 - Érick Reis Carvalho.

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    1. Obrigada, Érick!
      Essa perspectiva de educação mecânica, com base em memorização, reprodução, repetição, que lutamos tanto e demoramos de superar, volta com tudo agora. Uma lástima! Uma mancha em nossa história que, espero, não demoremos de limpar.

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  21. Este comentário foi removido pelo autor.

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  22. É uma discussão bastante pertinente, e vinda de alguém que tem dedicado a vida a estudar e entender o processo de alfabetização e de mais respaldo. A Questão política que vem nos dando essa dor de cabeça já era esperada, visto que estamos falando de um governo com pensamentos retrógrados e de forte apego a Marcos históricos negativos para a educação. As informações trazidas aqui só fortalecem a ideia de que é preciso mudança na forma de eleger e governar, porém tem sido difícil conscientizar aos que tiveram e tem pouco ou nenhum acesso a informações claras e ao despertar do senso crítico.

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    1. Emanuelle Cavalcante
      EdcB85 2020.1

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    2. Exato! A alfabetização - um campo muito importante nas disputas políticas e ideológicas - não ficaria de fora desse modus operandi desse governo...

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  23. Quantos esclarecimentos Professora!

    Depois de ler o texto e as críticas aqui feitas aos métodos fui assistir ao vídeo de Nadalim, e é decepcionante vê-lo afirmar que letramento é uma prática construtivista e o desrespeito a Magda Soares e a Paulo Freire. Ensinar ao aluno a ler o mundo no seu contexto para poder transformá-lo é o legado que Paulo Freire nos deixou, o que estamos tentando transformar ainda hoje na educação. Não há como ensinar a alfabetização sem pensar em práticas sociais e nas vivências já trazidas pelas crianças, valorizando seu contexto social junto aos métodos de alfabetização.

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    1. Eles ouvem a palavra "social" em qualquer enunciado e expressão e leem "socialismo", "comunismo"!
      Em que buraco fomos nos meter, não é?

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  24. Olá pró Liane,

    Obrigada por compartilhar conosco o seu texto!

    Acho interessante quando é apresentado no texto que, não devemos demonizar os métodos até aqui criados e reinventados, visto que alfabetizou a muitos. No entanto, entendo que a crítica sustentada é pela negligencia do letramento, de forma que a apropriação do sistema alfabético é adquirida, mas, deixando a desejar à leitura de mundo; o significativo; a reflexão; ou seja, as práticas sociais. Por isso, que Magda nos ensina a alfabetizar letrando, ou seja, ensinar a ler e escrever no contexto das práticas sociais. Diante disso, como discutido no post, a alfabetização é um campo de ato político. Pois, as políticas públicas de alfabetização têm visado ofuscar o letramento o comparando com o método global, ou até mesmo com “literacia”, dessa forma o cultural, o político, o histórico, o tecnológico, etc. ficam de fora do processo de alfabetização, propiciando então o analfabetismo funcional. Por fim, percebo a alfabetização é um campo complexo e requer muitas reflexões e análises, assim como temos feito no componente.

    EDCB85 - Diurno - Heloisa Santos Souza

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    1. Isso aí, Heloisa!
      Mesmo as concepções que preferem não usar e tematizar o conceito de letramento, falam de cultura escrita ou consideram a própria alfabetização em um sentido mais amplo, sociocultural e discursivo. Nenhuma concepção de alfabetização, hoje, desconsidera a linguagem escrita como algo mais amplo que o sistema notacional. Seja que concepção for, seja que ênfase dê ao ensino da escrita alfabética, não se furtam de tematizar as práticas sociais em que a escrita circula, tomando a linguagem como interação social.
      Só eles conseguem esse feito de transformar a escrita numa mera técnica e até mesmo as práticas de leitura e escrita serem associadas a algo tão instrumental e artificial como faz a tal da literacia deles.
      É impressionante!

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  25. EDCB85-T01 - Grata, professora, pela síntese dos conteúdos que a sra vem trazendo para os debates. Linkando sua fala aqui com as lives da Professora Magda Soares e os materias disponibilizados no AVA, eu consigo apreender cda dia mais. Não tem como não relacionar tudo isso a Pulo Freire, quando ele diz, no seu livro Pedagogia do Oprimido, que "o alfabetizando(...)buscará novas
    palavras, não para colecioná-las na memória, mas para dizer e escrever o seu mundo, o seu
    pensamento, para contar sua história. Pensar o mundo é julgá-lo; e a experiência dos círculos de
    cultura mostra que o alfabetizando, ao começar a escrever livremente, não copia palavras, mas
    expressa juízos". Ainda, a partir do livro, fiz uma relação com a Tirinha de Mafalda. e o termo "Educação Bancária", citado por Freire nesse mesmo livro.

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    1. Massa esse fragmento do livro de Paulo freire! Bem elucidativo!

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    2. Pois é, Jeane. Quando os estudos sobre o letramento chegaram no Brasil encontraram o que? Paulo Freire! Embora ele não tenha referido a isso nesses termos, ele estava totalmente alinhado com os estudos no campo do letramento. Talvez, por isso mesmo, no Brasil, conseguimos, em alguma medida, ainda tematizar o letramento numa perspectiva mais ampla, sociocultural, antropológica para além de pedagógica, enquanto em alguns outros países o discurso mais forte é o dessa literacia instrumental.
      Talvez seja mesmo obra de Paulo Freire!!!

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  26. Acredito que o texto sintetiza bem a questão do embate sobre qual seria o melhor método de alfabetização, que até hoje ainda perdura nos âmbitos educacionais e nas políticas de educação, muitas vezes de forma ideológica. Discussões como essa fazem-se necessárias para trazer a tona reflexões e críticas sobre o campo da alfabetização. Defender que não existe um método único e correto não significa que não existam metodologias no processo de alfabetização, mas sim, que já não cabe nos atermos apenas a UM método de forma rígida sem contemplar as diversas facetas que a alfabetização demanda. No texto se torna claro que a crítica ao método fônico não se trata da negação de qualquer pesquisa e procedimento metodológico que adote os fonemas enquanto ferramentas de aprendizagem, inclusive, podemos e devemos trazer esses conhecimentos à baila na sala de aula. Porém, apenas esse método não contempla a amplitude do processo de alfabetização e letramento. Portanto, devemos nos utilizar de diferentes procedimentos metodológicos para que possamos abarca a especificidade do processo de alfabetização e letramento, sem a rigidez que um método único propõe mas com o embasamento teórico e prático nos utilizando de procedimentos que permitam a apropriação por parte dos educandos de todas as facetas da língua escrita.

    Marina Barretto - EDCB85

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    1. Penso que essa formulação de Magda sobre as facetas nos ajuda muito nesse argumento todo. Ainda que autores de diferentes concepções possam ver diferentemente cada uma dessas facetas, e enfatizar mais uma ou outra, precisamos considerar todas elas.
      Essa é uma forma de dizer mais pertinente do que dizer que se trata de misturar métodos. É mais contundente e preciso.

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  27. Sua síntese foi muito bem elaborada pró!

    Lembrei muito de argumentos de uma outra profª da FACED, Celi Taffarel, numa aula sobre o esvaziamento da educação pública, dos procedimentos metodológicos para a produção da ciência! Ela que é defensora do materialismo histórico-dialético, nos ensinou na oportunidade, que o conhecimento científico é a reprodução mais fidedigna do movimento da realidade. Faço questão de me referir a essa questão por observar esse esvaziamento das "críticas" à educação que o secretário do MEC fez aos métodos globais. Como vc falou profª, não houve uma real compreensão das concepções teóricas da alfabetização e nem dos métodos, ou seja, esse cara não fez o exercício exaustivo de se debruçar sobre o objeto de pesquisa dele, para então compreender suas limitações e superá-la! Não chegou nem perto... Não foi uma crítica (o ponto de vista histórico dialético), foi uma negação intencional dos métodos para a imposição do método fônico, com interesses político-ecnomicos que nada tem a ver com a ed. pública, ao contrário, flertam (ou melhor, se enamoram!) com a concepção do "homeschooling".

    [Lembrei até da propaganda do Gov. Federal, do MEC, apoiando a leitura em casa. Fiquei tão desconfiada disso kkkk]

    Sobre as concepções de alfabetização e os diferentes métodos, compreendi que a nossa tarefa é defender o REAL movimento da aprendizagem da língua escrita e seus diversos fenômenos, que só podem ser apreendidos num contexto de letramento. Devemos conhecer os acúmulos científicos que os pesquisadores e professores construíram para a alfabetização, seus métodos e fundamentos, para lançar mão das diferentes metodologias disponíveis para garantir os objetivos propostos. Nesse sentido, não negar os métodos, mas criticá-los de modo contextualizado, responsável e alicerçado às práticas educativas, de preferencia, dentro dos espaços de construção da ciência, como a escola e a universidade públicas!


    Alba Bandeira - EDCB85

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    1. Ótimas reflexões, Alba! E muito importante vocês fazerem relações entre os estudos de vários componentes curriculares. Assim vamos construindo e articulando os conhecimentos.
      Exatamente, traduzindo: "Quem é ele pra criticar?", né? Nem entende do que está falando...discurso pronto, papagaio de Olavo de Carvalho.
      Esse governo que instituir o homeschooling por motivações ideológicas e mercantis - não tenhamos ilusão! Minar o campo teórico, as escolas, a formação docente, tudo isso, é parte desse projeto de país instrumentalizado e ideologizado.

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  28. A leitura do post me foi muito enriquecedora e ao mesmo tempo alarmante, pois me abriu os olhos para o cenário político nacional e sua influência sobre o MEC, com sua nova visão de como se deve suceder a alfabetização no Brasil: por meio do método fônico, fundamentando a adoção em "evidências" baseadas, na verdade, no apoio de poucos do campo, e ignorando a visão de vários estudiosos como Maria do Rosário Longo Mortatti e Magda Soares, que vem sendo atacada pelo secretário Carlos Nadalim por ser a maior defensora e grande pesquisadora do letramento. Ao contrário da visão polarizada sustentada pelo secretário e perpassada pela mídia, é mais que errôneo opor o método fônico aos demais (que são, de maneira igualmente errônea, tratados numa mesma categoria, apesar de diferentes entre si), uma vez que cada um apresenta sua própria importância pelo seu enfoque em determinado aspecto da língua. Adotar o método fônico, em detrimento de uma abordagem conjunta aos demais, é empobrecer o trabalho com a língua e limitar a compreensão de sua totalidade, que abrange, de fato, elementos analisados profundamente por cada método, essenciais à plena alfabetização. Indo, portanto, ao encontro do pensamento de Magda Soares, que propõe, em lugar da aplicação de um único método (seja qual for), a realização de ações educativas integradas, devendo-se levar em consideração a realidade dos alunos, seu conhecimento prévio, e a forma com a qual melhor aprendem, a fim de, mais que alfabetizar, verdadeiramente letrar o estudante e capacitá-lo ao exercício ativo das práticas sociais.

    Maria Victória Purificação de Castro Neves - EDCB85

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    1. Isso, a polarização feita, além de improdutiva, é, inclusive, fruto de muita ignorância.
      Só devemos cuidar de não confundir isso de lançar mão de procedimentos diversos, de unidades linguísticas diversas, relativas às diversas facetas do ensino e aprendizagem da escrita com misturar métodos. Essa discussão - que fizemos bastante em aula - é fundamental!

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  29. O artigo em questão nos traz preocupantes argumentações, que envolvem de um lado a escolha do governo federal na crença de uma dimensão mecanicista do aprendizado, que está imerso em “achismos”, que desvaloriza a história da Educação no Brasil, desconhecem as necessidades das crianças das escolas publicas (municipais e estaduais), e desconsidera totalmente a necessidade de investimentos para melhor preparar os professores para exercer ação efetiva no processo de alfabetiza+; de outro lado, temos pesquisadoras (es) renomados na área da educação que demostram que o tal do método “fônico” não pode ser considerado como o salvador da pátria. Nesse embate, um tanto assimétrico, as crianças, os professores e a educação brasileira são totalmente desrespeitados, pois se constrói, via o Ministério da Educação, uma escolha que engessa as formas de aprender, descontextualiza os processos de aprendizagem, não estabelece interfaces com a vida concreta dessas crianças e seus mundos (família, comunidades, cidades e etc.). Logo, de forma desestruturante a educação crítica, pluralista, democrática, respeitosa e diversa é atacada, construindo sérios danos a longo prazo para os maiores interessados – crianças e famílias – que colocadas dentro de um furacão político (de ideologias “atrasadas”), geram consequências aterrorizante para sociedade brasileira.

    Suylan Carvalho-EDCB85

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    1. Aterrorizante mesmo. Mas tão tosco que custamos a acreditar, né?
      Uma arrogância sem tamanho achar que os problemas da alfabetização no Brasil se resolverão com um mero método, e um bem mecânico, que instrumentaliza o ensino e artificializa a língua...
      Se fosse fácil assim... ai, ai, viu?

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  30. O texto é bastante interessante e informativo. O processo de alfabetização, de fato, é processual e jamais deve haver uma determinação sobre a mesma. Gostei bastante dessa parte: "...O fonema, por sua vez, não é som, mas uma unidade fonológica abstrata, mental..." me fez refletir e pesquisar mais sobre fonemas.
    E é perceptível que não devemos, jamais, politizar a educação, sobretudo, com informações atrasadas e tendo diversos retrocessos que, infelizmente, pesarão no futuro mais próximo.
    Obrigado pelo texto, professora.

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    1. A educação, inerentemente, é ato político. Mas acho que entendo o que você quis dizer com não politizar a educação... Sempre é.
      Como diz a famosa e já muito batida, mas certeira, citação de Paulo Freire: “Não existe imparcialidade. Todos são orientados por uma base ideológica. A questão é: sua base ideológica 
      é inclusiva ou excludente?”

      Quanto aos fonemas - eis um tópico complicado da linguística! Mas aplicado à alfabetização e com exemplos práticos, dá para ir entendendo, rsrsrs.
      Tem um post sobre isso aqui: https://oficinasdealfabetizacao.blogspot.com/2018/09/e-os-fonemas.html

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  31. DISCENTE: DIONEI LIMA LOPES – COMENTÁRIO NO BLOG – ATIVIDADE DO TÓPICO 5 (CAMPOS DA ALFABETIZAÇÃO)
    O povo elege os seus governantes que, por sua vez, são eleitos para atender aos anseios da população. Porém, dissecando melhor, percebemos que não se trata dos anseios de “toda” a população e, sim, parte dela, mais especificamente a elite.
    Atualmente, vivemos um país mergulhado na dualidade, tendo à frente do comando maior da nação, uma dessas partes. A educação indica conhecimento, esclarecimento, capacidade ampliada e crescente de fazer com que a população seja cada vez mais, capaz de discernir e conhecer seus direitos e deveres.
    Ora, nesse sentido, se essa população se esclarece e amplia essas capacidades, representa uma ameaça à classe dominante. Diante desse panorama “brinquemos” com a educação; provoquemos polêmicas e questionamentos, para que possamos ganhar tempo e, sendo assim, continuarmos com o caminho livre para “sapatear glamourosamente”, solidificando ainda mais esse império.
    Sendo mais específico em relação ao texto, o despreparo (intencional ou não), inicia-se na escolha dos profissionais que deverão assumir cargos importantes no Governo. São escolhas totalmente sem critérios e, que deixarão sequelas. Perde-se muito tempo em discussões e, poucas ações práticas surgem.
    Fulano fala isso, o outro fala aquilo, porém, não convergem em prol de uma ação que possibilite corrigir injustiças que avolumam cada vez mais. A implantação do método fônico retarda o processo de alfabetização. Muito escutamos que “o tempo urge” ... O processo evolutivo das crianças mudou bastante. Elas estão cada vez mais antenadas. Cada vez mais cedo estão aprendendo e compreendendo sobre tudo o que acontece ao seu redor e, complementaria que também, surpreendendo as gerações passadas, ao externarem uma capacidade ímpar de assimilar conteúdos.
    Nesse sentido, a educação não pode virar as costas para essa mudança de dinâmica. Deixar de ser muito teórica e tentar conciliar ao máximo com a prática, caso contrário, ao se chegar a um denominador final dessas discussões, elas já estarão totalmente ultrapassadas.

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    1. Pois é...Em um tempo que as demandas são tantas para os sujeitos participarem das práticas sociais - que envolvem o oral, a escrita, o digital, o audiovisual -, em tempos de discursos torcidos, fakeados, que os sujeitos precisam aprender a dissecar, desvelar, criticar, em vez de termos uma formação mais contundente, temos isso, uma formação técnica, destituída de contexto, sem relação com os usos sociais, culturais e sociopolíticos das linguagens.
      Proposital, não?

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  32. Obrigada por compartilhar essa síntese com a turma. O texto faz um belo apanhado das discussões que tivemos ao longo do curso, sendo bastante esclarecedor e, particularmente, me motivou a fazer pesquisas mais aprofundadas sobre alguns temas.
    Sobre o vídeo postado no canal do Nadalim, me causou revolta ao vê-lo minimizar o papel do professor e fazer críticas absurdas à personalidades que contribuem e contribuíram de forma significativa para a Educação, como Magda Soares e Paulo Freire.

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    1. Disponha, Fernanda! faço para vocês!!!
      Se motivou a estudar mais, ir mais a fundo, já valeu a pena e fico satisfeitíssima!
      Serão, certamente, profissionais menos suscetíveis de serem enganados com essas balelas embrulhadas em papel de presente!
      Aquilo lá é revoltante mesmo!
      Defendamos nossa função profissional de docência, pois por eles, somos todos corjas!

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  33. Muito importante essa discussão Pró, sobretudo num país que ainda luta contra o analfabetismo e contra o chamado analfabetismo funcional, que é produto dessas disputas binárias ao longo do tempo.
    Se apropriar da linguagem escrita envolve memorização, mas não só isso como a senhora disse, é um sistema complexo e como tal exige diversos níveis de compreensão, inclusive a reflexão sobre a língua e as crianças são capazes de fazer isso, pois em algum grau estão imersas na cultura escrita. Da mesma forma que considerar a dimensão fonológica da língua não resume a aquisição da linguagem escrita ao método fônico sintético.

    Geisiane Cardoso, EDCB85 - Diurno

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    1. Exatamente! Não se confunde!
      E embora pareça uma assertiva simples, muitos demoram bastante a entender...

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  34. A discussão é necessária quando se é colocado em pauta a qualidade do ensino de crianças que não terão grandes oportunidades ao longo da vida. Porque as escolas privadas certamente manterão seus padrões de ensino, mas e a pública quando receber aqueles materiais didáticos que ganharão por licitações sujas, com uma metodologia única e retrógrada, o que farão? E os professores que são tratados pelo governo atual como seus inimigos? Porque um trabalho já estava sendo feito, muitas conquistas a partir de lutas, de estudo e pesquisa, de formações. Devemos ter esse entendimento para não cairmos na reprodução, para não retrocedermos. Não devemos aceitar, e como professores e futuros professores temos nosso papel na sociedade, de oferecer o melhor. O papel de um educador é transformador e não devemos aceitar menos. As crianças do sec XXI são diferentes de todas de outros séculos, as demandas são outras e devemos estar preparados para apresentar este mundo a elas. Como a professora mesmo disse, Nadalin entra num devaneio sem fim com seus comentários superficiais, desrespeitando formadores de suma importância pro país e para nossos estudos, como Magda Soares que diz importantes "todos" os métodos e procedimentos que levem a efetivação do ensino e aprendizagem. É indiscutível a importância de cada um deles em todo o processo histórico, nós evoluímos, aperfeiçoamos e melhoramos e esse processo é contínuo, ninguém para no tempo, a não ser por um motivo, desejar o fracasso alheio. Não permitir que o outro tenha os mesmos direitos que você, de ter o melhor. Isso é triste, é surreal.

    Thailcy Colman- EDCB85

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    1. Exatamente. O compromisso com as crianças da escola pública é enorme, visto que devido às enormes desigualdades sociais em nosso país, elas têm muito menos oportunidades de participação rica na cultura letrada fora da escola. E aí querem fazer, justo para elas, uma escola mecanicista!!!

      Seu comentário me lembrou uma situação relatada por Smolka, representante maior da concepção discursiva de alfabetização:
      “A professora escreve na lousa:
      ‘A mamãe afia a faca’
      e pede para uma criança ler. A criança lê corretamente.
      Um adulto pergunta à criança:
      – Quem é a mamãe?
      – É a minha mãe, né?
      – E o que é ‘afia’?
      A criança hesita, pensa e responde:
      – Sou eu, porque ela (a mamãe) diz: vem cá, minha fia.
      A professora, desconcertada, intervém:
      – Não, afia é amola a faca!”

      Nossas crianças precisam de muito mais!

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  35. O texto revela que há conflitos, divergências e interesses sobre a concepção de alfabetização no Brasil, ou seja, O MEC atualmente em sua política pública de alfabetização indica e defende apenas o uso do método fônico. Porém, a parte da década de 80, pesquisadoras estudiosas da aria, por exemplo, Magda Soares, sugere não apenas um único método, mas diversas novas perspectivas que levem em considerações as praticas sociocultural, a linguagem como interação social cultural e textos variados presente no cotidiano da sociedade. Dessa forma evita-se que os/a estudante vivenciem a alfabetização apenas com a metodologia mecanicista de memorização de códigos com textos descontextualizado do cotidiano social como sugere o MEC.
    Texto riquíssimo com várias revelações que deixara-me preocupada e reflexiva.
    Aproveito para externar a minha solidariedade e gratidão a pesquisadora e professore Magda Soares pelo seu belíssimo riquíssimo e importante trabalho.
    Paulo Freire, Vive!!!

    EDCB85


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    1. O texto revela que há conflitos, divergências e interesses sobre a concepção de alfabetização no Brasil, ou seja, O MEC atualmente em sua política pública de alfabetização indica e defende apenas o uso do método fônico. Porém, a parte da década de 80, pesquisadoras estudiosas da aria, por exemplo, Magda Soares, sugere não apenas um único método, mas diversas novas perspectivas que levem em considerações as praticas sociocultural, a linguagem como interação social cultural e textos variados presente no cotidiano da sociedade. Dessa forma evita-se que os/a estudante vivenciem a alfabetização apenas com a metodologia mecanicista de memorização de códigos com textos descontextualizado do cotidiano social como sugere o MEC.
      Texto riquíssimo com várias revelações que deixara-me preocupada e reflexiva.
      Aproveito para externar a minha solidariedade e gratidão a pesquisadora e professore Magda Soares pelo seu belíssimo riquíssimo e importante trabalho.
      Paulo Freire, Vive!!!

      Anailza Santos-EDCB85


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    2. Anailza, a forma como a Política Nacional de Alfabetização articula os conhecimentos da ciência cognitiva da leitura em seus programas implementados revela que, em verdade, a referência que eles têm é bem antiga mesmo, do método fônico sintético. Até mesmo no próprio âmbito da ciência cognitiva da leitura, a perspectiva é muito melhor do que o que eles prescrevem, e traz contribuições importantes...

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  36. Entendo, que os entendimento sobre os métodos e seu processo histórico é fundamental, para compreender as condições contemporâneas no que tange a alfabetização e letramento. Em uma das suas exposições remotas, a Magda Soares indica que não se trata de uma receita, ou comprovação de qual o melhor método, mas que as condições do ensino se dá através da realidade, necessidades dos estudantes. Dessa forma, como apresentada no texto, é importante aprofundamento sobre os estudos a respeito da didática, para que não seja simplismente priorizado métodos, e principalmente que a utilização das novas formas de transmissão não sejam confundidas pretenciosamente com os antigos métodos, mas que por incorporação seja utilizado formas distintas de ensino, considerando os processos culturais e sociais, que atendam as necessidades e realidades das crianças.

    Maria Carolina Lopes Esteves
    EDCB85 - 020200

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    1. Precisamos fortalecer o professor, como autor de sua prática, como um profissional intelectual, que, bem fundamentado, escolhe caminhos, soluciona questões, articula seus saberes teóricos, didáticos e culturais para construir seu fazer, exercer sua função docente inalienável.
      Estamos atacados e querem reduzir o
      /a docente a meros/as aplicadores de instrumentos e saberes construídos por outros. Precisamos resistir!!!

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  37. Oi, Pró! Muito bom refletir sobre o que venho refletindo na sua matéria. Eu até entendia no contexto social a importância político-social da alfabetização. Sua matéria trouxe luz nesse assunto na minha vida. Não tinha visto esse vídeo de Nadalim, mas como tudo nesse desgoverno nada trabalha para trazer a tona o pensamento crítico, que dirá ensinar crianças a participar dessa prática social que é a leitura da linguagem escrita e participar criticamente da sociedade. Obrigada pelo texto!
    Jaíla Barros (EDCB85 - T02)

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    1. Muito obrigada pelo reconhecimento, Jaíla!
      Fico feliz por você estar aproveitando!

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  38. É mesmo um conjunto de absurdos esse desgoverno. A síntese trazida foi bem elucidativa para situar o debate. Muita luta pela frente!

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    1. Acreditando (e torcendo!) aqui que vamos nos desfazer esse absurdo no campo específico da alfabetização...Mas as lutas seguirão, sem dúvida, e são muitas! O caminho da mercantilização da educação só foi, nesse governo, acentuado e somado ao viés ideológico conservador, fundamentalista, mas seguirá seu curso nos governos liberais que temos pela frente. Ufa!

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  39. Soraia Ribeiro dos Santos Silva12 de setembro de 2021 às 18:10

    Muito esclarecedora e necessária a sua escrita, pró! Realmente, chega a se tornar frustrante e cansativo a retomada de discussões sobre pautas há tempos já superadas, como o uso de um método isolado e artificial como prática de alfabetização.
    Infelizmente, o secretário Nadalim apenas repete um padrão muito recorrente desse atual desgoverno: simplificar a resolutiva de problemáticas complexas que mesmo com um plano de ação bem elaborado e executado por estudiosos e pesquisadores da área, levaria tempo e investimentos bem direcionados para serem superadas.
    Assim, nesse discurso raso e populista, repleto de equívocos mal-intencionados, ele intitula um salvador para as questões de alfabetização do país: o método fônico, e elege um vilão, autor de todas as problemáticas, a ser cassado e exterminado: o letramento.
    (EDCB85)

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    1. Quem precisa eleger vilões com essa fúria e apagamento, quem precisa desrespeitar pesquisadores que têm trajetórias de peso na área, concordando ou não com eles, já dá sinais que se dão a ler, não é? Nenhuma atitude científica isso de precisar descer ao nível da ofensa pessoal e direta, ao ataque frontal em vez de discussão acadêmica.
      A mim, me parece tão patético que a indignação por vezes dá lugar a desprezo ou àquele sentimento de quando pegamos alguém "de calças curtas" ou mentindo deslavadamente... Só não dá para rir, porque o desmonte, apesar de patético, é real e perigoso, e temos que seguir lutando!

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  41. Olá, Prof! Ótimo texto.
    É indiscutível a influência dos interesses externos (política, economia) no sistema de ensino brasileira, e a alfabetização portanto, não fica de fora dos processos políticos e econômicos de disputa de poder.
    É preciso continuar lutando contra a “metodização da alfabetização”, aspecto que ignora a pluralidade, especificidades e beleza de uma fase tão importante, a alfabetização e o letramento.
    Bárbara Vitória F.G Pitangueira ( EDCB85)

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    1. Metodizar, como isso de eleger um método ou o método como a panaceia para resolver problemas que são de outra ordem, estruturais, sociais, é tão perigoso quando desmetodizar, no sentido de retirar da alfabetização a função do ensino, do professor. Essa equação precisa ser resolvida e sairmos desses extremos. E a solução, com certeza, não é a que a PNA que vai trazer...

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  42. Olá professora, muito instigante e estimulante o seu texto! Abriu varias portas de na minha cabeça. Quando fala sobre os métodos, por exemplo, que é um "conjunto de procedimentos sistemáticos" deixa claro que sempre vai existir uma metodologia para o ensino para ordenar as atividades buscando não fazer isso de forma mecânica, mas de forma flexível de acordo com o desenvolvimento cognitivo de cada criança. Sigamos na caminhada para um educação sem disputas de poder. Alice Oliveira De Matos (EDCB85)

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    1. Isso! O que não dá mais conta é métodos mecanicistas, associacionistas, que deixam de fora a escrita como prática social, e que a tomam como mero código de transcrição da fala. Mas o ensino requer sempre metodologias, procedimentos, claro!
      Nesse sentido, a PNA além de propor UM método único, traz esse bem mecanicista, associacionista. Afinal, se na teoria dizem se embasar na ciência da leitura, que engloba a psicologia e psicolinguística cognitivas, bem como as neurociências, na prática - nos seus programas de implementação - o que tem mesmo é método fônico sintético, bem mecânico, que artificializa a língua e não tem PENSAMENTO, só TREINAMENTO de consciência fonêmica e instrução fônica.

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  43. Olá professora;
    Este post é muito esclarecedor e necessário, nos mostra a necessidade de conhecer a história da alfabetização, para lidar melhor com ela hoje e também não sermos enganados por proposta que desvalorizam o real sentido da alfabetização e o letramento. É inacreditável com alguém pode produzir e propor um método, “De como educar seus filhos”, sem levar em consideração as especificidades de cada criança e o tempo de aprendizagem de cada um. Sem dúvida, o próprio método já se revela precário e insuficiente. Precisamos ficar atentos para a alfabetização não se transformar em política, para lutar contra qualquer metodização mecanicista da alfabetização.
    Fátima Barbosa Nascimento (EDCB85-T02)


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    1. A ideia é essa - não sermos enganados!
      Mas veja, como envolve um projeto de sociedade, uma concepção do que seja a educação, o sujeito, a alfabetização é SEMPRE política! Como a educação e a própria linguagem. Linguagem é poder! Educação envolve política! Sempre! Alfabetização que se reduz a método e ao aspecto linguístico, sem considerar as enormes desigualdades sociais em nosso país - que implica em enormes desigualdades de oportunidade de participação na cultura letrada -, envolve uma perspectiva política. Alfabetização sem compromisso com a justiça social é instrução para atender aos interesses do mercado...
      Entendo o que você talvez queira dizer, mas essa visão apolítica da alfabetização - como se fosse neutra - é justamente o que usam para impor a retórica deles. São altamente ideológicos e não se veem como tal, combatendo outra ideologia (que consideram assim), por ser uma ideologia diversa da deles. Como diz Paulo Freire, não existe imparcialidade, o que é preciso saber é se uma ideologia é excludente ou inclusiva - e sabemos de que lado eles estão!

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  44. O texto da professora é de 2019, e uma perfeita previsão para o presente momento aonde se discute acerca de "melhor método" de alfabetização. Acho interessante a proposta do MEC em aplicar o método fônico como proposta a ser trabalhada, não vejo citarem como sugestão ou complemento para as análises metodológicas, vejo todo um trabalho dedicado, como se "A" fórmula tivesse sido encontrada para suprir as demandas de educação/alfabetização em nosso país. Mais uma vez, desconsiderando os sujeitos com suas maneiras específicas e particulares de aprendizagem, além de, como cita Magda Soares, esse ser um método que foi pensado há anos e aplicado em outra língua, o Inglês, que possui "partes" e sonoridades geradas por essas partes cujo resultado se difere do Português.
    Tive a oportunidade de acompanhar uma criança irlandesa durante a alfabetização, em alguns momentos, e percebia ali o uso do método fônico, na época me pareceu tão natural para aquele idioma, como não me soa encaixar no nosso hoje. Magda até discorda que mesmo no inglês, o método é falho, eu no entanto, vi funcionar, porém, estou falando de uma experiência solitária, não de um evento com muitas amostragens, e gostaria muito que tivesse acontecido observações nesse sentido, pelo menos, antes de o MEC decidir investir na preparação de profissionais nesse sentido.

    Não conhecia o canal "Como educar seus filhos" vi agora, mas não localizei o sr. Olavo de Carvalho, pois teria que abrir todos os vídeos para ver quem ministra, mas buscarei em outro momento.

    Acredito na eficiência da ciência e seus estudos, mas os sujeitos são subjetivos enquanto a ciência busca objetividade e exatidão. A ciência é linear, enquanto os sujeitos são tomados de inconstâncias e mutações, não falo em sentido deteriorativo, mas porque somos dotados e aptos a transformações inclusive de aceitação e/ou adaptação ou não às formas de aprendizagens que nos forem propostas, e sem que haja para alternativas.
    Tatiana Feitosa - EDC B85

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    1. Tati, ciência é fundamental. O problema é que eles validam APENAS um tipo de ciência, e o campo tem evidências de diversas ordens. Resultados de pesquisas tampouco valem por si só, precisam de interpretação pedagógica para chegarem à sala de aula, contexto MUITO mais complexo do que as situações altamente controladas dessas ciências que eles validam. Justamente porque sujeitos são sujeitos que resultados experimentais, em laboratório, em modelos computacionais NUNCA poderão ser a referência única para dar conta da realidade do processo educativo.

      Olha, uma coisa é método fônico sintético, outra é abordar o phonics (a relação fonema-grafema), que pode ser feito de diversas formas, não apenas de forma sintética, descontextualizada, fora das palavras (não apenas por uma questão de contexto significativo, não, mas porque os sons das letras se definem é no CONTEXTO das palavras!). Ensinar o princípio alfabético não é sinônimo de método fônico. O princípio é da escrita alfabética, não do método!
      Nessa discussão sobre ser falho ou não ser falho, precisa saber "falho" em que...Porque esses métodos não dão conta da linguagem como um todo - o que aliás é umas das críticas.
      Eu sugiro que leia os posts sobre o GraphoGame, talvez você consiga entender melhor essas questões.

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  45. Esse texto nos brinda com uma perspectiva histórica do campo da alfabetização assim como com as atuais vertentes que regem suas diretrizes. O diálogo entre diferentes teorias e concepções do funcionamento da cognição do aprendiz, e a forma como este interage com o conhecimento e constrói suas hipóteses no processo de aprendizagem, estão hoje convivendo com as discussões sobre concepções tradicionais, como a de que o método fônico seria a solução para a apropriação da linguagem escrita.
    Pelo visto, o campo da educação referente a ALFABETIZAÇÃO continua polêmico, assim como a história nos conta. Por um lado eu, particularmente, acho interessante essa problematização para que não haja rigidez no processo de ensino X aprendizagem.
    Belo texto profª Liane, esperamos continuar nos beneficiando com suas pesquisas e essa maravilhosa reunião de saberes.
    Ana do Outeiro
    Aluna EDC B85

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    1. Sim, Ana! O campo segue sendo um campo de conflitos, disputas e alguns diálogos possíveis. Compreender-se concepção, ponto de vista, é importante para respeitar a diversidade de concepções, e seguir nos embates ACADÊMICOS, que fazem o conhecimento se ampliar. O movimento da dialética nos permite poder analisar essa campo de diversidade como um campo salutar e que possa considerar múltiplas determinações do objeto de conhecimento. O problema é que eles não se consideram concepção, mas verdade única e última, impondo uma perspectiva como única solução validada, e com isso desconsiderando e desrespeitando TODO o campo, que não coaduna dessa visão estreita da alfabetização.

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  46. Olá, Professora! Bom, gostei bastante do texto, viu? Muito claro, elucidativo e fortemente político em prol de esclarecimentos convincentes sobre a alfabetização. Acredito que o meu comentário, aqui servirá, mesmo para reiterar as demais colocações dos meus colegas acima. Inclusive, tinha digitado um outro comentário anterior, porém, infelizmente ele se perdeu, então estou aqui tecendo novamente um outro. E o "wdd" de um outro comentário acima foi como forma teste para saber se conseguia publicar comentários ou não, mas enfim... Penso, com base no texto e comentário dos colegas, que muito mais importante do que os métodos, são os sentidos e os mecanismos de manuseio desses mesmos sentidos. Somos realisticamente ensejados pela sociedade utilitarista, conservadora e elitista a crer que precisamos dominar todos os métodos possíveis, ou então que devemos ser "especialistas" de determinado método, que muitas vezes envolve uma questão de corresponder ideologias aparentes. No entanto, textos como esse nos fazem enxergar que faz-se necessário entender, compreender os sentidos dos métodos visando uma leitura de mundo, apropriação da língua, processos de ensino-aprendizagem com afetividade, diversidade, democracia e embasamento educacional. Alfabetização, letramento não são adomesticação, não. São processos, etapas educativas que decodificam elementos essenciais da educação, dão sentido e forma para o mundo das letras, sonos, signos e mistérios da língua. Portanto, o entendimento que clarificar com base neste texto é esse, métodos são caminhos para se descobrir os sentidos da leitura e escrita da e para a criança de uma forma mais visionária. Alfabetização é tornar a criança emancipadora de si mesma na tradução do mundo com as palavras e sons que são lhes serão recorrentemente ofertadas.

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    1. Como vimos em aula, são os métodos ditos hoje tradicionais que foram questionados, por terem base empirista associacionista, reduzindo a aprendizagem a estímulo-resposta, por considerarem a língua como código de transcrição da fala, e não um sistema complexo construído historicamente, e por não abordarem a linguagem escrita como prática social.
      Mas a alfabetização precisa, claro ser com método, com metodologias, com procedimentos - que são diversos, como são diversas as suas facetas, já que se trata de um objeto multifacetado. E isso inclui as facetas mais amplas, socioculturais, discursivas, subjetivas, e as facetas mais miudinhas, que envolvem compreender o funcionamento alfabético e ortográfico do sistema.

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  47. Que riqueza esse conteúdo, Professora Liane! Fiquei maravilhada e ao mesmo tempo a sobriedade arrebata-me, pela necessidade de fazer essa leitura degustando cada palavra com a máxima compreensão. O texto esclarece muito sobre a alfabetização e como esse tratado/ensino se estruturou no Brasil, em um efetivo espaço de luta, comprometimento e aplicação.

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  48. Que síntese perfeita, pró!
    Como fica evidente, que o processo de alfabetização, é um campo amplo e com recorrentes debates, que nós precisamos entender e estar à parte, para lutar pelo melhor para a educação do nosso País.
    A questão dos métodos deixa evidente que sempre vão existir diferentes teorias e concepções do funcionamento da aprendizagem, e isso torna diverso e interessante estudar esse campo complexo.
    Faz-se necessário, essa problematização do campo, para que haja uma desconstrução da mecanicidade no processo de aprendizagem dos indivíduos. Afinal, como a Magda Soares defende, não é método, é alfabetizar COM método.
    Obrigado por nos presentear com uma pesquisa tão bela e reflexiva, professora Liane. Obrigado por nos presentear com uma pesquisa tão bela e reflexiva, professora Liane.

    EDCB85 (T020200) – EDUARDO NEVES DE SOUZA.

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    1. Obrigada, Eduardo! Por isso peço a vocês estudantes de nosso componente que venham aqui no blog ler e comentar! Tem tudo a ver com nossas discussões em aula, não é?
      Isso aí, alfabetizar com método - que envolve procedimentos metodológicos diversos e que deem conta das facetas diversas desse objeto de conhecimento - é importante. E isso não tem nada a ver com fechar com um método único, que elegeu uma ou algumas unidades linguísticas e operações (síntese, análise, ambas), nem misturar esses métodos ditos tradicionais hoje, que foram questionados em suas limitação por diversos motivos que vimos em aula, em especial, por terem base empirista associacionista, reduzindo a aprendizagem a estímulo-resposta, por considerarem a língua como código de transcrição da fala, e não um sistema complexo construído historicamente, e por não abordarem a linguagem escrita como prática social.

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  49. O curso de Pedagogia tem me dado aoportunidade de novos conhecimentos a respeito da educação, da prática de sala de aula, entre outros. Ao adentrar nesse universo da alfabetização, graças as aulas da professora Liane, já consigo compreender que alfabetizar não é tão simples como parece e que não existe este ou aquele método infálivel. Também consegui compreender que alfabetizar não é sair por aí misturando tudo de forma desordenada e mecânica.
    Alfabetizar é um campo dentro de letramento como defende Magda Soares, sendo assim é algo complexo como nos informa a professora Liane e que como educadores precisamos partir do todo, considerando as condições sociais, politicas e economicas que envolve os sujeitos que participam da educação, mais especificamente os professores e estudantes dentro e fora da sala de aula.
    Vejo com total repúdio a politica de alfabetização proposta pelo Mec, baseada no método fonico, tornando o ensinar e aprender algo mecânico e sem sentido.O vídeo do blogueiro Nadalim, só mostra o quanto ele desconsidera os estudos e pesquisas feitos com responsablidade no campo da alfabetização e o quanto ele(Nadalim) desrespeita a profissão docente. O governo de Jair Bolsonaro não é diferente, já que o mesmo nomeou essa pessoa como secretário de alfabetização do MEC.
    Estamos no meio de um furacão, parece-nos que não há para onde correr,mas, não podemos nos deixar levar pelo desânimo, pela falta de perspectiva. A nossa saida é unirmos forças para continuar resistindo, devemos continuar estudando, debatendo, aumentando nosso repertório, devemos também nos aproximar daqeles que não tiveram a mesma oportunidade de acesso a universidade ou a educação básica e mostrar-lhes de forma simples e objetiva que juntos, mesmmo com entendimentos diversos, podemos mudar essa realidade, que a luta por uma educação de qualidade, por melhores condições sociais e economicas é de todos.
    Patricia Mercês dos Santos, EDCB85(curso intensivo de férias)

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    1. Fico contente, Patrícia, de saber que nossas aulas estejam provocando reflexões e conhecimentos importantes para sua formação.

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  50. Oi, Professora!
    Em primeira mão gostaria de dizer que acredito que texto traz uma boa visão geral do tema. Mas também admito que ainda não consigo com o conhecimento que tenho hoje entender ao certo qual é o mais apropriado na alfabetização infantil. Acredito que preciso estudar bem mais sobre o tema, que é bastante complexo ao meu ver, cada texto lido explica e complica um pouco meu pensamento, mesmo relendo algumas vezes. Com relação ao tema, é impossível achar comum a admissão de pessoas que não são qualificadas, em cargos importantes do governo atual, um absurdo sem tamanho que tem e terá os seus predicados, algo tão importante quanto a educação deveria ser tratado como tal. Sobre o tema em si, fico com mais questionamentos principalmente neste trecho do texto que reli algumas vezes "O ensino explícito do sistema de escrita e sua base fonológica não é exclusividade do método fônico, bem como abordar procedimentos fônicos não significa adotar um método fônico sintético.[...] Outro aspecto muito repetido é que usar procedimentos vários, silábicos, fônicos, etc, significa "misturar métodos". Não se trata disso!" Preciso realmente entender mais sobre o tema! (Risos)
    Isamara Miranda EDCB85 (curso intensivo de férias).

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    1. Oi, Isamara,
      Você não tem ideia da alegria de uma/um docente quando as/os estudantes saem com mais perguntas do que respostas dos estudos que mobilizamos... Esse é o próprio motor do conhecimento!
      Temos a mania de querer logo respostas...mas não há respostas simples, para questões complexas. Então, é essa dinâmica mesmo de entender-desentender-entender de novo-relativizar o entendimento-buscar entender mais que faz vocês buscarem saber sempre mais.
      Nossas aulas sobre o sistema de escrita alfabética e a consciência fonológica vão ajudar você a entender melhor tudo isso.
      Quanto à questão do "misturar métodos", talvez na nossa última aula tenha ficado mais claro, não é? Acho que ouvi seu suspiro de "enfim entendi melhor!", rsrsrs.
      O caminho é esse - você está completamente nele! - precisar sempre entender mais...

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    2. Sim, pró! Kkk a aula de respostas às dúvidas foi um suspiro de alívio para mim. Fico na expectativa de aprender mais sobre o tema. Ainda acho que deveriam haver mais componentes aprofundando o assunto. Definitivamente a carga horária do componente não é suficiente kk

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    3. Não, não é. Definitivamente!

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  51. Parabéns e obrigada professora pelo texto maravilhoso, uma síntese clara sobre os aspectos mais importantes da questão dos métodos. No texto é citado o perigo de simplificar demais algo que é complexo. Cada método e procedimento tem suas especificidades, circunstâncias em que podem ser mais, ou menos interessante. Polarizar os métodos e utilizar as problemáticas de um para defender incontestavelmente outro, é uma conduta irresponsável e ignorante. Tratar construtivismo e letramento como sinônimos e ainda como "inimigos" da alfabetização é completamente fora da realidade e quem faz isso sempre se utiliza de argumentos e referências "científicas" enviesadas ou deturpadas. Com todas as críticas que se pode fazer a cada método de alfabetização, deve-se perceber seus acertos e aproveitar os procedimentos utilizados. O processo de alfabetização é necessário para a existência da cultura escrita e para que haja um letramento mais amplo e maior participação social, essa alfabetização deve acontecer por meio de alguma sistematização, deve ser organizada, planejada e orientada. É possível alfabetizar e letrar ao mesmo tempo, utilizando procedimentos dos diferentes métodos, sem que isso seja uma mistura desordenada. Ao contrário, reconhecer os melhores procedimentos e saber quando e como usá-los na alfabetização, demonstra uma preocupação muito maior com a educação do que simplesmente vencer uma guerra de métodos.
    Anna Louise Vasques
    Edcb85 - curso intensivo de férias

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    1. Oi, Anna, boas reflexões! É mais ou menos isso aí...
      Só lembro que as unidades linguísticas não são DOS métodos, mas DA língua e da escrita que a nota; as operações mentais de análise e síntese não são dos métodos, mas da cognição dos sujeitos. Os métodos apenas enfatizaram mais uma ou outra unidade linguística, uma ou outra operação mental. Então, lançar mão de procedimentos relativos a essas unidades e operações não significa a mesma coisa que "aproveitar isso ou aquilo desse ou daquele método". Não é do método, justamente. Os diferentes métodos é que pegaram da língua e das operações mentais os elementos para formularem seus procedimentos.

      Assim, em vez de dizer "utilizando os procedimentos dos diferentes métodos" podemos dizer "utilizando procedimentos que envolvem unidades linguísticas diversas". Percebe que a ideia é outra?

      Quando distorcemos e viramos ao avesso essa ideia de "misturar", de "pegar algo de cada um", tudo faz sentido.

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  52. Olá professora!
    Para mim, a leitura deste texto foi realmente enriquecedora. Conhecer a história dos métodos de Alfabetização é essencial para uma reflexão mais clara sobre os conflitos que permeiam esse campo. A partir da leitura do texto eu consegui compreender que, tanto a identificação da complexidade presente em todo o processo da Alfabetização, quanto o reconhecimento das múltiplas facetas que envolvem a aprendizagem têm uma alta capacidade para transformar a atuação docente em algo melhor, pois a sua ação será orientada por uma conjuntura maior de conhecimento e experiências.
    Emilly Hevelyn Neves Brandão
    EDCB85- curso intensivo de férias

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  53. O histórico da alfabetização no Brasil foi marcado por um ensino mecânico,técnico. Além disso, o aluno exercia uma função passiva no processo de aprendizagem. Porém, com o método adotado pela PNA , com a criação dos programas, reafirma esse modelo mecanicista.
    Além disso,o homeschooling é prejudicial para o desenvolvimento psíquico dos indivíduos, pois esses precisam do contato com o outro colega de sala para desenvolver-se e preparar-se para a vida em sociedade. Ademais, uma das críticas ao homeschooling, refere-se ao fato que as crianças não tomam consciência de problemas da realidade, como violência doméstica e trabalho infantil.

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  54. Sim, Itana...Mas o campo já avançou muito para longe desse mecanicismo. Só falta que isso chegue mais no âmbito das práticas e tirarmos esse retorcesso que está aí...

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  55. Esse texto já não é novo mas parece que foi feito ontem. A capacidade de invencionar desse governo mercantilista e capitalista faz com que a educação fique para trás trás com todos os textos que temos lido faz com que tenhamos uma mente mais aberta para o conhecimento. A critica observada em relação à Alfabetização e letramento também faz um resumo sobre o que nos chega e ao que aprendemos. O nosso ensino alfabético, historicamente, doméstico, de repetição e de castigos físicofísico e psicológicos, faz do ensino hoje um grande avanço mesmo sobre as adversidades

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    1. Há coisas ditas por diversos autores, até de séculos passados, Sheylla, que seguem valendo! Infelizmente!
      Sigamos firmes!

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  56. Ótimo texto para reflexão da prática discente.

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